— Senhor Cullen, independente dos seus sentimentos pessoais, a senhorita Swan é sua cliente. Você deve ser profissional e fazer o que é melhor para ela e principalmente, atender e cumprir a promessa que fez à sua aluna. A questão não é que ela consiga um namorado que a ame e respeite? Pois bem, esse homem é o Paul. E nós sabemos disso. 

— Eu sei, Ângela. Vamos lá. - Edward respirou fundo e pegou o microfone - Pode beijar o Paul sim, Bella. E seja feliz. 

~*~

— E aí? Já se passaram uns dez minutos e você ainda não respondeu se quer que eu te beije. Acha que tenho bafo? É isso?! - Questionou checando se o próprio hálito estava okay - Ou que não beijo bem? 

— Não! - Bella riu - É que estava esperando... Meu coração responder - Deu um sorriso amarelo ao ouvir a afirmativa de Edward pelo ponto eletrônico - Pode me beijar sim, Paul. - Ele então, a beijou - Nossa, você beija muito bem! - O puxou para outro beijo - Mas é melhor me levar para casa. Não sou dessas que vai pra cama com o cara no primeiro encontro. Sabe? 

— Sei sim - Paul gargalhou - Mas antes de te levar, posso te dar mais um beijo? 

— Pode - Bella sorriu, sendo beijada mais uma vez por ele. 

[...]

No dia seguinte...

— Obrigada, Edward! Muito obrigada! - Bella agradeceu abraçando o ruivo - Tive uma das noites mais perfeitas da minha vida ontem. Deu tudo certo do início ao fim. Tudo! - Exclamou dando um beijo na bochecha do professor. 

— Que bom, Bella. - Deu um sorriso fraco, se sentando de volta em sua poltrona no escritório - Eu disse que daria tudo certo. Não disse? 

— Disse sim. - Bella sorriu de volta, se sentando à frente dele - Ei, o que houve?

— Como assim? - Se fez de desentendido. 

— Sua cara está péssima. Você parece tão  triste. 

— Não estou não - Desviou o olhar - Só não tive uma noite legal, é isso. 

— Você não é muito bom em mentir. - A morena avaliou - Vamos, me diga o que está havendo. Somos amigos, não somos?

— É, somos sim. 

— Então? Você sempre foi tão direto em tudo, Edward. Aliás, sempre admirei muito a sua sinceridade. 

— Está bem - Levantou-se apoiando as mãos na mesa e a olhando nos olhos - Deu tudo errado, Bella. Pelo menos, para mim. Sabe por quê? Por quê fui contratado para te aconselhar no amor, até fiz minha parte mas no fim fui eu quem me apaixonei por você. 

— Isso é piada? Ou mais alguma das suas dicas amorosas, professor? Estamos em aula agora? Pensei que agora que conquistei Paul, não precisasse mais dos seus conselhos amorosoa. 

— Não, Isabella. Estou falando sério! Não sei direito quando e nem por quê, mas aconteceu. Aliás, nunca tinha me encantado, me sentido assim por alguma cliente, eu juro. Sempre separei bem as coisas, mas você... Você mudou algo aqui dentro e eu não sei mais o que fazer. Esse seu jeitinho fofo, engraçado... Você é tão linda. É quase impossível não amar você. - Deu um sorriso torto - Ontem, quando Paul pediu se podia te beijar, por pouco eu disse não pelo ponto. Só disse sim porque minha secretária me abriu os olhos - Confessou - Mas estava morrendo de ciúmes. E isso nunca tinha acontecido comigo antes. 

— Não pode ser... Não pode. - A estudante de literatura parecia chocada com a confissão de seu conselheiro amoroso. 

— Mas é. - Nervoso, andou de um lado para o outro de sua sala, até que parou e respirou fundo, voltando a olhar para ela - Só te contei tudo isso agora porque não aguentava mais guardar esse sentimento dentro de mim. - Afrouxou o nó de sua gravata - Enfim, agora é melhor você ir embora.

— Embora? Não acha que precisamos conversar sobre tudo isso que você disse? - Perguntou se levantando. 

— Não. Bella, você gosta do Paul e ele é o homem certo para você. Ele é o seu final feliz e isso está mais que claro para todos nós. - Caminhou até a porta, abrindo-a para ela - E se quiser, não precisa pagar meus honorários já que feri meu código de ética. 

— Código de ética? - Franziu a testa. 

— É um código que eu mesmo criei - Deu um sorriso amarelo - De jamais, em hipótese alguma, me envolver com uma cliente. Como feri o código, não precisa me pagar nada. 

— Mas eu quero pagar. Porque você cumpriu sua missão de me aconselhar para que eu encontrasse o meu... 

— Final feliz. - O ruivo completou baixando a cabeça - E que bom que encontrou, missão mais do que cumprida. Adeus, Bella. 

— Adeus, Edward. Desejo toda a felicidade do mundo para você. - E foi embora da sala dele. 

[...]

— Quer dizer que seu conselheiro amoroso se apaixonou por você? Por essa ninguém esperava! - Rosalie comentou boquiaberta, após a amiga lhe contar o ocorrido. 

— Pois é, muito menos eu - Bella afirmou se jogando no sofá - E agora? - Perguntou emburrada. 

— Como assim? E agora o quê? Isabella Swan, você lutou muito para conquistar o Paul e ser feliz com ele. Não vai fazer besteira, hein?! - Jogou uma almofada na cara dela. 

— Que besteira? Eu hein! - Bella revirou os olhos. 

— O que você sente por ele?

— Ele quem?

— O Brad Pitt! - Revirou os olhos - Estou falando do Edward, oras. Que mais?! 

— Não sei. Ele é meu amigo, não é? Ou era, nem sei mais. Acho que Edward não vai querer muito papo comigo nos próximos dias. E também, talvez não seja bom já que está apaixonado por mim. Só que não quero ficar longe dele, entende? Eu gosto de estar perto dele, dos conselhos, das nossas conversas, de tudo. - Afirmou com os olhos brilhando. 

— E pelo Paul?

— O Paul é tudo de bom! É meu príncipe encantado, Rose. 

— Então ele é o seu final feliz?

— Claro que é! Aliás, ele mandou um torpedo cheio de corações me pedindo em namoro. Não é maravilhoso?! - Indagou também com os olhos brilhando. 

— É sim. Resumindo o fim desta história? Edward vai ter que te esquecer de uma vez por todas porque Paul é sim o seu final feliz. Isso se as coisas não mudarem aos 45 minutos do segundo tempo afinal, a vida é um livro aberto. 

— Pois a minha é um livro fechado sim e nada vai mudar, Rosalie. Nada. - Garantiu. 

[...]

Tempos depois...

Bella estava quase terminando a faculdade de literatura e namorando firme com Paul. 

Já tinha tido momentos importantes ao lado dele como o pedido de namoro, a primeira viagem juntos, a primeira vez... E tudo corria bem. 

No começo, tudo realmente parecia um conto de fadas mas com o passar dos meses, a morena de olhos de chocolate percebia que sentia falta de algo, ou melhor, alguém. 

Edward Cullen. 

Seu conselheiro amoroso, nunca mais apareceu. 

Ela até tentou procura-lo algumas vezes, mas sempre que ligava, a resposta de Ângela era a mesma. 

"O senhor Cullen está muito ocupado, não poderá atendê-la no momento. Ligue mais tarde, obrigada." 

Também chegou a ir duas ou três vezes ao local de trabalho do ruivo, mas Ângela dizia que o mesmo não estava no local e sim, com um cliente em algum lugar dos Estados Unidos. Mas na verdade, Edward estava sim, em seu escritório. Apenas optou por mentir para não ver Isabella. 

O Cullen sabia que se a visse, iria sofrer mais ainda.  

Tentou seguir com a vida, conheceu outras mulheres mas de tempos em tempos, ainda se pegava pensando em Isabella.

E Bella, também pensava em Edward. 

Mesmo não querendo. 

Mesmo sabendo que Paul não merecia que ela nutrisse sentimento por outra pessoa. 

— Está tudo bem, Bella? - O moreno questionou ao encontra-la nos corredores da universidade - Por quê disse que precisava me ver? - Questionou preocupado, segurando as mãos dela. 

— Paul... A vida é estranha, sabe? - Suspirou fustrada. 

— Como assim? - Arqueou a sobrancelha. 

— Sempre sonhei em encontrar o príncipe encantado. O namorado perfeito. Um homem que fosse responsável, carinhoso e quisesse algo sério comigo. E você é esse homem Paul, você é - Sorriu - Mas mesmo assim, mesmo você tendo todas as características que sempre sonhei em um homem, que sempre sonhei na vida, eu não amo você. Eu gosto de você, Paul. Muito. Mas eu não te amo, não como a mocinha do livro deveria amar o princípe encantado - Afirmou com os olhos cheios de lágrimas - Tudo o que vivemos foi importante pra mim, foi inesquecível. Mas tem que acabar aqui, pois se continuarmos vamos sair maia machucados ainda. 

— Bella...

— Desculpa Paul. Espero que algum dia você possa me perdoar, mas eu não consigo mais. - O abraçou forte, sendo retribuída - Quero que você seja muito, mas muito feliz. - Desejou dando um beijo carinhoso na bochecha do agora ex-namorado. 

[...]

— Você terminou com o Paul? Você enlouqueceu Isabella?! - Rosalie questionou tomando um gole de refrigerante - O que você tem na cabeça? Sonhou a vida toda com um príncipe encantado, um homem bonito, que te trouxesse estabilidade. Aí aparece o Paul. Lindo, educado, advogado, tudo de bom e você faz o quê?! Dá um pé nele?! Argh! 

— Eu tentei, Rose. Eu juro que tentei. Mas não adianta, desde que Edward se declarou para mim não consigo mais parar de pensar nele. E eu sinto que preciso viver essa história - Desabafou - Não era justo com o Paul, não era. Ele, assim como eu, assim como todos nós, também merece um final pleno e feliz.  

[...]

— Por favor, Ângela! 

— Senhorita Swan, eu já disse! Não tenho a menor ideia de onde o senhor Cullen está neste momento - Ângela negou após receber a visita da morena no escritório do conselheiro amoroso. 

— Ângela, por favor. Eu sei que ele deve ter te dado ordens para não me dizer sobre seu paradeiro, mas as coisas mudaram. Eu terminei com o Paul - Revelou - E quero procurar seu patrão para ao menos conversar sobre sentimentos, os nossos sentimentos. 

— Você terminou com aquele rapaz? Por quê?

— Por quê você acha? - Esboçou um sorriso - Vamos, me diga onde Edward está, por favor. 

[...]

— Hum... - O conselheiro amoroso mais famoso dos Estados Unidos murmurou, enquanto se deliciava com um sanduíche de presunto e queijo - Muito bom. 

— O senhor quer mais alguma coisa? - A garçonete questionou - Parece faminto, já comeu uns três sanduíches. - Riu. 

— Ah, é porque minha vida anda super corrida, você sabe - Respondeu de boca cheia - Só hoje cuidei da vida amorosa umas três clientes.  - Justificou - Mas pode preparar a conta, Beth. - Ordenou e a garçonete sorriu e se retirou. 

— Você deveria cuidar melhor da sua maleta, senhor Cullen. 

Ao ouvir aquela voz, Edward simplesmente paralisou. 

— Deixa-la assim, jogada, em plena Califórnia, pode ser muito perigoso. - Afirmou vendo o ruivo se virar para ela espantado. 

— Bella? 

— Conhece alguma outra, por acaso? - Se sentou em frente à ele - É claro que você conhece, não é mesmo? Com tantas clientes que já devem ter passado pela sua vida. Mas eu tenho certeza que nenhuma delas, fez você se apaixonar. Não é mesmo? 

— Como me encontrou aqui?! 

— Vejo que está de queixo caído. Segundo o meu conselheiro amoroso me ensinou, uns meses atrás, quando você encontra um homem e ele fica assim, quase babando, é porque ele está muito a fim. E quando este homem fica com os olhos brilhando assim, como os seus estão, é quase certeza. - Edward então sorriu - E quando esse homem sorri assim, feito bobo é porque ele ficou mesmo feliz em rever a garota que gostava tanto. Mas respondendo sua pergunta, foi a Ângela. Implorei muito até ela me dizer onde você estava. 

A garçonete surgiu, Edward pagou a conta e ambos saíram juntos da lanchonete. 

— E por que estava me procurando tanto?

— Você é conselheiro amoroso, Edward. Responda você. 

— Vamos lá - Ele parou em frente à ela, respirando fundo e a olhando nos olhos - Você está me procurando porque quer falar comigo. 

— Óbvio, não? Continue. 

— Você está linda, ainda mais linda do que de costume - A mediu de cima a baixo - Está mordendo os lábios a todo momento, demonstrando que está nervosa. Seu coração também está acelerado, o que demonstra que está se preparando para me dizer algo importante. Acertei?

— Sim. Eu terminei com o Paul - Revelou. 

— Por quê?

— Por que? Está aí uma boa pergunta, Edward. - Suspirou - Paul era um príncipe encantado, tinha tudo que eu buscava em um homem, em um relacionamento. Mas durante todo esse tempo, nunca deixei de pensar em você. De sentir saudade das nossas conversas, dos nossos momentos. E de sonhar, querer, que tenhamos um longo futuro juntos. Eu nem sei como tive coragem de vir até aqui dizer isso pra você, justo eu que já fui a mais insegura das criaturas. Mas certa vez, um certo alguém me sentiu que os homens gostam de mulheres firmes e que vão direto ao ponto. 

— Realmente, os homens adoram isso. Eu adoro isso. - Segurou as mãos dela - E depois de toda essa declaração, o que nos resta é dar um beijo digno de cinema - Falou puxando a morena para si e tocando seus lábios. 

O beijo foi longo e demorado. Suas línguas se entrelaçaram com desejo, em uma batalha em que ambos sairíam vitoriosos. Após o término do beijo, ambos permaneceram unidos, com as testas coladas. 

— Você é o meu final feliz, Edward. 

— E você também é o meu final feliz, Bella. 

E realmente, ambos tiveram seu tão sonhado final feliz. 

No final daquele ano, Bella se formou em literatura com honras em Stanford. 

No ano seguinte, se casou com Edward em uma cerimônia linda realizada em uma bela catedral de Florença, na Itália. 

Anos depois, ao lado do marido, lançou um livro assinado chamado O Conselheiro Amoroso, que vendeu milhares de cópias em todo o mundo.

E Paul? 

Paul também teve seu final feliz. 

E foi ao conhecer melhor Leah, que por coincidência, foi a amiga que lhe convidou para a festa onde conheceu Isabella. 

Agora, Bella estava realizando um outro sonho. 

Talvez, o maior de sua vida. 

Estava grávida de uma menina, uma bonequinha que já tinha até nome; Renesmee. 

Agora sim, ela tinha tudo o que precisava para ser feliz, sempre ao lado do seu querido conselheiro amoroso. 

"Nós todos temos o direito de levar uma vida feliz." - Dalai Lama.

FIM...!!!