Partilhar escrita por WinnieCooper


Capítulo 3
Troca de favores oficializada


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Foster e a Paty pelo favorito.
Gente vocês me fazem sentir na época que era famosa no nyah e escrevia horrorosamente. Muito obrigada pelo apoio de todos que estão lendo ❤️



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Estavam numa cafeteria, Scorpius havia pedido para se encontrarem na Londres trouxa, era seu refúgio quando precisava fugir dos paparazzis. Não que ele fosse tão famoso assim, mas estar no auge de sua carreira no quadribol tinha benefícios e malefícios. 

Reparou em Rose: ela não estava tão à vontade quanto na noite que se encontraram em Hogwarts. Com certeza o álcool a deixava mais relaxada e desinibida, ele pensou, ou era isso, ou ela deveria estar com algum tipo de receio. 

— Posso te confessar uma coisa? – perguntou a Scorpius, parecendo ter um nó enorme em sua garganta. Não conseguia nem ao menos tomar o café que havia pedido. – Sinto que estou te pedindo um favor além do que poderia fazer. 

— Não estou te fazendo um favor, estamos nos ajudando. 

— Mas você realmente não precisa de mim só para dar um choque de realidade nos seus avós, o que eu adoraria fazer! Mas... Comigo é diferente, Scorpius... – Rose suspirou segurando o canudo de seu café frio mexendo sem parar. – Eu realmente preciso de você para me reerguer na minha carreira. Sinto que estou te usando. 

— Bom, se esse for seu receio principal, não se preocupe: estamos quites. 

— Como assim? – o encarou intrigada finalmente dando um gole na bebida. 

— Minha empresária sempre me pede para ser um exemplo a ser seguido, já que tenho muitos fãs, e a última sugestão dela foi que eu limpasse meu sobrenome horrível. 

— Seu sobrenome não é horrível! Pessoas cometeram erros no passado e essas pessoas não são você! Eu acho horrível gente que julga os outros por erros que não cometeram.

Scorpius sorriu diante da fala dela. Era assim que gostava de ver Rose: falando e reagindo às injustiças e sendo porta-voz daqueles que não conseguiam ser ouvidos. 

— Você sempre foi assim, não é? 

Ela olhou para baixo tentando não o encarar. 

— Sabe que eu amo falar sobre todos os tipos de preconceito, quer dizer, tento falar. Ultimamente parece que só consigo falar sobre bolos de casamento e arranjos de flores… – o encarou novamente decidida. – O fato é que seu sobrenome não diz quem você é.

— Eu sei... Mas, com o sobrenome que tem, você estaria me fazendo um favor sendo minha suposta namorada. 

— Então seria uma troca de interesses... 

— Uma troca de favores... – a corrigiu imediatamente. 

— Tá, então eu vou ter que morar na sua casa mesmo, não é? – disse um pouco constrangida a ele.

— Acredito que seria o ideal para nós dois, você não acha? Mas, não se preocupe, você terá seu próprio quarto e banheiro, só teríamos que dividir a cozinha e a sala... – reparou que ela continuava receosa. – Se você quiser, é claro! E, além disso, você me conhece. Eu não faria nada com você.

— Eu sei! – apressou-se a dizer. – Claro, tudo bem! Você tem razão. Vamos fazer isso! 

A sua repentina coragem veio e ela não poderia deixar escapar. Afinal, sempre foram amigos, o que poderia dar errado? É claro que ela não fazia ideia do que era conviver com um homem que não fosse seu pai ou seu irmão. Mas, é claro que ia dar certo. Ela tinha certeza! Ou pelo menos acreditava nisso. 

— Só tem uma coisa. – Rose encarou Scorpius ansiosa pelo desfecho da fala dele. – Eu tenho um cachorro. 

xx 

Ainda era segunda-feira, o mesmo dia em que decidiu que iria encarar essa ideia maluca de arranjar um namoro falso para subir na carreira – mesmo que isso fosse contra tudo o que pensava –, quando Rose declarou aos pais:

— Estou namorando. – anunciou quando entrou na casa. 

Seu pai estava na cozinha terminando o jantar enquanto sua mãe escrevia no escritório ao lado da sala. 

Automaticamente, diante da informação, Ronald Weasley queimou o dedo ao relar na panela sem querer. Xingou um pouco e deixou que a água da torneira aliviasse a dor momentaneamente. 

— Você não nos disse que estava saindo com alguém! – Hermione apareceu no mesmo cômodo da filha e encarou seu rosto confuso. – Quem é? 

Rose suspirou e olhou de rabo de olho para o pai, que a observava atento e triste. 

— Scorpius Malfoy. 

— Ah! Eu sabia! Sabia que vocês dois tinham alguma coisa! 

— Como assim você sabia que eles tinham alguma coisa e eu não!? – Ron acusou a mulher. Desligou a torneira e se encaminhou para a sala onde elas se encontravam. 

— Não sabia de nada oficialmente, Ron! Só desconfiava que poderia acontecer desde que estudavam juntos. 

— Como assim? – foi a vez de Rose perguntar à mãe. 

— Primeiro, seu pai veio com aquela ideia maluca de proibir vocês de serem amigos... É claro que isso só acendeu a curiosidade de o conhecer! Daí, depois vocês viraram um trio e não se desgrudavam. Lembro que ele passava muito tempo na casa do Harry e você amava ir lá para brincarem. 

Rose fez uma careta nesse ponto, parecia que a mãe falava de uma garota de 5 anos, não de 11. 

— Nas férias vocês viviam trocando cartas, lembro que ficava de mau-humor quando ele não respondia rápido! Tanto é que o ensinou a usar um celular e o fez comprar para se comunicarem mais rápido. E por fim...

— Por fim? – Ron perguntou encarando a mulher e tentando pegar todas as pistas que ela jogava no ar. 

— Os dois são padrinhos da Sunny. Todo mundo sabe que é natural escolher um casal para ser padrinhos de uma criança.

— Mas nós não somos um casal! Albus nos chamou por gostar da gente como amigos...

— Não são um casal? – Ron virou o pescoço drasticamente para a filha. 

— Quer dizer, não éramos! – apressou-se a corrigir. 

— Naturalmente ele pensou que não deixariam de ser amigos, ou talvez tivesse um pressentimento que ficariam juntos um dia. 

— Mãe. – Rose começou a rir. Hermione não era boba, pegava as coisas no ar, parecia ler a mente dos filhos sem precisar usar a legilimência, mas sua leitura estava completamente errada. – Albus sabia que eu e Scorpius seríamos sempre am...

Ia explicar à mãe que sempre seriam amigos, que a amizade com ele era fácil, e que por puramente ser muito amigo de ambos, Albus quis dar a filha pessoas que sabia que cuidariam muito bem dela se algo acontecesse a ele. 

— Sempre? – o pai perguntou esperando o desfecho. Ron parecia mergulhado no mar da incerteza. 

— Ok. Escutem... Nunca namoramos na época da escola, mas sempre fomos muito amigos, e alguns meses atrás começamos a sair juntos, mas decidimos não contar a ninguém. Sabe como é… Achamos melhor ir devagar por causa da carreira dele, mas sábado na festa de Hogwarts decidimos que não havia motivo para continuar escondendo nosso namoro e resolvemos que já estava na hora de contar para todos de uma vez porque temos 28 anos e não somos mais adolescentes que complicam relacionamentos com a frase do “não temos um compromisso ainda, estamos nos conhecendo”. Bom, nós temos um compromisso sim! E já estou anunciando a vocês que vou me mudar. 

Ao falar isso saiu da sala e se encaminhou ao seu quarto. 

Eram muitas palavras para serem processadas por Ron, até mesmo Hermione parecia aérea tentando entendê-las. Mas ele havia ouvido muito bem o desfecho com “...vou me mudar”.

— Vai morar com ele? 

Havia combinado com Scorpius que não anunciaria logo que mudaria de casa. Ia tentar preparar o terreno, principalmente com o pai, que sabia ser ciumento desde os seus 5 anos de idade quando ele havia descaracterizado toda magia dos contos de fadas trouxas e sua paixão repentina por príncipes encantados mostrando que, na realidade, eram todos um bando de machistas e egoístas. 

— Vou, pai. – para que remediar afinal? Melhor arrancar o curativo de uma vez, doeria na hora, mas passaria rápido. 

— Começa a namorar num dia e no outro já vai morar com o rapaz? – dava para sentir o ciúme e a indignação o corroendo como um cupim na madeira. 

— Tenho 28 anos. – Era mais fácil rebater dizendo sua idade. – Já estávamos juntos... E também trabalho e ganho meu próprio dinheiro. 

— Eu sei, mas não precisa sair daqui correndo. Não o conhece direito. 

— Pai, o conheço mais da metade da minha vida. Sei muito bem quem ele é. 

— Como amigo, não como namorado... Você sabe que é diferente!

— Ela o conhece como pessoa, Ron – Hermione apareceu no quarto e acariciou levemente o braço do marido. – E posso garantir que é a melhor coisa do mundo namorar alguém que a gente já conhece há tanto tempo, principalmente se for seu amigo e fizer parte de um trio. 

Ron bufou cansado, parecia sem argumentos. O medo do ninho vazio nunca esteve tão presente. Perder a filha para um homem nunca foi tão palpável. 

— Vou sempre deixar uma luz acesa caso queira voltar para casa.

A luz acesa que ele deixava todos os dias que ela chegava tarde do trabalho, ou quando saía com as amigas. Seu pai sempre seria seu pai. Mesmo que essa simples atitude tivesse lhe corroendo por dentro no momento. 

Rose o abraçou e o beijou na bochecha, agradecida. Não era verdade, nada do que dizia aos pais, mas sentir que de alguma forma eles a apoiavam era maravilhoso. 

xx

— Aqui está a chave. – Scorpius apareceu sexta-feira no trabalho de Rose. 

Ela levou um susto com o loiro de repente parado a sua frente. Ele quis surpreendê-la fazendo as coisas correrem mais rápido para ela e seu chefe autoritário. Ouviu muitos cochichos e olhares de espanto quando anunciou que era namorado de Rose Weasley e perguntou onde ela trabalhava na redação do jornal. 

Antes de chegar na mesa dela observou uma garota de cabelos negros e curtos a cutucando e cochichando algo que ele entendeu perfeitamente. 

— Seu ex-amigo de escola e atual namorado está aqui! 

Agora estava ali, com a chave no ar na altura de seus olhos, esperando que ela pegasse.

— Obrigada! – se limitou a dizer pegando a chave em suas mãos. Rose podia sentir os olhares em suas costas. Todos prestavam atenção nela. 

Apesar de sempre ser reconhecida pelos pais - especialmente durante a infância - Rose não gostava de estar sob os holofotes. Era algo que ela nunca havia se acostumado por completo, mesmo depois de tanto tempo. Ainda assim, a jovem não podia negar que estava se sentindo ótima ao receber aquele tipo de atenção. 

— Estou terminando de arrumar minhas coisas e amanhã de manhã já estou lá. 

— Ok, não estarei em casa, mas fique à vontade

Cochichavam, mas a redação, antes tão barulhenta, estava mais silenciosa que uma cerimônia fúnebre. 

Ficaram alguns segundos se encarando sem saber o que fazer, era a primeira vez que fingiam estar juntos em público. Todos observavam esperando algum desfecho, alguma reação ou sinal de que estavam mesmo namorando. 

Scorpius se limitou a sorrir, se abaixou na altura dela e depositou um beijo em sua testa. Inclinou sua boca em direção ao ouvido dela. 

— Te mando o endereço por mensagem no seu celular. Achei que não ficava bem um namorado só apresentar o endereço da sua casa a namorada quando estão prestes a morar juntos. 

Ao se afastar, não pôde deixar de notar que as bochechas dela estavam levemente coradas. 

— Vou morrer de saudades até lá! – ela sentiu-se mais à vontade para encenar. 

— Eu já estou! – lhe jogou uma piscadela e saiu. 

Kat não conseguiu esperar ele passar pela porta para agarrar o braço da amiga entusiasmada. 

— Que diálogo final foi esse? 

Kat, apesar de saber que tudo não passava de uma farsa, também participava e agia como se Scorpius e Rose realmente fossem um casal - no fundo, ela admitia para si, gostava de acreditar que acabariam se tornando. 

Rose olhou ao redor e não gostou da multidão de olhares sobre si. Começou a ralhar com todos. 

— Vão cuidar da vida de vocês! 

Era irônico mandar não se importarem com sua vida amorosa quando tudo o que queria era que se importassem com ela. Olhou para a sala do redator-chefe, o senhor Pfeiffer, e percebeu que ele a observava de longe. Como se tivesse acabado de assistir seu teatro ensaiado com Scorpius.

— Parece que a nossa peça alcançou seu público-alvo! – anunciou a Kat, feliz. 

Talvez agora ele finalmente começasse a reparar no que ela escrevia. Era sua principal esperança.

xx

A noite de sexta-feira chegou e com ela o rotineiro jantar na Mansão Malfoy. Diferente dos outros jantares em que Scorpius ia sozinho, desta vez Astória apareceu com Draco. Os pais sabiam o que o filho queria anunciar aos avós. Astória já previa o desfecho desastroso que se seguiria. 

— Toda semana temos que contratar um novo elfo doméstico! Desde que aquela sangue ruim instaurou a lei de pagamento a eles, não trabalham como antigamente. – Scorpius ouviu sua avó se queixar mais uma vez da incompetência dos elfos. – Imagine um elfo saber limpar e não saber cozinhar! E ainda exigir dois dias de folga durante a semana e se ausentar a noite para cuidar dos filhos. É o fim! 

Normalmente Scorpius ignorava todos os comentários maldosos. Eram sempre iguais. Mas daquela vez achou bem propício fazer um comentário. 

— Hermione Granger-Weasley é realmente incrível. Uma nascida-trouxa se destacar no mundo da magia com um cargo importante no ministério ao ponto de conseguir mudar anos de repressão dos elfos…

Lucius Malfoy começou a rir sarcasticamente. 

— Só conseguiu o que conseguiu por ser amiga de Harry Potter. E pelo ministro da Magia da época ser negro. Nada como ralés juntando forças. 

Astória observava o filho de longe. Sabia que esperava o momento certo para anunciar seu namoro. Draco previa a explosão de indignação dos pais. Por outro lado, tudo o que Scorpius queria era aproveitar o momento.

 — Aliás, esqueci de dizer que é admirável ser genro dela. Da maior nascida-trouxa de seu tempo. 

— Genro? VOCÊ? De Hermione Granger? – Narcisa havia entendido afinal. 

— Bom, vocês não estavam tão interessados em minha vida amorosa semana passada? Então, fiquem sabendo que estou namorando Rose Weasley!

— Weasley? – o avô questionou sem acreditar no que ouvia. – A neta de Arthur Weasley. 

— Exatamente. Filha de Hermione Granger e Ronald Weasley. Os melhores amigos de Harry Potter... Não sei se vocês lembram, mas é aquele que lutou contra Voldemort e venceu enquanto vocês perdiam...

— Scorpius! – Draco normalmente não falava. Mas não conseguiu não repreender o filho. 

— Meça suas palavras, garoto! O que está querendo dizer com isso? – Lucius não segurou sua ira. Seu sangue fervia de raiva. 

— Como pode vir aqui e dizer coisas assim tão...

— O quê? – Cortou sua avó. – Coisas tão ofensivas? Estou só dizendo a verdade. 

— Você precisa levar ele a um psiquiatra, Draco! – Narcisa implorou ao filho. 

— Meu filho não precisa de psiquiatra. Nunca esteve tão lúcido em toda sua vida. – Astória o defendeu. Era psiquiatra e entendia muito bem quem precisava curar os danos que uma mente poderia causar. 

— Sim, lúcido e feliz. Ela é incrível e estamos felizes. E terão que engolir isso. 

O carneiro com batatas que comia nunca estivera tão saboroso. Observar a ira de seus avós era maravilhoso! Mal podia esperar a chance de levar Rose até lá e fazê-los engolir mais verdades! Tudo o que ela era capaz de fazer e sabia que faria brilhantemente. 

Astória observava o filho feliz. Quando ele havia dito aos dois que estava namorando Rose não deixou de mostrar sua felicidade — sempre gostou da garota, lembrava-se de vê-los sempre juntos durante a adolescência. Era incrível como Rose conseguia o fazer sorrir diante dos verões fúnebres que precisava passar naquela mansão por trabalhar demais e não conseguir ficar com o filho nas férias. Rose sempre o resgatou e desta vez estava fazendo isso novamente. O libertando das amarras e preconceitos. 

— E você não vai fazer nada? – Lucius explodiu com o filho. Draco evitava sempre que possível discutir com os pais se manter neutro na guerra que Scorpius, tão igual sua mãe, mantinha com eles. 

— Meu filho é independente, sabe fazer suas escolhas. 

— Então vai se manter inútil na educação que dá a ele? – Lucius não se controlava. 

— Até porque de educação inútil você entende bem, não é, vovô? – Scorpius também não se controlava. 

Lucius levantou irritado da mesa e deixou que o seu prato de comida caísse no chão. 

— Demos a melhor educação a ele. Além disso, só cometemos erros. Não vejo como isso anularia tudo o que fizemos. – Narcisa se defendeu relando a mão no braço do marido para que ele se acalmasse. 

— Só quero que saibam que exijo respeito quando a conhecerem, senão perderão o contato com a única pessoa que ainda se importa com vocês. Eu! 

Astória estava orgulhosa do ultimato do filho enquanto Draco, mesmo diante de toda a confusão que se instaurou, permanecia em silêncio. Sentia que tudo era por causa dele. Mas, apesar das linhas tortas, a família de alguma maneira ainda conseguia se manter unida. 

xx

 

E lá estava ela, parada diante da porta ornamentada do apartamento 52 em que Scorpius morava. Segurava as malas em uma mão e a chave na outra. Era sábado, ele não estava em casa, tinha treino durante o dia todo. 

Se há uma semana dissessem a ela que estaria no momento morando com um homem chamaria a pessoa de maluca. Mas, após enfrentar os pais — principalmente Ron Weasley — e anunciar a todos que estava de mudança para a casa do namorado com sobrenome Malfoy, não iria desistir diante da porta. 

Entrou e logo foi atirada para trás e seu rosto recebeu várias lambidas carinhosas. 

— Você deve ser o Gryffin! – ela tentou levantar e olhar seu recepcionista tão caloroso. Observou que era um cachorro grande (muito grande, ela diria) para um apartamento. – Scorpius não me disse que você era assim tão grande.

Ela fez carinho em seu rosto enquanto o cachorro fechava os olhos aproveitando o gesto. 

Rose nunca teve nada contra bichos. Sempre conviveu com um gato em casa, amava dormir com ele em sua cama e o acariciava sempre que ele pedia. Por isso acreditou que não haveria problema nenhum em encarar um cachorro. 

— Eu sempre gostei de animais! Fique tranquilo, vou amar o Gryffin. 

Lembrou-se de sua fala a ele quando disse que tinha um cachorro. Entretanto, não imaginou que o cachorro em questão seria maior que ela nem que a receberia de forma tão… Calorosa. Mas, no fim das contas, ela tinha que admitir que adorara o animal — era como abraçar um urso de pelúcia! Em poucos minutos, ele já havia a conquistado: Gryffin tinha esse poder sobre as pessoas. Ela já começava a pensar que talvez ele não fosse tão grande assim para um apartamento. Quando enfim conseguiu acalmá-lo e fazê-lo parar de a lamber, reparou no apartamento. 

Tinha uma sala com apenas um sofá, abajures e algumas plantas, além de uma prateleira coberta de troféus e medalhas. Rose observou ser de campeonatos de quadribol. A cozinha ficava acoplada a sala e era separada apenas por um balcão. 

Notou um corredor que ia para os quartos e resolveu arriscar qual das três portas seria a de seu suposto quarto. Abriu a primeira e se deparou com um lavabo. Abriu a próxima e deu de cara com o quarto dele. Era grande, com uma cama de casal no centro e várias roupas, tênis e acessórios de quadribol espalhados pelo chão. Achou que estava invadindo a privacidade dele e fechou a porta rapidamente. Encaminhou-se para seu suposto quarto. Havia uma cama de casal coberta por um lençol branco em perfeita organização - Rose deixou a mente vaguear por um segundo e se imaginou em um hotel. Observou um pequeno bilhete em cima do edredom. 

“Por favor, fique à vontade. Espero que Gryffin já tenha te recebido como eu receberia se estivesse aí! Tem comida na despensa. Volto tarde”. 

Sorriu observando Gryffin do seu lado. Apesar do bilhete e do companheiro peludo, Rose não pôde evitar a sensação de ser uma estranha naquela casa, como se estivesse ultrapassando um limite que não era seu. Resolveu arrumar suas roupas no guarda-roupa para se sentir um pouco mais à vontade. 

Enquanto arrumava, se perguntou se não estaria mesmo fazendo a maior loucura de sua vida. Observava o enorme cachorro sempre aos seus pés e pensou que, pelo menos, jamais se sentiria sozinha ali. 

 


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Notas finais do capítulo

Tá, ok! Foi meio que encher linguiça essa Capítulo? Nossa enrolei de novo não é??? Aí eu precisava deles anunciando o relacionamento, prometo que os próximos estão melhores. Um agradecimento a Paty pela ajuda especial nesse, ela como mãe de pet me ajuda demais nas partes do Gryffin!!! Obrigada a você que chegou até aqui ❤️