Nightmare escrita por AccioPudim


Capítulo 5
Someone like me can be a real nightmare, completely aware


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAAAAAA
de verdade, eu ainda não acredito que essa história saiu e que ela deu tão certo.
antes do capítulo final, eu queria agradecer a todos que acompanharam e a todos que comentaram, sério, eu não tenho palavras para descrever o tanto que isso me fez bem e o tanto que isso me deu gás para continuar escrevendo.
Também queria agradecer novamente à Trice e a Isa Gabi por me apoiarem nessa loucura e serem as melhores betas que eu poderia desejar.
Esse capitulo vai finalmente responder as perguntas de vocês e eu fico tão feliz em ver que muitas de vocês já acertaram o que estava acontecendo desde o começo. Apenas espero que vocês fiquem satisfeitos com esse capitulo, de verdade.
boa leitura.



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✶ Scorpius ✶

Tudo aconteceu de forma rápida, meu pai recebeu uma ligação e, depois de passarmos na casa dos Potter, estávamos na estrada em direção à Rye. O caminho em si não foi longo, mas a angústia que eu sentia no peito fazia com que o tempo não passasse. Não tive tempo de escutar meu pai falando, nem mesmo de entender o que Harry falava, quando me toquei já estava dentro da delegacia, desesperado em busca do par de olhos azuis que eu tanto sentia falta.

Rose estava encolhida ao lado de uma mesa, com um cobertor em seus ombros e um copo de café na mão, ela tinha o olhar fixo no chão e parecia traumatizada demais para responder quaisquer perguntas que o policial ao seu lado estivesse fazendo. Meu coração parou quando eu entendi que ela estava passando por um choque.

Ela não notou minha presença até eu parar na sua frente, não sei como não me pararam, nem como meu pai não me impediu de me aproximar, mas eu estava lá, abaixando e olhando para ela.

O abraço que ela me deu foi tão desesperado que quase caí no chão com o choque dos corpos, mas continuei ali, para ela. Seu cheiro estava diferente e sua voz estava agitada, apenas deixei meu corpo no piloto automático e abracei minha namorada.

Passamos um tempo naquela posição, até ela se movimentar e voltar a sentar na cadeira, passei a mão pelo seu rosto e notei que estava intacto, um filete de sangue seco marcava o canto de sua boca, porém nenhum machucado aparente. Absorvi cada detalhe do seu rosto, eu nunca mais a deixaria partir.

— Scorpius, precisamos falar com Elizabeth. – Harry pediu.

— Eu vou junto, – respondi me colocando de pé – e ela prefere ser chamada de Rose.

Rose se levantou devagar e segurou minha mão, esperando por novas instruções. Seguimos até a sala de interrogatório onde eu fui parado por meu pai. Ele não precisou falar para saber que eu não podia entrar. Puxei Rose para um abraço, falando que estaria atrás do vidro e beijando sua testa antes de deixá-la entrar na sala acompanhada de Harry e outro detetive.

Era uma das cenas mais assustadoras que eu já havia visto, Rose estava agarrava no cobertor olhando para os dois homens na sua frente, como se eles fossem dois monstros.

— O detetive Potter está aqui porque achamos que seu caso pode estar ligado com um antigo caso dele. – o detetive de Rye começou a explicar e abriu a pasta do caso na mesa, pegando e colocando duas fotos na frente de Rose – Você reconhece essas pessoas?

Rose assentiu, mas não falou nada, fixando o olhar nas fotos na sua frente com uma expressão vazia.

— Você pode conhecer os dois como Leonard e Joanne Watson, mas seus nomes verdadeiros são Richard e Evangeline Nott, eles são procurados na Irlanda por esquemas de tráfico de crianças, também são suspeitos de três homicídios. A polícia irlandesa está à procura deles já faz quase vinte anos.

 – Você tem algum conhecimento sobre a vida passada deles? Qualquer coisa que eles lhe falaram pode ser relevante.

Rose demorou, abriu a boca algumas vezes, mas, ainda hesitante, ela começou a falar depois de um longo silêncio observando as fotos.

— Meus pais não comentavam muito sobre o passado deles, tudo o que eu sei sobre a história deles antes de me adotarem, é que eles se conheceram no colégio e se apaixonaram. Eles também comentaram que perderam dois bebês antes de me adotarem. Não sei como isso pode ser relevante.

— Durante esses anos, eles deram qualquer indício de um passado duvidoso ou estiveram em contato com alguém que você considerasse estranho ou suspeito? – o detetive voltou a perguntar após fazer algumas anotações.

— Sempre ficávamos na fazenda, não saímos com frequência. A única pessoa que nos visitava era o senhor que comprava os produtos de meu pai, mas duvido que ele seja suspeito de algo, é um senhor de 70 anos que vive com a esposa em uma casa nas montanhas.

— Você sabe o nome dele?

— William Harriman. – Ela fez uma pausa – Sobre um passado duvidoso, eu não posso ser de grande ajuda, eles realmente nunca compartilharam muito sobre a vida deles, eu mal sabia sobre as finanças da fazenda.

Novamente um silêncio pairou sobre a sala, Rose ainda observava as fotos que estavam na sua frente, segurando com força no cobertor. Harry mexeu na pasta que continha e abriu ela lentamente, sem que Rose percebesse, ele pegou uma foto e colocou ao lado das fotos que ela observava.

Eu não poderia entender o que passava na cabeça dela nesse momento, contudo, conhecia aquele olhar de confusão. Ela observou a terceira foto colocada na mesa e, pela primeira vez, esticou o braço, seus dedos tocaram a foto e a seguraram na altura de seus olhos.

Harry ainda parecia hesitante, e olhou para o vidro que nos separava antes de se voltar para Rose:

— Você faz ideia de quem são essas pessoas na foto? – Rose negou com a cabeça e passou a olhar para Harry. – Esses são meu cunhado, sua esposa e a filha deles, Rose Weasley. Essa foto foi tirada três dias antes de Rose desaparecer.

— Nesse exato momento, – o detetive falou, fazendo com que a atenção de Rose se voltasse para ele – estamos interrogando o senhor e a senhora Nott tentando descobrir se essa garotinha na foto pode ser você.

Rose ficou branca, seus olhos se encheram de lágrimas e ela se levantou, ainda olhando aterrorizada para os dois homens na sua frente. O cobertor caiu de suas costas e ela foi andando para trás até encostar na parede, eu queria poder correr até ela e ficar ao lado, mas meu pai estava de olho em mim para que eu não fizesse alguma loucura. Por mais difícil que esse momento fosse, eu não poderia estar com ela naquela sala.

— Sabemos que nesse momento existem muitas informações para serem processadas, mas, por favor, sente-se. – O detetive levantou-se e caminhou lentamente até Rose, ajudando-a a voltar para a cadeira – Eu vou buscar um copo d’água com açúcar para você, um momento.

Assim que a porta foi fechada, Rose voltou a olhar para a foto da família Weasley, passou o dedo sobre a imagem, parecendo tentar imaginar como seriam essas pessoas pessoalmente. Seu rosto ficava cada vez mais molhado com todas as lágrimas escorrendo, foi então que Harry lhe ofereceu um lenço. Um pequeno lenço rosa claro com algo bordado nele.

— É o único lenço que tenho comigo, é da minha filha, ela deve ter esquecido comigo em algum momento.

Rose agradeceu e pegou o lenço, focando sua atenção em Harry mais uma vez.

— Por que acham que sou eu?

Harry inspirou fundo e começou a mexer na pasta mais uma vez, antes de começar a responder:

— Como você pode ver com esses documentos, você tem a idade que Rose teria hoje, e é extremamente parecida com essa simulação de como Rose estaria atualmente, possui todas as características usadas para descrevê-la, o fato de ser adotada também chama atenção e, coincidentemente, é muito parecida com a esposa de meu cunhado. – Ele respirou antes de continuar. – Você não tem nenhuma foto de quando era mais nova?

Rose deu uma risada pelo nariz

— Meus... – ela parou e respirou fundo. – Os Nott não tinham o hábito de tirar fotos. As fotos que tenho minha são todas da adolescência, porque eu quis uma câmera fotográfica de presente. Antes disso, não tenho nenhuma foto. Se você perguntar para o detetive Brian ele pode confirmar que não existiam fotos na casa. Então eu não faço ideia de como eu era quando eu tinha essa idade.

O detetive Brian voltou para a sala com dois copos d’água e os colocou na frente de Rose. Ela tomou aos poucos o primeiro copo, aguardando que os dois homens cochichassem por um momento.

— Senhorita Elizabeth. – O detetive Brian começou a falar e se mexeu de maneira desconfortável na cadeira. – O senhor e a senhora Nott fizeram um acordo com o delegado e confessaram sobre o sequestro de uma garota ruiva em um parque em uma cidade do interior, contudo, precisamos ter certeza que você é a filha desaparecida dos Weasley e, para isso, precisaremos de uma amostra de DNA.

Nesse momento, Harry se levantou e se retirou da sala, sem se pronunciar e meu pai o seguiu. Mas eu não podia sair dali, pelo menos não nesse momento.

— A senhorita será acompanhada até o hospital mais próximo para uma coleta de sangue e, a partir de agora, o caso será encaminhado para a cidade de Hogsmeade, mais precisamente passará a ser ministrado pelo detetive Potter que estava na sala conosco. Quanto aos Nott, eles serão levados de volta para a Irlanda, onde serão processados por todos os crimes que cometeram e fugiram antes de serem julgados. Eu não sei como ficará o seu caso, mas tenho certeza que serão julgados em breve.

 

✶ Rose ✶

Scorpius queria vir comigo, mas não deixaram. Isso não o impediu.

Eu podia ver a figura loira do lado de fora da sala de coleta, ele estava sozinho, o que me fez pensar que o detetive Potter e o senhor Malfoy ficaram no carro, no estacionamento do hospital. Olhei para o tubo de sangue cheio e me perguntei se, em duas semanas, eu ficaria decepcionada em saber que não era a garota Weasley que desapareceu e, sim, outra menina ruiva que foi vítima de um sequestro.

Quando chegamos em Hogsmeade, fiquei hospedada em um hotel por uma única noite, depois fui para a casa dos pais de Scorpius. Casa não era bem a palavra certa, aquilo estava mais para uma mansão. Eu sabia que os pais de Scorpius eram ricos, mas eu não estava pronta para isso.

Scorpius entrou em contato com Nora e pegou meus pertences antes que eu me mudasse para a mansão de seus pais. Ele deixou tudo arrumado para a minha chegada. Porém, por mais que todos naquele lugar quisessem me deixar à vontade, minha cabeça estava confusa demais para processar qualquer informação.

As duas semanas que se passaram foram lentas, eu não conseguia parar de pensar que aquelas pessoas na foto não eram meus pais, mas, ao mesmo tempo, queria que eles fossem. Eu passei toda a minha vida presa dentro de um único lugar, e sempre me perguntei porque meus pais tinham tanto medo de me deixar sair, contudo, agora, alguns de seus comportamentos faziam muito sentido.

Eles nunca haviam deixado eu criar uma rede social, falando que existiam pessoas horríveis no mundo, e todos que eu precisava estavam naquela casa. Eu nunca tinha uma amizade constante, porque eu morava longe de todos e meus pais não me deixavam visitar as meninas que eu conhecia no conservatório. Eles sempre reafirmavam que eles eram os meus pais e eu não podia questionar qualquer decisão que eles tomassem.

Por mais que eles fossem meus pais e estivessem sempre comigo, eu olhava para trás agora e me perguntava se eles foram pais amorosos ou que todas as suas justificativas para o amor deles por mim foram medidas para que as pessoas não desconfiassem que eu não havia sido adotada e, sim, sequestrada.

O que eles me contaram, sobre perderem os bebês, era real? Será que eles me sequestraram porque iam me traficar e, no final, não conseguiram e apenas ficaram comigo? Por que criar toda essa história?

Quando falei sobre isso com Scorpius, ele não soube o que me responder, apenas ficou comigo em silêncio. E eu sabia que ele tinha medo de falar algo e me deixar pior. Porém, ele também fez algo sobre o assunto.

Harry Potter chegou na mansão um dia antes do resultado do exame com uma pasta da delegacia de Rye. Eles me fizeram prometer que eu não contaria a ninguém que eu estava tendo acesso a esse documento, e eu não pensei duas vezes antes de prometer.

O casal Nott era novo quando conseguiram fugir para Inglaterra, e fraudaram diversos documentos para conseguirem a fazenda e começaram seu pequeno negócio, mas aquilo não era o que trazia emoção para as suas vidas. Eles sentiam falta da adrenalina e foi naquele momento que bolaram um plano para sequestrar uma criança e colocá-la no mercado ilegal de adoção, por um preço bom, eles poderiam continuar fazendo isso. E eles fizeram. Os documentos anexos no arquivo mostravam mais de 10 documentos falsos de certidões de nascimento, mas isso parou quando eu fui sequestrada.

No depoimento, o senhor Nott fala que se apegou a mim primeiro, eu fui a criança que mais obedecia, que não chorava nem fazia escândalos, que ele gostava de me observar brincar. A senhora Nott aceitou me adotar para agradar o marido. Ele sempre quis uma filha, e eu era perfeita na visão dele. Eles passaram a sua paixão para mim. Só que nem tudo era bom, eles falaram que houve mais de uma ocasião que eles pensaram voltar à vida antiga e apenas me deixariam de lado, só que o senhor Nott estava muito ligado a mim.

No depoimento eles confessam que estavam fugindo depois da noite com os Malfoy, o fato deles entrarem em pânico deveria ter chamado atenção da família, e eles não tinham medo de descobrirem sobre mim, e, na verdade, sobre o passado deles. A senhora Nott queria colocar um fim em tudo e continuar fugindo, mas o senhor Nott não conseguiu fazer isso.

— Ah meu Merlin – sussurrei e tirei os olhos do papel pela primeira vez, mostrando para Scorpius o documento. – Eles tentaram me matar.

As minhas refeições, todas estavam com veneno. O senhor Nott não teve coragem de colocar um fim na minha vida, então, a senhora Nott passou a colocar o veneno das plantações nas minhas refeições, doses pequenas, mas, ainda sim.

Eles haviam me abandonado porque acharam que seria mais fácil fugir para fora do país durante as festas. Acharam que, naquele momento, eu já teria tomado veneno suficiente para fazer efeito e que as pessoas não iriam me achar tão cedo. Imaginaram que Scorpius ia desistir de me procurar e que ninguém mais sentiria a minha falta.

Mas o detetive particular que o senhor Malfoy contratou atrapalhou seus planos, quando eles souberam que havia um homem procurando por mim na cidade, perguntando sobre a minha pessoa no conservatório e nas redondezas, assim como as pessoas que poderiam ter algum contato comigo, eles tentaram intervir, falando com ele e tentando colocar na cabeça dele que eu não queria ser encontrada, que havia fugido. Entretanto, ele nunca acreditou e conseguiu descobrir onde ficava a fazenda e eles, por pura sorte, conseguiram chegar antes na fazenda, mas não havia tempo suficiente para me matar e fugir.

Parei de ler e não queria mais olhar para aquilo. Deixei os Malfoy e o senhor Potter na sala e apenas subi as escadas. Eu não sabia dizer se era melhor ter ficado na dúvida ou saber da verdade.

Será que, em algum ponto, eles passaram a me amar de verdade? Ou será que eles apenas sentiam essa ligação e me mantiveram por perto? Talvez o senhor Nott tenha me amado como filha em algum momento, porém isso era parte do passado agora.

Eles me deram uma vida, isso não posso negar, mas eles me tiraram da minha família, levaram-me embora de tudo o que eu conhecia apenas porque eles sentiam falta da adrenalina da vida do crime. Qual é o ser humano que faz isso? Quem é a pessoa que acha algo bom se beneficiar com o sofrimento de outro?

Eu não consegui dormir pensando em tudo o que eu poderia ter vivido caso eles não tivessem me levado, em como eu seria amada de verdade a minha vida toda, em sentir como era realmente a preocupação de um pai com a filha.

Eram oito e meia da manhã quando o senhor Malfoy bateu na porta do quarto de Scorpius. Ele pediu para nos trocarmos porque os resultados tinham saído e precisávamos ir para a delegacia.

Scorpius não soltou minha mão em momento algum e, quando eu olhei para ele, de pé ao meu lado depois de tudo isso, percebi que aquele era o homem para mim. Essa havia sido a fase mais difícil da minha vida, e poderia continuar sendo, eu uma Weasley ou não, e lá estava ele, ao meu lado, segurando minha mão e sempre me apoiando. Ele dormiu comigo todas as noites. Ele fez carinho em mim para eu dormir, abraçou-me quando eu tinha pesadelos, distraiu-me durante as últimas semanas. Em nenhum momento ele me deixou. Se eu não tivesse sorte em achar a minha família, eu sabia, nesse momento, que eu estava pronta para criar uma com ele.

Levantei-me quando o detetive Potter entrou na sala, ele segurava um envelope fechado e mantinha uma expressão séria.

— Nós já sabemos do resultado, porém pedimos para fazer um outro envelope para a senhorita.

Eu tremia tanto que não conseguia segurar o papel direito. Scorpius me ajudou enquanto eu tentava conter os meus nervos. O papel estava nas minhas mãos e pela primeira vez em muito tempo eu senti um alívio enorme em ler um documento oficial.

— Bem-vinda de volta, Rose Weasley.


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Notas finais do capítulo

Ninguém está surpreso que a Rose é a Rose, mas o importante é a adrenalina do momento.
não teve reencontro dos Wealsey, mas quem sabe até dia 30 não sai esse momento mó lindo? (de verdade, tenham fé em mim, eu tô tentando fazer isso e estudar ao mesmo tempo, tá doido demais)
novamente, obrigada a todos que acompanharam e a todos que passaram por essa loucura junto comigo.



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