Nightmare escrita por AccioPudim


Capítulo 3
I'm tired and angry, but somebody should be


Notas iniciais do capítulo

ai gente, até agora tô desacreditada com as pessoas lendo e curtindo essa história, de verdade. obrigada a todos que comentaram, eu fico super feliz com isso.
tô toda atrasada para responder os reviews, mas vou fazer isso assim que eu postar esse capítulo, juro juradinho,
eu também tô toda atrasada no Junho Scorose, mas uma hora eu consigo me atualizar. vou culpar a OAB porque a culpa é dela mesmo, e tô rindo para não chorar porque eu não passei então vou ter que continuar esse estudo feito condenada.
mas chega de desculpas e espero que vocês curtam esse capítulo! Boa leitura!



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Eu não conseguia parar quieto desde o momento que a porta do escritório foi fechada, queria ficar ali tentando escutar o que estava sendo discutido, mas minha mãe me fez voltar para a mesa para almoçarmos.

Era como se não tivessem duas pessoas ausentes na mesa, porque as conversas continuaram, as risadas soavam ao fundo, porém a minha cabeça não queria se concentrar na história que Lily Luna contava, nem no que minha mãe comentava com Hermione sobre o trabalho dela. Meus olhos continuaram a vagar pela casa esperando meu pai e Harry aparecerem.

Quando os dois voltaram, eles pediram desculpas e se retiraram. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, mas precisava me juntar a eles.

— Scorpius, volte para dentro. – Meu pai falou quando eu fechei a porta do carro – Não queremos você envolvido nisso.

— Tem algo a ver com Rose, não tem? – Perguntei, ainda sentado no carro. Harry me olhou pelo espelho retrovisor, levantando a sobrancelha e lançando um olhar para o meu pai, que permaneceu em silêncio.

— Não sabemos. – Ele voltou a falar depois de uma pausa. – E por isso não podemos falar nada.

— Eu não entendi.

— Isso pode ser muito maior do que você pensa, Scorpius. Deixe-me resolver, conversamos quando eu chegar em casa. Enquanto isso, aproveite o Natal com seus amigos.

 Obviamente eu não parei quieto até o momento que meu pai entrou pela porta de casa. Albus ficou comigo em casa, minha mãe queria dormir cedo por conta de uma dor de cabeça e meu melhor amigo viu isso como uma desculpa para me fazer companhia até que meu pai me explicasse o que estava acontecendo.

— Eu ainda não entendi o porquê de você achar que isso pode ter alguma coisa com a sua namorada.

— A gente estava falando sobre ela quando meu pai surtou – não passava na minha cabeça como não era óbvio para Albus, porém eu ainda não entendia o que ela teria de ligação com os casos antigos de Harry.

— Já te falei que não faço ideia de que caso seu pai estava falando. E eu já te falei diversas vezes que meu pai não comenta sobre os casos dele em casa, minha mãe não deixa. Desde que ele ficou alterado por falhar com o meu tio em um caso, minha mãe acha melhor deixar esse tipo de conflito para dentro da delegacia.

Albus já tinha comentado que o último caso que seu pai levou para casa teve relação com a prima dele que foi dada como morta há cinco anos, era uma história triste demais, Albus ficava abalado demais, além de ter causado muitos traumas na família Weasley.

Quando meu pai entrou em casa, Albus estava dormindo no sofá e eu observava os movimentos da TV. Ele parecia ainda mais abalado comparado ao momento que saiu da casa dos Weasley. Não houve uma palavra trocada, apenas a indicação do escritório no final do corredor. Segui-o em silêncio, observei os movimentos calculados, desde a porta sendo fechada até o momento em que ele colocou muito mais que uma dose de whisky no copo. Aguardei apoiado na mesa enquanto ele se acomodava na cadeira e bebia um longo gole.

Draco Malfoy era muitas coisas, mas nenhuma delas era precipitado, ele levaria o tempo que julgava necessário antes de falar algo ou explicar, tudo tinha que ter uma linha completa de raciocínio, de forma detalhada, dentro da cabeça dele. E essa foi a única razão pela qual eu me dei ao luxo de levantar e me colocar na cadeira de leitura da minha mãe, que ficava no canto de escritório.

O rosto dele estava cansado, eu conseguia ver perfeitamente as olheiras de diversas noites mal dormidas, as linhas finas do seu rosto por completo aristocrata ficaram mais ressaltadas com os anos. Ele ficava cada vez mais parecido com meu falecido avô, a única diferença gritante era o comprimento do cabelo, que estava sempre alinhado e arrumado com o gel e, nesse momento, era possível ver fios jogados para frente, sinal de que ele passou a mão demais na testa, coisa que ele só fazia quando estava preocupado.

— O que você sabe da filha dos Weasley? – Ele perguntou enfim, sem tirar os olhos do copo que segurava.

— A prima do Albus? – Ele assentiu. – Quase nada, ele não entra nesse assunto. Tudo o que eu sei é que ela foi dada como morta.

— Certo. – Ele falou e endireitou a postura antes de continuar. – Há 15 anos, Albus e a menina Weasley estavam brincando no parque central, como os pais das crianças sempre trabalharam muito, eles contrataram babás para as crianças durante o dia. Nesse dia em específico, a babá dos Potter estava responsável pelos dois. O Albus acabou caindo e machucando o braço, no meio tempo entre o socorrer e decidir que era melhor voltarem para casa, a menina Weasley desapareceu.

Meu pai sempre teve o dom de fazer com que as histórias ficassem mais dramáticas, só que, nesse caso, eu não estava gostando de como poderia terminar. Também não entendia ao certo o que isso poderia ter ligação com Rose.

— No início, acharam que ela estava brincando com alguma outra criança, saiu correndo e acabou se perdendo, mas depois da primeira hora descartaram essa possibilidade. A menina Weasley era muito parecida com a Hermione em muito sentidos, e um desses era a obediência e o raciocínio lógico, mesmo pequena, ela tinha noção que caso se afastasse demais da babá estaria infringindo uma regra e, quando ninguém foi capaz de localizá-la nas redondezas do parque, passaram a ficar preocupados.

Quando ele parou para respirar parecia que ele havia entrado no modo concentrado novamente, o seu olhar estava fixado no copo mais uma vez, não sei se ele parou de olhar para o objeto em algum momento. Seu olhar continuava sombrio, e sua voz parecia mais arrastada que o comum.

— Como Ronald é detetive, ela foi dada como desparecida dentro das primeiras horas de sumiço. Eu não me dava bem com os Weasley naquela época, mas quando soube do que estava acontecendo, me voluntariei para procurar em lugares mais afastados e ajudar com a busca, afinal, eu perderia meu chão se algo chegasse a acontecer com você.

Pensei em todas as vezes que meus pais ficaram grudados em mim, não me deixaram sair, ou ficaram no meu pé quando eu ia em alguma festa. Lembrei-me também, em especial, da única vez que eu cheguei depois do horário combinado e como minha mãe ficou louca com a possibilidade de algo ter acontecido comigo. Eles viram de perto o sofrimento dos Weasley.

— Infelizmente, a menina nunca foi encontrada. E como Ronald estava muito próximo disso, tiraram ele do caso, mas deixaram Harry como primário. Ele fez diversas teorias, seguiu muitas pistas. Seu avô foi investigado por um período, afinal existe toda a história entre as famílias, claro que fomos excluídos como suspeitos, todavia, não fomos os únicos a sair da lista de possíveis suspeitos. Eles ficaram sem qualquer tipo de pista, por anos. Com a tecnologia, foram feitas montagens de como ela poderia ser quando mais velha, até chegaram a escurecer o cabelo dela. E, depois de 10 anos, o chefe de Harry achou que seria melhor declarar que a menina morreu e fechar o caso. – Quando ele terminou, remexi-me na cadeira e apoiei meus cotovelos nos joelhos. – Até hoje.

Minha cabeça levantou.

— Desde o primeiro momento que coloquei os olhos em Rose eu sabia que tinha algo de muito familiar nela. A princípio achei que fosse o fato dela ser ruiva e ter a possibilidade de eu ver certa semelhança com Gina, mas quando ela sorriu descartei o pensamento. Mas a sensação de que eu já a tinha visto antes continuou. E toda vez que você mostrava uma foto dela ou até mesmo quando eu pensava no que eu poderia ter feito de diferente naquela noite, a sensação voltava. Sua mãe sentia o mesmo.

Claro que eu não tive tempo de formular algum tipo de resposta porque meu pai colocou a mão no ar, indicando que ele não havia terminado.

— E hoje, eu entendi o porquê. Durante o almoço, enquanto vocês conversavam, eu parei para analisar Hermione a minha frente, por alguma razão, o cabelo dela estava preso, o que não acontece com frequência, mas o rosto dela ficou mais visível por isso. E quando Ronald contou uma piada totalmente sem graça e ela riu, eu vi. Rose é extremamente parecida com Hermione, o formato do rosto, o traço do nariz e o sorriso, a diferença das duas se encontra na cor dos olhos e do cabelo. Não precisei de muito para me tocar que a cor dos olhos e do cabelo não viriam de Hermione e sim do marido dela.

Eu não notei quando havia me levantado, mas eu tive plena noção que eu havia parado de andar em círculos quando meu pai pausou mais uma vez.

— Foi por isso que me levantei no almoço, era como se uma bomba tivesse sido jogada no meu colo. Harry ficou apreensivo no começo, mas depois que contei sobre o comportamento dos pais de Rose e sobre como, após aquele jantar a menina tinha desaparecido, ele pareceu mais interessado. Decidimos ir para a delegacia depois que pegamos a foto que você postou e comparar com uma foto com os três, a menina Weasley e os pais.

— Por que eu sinto que isso não vai terminar em uma notícia feliz? – Perguntei apoiando minhas mãos na mesa.

— O fato de Rose ser parecida com os dois e ter a idade que a menina Weasley teria não é prova suficiente para que ele reabra o caso, tudo o que apresentamos é relativo.

— Mas você tem certeza de que é ela?

— Eu acho muita coincidência essa menina ser parecida assim com Hermione, ter a idade certa, ser adotada, sem contar o comportamento dos pais ao tocar no assunto. Coincidência demais, até mesmo o nome.

— O nome? – Perguntei sem entender

— Ela se chama Rose Granger Weasley.

— Mas o nome é Elizabeth Rose, não Rose. Ela apenas prefere ser chamada assim. – Ela se apresentou como Rose, lembro desse encontro até hoje.

— Ainda sim, coincidência demais. – Ele se levantou e observou o jardim pela janela, o olhar sombrio continuava, somente dessa vez a cabeça dele estava funcionando, eu conseguia ver as engrenagens se mexendo – Se a menina fosse encontrada e convivesse conosco, eu não ficaria tão fixado nisso. – Ele falou baixo demais, se eu não estivesse tão próximo, eu não teria escutado.

— Vocês queriam ir para a delegacia direto para ver sobre a possibilidade de abrir o caso antes de falar com os Weasley? – Perguntei tentando chamar a atenção do meu pai

— É claro. – Ele se voltou para mim. – Eu queria contar, mas Harry me falou que dar falsas esperanças pode ser ainda pior.

— Certo, e o que você vai fazer?

— Preciso de um detetive particular.


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Notas finais do capítulo

e ai? acham que o detetive vai ajudar?
eu tô apenas observando as teorias de vocês fazerem cada vez mais sentido e eu mal posso esperar para ver as reações de vocês no que está por vir.
Spoiler alert: o próximo capítulo é na visão da Rose e vai responder um pouco mais das suas perguntas haha
obrigada por todo apoio!



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