The best moment escrita por nymphadora


Capítulo 1
Capítulo ùnico




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Sozinha em um canto de uma das cabines do expresso de Hogwarts, Rose apenas observava a paisagem através da janela, enquanto seus colegas conversavam sobre algum assunto do qual ela nem pensou em tentar participar, dessa vez.

 

Havia desistido há muito tempo de tentar manter conversas com os alunos da sua idade. Todo seu primeiro ano na escola de magia e bruxaria havia lhe comprovado que ela não era como seus primos, James, Teddy e Victoire. 

 

Ainda estava sendo difícil para Rose aceitar que Alvo, a pessoa mais próxima de si até então, tinha sido escolhido para a Sonserina e parecia estar extremamente próximo de Scorpius Malfoy, e isso era só uma das coisas que a faziam se sentir sozinha, mesmo em meio a tantas pessoas.

 

Nada daquilo era o que ela esperava quando finalmente recebeu a carta que permitia sua entrada para a tão sonhada Hogwarts. As histórias que cresceu ouvindo de seus pais, tios e primos mais velhos, envolviam aventuras e risadas no lugar do sentimento de estar sozinha e deslocada como ela estava agora.

 

Seus colegas jogavam snaps explosivos enquanto a tarde caía do lado de fora do trem e Rose contava os minutos para chegar na estação onde sabia que seus pais a esperavam.

 

Hugo a bombardeou de perguntas quando a viu descer do veículo e, tanto sua mãe, quanto seu pai, não pareciam querer deixar com que ela se desvencilhasse do abraço duplo em que envolviam a filha.

 

— Então aqui estão vocês! — exclamou Lily Luna se aproximando dos quatro ao lado de Gina e Harry, que segurava sua mão.

 

Rose sabia que seu tio era popular, mas seus dias em Hogwarts a haviam ensinando que Harry era muito mais que o "tio Harry" do qual ela estava acostumada, e muito de seus colegas se aproximaram dela momentaneamente, apenas para saber sobre como era ser sobrinha do "menino que sobreviveu". 

 

— James comentou, em algumas cartas, que você conseguiu vários pontos para a Grifinória esse ano. Parabéns, Rosinha! — disse Harry sorrindo para a sobrinha enquanto Ron e Hermione se afastaram da garota, permitindo que ela respirasse melhor novamente e pudesse ser abraçada por seus tios.

 

— Obrigada, tio Harry. — foi tudo que Rose se limitou a responder com um meio sorriso, antes de perguntar para seus pais se já podiam ir para casa.

 

Ron e Hermione claramente estranharam a atitude da filha, mas não se opuseram. Após se despedirem rapidamente de Gina, Harry e seus três filhos, os quatro se dirigiram ao Ford Anglia azul, que um dia havia pertencido ao avô de Rose e Hugo, tendo como destino o sobrado localizado num bairro trouxa, próximo onde os Granger viviam.

 

Respondendo brevemente as perguntas do irmão mais novo durante o trajeto de volta para casa, Rose foi a primeira a descer do carro após Ron estacionar o veículo na garagem. Pegando seu malão das mãos de sua mãe, ela atravessou a sala de estar, subindo as escadas da casa em direção ao seu quarto, sem se importar com os miados de protesto de Bichento, que provavelmente esperava receber carinhos de boa vindas.

 

— Está tudo bem, Rosinha ? — questionou Hermione colocando-se no batente de porta do quarto da garota minutos depois de Rose ter subido.

 

Deitada em sua cama, Rose limitou-se em responder que estava com dores de cabeça, mas que desceria quando fossem jantar. Sua linguagem corporal era o suficiente para indicar que não queria conversar, e sua mãe respeitou isso ao se retirar da porta de seu quarto após Rose recusar tomar alguma poção analgésica.

 

Minutos depois, porém, Bichento passou pela fresta aberta da porta do quarto da garota ruiva e sardenta, sendo seguido por Ron momentos mais tarde. Ele, diferente de Hermione, não pareceu se importar com a linguagem corporal da filha e sentando-se na beirada de sua cama em que ela estava deitada, fez cócegas nos pés da garota até receber atenção.

 

— Eu só queria dormir um pouco, sabia?  — protestou Rose, sem conseguir segurar o riso, porém.

 

— Você pode dormir mais tarde — disse Ron — O que eu quero saber agora é por que você está trancada aqui ao invés de estar contando sobre como foi seu primeiro ano em Hogwarts para Hugo, ou se vangloriando dos pontos que conseguiu para Grifinória para mim e sua mãe.

 

Qualquer traço de risada antes estampado no rosto de Rose, pareceu sumir ao ouvir o nome da escola de magia e bruxaria. Ela sabia que seus pais ficariam decepcionados com a escolha que ela havia decidido seguir, e nem conseguia imaginar a reação de seus avós Weasley, mas aquela parecia ser a única opção possível.

 

Levantando-se da cama, Rose sentou-se na beirada do colchão ao lado de seu pai e, se esforçando muito para segurar as próprias lágrimas, disse o que tinha evitado dizer nas cartas que mandava para seus pais e irmão enquanto estava longe de casa.

 

— Pai, acho que eu quero desistir de estudar em Hogwarts. — disse ela sem mais hesitar.

 

Surpreso com o que fora dito, Ron ficou em silêncio por alguns instantes antes de voltar a tentar entender o que estava acontecendo com Rose.

 

— Deixa eu ver se eu entendi. — começou Ron, olhando para a garota que agora parecia achar mais interessante olhar para os próprios pés. — Você enfim foi para Hogwarts após anos sonhando com isso, McGonagall disse que você teve as melhores notas da turma e que todos os professores te elogiaram, ontem Harry me avisou que a Grifinória só conseguiu o segundo lugar na taça das casas porque você conseguiu pontos extras. E agora está dizendo que quer desistir de tudo isso?

 

— Eu já pesquisei nos livros da biblioteca e eu tenho permissão para continuar meus estudos em casa! — argumentou Rose, ainda sem conseguir olhar para Ron. — Eu só precisaria ir para Hogwarts para fazer as provas dos N.O.M.S e N.I.E.MS e o Ministério aceitaria minhas notas se eu decidisse trabalhar lá.

 

Rose poderia não estar vendo, mas Ron sorria ao perceber que o modo como a filha argumentava lembrava e muito, a maneira como Hermione encontrava lógica em seus argumentos. Sem desistir de tentar entender os motivos de Rose estar dizendo tudo aquilo, Ron voltou a questioná-la:

 

— O que aconteceu de tão grave para você querer desistir agora, Rose? Se você quebrou alguma regra e está com medo de falar, não tem problema, sua mãe nunca vai admitir, mas quando estudávamos em Hogwarts…

 

— O problema não é esse, pai! — exclamou Rose, interrompendo o que ele dizia, sem querer escutar mais histórias sobre como eles foram felizes quando estudaram lá. — Eu não quero voltar para lá se só os professores gostam de mim! 

 

Naquela altura, Rose estava deixando as lágrimas que tanto se esforçou para segurar, rolarem por suas bochechas enquanto soluçava e dizia tudo o que não tivera coragem de dizer através das cartas que enviava para sua família.

 

A verdade era que seus professores podiam estar felizes com suas notas,  mas Rose sentia que não tinha nada do que se vangloriar além disso. Nenhum de seus colegas sequer conhecia as músicas country da cantora trouxa que ela mais gostava, nenhum deles parecia, também, interessado em escutá-la falar sobre seus livros preferidos ou até mesmo sobre quadribol (chudley cannons não era lá um time muito popular, afinal).

 

Ron a abraçava e, a certa altura, não teve outra opção senão questionar sobre o motivo dela não ter procurado pela companhia de seus primos James e Alvo, que estava no primeiro ano, assim como ela.

 

— James está no terceiro ano, não quer andar com a prima mais nova dele. — respondeu Rose, sua voz era a mesma de alguém que havia pego um resfriado forte. — E Alvo está na Sonserina e andando com um Malfoy!

— Mas você tem colegas de dormitório, Rosinha. — pontuou Ron. — Você as vê todo dia no salão comunal e Hagrid também pode ser um bom amigo.

— Delilah Brown e Alice Davis são amigas mas não querem que eu me aproxime muito porque acham meu cabelo excessivamente cacheado e ruivo. — respondeu Rose. Tinha conseguido controlar as lágrimas, mas ainda permanecia com a cabeça apoiada no peito de Ron. — E sair para tomar chá na Cabana de Hagrid em alguns finais de semana pode ser legal, mas não é a mesma coisa que ter amigos na escola.

Era difícil falar sobre aqueles assuntos e Rose fazia o possível para encontrar conforto nas palavras de compreensão que seu pai dizia a ela, mas sentia que precisava voltar a ficar sozinha como estava antes, por isso, pediu para que Ron deixasse seu quarto, garantindo a ele que desceria para o jantar.

Tudo o que Rose queria agora era voltar a deitar em sua cama e ignorar o mundo à sua volta mas, para sua surpresa, Ron propôs uma opção melhor do que essa. Voltando a bater em sua porta, minutos depois de ter saído, ele parecia empolgado com algo ainda desconhecido por ela.

— Lave o rosto e coloque uma roupa confortável, Rosinha. Hoje tem amistoso entre Chudley Cannons e Montrose Magpies, posso dirigir até lá e assim, não chamar atenção de trouxas e nem vamos precisar de uma chave de portal! — exclamou ele, acrescentando em seguida, ao ver que a filha permanecia na mesma posição de outrora.   Vamos Rosinha, podemos sair para tomar sorvete depois, te espero lá embaixo, não deixe que pessoas insignificantes te coloquem pra baixo.

Rose pensou seriamente em ignorar a proposta e continuar trancada em seu quarto, deitada em sua cama esperando a hora passar, mas o tom de seu pai havia sido decidido o suficiente para que ela deixasse passar a oportunidade de assistir um amistoso em que o time que ambos mais gostavam, iria participar.

Após colocar roupas mais confortáveis, vestindo a camisa que estampava o logo do time, Rose desceu as escadas em direção a sala onde Ron já estava com as chaves do carro em uma de suas mãos e Hermione a recebia com um sorriso. Rose correu para abraçar Hugo quando alcançou a sala e, dessa vez, mostrou-se mais aberta para conversar com o irmão mais novo enquanto os quatro estavam no carro com o rádio ligado, ao som de suas músicas preferidas no caminho até o estádio.

Mesmo tendo ingressos de última hora, a pequena família conseguiu lugares privilegiados na arquibancada, que não estava tão cheia como em dias de jogos padrões, e sentaram-se lado a lado enquanto o jogo era narrado e os catorze jogadores voavam alto marcando gols, procurando o pomo de ouro e fugindo de balaços.

Rose, Hugo e Ron vibravam juntos pelo Chudley Cannons a cada ponto marcado e, para Rose, parecia agora que seus dias ruins em Hogwarts estavam muito distantes e ela nem era capaz de lembrar os nomes de seus colegas e seus comentários maldosos direcionados a ela.

Nem mesmo o fato do pomo de ouro ter sido encontrado pelo apanhador do Montrose Magpies fez com que ela perdesse o ânimo e aceitou, sem rodeios, a oferta de Hermione de jantarem em algum restaurante trouxa que encontrassem na volta. Rose ria dos comentários que Ron fazia sobre o jogo enquanto estavam no carro e ela e Hugo especulavam sobre como seria jogar Quadribol num campeonato de verdade, não apenas no quintal de casa, como costumavam fazer.

— Rosinha. — começou Hermione quando os quatro estavam no restaurante francês que era seu preferido. — Nós vamos entender se você quiser deixar Hogwarts e estudar apenas em casa.

Sentada ao lado da mãe em frente a mesa, Rose recebia carinhos nas costas enquanto Hermione falava em tom de compreensão.

 

— Vamos ter que conversar com McGonagall e assinar alguns papéis, mas se esse for o melhor para você, nós não nos importamos. 

Hermione parecia sincera com o que dizia e Rose  sentia-se grata em saber que a reação da mãe estava longe de ser o que ela havia imaginado. Mesmo assim, Rose percebeu, naquele momento, que podia não saber se teria alguém com quem conversar quando tivesse que voltar para Hogwarts, mas, independente de como as coisas seriam dali para frente, ela tinha a certeza de que tinha a melhor família bruxa ao seu lado, e nada poderia deixá-la para baixo enquanto dias como aqueles a esperassem quando seu momento de voltar para casa, chegasse. 

— Eu vou voltar à Hogwarts para meu segundo ano. — disse ela de maneira decidida. — Hugo vai precisar de mim quando receber a carta.

— Assim que se fala! — exclamou Ron sorrindo, assim como Hermione. — Essa é minha Grifinória favorita!

— E logo, Hugo será nosso Grifinório favorito. — disse Hermione, mas o garoto de nove anos não estava prestando atenção.

— A gente pode pedir sobremesa? — perguntou ele, fazendo os três rirem.

Rose estava, definitivamente, tendo o melhor momento com eles.


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Notas finais do capítulo

Oi gente!

Agradeço muito a quem leu até o final e principalmente as adms do Maio Weasley que criaram um mês cheio de fanfics da família bruxa que eu mais amo ♥. Comentários são muito bem vindos e, mais uma vez, obrigada!



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