Ofensa e Perdão (Bakudeku) escrita por Linesahh


Capítulo 1
Bakudeku I One-Shot


Notas iniciais do capítulo

SAHH NA ÁREA

Boa noite, pessoal! Estou muito feliz por trazer uma nova one-shot desse casal que vem me interessando cada vez mais ❤️

Espero que gostem dessa pequena obra, e que ela toque seus corações assim como tocou o meu enquanto a escrevia

Boa leitura ❤️



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Ofensa e Perdão

por Sahh

 

 

A noite estava fria. Bem fria. Fria o suficiente para levar os pensamentos de Midoriya Izuku para longe, fazendo-o refletir que, em circunstâncias normais, estaria, naquele exato momento, em sua casa tentando ver algum filme de terror com sua mãe até que um dos dois se acovardasse — resultando, em seguida, na escolha de algum programa mais “leve” —, ou em seu quarto, revisando alguma matéria passada na escola ou adicionando novos conteúdos em seus intermináveis guias de heróis.

Mas não. Aquela não era uma circunstância comum, e não era apenas Midoriya o único a se enquadrar em tal meio; para o esverdeado, ainda era novidade não estar mais mais no conforto de casa, e sim, nos dormitórios da U.A. Era, ao mesmo tempo, assustador e excitante a ideia de “morar” na academia a qual tanto sonhou estudar desde pequeno, mas isso não fazia-o esquecer de todos os problemas e dramas que ocorreram para originar a implantação de “colégio-interno” nos padrões da prestigiada academia de heróis.

Ao menos, as coisas pareciam estar normais. Tudo estava nos eixos, e ele, assim como os colegas aspirantes a heróis, davam seus máximos para atingirem seus objetivos, tudo visando a conquista do sonho carregado em seus corações: ser a pessoa a salvar todos aqueles em perigo.

Estava tudo bem, e Midoriya não poderia estar mais satisfeito, apesar das preocupações comuns que todos carregam; afinal, a vida não é fácil, mas sempre há formas de facilitá-la de maneira saudável.

O toque de recolher havia acabado de soar, e Midoriya, sem muito o que fazer, encontrava-se estirado na cama, folheando um de seus cadernos contendo anotações sobre heróis profissionais. Aquelas notas, agora, estavam um tanto ultrapassadas, considerando as repercussões recentes... Refletiu que logo teria que atualizá-las.

De repente, o barulho da maçaneta chamou-lhe a atenção, fazendo Izuku erguer o corpo. Seus instintos já começavam a ser preenchidos por um sentimento de alerta e curiosidade, até que a porta enfim abriu e o rosto familiar do “intruso” foi reconhecido:

— … Kacchan? — Midoriya não escondeu a surpresa, seus grandes olhos verdes adquirindo um aspecto de considerável atenção. — O que faz aqui?

O rapaz loiro encarou-lhe após fechar a porta, permanecendo parado por alguns segundos. Seu rosto que, normalmente, apresentava feições raivosas e irritadas no dia a dia, naquela noite estava um tanto mais calmo, apesar de levemente fechado, ressaltando, assim, a fineza e beleza de seus traços. A impetuosidade comum presente em seus olhos rubros havia sido, por hora, coberta pelo véu de uma estranha seriedade abstrata.

Bakugou Katsuki, por alguma razão, levou um tempo significativo para responder:

— Eu… é só esse frio desgramado, que não me deixa dormir. — o loiro massageou a nuca, aproximando-se de Izuku com naturalidade. O tom de sua voz apresentava leve disfarce do que realmente queria falar, mas Midoriya não questionou aquilo. Apenas observou o amigo de infância sentar-se à sua frente, na beira do colchão. — O que está fazendo, nerd?

Midoriya piscou, tentando entender o que estava acontecendo. O nervosismo em seu peito apitava sem parar, e só se deu conta da real razão ao perceber que aquela era a primeira vez que Kacchan pisava em seu quarto.

E o horário também não ajudava muito… o que será que ele queria?

— Hum, bem… — encarou o caderno ainda em mãos, um tanto sem graça. O olhar profundo e distante de Katsuki estava meio difícil de ser decifrado naquele momento, então era melhor desviar. — Nada demais, só revisando algumas coisas. Também estou meio que sem sono, e o clima está gelado mesmo. Aliás, se o frio está te incomodando, você devia ter vestido roupas mais quentes, Kacchan. — indicou a simples camisa de manga comprida e o short largo que o outro usava; ambas não sendo as mais indicadas para o serviço de aquecer alguém em condições como aquelas.

O rosto de Bakugou não se alterou. Continuou, na verdade, a observar Izuku como se enxergasse outra coisa em seu lugar.

— … Tem razão. — somente comentou, parecendo, ao mesmo tempo, concentrado e aéreo. Izuku, sentado de pernas cruzadas, logo teve a necessidade de desviar os olhos outra vez, um tanto desconfortável e curioso.

Bakugou estava distraído, algo raro de se ver. No que ele estava pensando…?

— Hum… então — Izuku coçou a nuca, um tanto confuso. —, acho que já vou me recolher… mas isso não quer dizer que estou te expulsando e nem nada, Kacchan, na verdade, se quiser ficar mais um pouco, eu posso te fazer companhia! — começou a se explicar, rápido. — Felizmente não haverá muito trabalho nos primeiro horários das aulas da manhã; não que nunca tenha, você sabe, afinal, a U.A. nunca pega mole e tem sempre alguma surpresa, mas…

— Deku — Bakugou o cortou, finalmente apresentando mais que um semblante sério e pensativo: a familiar impaciência envolta por leve severidade. — Esse seu falatório está atrapalhando a droga dos meus pensamentos. Por que está tagarelando?

As orbes de Midoriya se surpreenderam.

— Aah, e-eu… — baixou a cabeça, constrangido. — Sinto muito.

Naquele pequeno instante em particular, o esverdeado não percebeu, mas suas palavras despertaram algo forte e amargo no interior de Katsuki. Algo que, definitivamente, serviu de estopim para que seus conturbados pensamentos explodissem.

O loiro cerrou os punhos, prensando os lábios em irritação e flagício. Parecia estar com raiva, mas o sentimento negativo não era direcionado a Izuku em questão.

Não. Na verdade, era justamente o contrário.

— Não… não me peça desculpas, caramba...

Foi como se Midoriya houvesse recebido um empurrão. Olhou Katsuki sem entender.

— Kacchan?

Bakugou, então, afundou os olhos sob as mãos, os dentes cerrados. Era como se, estranhamente, passasse por um tortura interna.

— Só… não fale mais essa merda. Não precisa falar, eu não quero ouvir você falando isso, entendeu? — alterou a voz.

O interior de Midoriya se agitou, seu lado preocupado agindo instantaneamente. Bakugou estava com algum problema; isso era evidente em sua postura instável e nas palavras, ainda que desconexas, soando com uma agressividade singular.

Levantou-se.

— Kacchan, é melhor eu te trazer um copo d'água e…

Antes de sequer dar um passo, Midoriya sentiu o pulso ser agarrado e, sem reação, foi puxado de volta para a cama. Teve as costas prensadas contra o colchão fofo e confortável, e, sem sequer perceber direito, já tinha o peso do tronco de Katsuki sobre o seu, os olhos vermelhos, agora, totalmente conectados com os verdes.

Midoriya sentiu a face esquentar na mesma hora, as pupilas dilatadas pela situação inesperada.

— K-Kacchan…

— Espere um pouco, Deku... — Katsuki ainda tinha uma expressão um tanto desventurada em sua face, mas isso não o impediu de contemplar minuciosamente aquele rosto cujo não contemplava de perto fazia tempo. — Somente fique…

Ele não terminou a frase. Segurando a lateral do rosto de Izuku, apenas acariciou brevemente sua pele e, sem hesitar, o beijou.

O contato foi suave, uma suavidade que não combinava com o explosivo Bakugou Katsuki. O aprofundamento não foi imediato, mas, ainda assim, Midoriya não pôde evitar ficar embevecido ao retribuir aquele beijo gracioso, permitindo-se suspirar languidamente por um momento antes de levar a mão às madeixas claras de Katsuki e se entregar àquele instante.

Com a gradual intensificação que a situação foi tendo, Bakugou endireitou-se melhor sobre o corpo Midoriya, a boca agora encaixando-se com mais agilidade e avançando a exploração daquele beijo profundo e abrasador. Os corações dos dois garotos batiam forte, ambos sincronizados naquele momento intenso e familiar que, admitiam, já estavam sentindo falta.

No entanto, não o suficiente para mascarar o bom-senso de um deles.

— Kacchan… — Midoriya respirava ofegante, os lábios ainda recebendo as investidas ardentes do outro. — Não devemos, não aqui. Alguém… pode aparecer.

— Tsc… merda, tudo bem. — Katsuki pareceu desagradado, mas acatou de imediato o pedido de Midoriya, erguendo-se após um último e breve selar de lábios. Entortou a boca, observando-o. — Sinceramente, o jeito que você fala… faz até parecer que já passamos dessa fase. — fez menção aos beijos recém trocados.

As bochechas de Midoriya tornaram-se ainda mais rubras.

— A-Ah, não era minha intenção… — se encabulou todo. Mesmo depois de tanto tempo, continuava a achar o ato de beijar algo tão íntimo… — Mas, Kacchan — Midoriya olhou-o, não escondendo a preocupação no brilho esmeralda de suas orbes. — Você está bem?

Ficaram em silêncio por algum tempo, apenas se encarando. O rosto de Bakugou voltou a assumir os mesmos aspectos de quando entrou, tornando-se sério e conspícuo. Desviou o rosto para outra direção, e Midoriya surpreendeu-se em como seus olhos escarlates demonstravam um misto de amargura e abstração.

— … Eu estou. Claro que estou. — a voz de Katsuki saiu baixa, o que seria algo completamente normal se ele, no caso, não fosse o “garoto-explosão”. O cérebro de Midoriya entrou em alerta vermelho, e arrepiou-se quando os olhos do loiro voltaram a pousar sobre os seus. — Por que não descemos? Quero beber alguma coisa, além de que todos esses “All Mights” a nossa volta estão me perturbando. — seu rosto se tornou severo. — Que quarto de nerd, hein, Deku?

Midoriya não teve muito o que falar. Um leve rubor voltou a subir por suas bochechas, mas acabou dando de ombros.

— Você também o admira, de toda forma.

— Tá, tá, vamos logo. — Katsuki ergueu-se, enfezado. — Ainda planejo tentar dormir nesse caralho de noite gelada.

Minutos mais tarde, Midoriya estava acomodado nos sofás da área comum, situada no 1° andar. Bakugou havia ido preparar algo quente para eles tomarem, então o esverdeado esperava um tanto aéreo.

Não sabia que aquela noite seria tão diferente das outras… estava surpreso. Havia algo estranho com Bakugou; isso estava claro como água na cabeça de Izuku. Ir até seu quarto naquele horário e chamá-lo para o acompanhar em um “lanche-noturno”? O que estava acontecendo?

Batucava a bochecha levemente com o indicador, distraído. Seu relacionamento com Katsuki havia começado há pouco tempo, mas aquela era a primeira vez que algo do tipo acontecia. Normalmente eram bem discretos em questão de manifestar quaisquer tipos de interações ou contatos físicos. Não sabia se estava deixando alguma informação passar, mas não lembrava daquela relação ter aumentado a ponto de entrarem no quarto um do outro e, em seguida, se perderem em momentos intensos como aquele.

Bakugou pareciam estar mal… agora, quanto ao motivo, Midoriya não sabia dizer.

Logo, foi despertado de seus pensamentos ao escutar os passos do loiro, que trazia duas xícaras em mãos. Ele entregou-lhe uma delas, e sentou-se casualmente ao seu lado, dobrando uma das pernas e esticando o braço sob a superfície alta do encosto do sofá, abrangendo Midoriya em seu domínio.

Izuku tomou um gole da bebida, elogiando Katsuki pelo excelente chá de cevada que este preparou; caiu perfeitamente bem com o clima.

Dessa forma, trocaram algumas palavras corriqueiras, coisas sobre a escola e outros assuntos, mas, na maior parte do tempo, ficaram calados, somente aproveitando o silêncio em meio a escuridão do local. Se não houvessem acendido um dos interruptores a oeste, estariam no mais completo breu.

Estava tudo estranhamente em paz. Midoriya gostava da companhia do rapaz explosivo, sempre havia sido assim — mesmo que, por muito tempo, esse cenário tivesse sido amargamente diferente.

De toda forma, tudo aquilo havia ficado no passado. Haviam descoberto que gostavam um do outro, e tudo o que desejavam era aproveitar daquele relacionamento da melhor forma possível. Mas…

Midoriya finalmente juntou forças e olhou para Katsuki; dessa vez, possuía clara firmeza em seus traços inocentes e delicados.

— Kacchan, por que estamos aqui? — escolheu ir direto ao ponto, analisando-o. — Você quer me dizer alguma coisa, não é?

Bakugou não falou nada, à princípio. Os olhos continuavam parados num ponto fixo à frente, distantes, passando um ar totalmente longínquo.

Com a visão, Midoriya prensou minimamente os lábios, encarando o próprio colo. Estava pronto para dizer que ele não precisava falar nada, se quisesse, até que um longo suspiro escapou de Bakugou.

— Deku... — chamou-o, ainda sem olhá-lo. A voz, preocupantemente, estava muito calma e sisuda. — Por que está comigo?

A expressão de Midoriya sofreu uma mudança radical. O esverdeado entreabriu os lábios, surpreso.

— Eu… oras, que pergunta é essa, Kacchan? — sorriu, tenso, tentando mascarar o clima reteso que ia crescendo no ambiente. No entanto, o semblante inalterável de Bakugou revelou que era melhor tratar do assunto com a mesma seriedade com a qual, pelo jeito, o loiro estava tratando. Midoriya, então, suspirou. — A resposta é óbvia. Eu gosto de você.

Havia se surpreendido com a própria segurança em afirmar aquilo sem gaguejar, todavia, Izuku percebia que não era com suas emoções que devia se preocupar no momento; Bakugou não estava em seu estado normal, portanto, deveria focar sua total atenção a ele.

Bakugou franziu o cenho, os traços tornando-se mais rígidos. Os olhos continuaram a evitar, a todo custo, encontrar a cor de jade presente nos de Midoriya.

Não demorou muito, e logo sua voz saiu, dessa vez, contendo incontida repulsa sobre algo:

— “Gosta?”... — cerrou os punhos, seu maxilar ficando inteiriçado. — Mesmo eu tendo sido um completo cretino com você a vida toda?

A confusão foi instantânea. Izuku piscou, perdido e impressionado.

— Kacchan, o que…

— Fala sério, Deku! — surpreendeu-se, observando Bakugou inclinar-se para frente e colocar os cotovelos sobre as pernas. As mão, trêmulas, cobriram os olhos repletos de perturbação. O timbre da voz, finalmente, aumentou de modo a assemelhar-se com o já tão comum, ainda que carregado de agitada frenesi. — Eu tenho sido um merda com você desde que éramos crianças. Sempre te atazanei e importunei, sempre. E, agora, lembrando de todas as porcarias que eu falava e fazia com você… por que caralhos eu fazia aquilo? O que eu tinha na cabeça, afinal? Você… sempre foi tão bom comigo, e eu retribuía dessa forma asquerosa. Eu gosto de você também, mas um desgraçado igual a mim não merece ser tratado como se nunca tivesse feito nada daquelas merdas, como se nunca…

— E-Ei… Kacchan, não diga isso. — Midoriya estava assombrado, uma forte inquietação preenchendo seu corpo. Sua mente encontrava-se desordenada com tudo escutado. — Mas… por que isso agora? — questionou, trêmulo. — Isso já está no passado, jamais guardei rancor…

— Por isso estou guardando de mim mesmo. — Bakugou finalmente ergueu a cabeça, encarando Midoriya num misto de firmeza e desassossego. — Cassete… você não entende? Eu não devia nem ter a audácia de olhar para você, quem dirá começar um relacionamento! Como pode me permitir fazer essas coisas, como pode permitir que eu te toque?

Com isso, Bakugou continuou a falar, expondo seu assombro sobre como Midoriya era tão legal, mesmo ele sendo o maior babaca por todos aqueles anos. Izuku, por outro lado, estava em choque; totalmente em choque. Não esperava… sequer considerou, ao menos uma vez, que adentrariam naquele assunto agora que, em sua concepção, finalmente haviam se acertado.

Sim. Midoriya realmente sofreu por todas as palavras ácidas e agressões vindas de Katsuki. Se existiu uma pessoa menos incentivadora no mundo para si, nos anos em que era apenas um garoto comum e sem individualidade, essa pessoa, definitivamente, tratou-se de Bakugou. Mesmo assim, Midoriya jamais conseguiu esconder a admiração que tinha pelo loiro. Ele era tão incrível, tão brilhante. Sua força e coragem eram algo que Midoriya desejava ter para si e, além disso, mesmo considerando o péssimo relacionamento que tiveram desde pequenos, Izuku sempre o considerou um amigo.

Midoriya apenas nunca teve vontade de guardar qualquer tipo de amargura no peito em relação ao garoto-explosivo, pois, afinal, aonde isso o levaria? Ele queria se tornar um herói, e heróis não se deixam levar por negatividade ou sentimentos de vingança; isso era coisa dos vilões.

Alguns poderiam sim achar loucura o fato de o esverdeado nunca ter carregado as ofensas de Katsuki no peito. Mais impressionante ainda; ter se permitido apaixonar por ele. O coração é uma ferramenta curiosa, que sente tudo e permanece intacto em relação a várias coisas, racionais ou não. Midoriya, mesmo possuindo uma mente rápida e analítica em questões de interpretar diversos tipos de situações, sempre foi alguém movido pelo coração; e seu coração, naquele momento, batia doloroso, preocupado com o companheiro abatido.

Respirou fundo, buscando se acalmar. Não devia agir com insegurança, muito menos se desculpar por alguma coisa; agora entendia por que Bakugou havia demonstrado grande aversão àquilo mais cedo.

— Kacchan. — após meditar rapidamente, abriu os olhos, apresentando, através deles, uma seriedade necessária para o momento. — Não fale mais sobre isso. Está tudo bem. É como você disse; eu o trato normalmente e permito que você se relacione comigo justamente porque não levei nada daquela época para o pessoal. — abriu um pequeno sorriso. — Você realmente não era legal comigo, mas você mudou, e são as mudanças positivas que devem ser prezadas. Eu não possuo o direito de condenar você, e nem quero condenar. Apenas… continue a cuidar de mim como está cuidando agora. Farei o mesmo com você.

Os olhos de Katsuki estavam tomados por insegurança. Era realmente muito raro vê-lo daquele jeito, mas Midoriya não permitiu que suas feições e o sorriso calmo fossem substituídos por qualquer surpresa. Precisava passar proteção a ele. Mostrar que, realmente, estava tudo bem.

— Mas…

— Eu adoro você. — Midoriya confessou, com leveza. — E sempre vou te adorar. Não se prenda a esses pensamentos, nem sinta raiva de si mesmo. Apenas continue melhorando, e mude as coisas que você acha que devem ser mudadas. Você já tem meu apoio, então o resto do esforço está incubido somente a você.

Bakugou pareceu querer dizer alguma coisa, mas desistiu. Desviou a cabeça, pensativo e concentrado. Pensava e refletia sobre tudo, enquanto o outro pacientemente esperava. Suas mãos permaneciam prensadas fortemente sobre o colo.

Até que, enfim, elas afrouxaram um pouco.

— … Você me perdoa? — foi a única pergunta feita por Katsuki.

O rosto de Midoriya suavizou. Então ele havia entendido… Sentiu-se aliviado.

Desse modo, sorriu largo, contente.

— Oras, Kacchan…

“Não há a necessidade do perdão quando não existe a ofensa envolvida. E eu jamais me senti ofendido de verdade.”

Com as palavras, Bakugou olhou-o em surpresa e desconcerto, o assombro evidente em seu semblante. A comoção e o choque, transpassados através das íris vermelhas, foram instantâneos.

— Deku…

— Venha, vamos lavar essas xícaras. Amanhã será um dia cheio. — Midoriya ergueu-se com energia, puxando o outro pelo braço. — Eu e Uraraka-san temos certeza de que Aizawa-sensei está planejando passar um teste surpresa essa semana, então é melhor estarmos preparados.

Katsuki não teve tempo de dizer nada, já sendo levado pelo, agora, tagarela Midoriya. A situação, para Izuku, chegava quase a ser cômica, pois nunca havia visto Kacchan sem palavras. A tensão, gerada anteriormente pela insegurança e frustração de Bakugou, havia sido substituída completamente pela agradável simplicidade de Midoriya.

E, assim, ambos souberam que ficariam bem. Afinal, que melhor que o amor e a compreensão para superar o passado frio e amargo? Sempre haveria, indiscutivelmente, uma forma de cobrir a tristeza gélida com um manto quente e aconchegante; e era justamente isso que Midoriya Izuku havia oferecido, e que Bakugou Katsuki, felizmente, havia aceitado.


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Notas finais do capítulo

“Se não há a ofensa, não há a necessidade do perdão”. Sério, essa é uma frase que eu carrego pra vida; é super verdadeira ❤️

Bem, espero que tenham curtido. Confesso que gostaria muuuito de ver esses dois tendo uma conversa como essa no anime/mangá; o jeito é esperar se acontece ❤️

Aviso rápido: eu e a Line estamos planejando algo grande para esse casal, então, para os amantes de Bakudeku: aguardem ansiosos

Até!



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