Harry não era uma pessoa egoísta. Ele aceitava as condições que o destino lhe empunha e raramente reclamava. Nem sabia se realmente acreditava em profecias, mas aceitou a sua de bom grado. Entregou sua vida para defender um mundo em que demorou onze anos para conhecer, simplesmente porque o chamavam de O eleito.

Harry sempre fez o que esperavam dele. Salvou o mundo bruxo e tornou-se auror, não era o que ele deveria fazer? Depois, continuou omitindo seus desejos particulares. Como ele poderia não se casar com Gina sendo que a Família Weasley lhe acolheu como um filho? Ele comprou o anel mais bonito de loja e, ignorando aquela dorzinha no peito fez o que deveria fazer. Claro que ele era agradecido pelos três filhos que a esposa lhe deu, mas ainda assim, não poderia evitar pensar que aquilo era uma espécie obrigação.

Mas  as vezes, Harry permitia-se ser egoísta. Enquanto tinha o corpo de Hermione preso ao seu, quando beijava seu lábios com desejo, ele não pensava em Rony, Gina ou qualquer outra pessoa, pensava unicamente em si, no seu coração batendo desenfreado, nas mãos suadas e naquele sentimento que ele sabia muito bem o que era.

Quando Hermione ia embora deixando o lugar vaga na cama, Harry acomodava-se e passava a exercer com maestria o papel que lhe concederam.

Uma vez Hermione lhe disse uma frase que leu em um dos seus milhares de livros: “ O homem nasce livre, mas por toda parte encontra-se acorrentado” na época não entendeu muito bem, mas quando voltava para casa no final do dia, ele era capaz de sentir todas as suas amarras.