Desisto escrita por Black


Capítulo 1
Eu tô desistindo agora


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu escrevi isso com 30 minutos, no intervalo entre uma aula e outra e mais um tempinho.

Ontem eu li de novo a obra de arte da Carter [/historia/800782/Bebi_liguei/] e fiquei pensando no que a Lily tava pensando. Aí hoje eu sentei, abri o documento no google e saiu!!! E a Jé aprovou!! Então eu tô postando com a Sophie Skelton na capa porque a Jé disse que gosta assim então é lei!!

Espero que gostem!



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Lily tinha um problema enorme em suas mãos.

Quando acordou no seu dormitório de monitora, sentiu um abraço forte em sua cintura enquanto sua cabeça repousava no braço de alguém. Então, apenas com o toque em seu corpo ela se lembrou: a Grifinória ganhou uma partida de quadribol e, depois da festa de comemoração, James Potter foi parar em sua cama.

Tentando não fazer barulho, Lily se levantou com cuidado, livrando-se do aperto, e vestiu suas roupas o mais rápido que conseguiu. Antes mesmo que James acordasse do torpor causado pelo álcool da noite passada, ela já andava pelos corredores em direção ao salão comunal - igualzinho a várias outras ocasiões desde o início do semestre. Saindo do quarto, Lily prometeu que aquela havia sido a última vez.

As coisas com James eram complicadas. Desde o quinto ano, Lily lidava com a paixão desenfreada que ele dizia ter por ela; ela realmente preferia sair com a lula gigante do que aguentar o James exibido de quinze anos de idade e que não sabia ouvir um não, mas agora as coisas eram diferentes. James havia se tornado uma pessoa incrível: era altruísta, corajoso e ninguém se importava mais com os amigos do que ele, Lily pensava. Ele também era muito divertido e engraçado, um traço marcante em sua personalidade e, cara, como era bonito. E muito gostoso. E bom de cama.

Por um tempo, Lily achou que James a tivesse superado, mas percebeu que estava errada quando fizeram um trabalho juntos para a aula da McGonagall e ele sempre parecia ansioso quando se encontravam. Ela, então, lhe garantiu que não o odiava. Lily também não conseguia ignorar os olhares intensos que recebia de James algumas vezes nas salas de aula, no dormitório dos monitores ou no salão comunal. Como em todas as outras vezes, Lily preferia não falar sobre o que havia acontecido, mas esperava, ansiava, que ele falasse alguma coisa. Além do mais, ela sentia alguma coisa quando ele sorria para ela e aquilo era irritante.

Normalmente, era James quem pedia para encontrá-la na torre de astronomia, mas às vezes Lily não se aguentava e precisava puxá-lo para um armário de vassouras entre uma aula e outra ou trancar a porta do banheiro dos monitores quando estavam sozinhos. Às vezes, era impossível dormir sem James ao seu lado, mas ela sempre saía antes que ele acordasse. Mesmo que quisesse saber o que James pensava sobre isso, não fazia ideia do que dizer caso ela precisasse falar.

Quando chegou no salão comunal, foi direto para a mesa onde suas amigas estavam sentadas enquanto conversavam. Lily sorria ao sentar-se ao lado de Mary que a olhava curiosa, assim como Marlene do outro lado da mesa.

Esse seu bom humor tem alguma explicação, monitora Evans? - perguntou Mary, bebendo um gole de suco.

— Tive uma boa noite de sono, apenas.

Sono, sei - implicou Marlene, fazendo as amigas rirem quando movimentou as sobrancelhas para cima e para baixo, batendo a palma da mão direita contra o dorso da esquerda - O monitor Potter também acha, tenho certeza.

Era bom passar o tempo com suas amigas. Pelo menos elas faziam com que toda aquela tensão e pensamentos confusos sobre James fossem substituidos por piadas sobre sexo. Era uma boa troca, mas ela seguia pensando sobre ele - ainda que com uma temática diferente.

Entre essas risadas, Lily viu James entrar pelas portas enormes de madeira e atravessar o salão de cabeça abaixada, evitando olhá-la enquanto seguia até o fim da mesa para sentar-se com os amigos. Lily se sentiu estranha ao vê-lo: James estava exausto, o que era estranho, já que ele parecia muito bem quando ela o deixou mais cedo naquele dia.

— Que chá foi esse que você deu, Lily? - questionou Marlene, apontando discretamente para James - Ele tá detonado!

— Depois do que ele fez comigo ontem, eu que devia estar mole daquele jeito - respondeu rápido, séria e sem pensar, mas a gargalhada de Mary despertou-a para o que havia dito e deixou-a vermelha, especialmente quando o salão inteiro virou-se para elas, inclusive Potter. Lily, que não sabia onde se esconder, fez o possível para tapar a boca de Mary McDonald com suas mãos.

— Cala a boca, Mary! - pediu.

Quando olhou, discretamente, para James no fim da mesa, ele movia a cabeça de um lado para o outro, como se repreendesse o que acontecia. Dessa vez, ele se levantou e foi embora, deixando o café da manhã pela metade ao cruzar o salão outra vez olhando para o lado oposto de onde estava sentada. Aquilo só poderia significar uma coisa: James estava evitando-a.

Sua hipótese foi comprovada quando nunca o encontrava no banheiro dos monitores e ele sumia da sala ao fim das aulas mais rápido do que Lily poderia piscar. A porta do quarto dele no dormitório estava sempre fechada e ele trocou algumas rondas para horários diferentes dos de Lily. Os dias sem o olhar, o sorriso e o aperto de James foram horríveis.

No próximo jogo de quadribol, a Grifinória venceu outra vez contra Corvinal e ver o rosto derrotado de Amos Diggory era extremamente satisfatório, mas não chegava perto dos tremores que Lily sentia nas coxas ao ver James rindo, bebendo e comemorando a vitória usando a camisa do time. Lily nunca esteve tão sóbria quanto naquela noite, e decidiu que era hora de parar com os jogos, com a enrolação e com o constante fingir que nada estava acontecendo. Então, caminhou até o outro lado do salão, decida, e sentou-se no braço da poltrona onde James encostava-se. A mão esquerda dele tocou a base de sua coluna e um arrepio atravessou sua coluna. James já estava entorpecido pela bebida, mas parecia desperto ao ouvi-la falar baixo em seu ouvido sobre a música alta.

— Oi, capitão - disse ela - Foi uma bela vitória, James.

Ele agradeceu e, quando chamou-a pelo sobrenome, Lily o corrigiu, pedindo que a chamasse pelo nome. Queria testar como responderia a isso e sorriu ao sentir seu estômago se retrair quando James a chamou pelo nome. James parecia ter receio de tocá-la, mas ela não hesitou ao sentar-se em seu colo e deixar que a mão direita dele apertasse suas coxas.

Lily não se conteve ao beijá-lo e aproveitou cada segundo daquele momento, estremecendo quando James afundou os dedos em seu cabelo e puxou os fios, ditando o ritmo e a intensidade daquele beijo. O corpo de James apertado contra o seu fazia cada centímetro de sua pele aquecer e queimar. Quando não podia mais respirar e aquilo tudo não parecia ser o suficiente, ela interrompeu o beijo com certa dificuldade.

— Quer ir embora? - perguntou Lily, mas não se lembra do que James respondeu.

Quando estavam juntos, na cama, James sempre parecia querer dizer alguma coisa, mas mantinha-se seguro apenas sussurrando o nome dela, gemendo quando ela o mordiscava ou se divertia ao vê-lo tremer em seus braços. Acontece que naquela noite, James disse algo. No ouvido de Lily, ele sussurrava o quanto a queria, o quando ela estava apertada e dizia que aquilo era para ele. E Lily gostou.

Na manhã seguinte, os olhos preguiçosos da ruiva abriram-se devagar, observando a cena. Por baixo dos cobertores, James a abraçava com firmeza e era um aperto bom. Então, Lily tomou outra decisão: fechou os olhos para dormir de novo e, daquela vez, James acordaria em seu quarto com ela seus braços.


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Notas finais do capítulo

Na moral eu tô abismada em como isso saiu rápido. Bom dia e boa semana, família, comentem e me digam se gostaram!
Beijos, black