Dancing is a Dangerous Game escrita por prongs


Capítulo 1
I wanna get off but you're such a tease


Notas iniciais do capítulo

foster, minha querida!!! as coincidências do destino me deram a oportunidade de retribuir o presente lindo que você me deu ano passado no amigo secreto folklore, e quando eu li seu nome no site eu só faltei ter um ataque cardíaco HAHAHAHAH acho que não é segredo que eu gosto muito de você, das nossas conversas, interações, e amo suas histórias que sempre me deixam muito feliz e/ou emocionada, então eu sabia que tinha que fazer algo caprichado e com muito amor pra você.

como eu gosto de complicar a minha vida, escolhi uma das opções mais difíceis do seu pedido, que era Albus/OC, e eu não podia deixar de escrever sobre ele com o Rigel, seu OC perfeito por quem eu me apaixonei ano passado e sou cadelinha declarada!! eu amei conhecer e escrever um pouquinho sobre ele e sobre o Albus estressado e teimoso que tanto amamos, e espero que eu tenha feito jus ao ícone que é o Rigel.

quero agradecer novamente às meninas maravilhosas do pride que estão participando desse segundo amigo secreto, que foi cheio de surtos e desespero, mas deu certo!!! vocês alegram meus dias com fofocas, discussões incríveis e fanficagens intermináveis. espero que venham vários outros amigos secretos com álbuns da Taylor Swift pra eu sempre agradece e amar vocês. ♡

sem mais delongas, espero que gostem da fic!!! beijinhos ♡



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dancing is a dangerous game

♡ de prongs para foster ♡

 

Aos oito anos de idade, Albus Potter decidiu que se o mundo vira as costas para você, você também deve virar as costas para o mundo. A vida não havia sido muito gentil com ele, para começo de história. Naquele ano, enquanto ia com os pais e os irmãos para Londres, a chuva forte nas estradas inglesas mal cuidadas fez com que o carro deles capotasse, e suas pessoas favoritas no mundo, Harry e Ginny, abandonaram-no ali.

Aquela não era a primeira tragédia dentro da sua família; muitos anos atrás, seu tio Fred havia falecido, e há pouco tempo, seu tio Percy havia se mudado para a Alemanha a trabalho e cortado laços com a família, deixando suas primas Molly II e Lucy aos cuidados de seus avós. Arthur e Molly acolheram James, Albus e Lily em sua casa pequena e apertada no interior do país depois do acidente e fizeram o possível para tomar conta de cinco crianças com o pouco dinheiro que recebiam do governo, e Albus se tornou uma criança infeliz naquele meio.

Cresceu amargurado, sabendo que sua vida seria diferente se seus pais estivessem ali; não culpava seus avós, sabia que eles tentavam seu melhor para cuidar dos netos, mas também que ele merecia algo melhor, não se importava se isso soava egoísta a outros ouvidos. Ele só sonhava com uma vida confortável, na qual ele não precisava se preocupar com a quantidade de comida a ser dividida no fim do mês ou se eles teriam dinheiro para pagar as contas de luz e água. Queria ir embora dali, ter sua própria vida, sua independência, seu dinheiro. 

Tudo piorou quando ele se descobriu bissexual, ainda na adolescência. Havia saído com uma garota por alguns meses no ensino médio, até perceber que nutria uma paixonite forte por Lorcan Scamander, um dos únicos garotos abertamente gays da escola. Eles se beijaram atrás da escola no baile de primavera e continuaram se beijando por meses, até Lorcan perder a paciência com o fato de Albus viver dentro do armário. Meses se passaram e eles terminavam e voltavam em um relacionamento escondido, entre brigas, beijos e gritos, que acabaram com dois corações partidos, principalmente o do garoto que já havia crescido com um coração machucado pela vida.

Albus cresceu e seus irmãos também. James Sirius se formou em jornalismo e trabalhava numa área que amava, a de esportes, e cobria jogos de futebol em sites e portais no país, além disso usava o dinheiro para ajudar os avós, de quem ele sempre foi muito próximo. Já Lily Luna ainda estava na universidade, buscando um espaço na indústria de desenvolvimento de jogos enquanto morava com amigas, e Albus resolveu ir mais longe. Mudou-se para Los Angeles aos 20 anos, com o pouco dinheiro que conseguiu guardar trabalhando numa sorveteria local, e tentou alcançar sua meta de ter uma vida melhor sem ter que dever nada a ninguém. Ele não olhou para trás em nenhum momento.

Não demorou para que arranjasse um trabalho onde ele tinha certeza que poderia crescer rapidamente na vida se fosse bom de verdade: Hollywood. Entrou como o garoto que faz café em uma pequena agência de publicidade de celebridades em ascensão e foi cativando as pessoas com seu carisma ao longo de seis longos e árduos anos de trabalho, até que finalmente conquistou um espaço de confiança, acumulou promoções e agora era o assistente pessoal de Scorpius Malfoy. Um jovem ator britânico que estava crescendo e acabara de conseguir um papel em seu primeiro grande projeto; mais uma releitura de Little Women, dessa vez uma minissérie comandada pela Netflix, na qual ele interpretaria o mocinho principal, Laurie. Albus estava encarregado de tomar conta de sua agenda, entrevistas, cafés e, como ele havia descoberto no momento que conheceu o jovem e carismático ator, assuntos pessoais.

Scorpius era uma pessoa extremamente sensível (“Tenho sol em escorpião”, ele costumava dizer) e gostou de Albus de imediato. O assistente estava trabalhando com o galã há quase três meses e já sabia de seu relacionamento conturbado com seus avós, da saudade que ele sentia da mãe e da galeria de arte dela, de seu término triste com sua ex-namorada Bree, além de ter aprendido rapidamente quais eram seus pedidos de lanches e cafés (um mocha latte com dois açúcares).

Albus não sabia se poderia considerá-lo um amigo, mas era a pessoa mais próxima dele em L.A., mesmo depois de seis anos morando lá. Los Angeles podia ser quente, mas nem ela, nem Albus eram exatamente calorosos; mesmo assim, encontrar em Scorpius uma pessoa que vinha do mesmo lugar dele e que o forçava a conversar era bom às vezes. Apenas às vezes.

Albus continuava sendo uma pessoa demasiadamente fechada, por motivos que nem ele mesmo compreendia. Talvez tivesse medo de se importar com alguém ou até mesmo amá-los, e acabar perdendo eles, como todas as outras pessoas que já havia perdido. Talvez ele priorizasse tanto o dinheiro e o conforto em sua vida que não havia sobrado espaço para intimidade com outras pessoas, apenas para o luxo que tanto buscava. Talvez ele tivesse ficado tão traumatizado por seu pseudo-relacionamento com Lorcan que não gostava nem de pensar na possibilidade de se aproximar das pessoas. Ele não tinha tempo nem vontade de descobrir isso, se estava sendo sincero; só queria focar em seu trabalho e em seu futuro em vez de ficar preso no passado.

Por esse motivo, estava sentado na frente de Scorpius no trailer do ator em Vancouver, onde estavam sendo realizadas as gravações de inverno da minissérie, repassando com ele a agenda do dia. Teriam gravações da série, uma breve pausa para o almoço com o restante do elenco, e uma sessão de fotos com a atriz de Jo March, Alice Longbottom, no fim da tarde. As gravações tinham começado apenas há alguns dias, mas a produção já queria preparar material para a divulgação. 

— Vamos ser só nós dois nessa sessão de fotos? — Scorpius perguntou enquanto terminava de tomar seu mocha latte matinal, já maquiado e caracterizado.

— Bem, sim — Albus respondeu, de sua forma quase seca de sempre — Vocês são o casal principal, afinal de contas. Ou quase casal, tanto faz — Ele deu de ombros, repassando os próximos compromissos do rapaz em sua agenda no iPad que carregava para todos os lugares.

— Então a Ramona não vai?

— Não. Ela vai ter outra sessão de fotos com todas as irmãs March.

— Nem o Rigel?

Albus levantou o olhar para Scorpius na mesma hora, fuzilando-o sem querer. Ele já havia ouvido falar muitas coisas sobre Rigel Thomas-Finnigan. O rapaz era um jovem ator que, assim como Scorpius, estava ganhando espaço em Hollywood, e era apontado como um possível novo galã da geração por redes sociais, revistas e programas de TV, além de já ter vários fãs que eram apaixonados por ele. Seu último filme estava sendo indicado a vários prêmios importantes, e seu talento era tão comentado quanto seu comportamento no set. Existiam diversos rumores sobre ele ser mimado, exigente e perpetuador do comportamento de “estrelinha”.

Albus não gostava nada daquilo. Ele era uma pessoa pé no chão que apreciava profissionalismo, e Rigel parecia ser o exato oposto disso em todas as histórias que ouvira.

— Não. O personagem dele nem é tão importante, só aparece às vezes. 

— Por que você não gosta nem de ouvir o nome dele? Você nem o conhece — Scorpius riu, escondendo o rosto no copo de café.

— Não sei do que você está falando — Albus fechou a capa de seu iPad e deu de ombros — Como você mesmo disse, nem conheço o rapaz. Não tenho nenhum motivo para odiá-lo ainda.

Ainda? Meu Deus, Albus, como você é amargo — Scorpius riu mais, colocando seu café na mesa e se levantando — Eu o acho bem legal, se você quer saber. Mas vamos logo. Talvez hoje seja seu dia de sorte e você finalmente vai conhecer seu ídolo.

Albus se levantou, revirando os olhos e seguiu Scorpius para fora do trailer.

— Você sabe que eu posso arranjar um novo assistente para você a qualquer momento, não sabe?

— Sim, e também sei que ninguém mais aguentaria seu mau humor constante — O rapaz sorriu e colocou a mão no ombro dele — Então você não vai fazer isso.

— É, eu sei — Albus bufou, tentando não sorrir. Scorpius sabia ser engraçado de vez em quando. 

Os dois caminharam juntos até o local de gravação do dia, e passaram a manhã juntos enquanto Albus repassava para Scorpius as mensagens importantes que ele recebia e mantinha o seu cliente hidratado entre os takes.

Albus gostava de observar as gravações. Achava aquele ambiente de trabalho fascinante; a concentração das pessoas, a mágica criada pelos figurinos e cenários, a hilaridade de ver os atores caracterizados em costumes de época mexendo em seus celulares ou comendo hambúrgueres. Adorava como as relações interpessoais afetavam tanto a qualidade e o andamento de um trabalho, e estava muito empenhado em fazer com que Scorpius tivesse uma boa reputação, mas não era como se ele precisasse de muita ajuda com isso. Scorpius era realmente uma pessoa agradável de se conviver, ele tinha que admitir, e Albus tivera muita sorte em tê-lo como seu primeiro cliente.

A manhã passou rápido e logo a pausa para o almoço chegou, e Albus acompanhou Scorpius até a área reservada para os atores comerem com privacidade. Era uma quadra de tênis coberta com algum tipo de tenda e sem nenhum acesso para paparazzis por perto, e normalmente os assistentes não deveriam estar juntos dos atores, porém Scorpius insistia que Albus o acompanhasse em todas as refeições. O loiro não sabia bem como se enturmar e a presença de seu assistente o acalmava, e Albus se sentia grato por não ter que almoçar sozinho num trailer distante.

Ou então era o que ele pensava.

Albus se encontrava na fila para pegar o almoço que estava sendo servido quando sentiu a presença de alguém alto ao seu lado, perto demais para o gosto dele, mas não disse nada. Continuou sentindo o braço da pessoa, encostando no seu a cada passo que dava para o lado e começou a se irritar. Sabia que não era Scorpius, porque além do garoto já estar sentado há minutos, ele respeitaria o seu espaço pessoal, algo que a pessoa ao seu lado definitivamente não sabia fazer.

— Não sabia que você fazia parte do elenco — Uma voz aveludada que pertencia ao corpo irritante ao seu lado disse, e Albus levantou o olhar pela primeira vez.

Para o seu descontentamento, ele encontrou um par de olhos escuros, cabelos crespos e um sorriso sarcástico que esperava não ver tão cedo. Rigel Thomas-Finnigan estava ao seu lado, e, sinceramente, Albus até queria lhe dar uma chance para tentar conhecê-lo melhor, mas nos primeiros minutos de convivência com o rapaz já queria enfiar os dedos nos próprios olhos para não ter mais que olhar para ele.

— Eu não sou — Respondeu friamente. — Sou só o assistente pessoal de um dos membros do elenco.

— Ah, entendo… qual deles? Tem que ser um dos grandes pra te deixarem almoçar com a gente, né? — Havia algo no tom de voz dele que incomodava Albus. Talvez fosse o leve sarcasmo pontuado em todas as sílabas, forçando uma intimidade que ele não estava pronto para dar para praticamente ninguém, muito menos para Rigel Thomas-Finnigan. — É daquela atriz grande que tá no papel da mamãe March? É meu sonho conhecer ela, pena que ainda não tive a oportunidade. Você bem que poderia arranjar esse encontro, não é mesmo?

Albus o olhou atravessado, sem paciência nenhuma, e Rigel arqueou as sobrancelhas, surpreso com a atitude.

— Não, não posso, porque não sou assistente dela. Mas será que posso pegar meu almoço em paz?

Rigel pareceu segurar uma risada e deu de ombros.

— Claro, não estou te impedindo, querido — Ele disse enquanto passava o braço pela frente de Albus para pegar o potinho de sobremesa, irritando mais ainda o rapaz ao seu lado. — Não é da atriz da Meg, porque eu vi o assistente dela e ele não é bonito. É a Alice, por acaso? Ainda não conheci o pessoal dela… 

Albus podia sentir sua veia da testa saltando de estresse. Tinha toda a razão do mundo ao achar que ele era insuportável.

— Sou assistente de Scorpius Malfoy — Ele o interrompeu, impaciente.

— O galã loiro? — Rigel levantou as sobrancelhas, sorrindo, e ainda desconfortavelmente próximo de Albus, que só queria se livrar dele. — Sorte a dele.

— Será que você pode me dar licença? — Albus soltou, sua paciência se esgotando. — Diferente de você, eu não tenho todo o tempo do mundo e preciso continuar trabalhando.

O tom agressivo de Albus parecia divertir Rigel cada vez mais, que continuava com aquele sorriso arrogante no rosto.

— Claro, eu esqueci que você é o assistente do Scorpius — Ele disse antes de se virar e ir embora com apenas um mousse de limão nas mãos.

Albus respirou fundo para não xingar aquele menino egotístico, arrogante, prepotente e irritante. Tinha que manter seu profissionalismo para preservar seu emprego, e precisava do seu trabalho mais do que tudo, então permaneceu com a boca fechada durante o restante das gravações. Acompanhou toda a sessão de fotos de Scorpius e Alice, que aconteceu numa parte separada do local das gravações, e depois seguiu o ator até seu trailer. O dia havia sido cansativo e mais estressante que o normal, tudo por culpa de Rigel Thomas-Finnigan, e ele iria deixar isso bem claro para seu cliente.

— Não que seja da sua conta — Ele começou a contar ao passo que Scorpius jantava um sanduíche incrivelmente nojento e entupido de coisas estranhas. — Mas para o meu desprazer, eu conheci Rigel Thomas-Finnigan, e só confirmei que ele é insuportável, mal-educado e mimado. 

Scorpius mastigou seu sanduíche mais rápido e olhou para Albus surpreso. Engoliu o que estava na boca e arqueou uma sobrancelha para o amigo.

— Sério? Eu o achei tão legal quando a gente se conheceu. Simpático e gentil, e tudo mais. 

— Bem, ele não é — Albus balançou a cabeça, franzindo as sobrancelhas. — Ele só foi desagradável comigo sem nem saber quem eu era, além de muito arrogante.

— Que pena — Scorpius soou verdadeiramente decepcionado. — Espero que vocês se conheçam melhor e se acertem, porque eu acho ele bem bacana.

— Não quero conhecer ele melhor — Albus resmungou, juntando seu iPad e papéis soltos pelo trailer. — Termina logo esse sanduíche para gente poder ir embora.

Todos os atores estavam hospedados no mesmo hotel, e Albus achara conveniente também pagar por um quarto já que tinha condições para isso; era mais fácil lidar com todos os problemas de Scorpius quando estava a um corredor de distância e não dois quarteirões inteiros.

Enquanto Scorpius descansava os olhos no banco de trás do Uber e escutava um podcast no caminho até o hotel, Albus ficou em silêncio, pensando no rapaz de olhos escuros e prepotência imensurável que tinha tirado minutos de seu dia ocupado apenas para irritá-lo. Com tantas pessoas prontas para fazer todos os seus caprichos, ele tinha resolvido azucrinar o juízo logo de Albus! Será que ele tinha sentido no ar que Albus já não gostava dele, alguma questão de feromônios? Era a única explicação possível. Entretanto, não importava mais, Albus pensou ao entrar em seu quarto e se jogar numa poltrona, porque ele estava determinado a não deixar mais Rigel Thomas-Finnigan lhe afetar.

Aquelas seriam longas semanas no estúdio de gravação.


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Notas finais do capítulo

ESPERO QUE VOCÊ ESTEJA GOSTANDO ESTOU SURTANDOOOOOOOOOOOO TE AMO AMIGA