Scorose - Quase sem querer escrita por Aline Lupin


Capítulo 18
Uma viagem a Londres parte 1


Notas iniciais do capítulo

Bom dia pessoal, tudo bem? Estou bem animada hoje e resolvi postar mais cap para essa história. Hoje vai ser a primeira parte, em breve posto a segunda. Um beijo e boa leitura!



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Acordei de sobressalto. Esfreguei os olhos com a mão, exausta. Olhei para o lado e vi Scorpius. Levantei-me rápido. Por quanto tempo eu dormi? Deviamos ter voltado a seis da manhã. Olho no relógio dele e são 10 horas da manhã. Estou tão nervosa que não consigo pensar. Alguém deve estar nos procurando, meu pai deve estar louco tentando me achar. As únicas pessoas que sabem que estou aqui é Alvo e Lily. Os dois prometeram ficar em segredo, mas não sei por quanto tempo isso vai durar. Scorpius acorda e se espreguiça. Ele me olha com carinho, mas ao ver minha expressão franze o cenho.

— O que foi? - ele pergunta.

Mostro as horas para ele. Scorpius levanta rápido e tenta calçar os tenis, mas seus dedos estão tremulos. Ajudo-o e tentamos pensar no que faremos agora.

— Tenho uma ideia - eu começo - Você sai primeiro e volta para casa, eu volto em vinte minutos. Diga que você resolver caminhar de manhã. Se perguntarem de mim, você não sabe de nada, tudo bem?

Ele parece pensar. Está sério.

— Rose, não seria melhor nós falarmos aos nossos pais que estamos namorando? - ele pergunta.

Congelo. Realmente não havia pensando nisso, mas com toda a situação que Scorpius está passando com o pai dele, não queria pressiona-lo. Também estou com medo da reação do meu pai, que é muito ciumento.

— Parece uma boa ideia - digo, lentamente. Ele arqueia as sobrancelha - Quero dizer, teremos que contar, mas não agora. Vamos esperar mais um pouco.

Ele me encara, analisa meu olhar. Há magoa em seus olhos.

— Muito bem, nos vemos depois - ele diz, descendo da casa da árvore, sem me dar um beijo ou um abraço.

Fico tensa. Talvez eu tenha demonstrado que não quero nada sério, por isso ele tenha saído desse jeito. Vou contornar a situação, só preciso de um tempo para conversar com ele e expor meus argumentos. Espero os vinte minutos, com ansiedade. Desço da casa e caminho lentamente. Meu coração está na boca e tenho medo do que está por vir. Chego na toca pela porta da cozinha. Fred E Roxanne me encaram com curiosidade. O que eles estão pensando agora, por Merlin?

— Sabe, eu acho que vi Scorpius entrar pela mesma porta hoje - comenta Fred.

— Eu também. Que coincidência, não é Fred? - Roxanne diz, em tom zombeteiro.

Respiro fundo e apenas sorriu. Não vou transparecer nada. Está tudo bem, tudo sobre controle...

— Rose Weasley, onde você estava? - grita minha mãe - Estou procurando você desde as sete da manhã. Sua prima recusa a dizer. Se eu souber que vocês estão tramando alguma coisa...

Ela deixa no ar a ameaça. Engulo seco.

— Tia, não aconteceu nada - Lily intervém - A Rose ficou meio melancólica e ficou na casa da árvore de noite.

Minha mãe perscruta meu olhar. Parece avaliar se minha prima diz a verdade. Lily é uma eximia mentirosa, mas eu sou péssima.

— Sim, mãe, na verdade fiquei lendo e peguei no sono, por isso demorei a voltar - minto, descaradamente.

Ela parece avaliar cada palavra, mas apenas assente.

— Bem, deveria ter ter me dito Lily - ela ralha com minha prima.

A mesma apenas sorri,

— Tia Mione, tente entender, as vezes nós precisamos de privacidade - ela explica - E com essa família, desse tamanho - ela faz um gesto com as duas mãos afastadas, enfatizando - é muito difícil de até dividir os banheiros.

Minha mãe gargalha e sua expressão se suaviza.

— Muito bem, eu entendo, mas não quero saber de vocês de segredinhos - ela aponta para nós duas, com olhos pequenos - Já fui adolescente e aprontei muito.

Meu pai desce as escadas, olhando a cena com um sorriso nos lábios.

— Acho que não, Mione, você era muito certinha - ele brinca.

— Rony, não me dedure - ela diz, indo até ele, dando um beijo de bom dia.

— Filha, quase nos matou de susto, por onde esteve? - ele pergunta, com calma.

— Na casa da árvore - respondo, inocentemente.

— Ah, você gosta daquele lugar, não é? - ele diz, sonhador - Sempre quis uma dessa. Hermione, por que nós não vamos até lá, passar um tempinho juntos?

Reviro os olhos, fazendo um gesto de que: vou vomitar, parem!

— Rose, um dia você vai entender o que é estar apaixonado - meu pai diz, sorrindo para minha mãe.

Os dois saem de mãos dadas e fico observando. Meu pai não sabe, mas já estou muito apaixonada.

***

Encontro Scorpius no jardim. Ele está jogando quadribol com Alvo, Fred, Lily e Hugo. Ted está sentado na grama, lendo um livro. Seu cabelo está verde hoje. Aceno para ele.

— Senhorita Rose, que prazer em vê-la - Ted cumprimenta, cortês.

— O prazer é meu, senhor - digo, em tom jocoso.

Ele sorri para mim e bate na grama ao seu lado, me convida a sentar.

— Diga-me, quer dizer que a senhorita passou um tempo fora ontem a noite? - ele sussurra.

Fico vermelha e tento esconder o rosto em uma cortina de cabelo ruivo.

— Eu só estava na casa da árvore - minto, sem olha-lo - Qual é o grande evento?

— Rose, eu sei que você estava com Scorp - ele diz, piscando para mim - Mas preciso ter cuidado se não quererm ser descobertos.

Reviro os olhos.

— Estou pensando em contar para minha mãe, pelo menos - eu digo.

— Seu pai é tão ciumento assim? - ele pergunta, curioso.

— Sim, muito. Uma vez ele disse que queria que eu me casasse com trinta anos.

Nos dois rimos e conversamos. Ted diz ter notícias de David. Ele estava pelos arredores de Londres, na noite passado. Os dois se encontraram e não há muita perspectiva de futuro para meu amigo. Enquanto Adrian estiver vivo, David estará preso a ele para sempre. Continuamos nossa conversa e não percebo que o jogo terminou. Scorpius estava vindo em nossa direção, com a vassoura na mão. Ele senta ao meu lado, encostando sua coxa na minha. Sinto um arrepio percorrer minha espinha pelo contato.

— Então, como fui? - ele pergunta, soberbo.

Dou risada.

— Até que estava bom - eu respondo.

Ele me olha, como se tivesse o ofendido.

— Até que estava bom? - ele exclama, mas está sorrindo para mim - Eu sou ótimo, o melhor.

— Eu sou o melhor, Scorp - diz Alvo atrás dele, dando um peteleco em sua cabeça - Sou o apanhador, sem mim vocês não terminariam o jogo.

Os dois começam uma discussão de importância dos jogadores no jogo. Scorpiu diz que que quem faz o pontos é tão vital quando o apanhador. Que o goleiro é ainda mais e os batedores também. A discussão é tão acirrada, que não consigo acompanha-los, apenas olho para cada um e vejo como estão inflamados por seus discursos. Sempre foi assim, na verdade. Os dois são melhores amigos, mas sempre acabam discordando um do outro. Despeço-me de Ted, pois tenho que me arrumar para o encontro em Londres. Convido-o para ir conosco, mas ele dispensa, dizendo que ainda tem muito que estudar. Tento chamar Alvo e Scorpius, mas eles parecem não dar ouvidos. Dou de ombros e estou caminhando para entrar, quando Scorpius me agarra pela cintura.

— Ruivinha, onde você vai? - ele diz, no meu ouvido.

Arfo de surpresa e prazer.

— Vou me arrumar - tento imprimir um tom irritado - Você só sabe discutir Quadribol e tenho muito o que fazer hoje.

Ele parece pensar. Me vira para que eu possa encara-lo. Ele está com um sorriso matreiro.

— Ah, sim o encontro que você planejou em Londres - ele diz, lembrando - Finalmente vou poder beijar você sem ninguém para nos atrapalhar?

Dou risada.

— Ainda vai ter muitas pessoas conosco - digo.

— Mas ainda posso rouba-la só para mim, por um tempo - ele sussurra, em meu ouvido - E prometo que vai valer a pena.

Nos soltamos, assim que avistamos Hugo vindo em nossa direção.

— Vejo você daqui a pouco, minha ruiva - ele diz, beijando minha testa.

***

Por não poder aparatar, somos levados por uma chave de portal até Londres. Meus pais disseram para tomar cuidado e que devemos nos encontrar no mesmo beco de Londres até as 6 horas da tarde, nem um minuto a mais. Lily quase desistiu de vir, mas Alvo parece tê-la convencido de alguma maneira. Hugo está emburrado e não parece à vontade por estar aqui, mas o empurrei porta fora. Scorpius aproveitou que estamos longe da Toca e me abraçou, segurando minha mão. Nunca tive um namorado, então não sei como me portar, mas essa aproximação parece a mais correta, eu acho. Bem, não que eu me importe, mas estou amando, para ser sincera. Ele sussurra no meu ouvido o quanto estou bonita, mas eu realmente não estou. Está frio demais e estou com um sobretudo azul escuro, os cabelos trançados e sem maquiagem. Quando dizem que o amor é cego, não sabia que estavam falando de Scorpius.

Combinamos de encontrar Lorcan, Meredith e suas amigas em frente ao Caldeirão Furado. Vamos usar a passagem do Beco Diagonal hoje. Quero primeiro de tudo comprar meus livros de poções atualizado e parece ser um local de encontro mais seguro para nós. Encontramos apenas Lorcan, ao lado de sua mão, Sra. Scamander. Ela tem um sorriso bondoso, cabelos tão loiros quanto os do filho e olhos sonhadores.

— Olá crianças – ela cumprimenta – Sou Luna.

— Olá Sra. Scamander – dissemos juntos.

Ela sorri.

— Por favor, me chamem de Luna. É muito formal meu nome de casada – ela pede, rindo – Vão cuidar bem de Lorcan? Ele é meu maior tesouro.

Ele fica vermelho e parece se encolher.

— É claro, sra... quero dizer Luna – respondo – Lorcan está em boas mãos.

Ela sorri e se despede. Dá um beijo estalado na bochecha de seu filho e desaparata no ar.

— Está em péssimas mãos, você quer dizer – Alvo zomba.

Dou um tapa no seu ombro.

— Ai, isso dói, Rose – ele resmunga, massageando o ombro.

— Fale mais alguma coisa e vai doer outra coisa – eu ameaço.

Lily, Hugo e Scorpius riem. Lorcan parece deslocado, o que me preocupa.

— Pronto, Rose. Vamos se acalmar agora – Scorpius puxa minha mão que está em punho.

Eu fulmino ele com o olhar. Isso não parece abala-lo. Ele entrelaça seus dedos no meu e beija o dorso da minha mão. Parece que ele descobriu meu ponto fraco, beijos. Mas ele vai ver só quando estiver distraído.

— Ah, que fofo vocês dois juntos – Lily diz, sonhadora.

Alvo parece que vai vomitar.

— Por favor, não se beijem na minha frente – ele diz, com a mão no estomago.

— Concordo – diz Hugo - Você não deveria estar escondendo isso dos nossos pais, Rose – ele completa, sério.

Reviro os olhos. Scorpius parece assentir, mas muda de ideia quando vê meu olhar.

— Hugo, cuide dos seus assuntos – corto, com olhar feroz – Preciso preparar o papai, ele é muito ciumento. Então, por favor, bico fechado.

Hugo revira os olhos.

— Eu te aconselharia a não esperar muito, Rose – ele diz.

— Logo faremos isso, Hugo – Scorpius intervém – Estou apenas esperando sua irmã me permitir falar com seu pai.

Fico nervosa e tento desviar o assunto.

— Lorcan, tudo bem com você? – eu pergunto.

Ele me fita, com curiosidade.

— Sim, estou bem.

Droga, ele não é de conversar. Está mais tímido hoje do que qualquer dia.

— Está animado? – pergunto.

— Acho que sim – ele responde, mas parece uma pergunta.

Afasto-me de Scorpius, que parece achar graça da minha conversa. Ele sabe o que estou fazendo, estou desviando do assunto como se contornasse um elefante branco em uma sala de estar. Puxo Lorcan pelo braço e vamos para um canto. Lily nos olha curiosa, tentando ouvir nossa conversa. Dou mais alguns passos para o lado, tentando manter certa privacidade.

— Lorcan, vamos ser sinceros, ok? – peço, olhando em seus olhos.

Ele assente, mas arqueia as sobrancelhas.

— Escute, eu chamei você porque...- paro de falar, procurando as palavras certas para dizer o que preciso.

Lorcan espera pacientemente.

— Você me chamou porque...?

— Lorcan, vamos cair na real. Você gosta da Lily, não gosta?

Ele fica vermelho e fita os próprios pés.

— Para que finalidade eu devo responder essa pergunta? – pergunta,  sem me encarar.

Percebo que será difícil arrancar qualquer coisa dele.

— Ok, não precisa dizer – ele solta o ar – Mas só para você saber, Lily está muito apaixonada por você e sente sua rejeição. Ela é uma garota forte, caso você não dê algum passo para demonstrar o que sente, ela vai esquecê-lo.

Ele parece pensar.

— Podemos falar disso depois? – ele pede – Ela está vindo até nós e parece bem irritada.

Viro-me e encaro um demônio de fogo. Sua expressão é mais do que irritação. Saio em disparada, me escondendo atrás de Scorpius.

— O que foi? – ele pergunta, surpreso.

Aponto para Lily, ela esta fazendo a volta e vai querer minha cabeça, com certeza.

— Ah, entendi – ele diz, rindo – Não vou poder proteger você se ela começar a me bater.

— Mas que espécie de cavaleiro você é?

— O que não bate em uma dama e deixa você se resolver sozinha com sua prima.

Ele sai de lado, rindo.

— O que você disse para ele, Rose? – ela pergunta, em tom cortante.

— Eu...- estou gaguejando e não sei o que dizer.

Vejo Meredith vindo, no final da rua. Aceno para ela. Salva por Merlin.

— Vamos conversar depois, Rose – ela diz, irritada – Estou muito magoada com você.

Ai não, mas que idiota que eu sou.

— Rose – Meredith nos alcança e me abraça.

— Meri, que bom que veio – eu digo, aliviada por me livrar de Lily por um tempo – Cadê suas amigas?

— A Sophie está esperando no Beco Diagonal – ela explica – As outras não vem.

— Oi Meri – Alvo diz, sorrindo – Como vai?

Ele tenta beijar sua bochecha, mas ela desvia.

— Muito bem, mas não tente me beijar, ok? – ela corta.

Alvo não parece estar desconsertado. Está com a expressão mais marota possível.

— Tudo bem, posso fazer isso depois, então?

— Alvo – exclamo – Me desculpe Meri, meu primo é sem noção.

Alvo me fuzila com seus olhos verdes. Meredith apenas ri.

— Está tudo bem, conheço a fama do Alvo – ela diz, com ótimo humor – Vamos ficar só amigos, tudo bem para você, Alvo?

Ele fica desconsertado dessa vez.

— Veremos por quanto tempo – ele provoca – Você ainda vai me dar valor.

Meredith gargalha e ele apenas pisca para ela.

 - Não sei, não. Acho que você é muito prepotente.

— E você é tão parecida quanto eu – ele devolve – Mas gosto disso.

Os dois começam uma discussão. Meredith está prestes a voar em cima dele.

— Pessoal, vamos entrar no Caldeirão Furado, por Merlin – chamo a atenção deles.

Parece que não me escutam.

— Silêncio – Scorpius levanta o tom e a discussão encerra – Vamos entrar, por favor?

Sinto-me ofendida. Ninguém me respeita. Scorpius puxa minha mão, sorrindo.

— Vou ensinar a você como ser notada – ele brinca.

— Não me provoque, Scorpius – ameaço.

— Adoro provoca-la. Gosto de ver você vermelha de raiva.

Bato em seu ombro, mas ele apenas ri.

— Esse foi fraco – ele diz, enquanto entramos no Caldeirão Furado.

— O próximo vai ser para valer.

Ele mostra a língua e beijo ele, sem pensar. Fica surpreso por um momento, mas retribui.

— Vou ter que rouba-la mais cedo desse jeito – ele diz, sem ar.

— Adoraria vê-lo tentar.

Continuamos andando, sobre os olhos surpresos de todos. Mas não me importo. Só de estar na companhia de Scorpius, qualquer vexame vale a pena.


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