Família escrita por Saori


Capítulo 1
Fleur.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, eis aqui a minha estreia no Maio Weasley! Eu to tão animadaaaa! Primeiramente, como ademira, gostaria de agradecer a todos que toparam embarcar nesse projeto, porque isso só é possível graças a vocês. Deixo com vocês a minha primeira contribuição e espero que gostem. Boa leitura! ♥



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Fleur Delacour tinha uma beleza excepcional, e nem mesmo Molly Weasley era capaz de negar — ou sequer ignorar — tal fato. Os fios de cabelo loiros pendiam sobre os ombros, emoldurando o rosto pálido e frágil, quase perfeito, que contrapunha a sua personalidade forte. Sua postura impecável, a coluna ereta e o queixo levemente erguido, davam um sutil ar de arrogância, que era disfarçado pelo sorriso descontraído que ocupava os seus lábios. 

Molly pegou-se observando-a por longos minutos e, quando trocaram olhares, a loira sorriu, um pouco sem graça. Há algum tempo atrás, caso alguém perguntasse para a senhora Weasley o que ela achava de Fleur Delacour, a resposta seria rápida, simples e sucinta: tolerável. No entanto, se alguém lhe fizesse essa mesma pergunta agora, ela se sentiria envergonhada em responder. Porque ela tinha vergonha, até mesmo, de se lembrar que, um dia, achara Fleur apenas tolerável.

Bill nunca foi o tipo de garoto que falava abertamente sobre os seus relacionamentos amorosos com os pais. Na verdade, apesar de bem descontraído, ele era bem reservado quando se tratava desse assunto. Exatamente por isso, quando ele apresentou Fleur à família como sua namorada, Molly já soube que era algo especial para ele, mas, mesmo assim, custou a acreditar, e sentia-se mal todas as vezes que se lembrava disso.

A sua primeira impressão sobre a francesa não fora nada boa. Lembrava-se claramente de achá-la prepotente e crítica acima de um nível aceitável. No entanto, arrependia-se amargamente de cada pensamento negativo que um dia tivera. Aos poucos, Molly conheceu partes de Fleur que nem mesmo imaginava que existia.  Ela era uma menina forte, sincera e decidida, que não media esforços para proteger quem amava. E ela definitivamente amava o seu filho, Bill. Molly conseguia ver isso em seus olhos, mesmo quando ela o fitava apenas de canto de olho. Ou até mesmo em seus lábios, que sorriam involuntariamente todas as vezes que ele aparecia.

Apesar de uma recusa inicial, era impossível negar que as duas estavam se tornando cada vez mais próximas. Era como se Fleur, aos poucos, estivesse retirando a sua armadura, enquanto a Weasley dava-lhe espaço para que ela se aproximasse. Pouco a pouco, elas foram construindo um relacionamento íntegro, que proporcionava boas risadas em meio a xícaras de chá. As visitas da francesa à casa da família tornaram-se cada vez mais frequente, e agora ela ia até a Toca mesmo sem que Bill precisasse ir.

Era fim de tarde naquele dia. A neve caía lentamente e, aos poucos, preenchia o chão e os telhados de branco. Faltava exatamente duas semanas e três dias para o Natal, que era a data comemorativa preferida da família. E aquela seria a primeira vez que eles viveriam o dia sem o Fred. Aquilo doía no peito de Molly, quase mais do que ela era capaz de suportar.

Desde que Fred partira, ela guardara todos os sentimentos acerca de sua perda para si. Costumam dizer que a dor do luto é importante, pois te faz lembrar o quanto você amou a pessoa perdida. No entanto, ainda assim, é inegável que ela te dilacera, pouco a pouco, enquanto você tenta reprimi-la e mascará-la em meio a palavras supérfluas, como um simples: “está tudo bem”. Mas nunca fica bem. Não importa quanto tempo passe, a dor nunca diminui, as pessoas apenas se acostumam e aprendem a conviver com ela.

— Senhora Weasley — a voz suave de Fleur despertou Molly de seus próprios devaneios. Com prontidão, ela voltou os seus olhos para loira, enquanto um sorriso formava-se em seus lábios. — Será que eu estou fazendo isso certo? — indagou, com um sotaque um tanto quanto carregado.

— Deixe-me ver. — Cuidadosamente, ela retirou o suéter das mãos da menina, enquanto o analisava. — Está ficando ótimo.

Fleur sorriu ao receber aquele elogio, afinal, era a primeira vez que ela estava fazendo um suéter de Natal, e queria que Bill gostasse do seu presente. A loira pegou o tecido de volta e tornou a costurá-lo. Molly tinha essa regra bastante interessante: os presentes de Natal eram feitos unicamente por ela, sem magia. A Delacour, por sua vez, achou uma ideia incrível e dispôs-se a fazer o mesmo.

De canto de olho, Fleur olhou para a sogra novamente. Sua feição já não tinha mais um sorriso e era tomada por uma expressão semelhante à tristeza. Não precisou pensar muito para se dar conta de qual era o motivo.

— Senhora Weasley — Fleur a chamou mais uma vez.

— Sim? — Molly respondeu e, novamente, tornou a olhar para a Delacour.

— Ele estaria orgulhoso de você. — A francesa falou, um pouco tímida. — Você tem sido muito forte.

Molly ficou em silêncio por alguns segundos, apenas recolhendo aquelas palavras, pensando e repensando sobre elas. Depois, pensou em Fleur, e em como ela havia enxergado por debaixo de uma máscara que ela se esforçara tanto para manter em seu rosto. Finalmente, sentiu-se grata por aquelas palavras de conforto e, em meio àquela conversa, abriu o seu primeiro sorriso sincero.

— Obrigada, querida. — Agradeceu e, em seguida, levou uma de suas mãos até o ombro de Fleur, o qual acariciou com delicadeza. — Eu acho que eu precisava ouvir isso.

— Não há de que.

 — Fleur — Molly a chamou.

Fleur, por sua vez, levou os seus olhos à direção dela, com certa expectativa.

— A última vez que eu o vi sorrir de verdade foi no seu casamento — falou Molly. — Então, obrigada.

— Mas eu não fiz nada — proferiu, um pouco confusa.

 

— Você entrou para a nossa família, Fleur. E eu fico muito feliz que isso tenha acontecido.

A princípio, a francesa não soube o que responder. Fora pega de surpresa por aquelas palavras tão genuínas e repentinas. Molly e ela nunca tiveram uma conversa tão sincera. Por isso, quando se deu conta do que a Weasley havia dito, ela saltou da poltrona em que estava sentada e a abraçou, com lágrimas preenchendo os seus olhos.

A mais velha deixou uma risadinha baixa escapar, mas a retribuiu, envolvendo-a em um abraço carinhoso. Naquele exato instante, Molly se deu conta de quão sortuda ela era por ter uma família tão grande e maravilhosa. Definitivamente, família não se resume apenas a laços sanguíneos. Na verdade, tem a ver com o amor e a confiança que os indivíduos nutrem uns pelos outros e, na família Weasley, uma coisa que certamente não faltava, era amor.


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Notas finais do capítulo

E aí, comentários, críticas? Aceito tudo, mas espero que tenham gostado! Beijinhos e até breve!



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