Invasão à domicílio escrita por Kahrius


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Este é um AU que me pego pensando de vez em quando, talvez eu faça uma long ou short-fic deste universo! ♥

Mas ai está! Espero que gostem ^^



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Havia conseguido, finalmente, entrar no palácio. Por sorte, uma brecha para que se infiltrasse entre os sacerdotes se fez presente. Uraume havia conseguido para Sukuna a roupa apropriada, e por sorte lhe serviu bem. 

Iria conseguir pôr as mãos naquele artefato, por fim. Conseguiria um bom dinheiro e poderia viver sem muitas preocupações. Iria para bem longe, compraria uma casa decente e faria aquele dinheiro render abrindo algum negócio.

O homem de cabelos rosados teve de se cobrir um pouco, pois suas tatuagens o denunciariam rapidamente. É, ser um bandido famoso tinha suas desvantagens, afinal. Todo cuidado era pouco naquela situação.

Teve sorte de conseguir passar pelos corredores sem chamar a atenção. Foi cuidadosamente procurando pelo objeto tão valioso: uma espada da família real. Os Fushiguro a possuíam desde o início dos tempos, e tinha um valor inestimável. Sukuna queria aquele objeto mais do que tudo, e hoje o conseguiria.

O palácio naturalmente era imenso, então teria que ter paciência, além da discrição. Procurou por um certo tempo, até finalmente, olhando pela fresta da porta de correr, vislumbrou a tão desejada espada, perfeitamente colocada em um suporte, com incensos acesos ao lado. 

Não hesitou em abrir a porta e entrar.

Porém não sabia que a sala já estava ocupada por alguém.

“Olá, senhor sacerdote, pois não?” a voz da única pessoa da sala falou.

A pessoa estava sentada em cima das pernas, e seu rosto estava completamente coberto com um tecido branco, mas pelo que Sukuna percebeu, a pessoa podia vê-lo através dele. Droga, quem era esse? Não podia pôr tudo a perder agora, estava tão perto. Tentou fingir um sorriso sereno.

“Oh, sim… Sim.” tentou pensar em algo. “Só vim ver se estava tudo bem.”

“Que estranho... Normalmente neste horário os sacerdotes não passam por aqui.” o outro respondeu.

“Imagino a estranheza, comecei a vir hoje, entende?” e o outro fez que sim com a cabeça.

“Agora que você falou, nunca te vi por aqui, realmente… Como se chama?”

“Yuji.” Sukuna respondeu. Não gostava de seu irmão certinho, mas foi o único nome que lhe veio à mente, pois nunca revelaria seu verdadeiro nome. “E você?”

O outro estranhou tal pergunta, inclinando a cabeça levemente para a direita, como quem está com uma dúvida.

“Algo errado?” Sukuna perguntou, tentando esconder sua apreensão. 

“É que… achei que me reconheceria pelas roupas.” céus, quem era ele!? “Sou Fushiguro Megumi, o príncipe…”

Merda! Como ele havia se esquecido que os Fushiguro tinham um filho? Nunca saía do castelo, vivia escondido de todos por alguma razão. Não se lembrava do porque, mas devia ser alguma frescura da família real. Nunca ninguém além de seus pais e poucos serviçais vira seu rosto. Sukuna estava numa situação complicada agora.

“Ah, mil perdões!” ajoelhou-se no chão e fez uma reverência a ele. “Que erro terrível, majestade.”

“Está tudo bem!” o outro soou gentil. “Dificilmente sou apresentado tão cedo!” 

Pelo visto, não seria difícil enganar aquele rapaz, ótimo. Sukuna levantou a cabeça e agora estava sentado ao chão, fazendo o mesmo que Megumi.

“Fico aliviado que não se chateou, majestade.” tentou ser o mais formal possível.

“Claro que não fiquei! Aliás, até me sinto aliviado de não ter me reconhecido de primeira… Todos são tão cautelosos comigo, sabe?” e Sukuna assentiu.

Céus, ele teria que aguentar este rapaz desabafando. Certo, tudo pelo artefato, quanto tivesse a oportunidade, daria um golpe no príncipe para fazê-lo desmaiar e levaria a espada. Era só se aproximar mais. E foi o que ele fez.

“Posso ficar ao seu lado, majestade? Gostaria de perguntar sobre a história da espada.” e levantou, indo na direção de Megumi.

“O-oh sim… Pode!” ele pareceu um pouco envergonhado. “Esta espada está na família há gerações, as vezes venho rezar e pedir a proteção dos meus ancestrais…” disse ele, com a cabeça direcionada à espada agora.

Sukuna foi chegando mais perto agora, enquanto Megumi continuava falando sobre como isso era reconfortante para ele ou algo assim. Sukuna não ligava, só estava esperando a hora certa de agir.

“...por que me frustra um pouco, desde pequeno, não poder sequer sair daqui ou mostrar meu rosto… Mas entendo que é para proteg-”

Sukuna levou rapidamente seu pé contra o rosto do príncipe, acertaria em cheio e o faria desmaiar na hora. 

Se Megumi não tivesse bloqueado num reflexo rápido e levantado numa velocidade impressionante.

“O que diabos é isso!?” havia indignação em sua voz.

Sukuna se surpreendeu com a agilidade do rapaz, realmente não esperava que alguém que aparentava tanta fragilidade pudesse reagir assim. Então ele sabia lutar, merda. O bandido teria que apelar se quisesse levar aquela espada.

“Estou impressionado, mas não posso perder tempo com você.” Sukuna falou, se preparando para avançar.

“Quem é você!?” ele perguntou num tom alto, isso poderia chamar atenção.

Sukuna respondeu tentando golpeá-lo mais uma vez, mas o príncipe era rápido e contra atacou. Não atingiu Sukuna, mas passou perto. Estava começando a chamar atenção demais…

Mais algumas tentativas foram feitas, até que finalmente Sukuna atingiu um soco em Megumi, fazendo finalmente aquele tecido branco cair ao chão, e revelar seu rosto. Sukuna paralisou quando seus olhos se encontraram.

Megumi era lindo. Seu rosto era delicado e fino, seus olhos eram verdes e ainda tinha cílios enormes e curvados.

“Seu bandido! O que está olhando!?” e então reparou que estava sem o tecido, se desesperou, buscando pelo mesmo. “Não! Ninguém pode me ver, isso é ruim, muito ruim!”

Sukuna saiu do transe quando ouviu vozes e passos, merda! E logo alguns guardas estavam à porta.

“Ryomen Sukuna, parado aí! Saia de perto do príncipe imediatamente!” disseram eles, com espadas prontas para fatiá-lo.

Ele pensou rápido, e aproveitando a distração de Megumi, envolveu seu pescoço com o braço. Sukuna tirou uma faca de seus trajes, colocando diretamente no pescoço do príncipe.

“É melhor não fazerem nada, se não seu precioso príncipe morre.” ameaçou.

“Maldito! Solte-o imediatamente!” um dos guardas falou, muito nervoso.

“Me dêem passagem, inúteis.” 

E ficaram parados, sem saber o que fazer. Sukuna apertou um pouco mais o braço em volta do pescoço de Megumi, que grunhiu de dor.

“Príncipe!” 

“Por favor, guardas… Deixem-no ir.” Megumi falou.

“M-mas majestade…”

“Façam o que eu digo, por favor.” ele pediu. “Ele não vai me machucar.” e Sukuna levantou uma sobrancelha.

Os guardas então deram passagem, e Sukuna lembrou-se do que foi fazer ali, e quase se esqueceu por conta daquele príncipe.

“Oh sim, antes de ir, fico com isto.” disse pegando a espada e colocando na cintura, voltando rapidamente a colocar a faca contra o pescoço do príncipe. “Se tentarem alguma gracinha, o kimono do precioso príncipe vai ser pintado com o sangue dele.” ameaçou mais uma vez.

E assim Sukuna foi em direção a saída do palácio, tentando pegar um caminho mais curto e com menos pessoas, fazendo Megumi de refém. Agora ele pode notar mais um detalhe: o cheiro, céus, que cheiro bom.

“Já pode me deixar ir?” Megumi perguntou.

“Você é idiota? Não, até que eu esteja fora do palácio.”

“M-mas as pessoas não pode me ver!” havia medo em sua voz.

“E eu com isso? Não dou a mínima para as frescuras da realeza. E oh, que conversa idiota era aquela de que eu não iria te machucar?” perguntou ele, curioso e irritado.

Megumi ficou em silêncio por alguns segundos enquanto Sukuna praticamente o arrastava com ele. 

“É que… Eu senti que não iria. Só isso.” ele disse, simplesmente.

Sukuna estava realmente surpreso em como Megumi era inocente, mesmo que já fosse um homem adulto. Esse confinamento todo devia ser a causa. Mas por que ele estava pensando nisso? Pouco importava, já havia conseguido a espada e aquele idiota era sua chave para sair dali.

Mas o que irritou Sukuna depois, foi o fato de que realmente não fez nada a Megumi enquanto o levava consigo. Porque não tinha tempo, e porque… Não queria machucá-lo, sem o próprio saber o motivo. 

Quando chegou perto de um lugar onde conseguia pular para fugir dali, libertou Megumi.

“Não ia me levar até a entrada?” ele perguntou.

“Idiota, não estava se borrando porque não podia ser visto? Pois então, sinta-se agradecido.” Sukuna falou, olhando para ele e dando um sorriso debochado.

“O-obrigado…” Megumi agradeceu.

“Você é realmente muito inocente, príncipe.” disse se preparando para saltar da mureta, em direção ao matagal. “Eu que agradeço por facilitar meu roubo.” 

“Espere! Seu nome… É Sukuna então, não é? Ouvi os guardas…” perguntou.

“Sim, e pare de me fazer perder tempo, sei o que está tentando.” Sukuna respondeu irritado.

“Não é isso! Eu realmente-” 

“Adeus, príncipe Megumi. E vê se aprende a ficar mais esperto, não terá tanta sorte assim para sempre.” avisou antes de finalmente saltar.

Megumi estendeu a mão para ele, mas o homem já havia aterrissado lá embaixo e adentrou a floresta, desaparecendo das vistas de Megumi. Apesar disso, o rapaz ficou ali, observando a floresta e refletindo sobre o que aconteceu.

Uma pessoa de fora viu seu rosto pela primeira vez, estava com medo, pois seus pais lhe diziam que jamais alguém podia ver seu rosto. Segundo eles, Megumi era para ser mantido puro para sempre, se não o castigo divino cairia sobre as vidas de todos. Ele então tratou de improvisar um tecido para voltar a se cobrir.

Mas ao mesmo tempo, havia se sentido de certa forma feliz de finalmente poder ter andado sem nada lhe cobrindo. Logo afastou tais pensamentos.

“Ele colocou uma faca em meu pescoço e fez meu rosto aparecer! Céus, o que vai ser do povo?” ele se pegou questionando. “Mas…”

Logo os guardas o encontraram, e seu rosto já estava coberto novamente com um leve tecido. Averiguaram se ele estava bem e o levaram de volta para o quarto.

Sukuna, agora feliz da vida com o que havia conseguido, encontrou-se com Uraume para que pudessem planejar os próximos passos, onde venderiam aquele artefato, para onde iriam e como despistariam os guardas da cidade.

“Aaah, finalmente tenho essa belezinha!” festejou ele enquanto admirava aquele artefato bem conservado.

“De fato, chefe. Mas notei que teve problemas…” 

“Não foi nada. Aquele príncipe ingênuo até foi de ajuda, se quer saber…” e se pegou sorrindo ao citar Megumi. Uraume percebeu.

“Gostou dele, chefe?” perguntou levantando uma sobrancelha. 

“Gostar daquele idiota? Não… Só o achei divertido.” respondeu ele.

E bonito, quase falou.

Uraume fingiu que acreditou e ambos continuaram planejando o que iriam fazer.

Durante a noite, Sukuna se pegou pensando no rosto e no cheiro daquele rapaz, e talvez tenha achado até engraçadinha toda a inocência de Megumi para com o mundo. Ele sinceramente gostaria de ver aquele tolo novamente.

A falta de sono também pegou o príncipe, que rolava em seu futon, inquieto, pensando em como Sukuna foi o único - nos vinte anos de existência de Megumi - que não o tratou como se ele fosse feito de porcelana. Sabia que era muito estranho admirar isso justamente em um bandido, que ainda por cima ameaçou sua vida e roubou a preciosa relíquia da família (e isso seria uma enorme dor de cabeça para eles).

Mas não conseguia deixar de sorrir de leve ao lembrar daquele homem.

Ambos, sem assumir para ninguém, esperavam se encontrar de alguma forma, algum dia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ♥
Qualquer erro, só avisar! Estou caindo de sono, então posso ter deixado algo escapar ^^'



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