Família escrita por Lady Anna


Capítulo 1
Era uma vez...


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee
Eu acho que nunca escrevi uma fic tão rápido em toda a minha vida haha apesar de ter me esforçado para não sair tão triste, a história literalmente caminhou por si só e, bem, vocês vão ver o resultado!
A fic é inspirada nesse tweet https://twitter.com/nessianstars/status/1386861794392674318?s=20 mais especificadamente na fanart em si. Quero agradecer a todas as menias do twitter que me incentivaram a escrever isso ♥ sem esse incentivo a fic provavelmente nunca sairia haha
Por hora é só, espero que vocês gostem e nos vemos nas notas finais!
Beijooos



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Harry entrou na cozinha, sendo surpreendido pelo aroma delicioso de bolo recém-assado. Ginny acabava de tirar a bandeja do forno, parecendo muito orgulhosa com o resultado e, assim que o viu, sorriu.

— Feliz aniversário, Potter. – Ela colocou o bolo em cima da mesa, em seguida se aproximando dele e o beijando. – Nem parece que você já tem alguns cabelos brancos.

Ele riu, abraçando-a pela cintura.

— Acho que a senhorita está precisando de óculos, eu não tenho nenhum cabelo branco, diferente de alguém com cabelos ruivos por aí.

— O Ron também já está com alguns fios brancos? Sabia que tinha alguma coisa diferente nele.

Harry riu de novo, se abaixando para distribuir beijos no pescoço da esposa. Amava a vida com Ginny e os filhos, todo o carinho e atenção que tinham uns com os outros. Ginny o abraçou pela cintura e eles ficaram assim alguns segundos, somente nos braços um do outro. Poderia parecer um pensamento estranho para o momento, mas Harry teve certeza absoluta naquele instante – não que ele já não tivesse antes – que daria a vida por sua família.  Por Ginny, por James Sirius, por Albus Severus e por Lily Luna; faria qualquer coisa por eles. Anos atrás lutara para salvar o mundo bruxo e garantir que as próximas gerações vivessem em um lugar seguro e tinha certeza que seria capaz de fazer tudo, cada pequena coisa, novamente para mantê-los seguros e felizes.

— Eu te amo. – Disse, baixo.

Ginny se afastou um pouco, o suficiente para olhá-lo nos olhos, naqueles olhos impossivelmente verdes que a conquistaram no primeiro olhar. Ela acariciou os cabelos deles, sorrindo.

— Eu também te amo, Harry.

Ele abaixou a cabeça para beijá-la, entretanto foi interrompido por um grito vindo da sala. Aquele som estridente e alto somente poderia ter vindo de um dos filhos: Lily Luna e, naquele caso, poderia ser tanto de animação quanto de descontentamento. Apenas saberia após ver a filha. Sendo assim, se afastou de Ginny, dando-lhe um singelo beijo na testa.

— Vou olhar o que foi isso.

— Traga-os para o café da manhã. – Pediu Ginny. – Iremos para a Toca daqui a pouco.

Harry abriu um sorriso animado, mal podia esperar para comer as guloseimas que sua sogra teria preparado para seu aniversário. Com passos decididos foi até a sala, parando no batente da porta para visualizar a cena a sua frente. Toda a sua certeza se dissipou ao ver o que os filhos estavam fazendo e de repente havia um bolo em sua garganta. Seus olhos marejados observaram James Sirius girar Lily Luna em um arco perfeito, assim como seu pai fazia com sua mãe na foto que estava na estante. As semelhanças e as diferenças daquelas duas cenas faziam seu coração disparar e se apertar um pouco.

Pensar nos pais sempre o trazia um sentimento agridoce. Sabia que eles o haviam amado mais do que tudo e dados suas vidas por ele, mas não conseguia deixar de pensar no “e se”. E se eles não tivessem morrido? E se aquelas guerras não tivessem existido? Provavelmente, teriam sido uma família feliz. Tomariam café da manhã juntos e jogariam quadribol no quintal, assim como ele e Ginny faziam com os filhos. Seus pais teriam gostado de conhecer os netos, percebeu.  Teriam sido perfeitos avós babões e mimariam os três pequenos Potter com todo o coração. Pensar nisso fez uma lágrima solitária deslizar por seu rosto, deixando uma imensidade de verbos conjugados no tempo verbal errado pelo caminho. Nada daquelas coisas aconteceriam no presente, Harry sabia, porém não deixava de se sentir mais sentimental em datas comemorativas, como seu aniversário.

— Papai! – Chamou Albus Severus, o qual estava sentando no chão observando seus irmãos dançarem.

Harry rapidamente colocou um sorriso no rosto, não querendo que os filhos o vissem chorando. Percebendo que o pai chegara à sala, James Sirius e Lily Luna pararam de dançar, se virando para ele.

— Papai, olhe! Eu e Lilu estamos dançando igual ao vovô e a vovó na foto! – Disse o filho mais velho, segurando orgulhosamente a irmã no que eles pensavam ser um passo complexo de dança.

— Sim, vocês estão. – Constatou Harry, mais para si mesmo do que para os filhos.

Era inegável o quanto aquela cena havia mexido com ele, pensando nos milhares de possibilidades que já haviam inundado sua mente milhões de vezes. Talvez, em um universo alternativo, nesse momento James Potter e Lily Evans estão batendo em sua porta, ansiosos para passar o aniversário do filho com ele e os netos. Entretanto, naquele universo somente restava a Harry Potter a saudade do que ele nunca tinha sequer experimentado. Como isso era possível? Pensar nos pais constantemente era sinônimo de tristeza e saudade, mas não precisava ser assim; se deu conta ao ver os filhos voltarem a dançar, agora com Albus Severus entre eles.

Naquele momento, naquela sala, o sentimento que dominava Harry era o amor. Ele amava os filhos e amava os pais. A agridoce saudade sempre existiria, mas a cada vez que ele via um sorriso no rosto dos filhos – com algumas características tão parecidas com seus pais – a felicidade e a esperança ganhavam mais espaço dentro dele. Foram guerras difíceis, porém um mundo melhor existia para JaySix, Lilu e Al. E Harry queria e continuaria a mantê-lo. Foi esse pensamento que o impulsionou a tomar uma decisão: contaria aos filhos a história dos avós.

Harry nunca se sentira pronto para conversar com os filhos sobre aquilo e Ginny respeitara sua decisão. Ele dizia que era uma história muito triste e que as crianças deveriam crescer mais antes de descobrirem as maldades do mundo – JaySix tinha oito ano; Albus, 7 e Lilu, 6 – entretanto, se fosse sincero consigo mesmo, admitiria que ele não estava preparado para as perguntas que eles inevitavelmente fariam e para todos os sentimentos que aquilo lhe desencadearia. Mas naquele momento ele se sentia pronto, queria que os filhos descobrissem os quão corajosos seus avós tinham sido.

Era estranho que aquela inegável coragem surgisse em seu aniversário. Talvez fosse a maturidade que cada ano de vida lhe proporcionara, ou talvez fosse a impulsividade que ele nunca perdera falando mais alto. Harry não sabia, mas não importava. Estava feliz por se sentir preparado para compartilhar aquilo com os filhos e queria fazer isso agora.

— Papai! – Gritou Albus, em um som agudo. – Você está divagando!

O garoto se jogou nas pernas do pai, buscando atenção. Sorrindo ao perceber o quanto Albus tendia para a dramaticidade, Harry o pegou no colo e andou até a grande poltrona da sala, sentando-se em seguida. Poucos segundos depois, Lily Luna e James Sirius correram até ele e se empoleiraram no colo do pai. Abraçando os três filhos da melhor forma que conseguia, Harry disse, se orgulhando de sua voz límpida e firme:

— Vocês querem que eu conte a história do vovô James e da vovó Lily?

— Você vai contar como eles se conheceram? – Perguntou Lilu, os olhos arregalados.

— Sim.

— E vai contar sobre as aventuras deles em Hogwarts? – JaySix indagou, praticamente pulando de animação.

— Sim.

— E vai contar o porquê de nós não os conhecermos? – Al falou mais baixo que os irmãos, a voz incerta.

— Sim.

Naquele momento, quando sua voz e sua certeza não fraquejaram, Harry teve certeza que tinha tomado a decisão certa.

— Então, vocês querem ouvir?

— Sim! – Responderam as três crianças, em uníssono.

— Muito bem. Existia em Hogwarts um grupo de quatro amigos de se autodenominavam os marotos. Seus nomes eram Sirius Black, Remus Lupin, Peter Pettigrew e James Potter...

Em algum momento, Harry percebeu que não somente os olhos das crianças estavam sobre ele, mas os de Ginny também. Encostada no batente da porta, não querendo se intrometer, a esposa sorria carinhosamente para ele. Sem produzir som nenhum, apenas com os lábios, ela disse:

— Te amo. Feliz aniversário.

Harry não a respondeu – ele não precisava, afinal há anos Ginny sabia como ele se sentia – apenas continuou contando a história de Lily Evans e James Potter para os filhos. Contou como a mãe odiara o pai grande parte dos anos em Hogwarts. Contou com James ajudou Remus nas noites de lua cheia e como abrigou Sirius quando ele fugiu de casa. Contou como ele amadureceu aos poucos, percebendo seus erros e tornando-se alguém melhor. Contou como eles se apaixonaram e decidiram lutar juntos em uma guerra. Contou como eles haviam confiado em Peter para ser o guardião do segredo e foram traídos. Por fim, contou como eles deram a vida para salvar a sua e como lutaram até o último suspiro por um mundo melhor.

Foi naquele instante, quando inspirou após finalizar, que percebeu que se sentia bem melhor. Tinha uma família grande e amorosa, o que sempre quis. Possuía carinho, amor, esperança e tantos outros sentimentos positivos que nem conseguia nomear. Realmente, tudo estava bem.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sempre pensei que a morte de Jily afetou muito o Harry e quis explorar um pouco isso aqui. Também acho que ele é um pai incrível (CANON kkkkk) e que tem uma relação ótima com todos os filhos.
Comentem, adoro interagir com vocês lá!
Eu amei escrever essa história e espero muito que vocês tenham aproveitado a leitura!
Beijoooos