A Família Vem em Várias Formas escrita por Virgo


Capítulo 1
Capítulo Único




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Dominique sempre se sentiu como uma estrangeira na sua própria família, e o que ela acabara de descobrir sobre si mesma não a faria ir de encontro à perfeição que ela sentia inalar da sua família. Afinal Dominique de Delacour-Weasley, tinha apenas a aparência física, da qual o seu cabelo loiro era a marca. 

Ela não era a mais bonita, esse estatuto sempre tinha pertencido à sua irmã, nem a mais inteligente, essa era uma característica do seu irmão Louis. Ela nem boa a Quidditch era e fora calhar na Hufflepuff. Interagia melhor com a prima deslocada Molly e com a sua melhor amiga Virgo Malfoy, do que com as suas primas Rose e Roxy, que eram a alma e o divertimento de Hogwarts ou como os muggles diziam as populares da escola.Dominique era deslocada, também, preferia andar sozinha. Mesmo quando já podia ser considerada uma mulher, a sua vida social não alterou-se, e quando chegou o tempo de todos da sua família começarem a namorar, ela sentia-se cada vez mais excluída. Até Molly já tinha arranjado um namorado, e ela ficava cada vez mais nas sombras, esquecida.

Ouvia comentários da sua mãe e das suas tias como:”Não te preocupes Nicky, hás de arranjar alguém de quem gostes mesmo!” ou então de Victorie, o que ainda era pior, por ela estar numa relação perfeita com Teddy Lupin. Parecia que queria jogar isso na cara de Nicky a todo o momento. Eventualmente, Dominique deixou de ser uma menina pequena, que nenhum rapaz olhava para ser uma mulher desejada por todos em Hogwarts e embora ela estivesse diferente, todas as dúvidas e inseguranças ainda estavam ali bem à superfície.

A sua maior insegurança e aquela que ela tentava agora desesperadamente arranjar uma maneira de a expor para a família, veio ao de cima numa tarde de primavera em Hogwarts.

A loira havia sido convidada por Molly, para assistir a um treino privado, já que aparentemente a ruiva estava meio em baixo de forma. Nicky esperava ser a única na arquibancada, mas antes de subir para as mesmas, avistou o cabelo branco da melhor amiga da sua prima. Ela gostava da companhia da Malfoy então decidiu juntar-se a ela, mas  à medida que se aproximava da rapariga, percebia que ela não estava sozinha. Mais chocada ficou quando percebeu que Virgo estava a beijar uma rapariga. Para Dominique aquilo não era lá muito normal, e o desconforto que sentiu fê-la querer correr dali para fora; a discrição mandou-a apenas andar.

Nas bancadas a cena da amiga agarrada à outra menina passou pela sua cabeça mil vezes, e nos dias e meses a seguir, eventualmente Nicky percebeu que não havia nada de mais nisso, e que ela teria toda a disposição em beijar uma garota também. Essa última afirmação levou-a à descoberta da sua sexualidade e à pesquisa da “etiqueta” que mais lhe assentava. 

Pansesexualidade acabou por ser  a nova característica de Dominique ,o que significaria que a partir daquele momento tinha algo de muita importância para dizer à familia:” Eu não sou heterosexual!". Ela já escapara ao momento da sua “denúncia” demasiadas vezes e sentia-se farta por não conseguir contar à mãe. Elas não guardavam nenhum segredo entre elas e tinha consciência que a sua nova identidade acabaria com todos os sonhos que Fleur tinha guardados para ela.

Lá estava o cabelo loiro à porta do quarto da mãe,no Chalé das Conchas, a sua casa. Dominique esperava encontrar a sua mãe sozinha mas percebeu que ela discutia com Victoire.Estas discutiam sobre flores que deviam usar no casamento e em como rosas não combinavam com a relação de Victorie e Teddy .Futilidades. Porém  a irmã era o tipo de pessoa que perguntava a opinião dos demais, além da mãe, claro! Dominique e Victorie não podiam ser mais diferentes.

Quando a irmã finalmente saiu do quarto ela respirou fundo e entrou no quarto da mãe.

—Olá… - foi apenas o que ela conseguiu dizer. - Hum… Eu queria te dizer uma coisa, mas não sei se queres que diga agora ou amanhã, se estiveres ocupada eu posso me ir embora!- logo completou nervosa.

—Dominique… O que me tens a dizer, podes me dizer, nada é caso para ficares assim nervosa, olha o que aconteceu à tua prima Juliette, tu não queres acabar como a prima Juliette, pois não! - Embora o argumento da prima Juliette fosse um bom argumento, definitivamente não era aquilo que Nicky queria ouvir naquele momento.

— Je ne sais pas… - as lágrimas invadiram os olhos da loira mais nova, não a deixando continuar e todos os medos que ela havia conseguido afastar até ali voltaram em força. Fleur apenas a olhava preocupada.

— Tu vais me odiar, por aquilo que te tenho a dizer e vais deixar de gostar de mim!  - Dominique não conseguiu mais segurar o choro deixando as lágrimas deslizarem livres pelo seu rosto.

—Ma chère, non! Não chores! Então? É só a mamãe. - Fleur abraçou a filha mais nova.

 - Não há nada que me possas dizer que me faça não gostar de ti, nada! O que foi? - ela enxugou as lágrimas que escorriam pelo o rosto da filha e segurando-o nas suas mão para que a garota olhasse nos olhos iguais aos seus.

—Eu… Eu gosto… - de garotas queria ela dizer, mas pareceu-lhe estúpido porque depois não estaria a dizer o que ela queria. Após respirar por uns minutos ela arranjou coragem,que de algum sítio do fundo da sua alma veio. 

          - Eu sou pansexual, mãe.  - ela nem esperou a resposta de Fleur apenas continuou - Isso quer dizer que eu me sinto atraida por alguém independentemente do seu sexo ou genéro.Não espero que entendas, mas acho que devias respeitar o que eu sinto e o que eu sou. Sei que esta nova perspectiva arruina todos os teus sonhos programados para mim.Não sei se algum dia me vou casar com um homem que ame e ter filhos com ele e, por isso, não te posso prometer netos ou a preparação de um lindo casamento parecido com a da Victorie! A  única coisa que te posso prometer é ser feliz quer decida passar a vida com uma mulher ou com um homem ou outra pessoa qulquer! Sou assim! Demorei algum tempo a perceber isto, mas achei que devias saber. Além disso gostaria que não contasses a mais ninguém, nem ao pai, nem à avó ou às tias,  gostaria de ser eu a contar, quando eu quiser e me sentir confortável. E penso…

—Nicky pára! Shssss… está tudo bem. Desculpa, desculpa por achares que eu teria algum problema com quem tu és. - Fleur abraçou a filha que volta à choradeira anterior.

 - Eu só quero que tu sejas feliz! Claro que quero que tu te cases, que tenhas filhos, uma família, mas também quero que te lembres que a família vem em muitas formas e feitios e não posso ser eu, ou o Bill, ou a Victoire a dizer-te como é que deves viver e seguir a tua felicidade.Deves ser tu a traçar a tua própria felicidade.- disse a mãe com um sorriso a limpar as lágrimas do rosto da sua filha.


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