Immortals: O Livro da Magia escrita por Ariri


Capítulo 13
Um novo despertar




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A primeira coisa que Max notou ao acordar foi a enfermaria vazia.

A segunda foi que estava com muita fome.

― Alôoooo!!! Oláaaaaa!!! Temos uma criança com fome aqui!!!

Passos rápidos voaram na direção dela. Max já estava sentada e tentando se levantar quando Madame Pomfrey, Profa. McGonagall, Prof. Dumbledore e Prof. Snape abriram as portas da enfermaria. As duas primeiras estavam emocionadas, o diretor tinha um sorriso que dizia já esperar por aquilo, e o último tinha uma expressão impassível, mas Max se absteve de comentar as olheiras fundas no rosto dele.

― Onde pensa que está indo, mocinha?! – Madame Pomfrey disse, marchando até ela e sentando-a de novo.

― Estou com fome.

― Podemos resolver isso e você continuar onde está. – Dumbledore disse em voz calma, e olhou para a enfermeira – Papoula, vá até a cozinha e peça um prato de comida para a Srta. Maxine.

― Mas professor...

― Ora, deixa-la com fome irá prejudicar sua recuperação, não irá?

A enfermeira assentiu relutante e sem argumentos, saiu da enfermaria. Max sorriu e começou a balançar as pernas, indiferente ao fato de ser observada pelos três professores. Minerva foi a primeira a se sentar ao seu lado, segurando sua mão, e em seus olhos inchados, Max percebeu que a professora havia chorado por ela.

― Pode nos contar o que aconteceu a você, Srta. Maxine?

Max suspirou e contou um breve resumo sob as reações de Minerva, um vinco na testa de Snape e nenhuma mudança de Dumbledore, embora os olhares dos três tenham se tornado profundos quando ela contou sobre a tortura. Como ele soube, ela não tinha ideia, mas o diretor já tinha noção de tudo que havia acontecido com o prof. Quirrell. Max estava de fato faminta, e ao terminar de contar, Madame Pomfrey já havia voltado com um substancial café da manhã com suco de abóbora, dizendo que ela não era obrigada a comer tudo e caso se sentisse enjoada, deveria parar de comer.

Max olhou para o grupo que não tirava os olhos dela e revirou os olhos.

― Pra quê essas caras de enterro? Eu estou bem.

― Você por pouco não morreu, Maxine.

― Falou certo professora, por pouco não morro. O que significa que não morri.

― Como pôde se arriscar dessa forma?  

― Bem, ou eu morria logo ou morria depois, preferi morrer do meu jeito. Não é como se eu tivesse um pai ou uma mãe que chorariam por mim, não é mesmo?

― Eu choraria por você. – Profa. Minerva disse ríspida, levantando-se. Max se surpreendeu, sabia que a vice-diretora gostava dela, mas não a esse ponto.

― Você sabe o que eu quis dizer – continuou mais comedida – Eu não tenho pai nem mãe, as irmãs do orfanato sofreriam como você, mas milhares de crianças já passaram por você e centenas passaram por lá, não vai mudar nada na vida de vocês...

― Oh Maxine. Você não entende?

A profa. Minerva pareceu se recuperar, e limpando o canto dos olhos, trocou um olhar com Dumbledore, que balançou a cabeça em incentivo. Max não entendia nada, e olhou para seu diretor de casa, que meneou a cabeça com um sorriso mínimo. Profa. Minerva raspou a garganta e segurou a mão dela, os olhos fitando os delas.

― Maxine, todas aquelas vezes que tomamos chá juntas, quando te levei para comprar seu material, a forma como me orgulhava de você nas aulas e por seu caráter – Max ia acenando a cabeça, sem saber onde ela queria chegar – Tudo isso me fez perceber que nutro um carinho especial por você.

― Ahh, eu também professora. – Minerva sorriu e apertou sua mão mais uma vez, Max sorria.

― Maxine, eu quero adotá-la.

Pera, quê?!

― Como é?!

― Acho isso uma ótima solução, não concorda, Severo?

― Concordo, professor.

Maxine tinha certeza que os olhos estavam esbugalhados, que parecia uma idiota, porque não conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Adotar? A ela? Profa. Minerva a olhava em expectativa, e Max tentou se recuperar ao máximo para dizer a primeira coisa que passou por sua cabeça.

― Bem... caso queira adotar uma criança, existem muitos outros menores lá no orfanato que seriam mais convenientes...

― Não quero adotar uma criança, Maxine. Quero adotar você. O ministério rapidamente resolveria o processo para nós. Quero que venha viver comigo, como minha filha. Claro que não te obrigarei a me tratar como mãe, mas...

Minerva se interrompeu. Max tinha acabado de abraça-la forte, os olhos com lágrimas que teimavam em escapar. Ela, adotada! Ela nunca era escolhida, alguma coisa sempre fazia os adultos a ignorarem, e quando fez sete anos, desistiu completamente disso, afinal, crianças grandes nunca eram adotadas. Ela acreditou que nunca teria uma família além da que havia perdido e que estava completamente sozinha, sempre estaria, mas tudo passou a mudar quando a Profa. Minerva a conheceu, gostou dela, já a tratava como uma filha, e ela estava tão feliz que se sentia perto de explodir.

Maxine teria uma família.

― Nada poderia me fazer mais feliz, professora.

― Ótimo. Agora me chamará de Minerva, nada de professora. – Max sorriu, Minerva se afastava, aprumando-se, virou o rosto para esconder as lágrimas – Agora, Papoula fará um rápido check-up para que você possa pegar o trem para casa. Na próxima semana te buscarei.

― Eu irei viver na escola? – Max perguntou, intrigada – Nada contra, mas realmente não gostaria de ficar nas masmorras durante o verão.

Dumbledore soltou uma risada gostosa e balançou a barba.

― Eu tenho uma pequena casa em Hogsmeade. – Minerva disse, carinhosamente – Será nossa casa, em poucos dias.

Max sorriu, entusiasmada, querendo perguntar mais a Minerva sobre sua casa, sobre sua vida e em sobre como viveriam, mas a pergunta mais importante era:

― Eu terei que passar pela seleção novamente?

Dumbledore riu mais uma vez, e foi Snape quem respondeu:

― Bem que McGonagall gostaria. Você continuará sendo um orgulhoso membro da Sonserina.

― Eu gosto disso. – Snape lançou um olhar aprovador a ela, e embora Minerva o olhasse com desdém, também pareceu aprovar sua resposta.

― Pronto, pronto. Agora chega de animar a pobre coitada. Andem, andem, para fora.

Minerva deu um tapinha na mão de Max, que sorriu para os três que saíam. Ela voltou a comer, afinal estava faminta, e Madame Pomfrey a examinou da cabeça aos pés, cada palavra dita era processada por ela e com muito custo se deu por satisfeita, já perto do horário do trem partir, e a liberou para que fosse ao Salão Comunal, pegar seu gato.

Max praticamente correu pelos corredores, saltando as escadas, extremamente feliz, até chegar às Masmorras. Como um susto, os alunos a encararam lívidos antes de irromperem em comemorações.

― ELA VOLTOU!

Max se surpreendeu com isso. Nunca foi querida por eles, mas percebeu que os sonserinos poderiam ser distantes, mas eram unidos; Se um deles estava ferido e em perigo, os outros fariam algo sobre isso. Ela agradeceu pelos presentes, pelos votos de recuperação, pela coragem em enfrentar um professor vil, passando de um em um até chegar ao canto da sala, onde Theo e Draco a esperavam.

Os dois sorriam, e os dois a abraçaram.

― Sabia que você voltaria. – Draco disse

― Ela não seria louca de não voltar.

Não, ela não seria. 


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