Something Blue escrita por prongs


Capítulo 1
U: old, new, borrowed... blue?


Notas iniciais do capítulo

olá queridas e queridos and anyone in between!!! é com muito orgulho que venho postar uma das últimas fics da semana da Victoire do Delacour's Month pra vocês. esse projeto tá sendo super legal, cheio de fics incríveis, e chega eu tô nervosa de postar uma história tão bobinha assim depois de tanta história maravilhosa HAHAHAHAH mas pra mim tedoire exala um amor leve, fácil e divertido e eu queria mostrar um pouquinho desse respiro que eles dão pra gente no meio de tanto casal cheio de angst.

espero que gostem ♥



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Casamentos carregam tradições. Uma das mais conhecidas e seguidas tradições do Reino Unido é a rima que diz “algo velho, algo novo, algo emprestado, algo azul”, que detalha o que uma noiva deve usar no dia de seu casamento para dar sorte: o item antigo é para oferecer proteção para o futuro bebê do casal. O item novo simboliza otimismo para o futuro. O item emprestado de outro casal feliz proporciona boa sorte para os noivos, e a cor azul é um sinal de fidelidade.

Victoire realmente não ligava para nada disso, só queria fazer sua avó, Apolline, feliz, e por isso, aceitara seguir a tradição de algo velho, algo novo, algo emprestado e algo azul no seu tão esperado casamento com Teddy. Aconteceu que sua avó falou tanto das malditas coisas durante toda a sua vida que ela havia internalizado a importância daqueles estúpidos objetos e não conseguiria pisar naquele altar se algum deles estivesse faltando.

Victoire tinha algo velho: usava um anel que vinha sendo passado por gerações na família Delacour até chegar a ela. Ela tinha algo novo: seu vestido havia sido feito sob medida por sua irmã, Dominique, para ela. Ela tinha algo emprestado: seu véu havia sido usado por sua mãe, Fleur, em seu próprio casamento. E havia a razão para ela estar gritando em francês com seus irmãos mais novos 10 minutos antes de seu casamento: ela não tinha nada azul.

Havia procurado lingerie azul naquela manhã, uma liga azul para usar na perna, brincos e anéis azuis, uma tiara com algum detalhe azul, mas não havia encontrado absolutamente nada. Ela havia se esquecido completamente de arranjar algo azul para o dia de seu casamento e agora tudo estava arruinado.

— O fantasma da vovó vai vir me aterrorizar de noite, tenho certeza! Ela vai amaldiçoar meu casamento e eu nunca vou ter filhos e vou me divorciar aos vinte e oito anos! — Ela berrava, andando de um lado para outro do quarto em que se arrumava, enquanto Dominique e Louis a observavam com olhares que iam de preocupação a medo em segundos.

— Vic, eu acho que o fantasma da vovó tem outras preocupações além de você se casar sem um objeto azul — Dominique disse cuidadosamente, e o caçula dos três concordou ao seu lado.

— Na verdade ela provavelmente não vai se tornar um fantasma, né? Eu já conversei sobre isso com tio Harry e ele me disse que a maioria deles tem medo de morrer e la mémé vivia dizendo que não via a hora de ir embora porque já tinha passado da ho—

Louis! — Victoire gritou, com os olhos arregalados e suas unhas prestes a se tornarem garras voadoras na jugular do irmão — Não é hora de falar da metodologia da existência de fantasmas no mundo bruxo! Eu estou no meio de uma crise, se você ainda não percebeu!

Dominique sutilmente cutucou Louis e sussurrou:

— Vá achar o Teddy. Agora — O rapaz se levantou, assustado, e saiu correndo da sala para achar o noivo da irmã mais velha — Vic, ma chérie… — Dominique se aproximou de Victoire, que agora estava sentada num sofá com a mão no rosto respirando rapidamente — Por favor, se acalma. Você procurou na caixa de joias da mamãe? Ela não tem nenhum brinco com safiras, nem nada do tipo? 

— Nada — Victoire olhou para cima e balançou a cabeça, uma expressão derrotada no rosto — A única coisa que achei no meu guarda-roupa foi uma calcinha velha e enorme azul, cheia de buracos, e eu definitivamente não posso usar isso na minha noite de núpcias, Domi! Meu casamento já começou desastroso e fadado ao fracasso! — A mulher fez uma cara de quem ia começar a chorar, e imediatamente sua irmã se sentou ao seu lado e a abraçou pelos ombros, com cuidado para não manchar ou amassar o vestido da noiva.

— Ei, ei, calma aí! Uma coisinha azul não vai arruinar o seu casamento, Vic. Você e Teddy se amam mais do que qualquer casal que eu conheço, e é isso que importa.

Victoire sabia que Dominique estava certa. Ela também sabia que sua avó muito provavelmente não iria lhe amaldiçoar ou perseguir como fantasma, apesar de muitas vezes não saber exatamente quais eram os limites da Sra. Delacour. A verdade é que ela estava com medo. Simplesmente com medo. Ela tinha certeza de seu amor por Teddy e de sua vontade de passar o resto da vida com ele e ter sua própria família com ele, mas não conseguia deixar de sentir um aterrorizante frio em seu estômago toda vez que pensava em andar até o altar.

E se ela tropeçasse em seu vestido e caísse na frente de todos? E se seu salto quebrasse e seu pai não conseguisse segurá-la antes que ela caísse e quebrasse o tornozelo? E se ela errasse seus votos ou gaguejasse? E se a banda contratada errasse a música da sua entrada? E se ela dissesse o nome errado no altar? E se Teddy mudasse de ideia e dissesse não e a abandonasse no altar na frente de todos, deixando-a humilhada e triste para o resto de sua vida? 

Suas ansiedades estavam prestes a lhe consumir, e tudo o que ela queria fazer era sair daquele vestido, correr para casa e assistir a reality shows de cozinha com Teddy. Ela definitivamente não conseguiria fazer nada certo no casamento, com certeza iria estragar alguma coisa, e a falta do objeto azul era a prova daquilo. Ela nem havia se casado ainda e já tinha cometido um erro, e se aquilo não era um sinal que ela seria uma péssima esposa, ela não sabia o que era.

— Dominique, eu estraguei tudo, eu tenho certeza que… — Antes que ela pudesse terminar sua frase, as grandes portas francesas da sala se abriram e ela viu Teddy, em seu lindo terno preto e com os olhos arregalados, com Louis logo atrás dele.

— Vic? — Sua voz soou preocupada e ele andou até a loira, se ajoelhando na frente dela, que o encarava em choque. — Você tá bem? Louis me disse que você tava pirando e era uma mega emergência.

— O que você tá fazendo aqui? Dá azar ver a noiva antes do casamento! — Ela sentiu as lágrimas vindo nos olhos e Teddy automaticamente fez carinho em seu cabelo, preocupado.

— Eu não ligo pra azar. O que houve? — O lábio de Victoire tremeu e ela respirou fundo.

— Eu não tenho nada azul. Eu tenho coisas velhas, novas e emprestadas, mas não consegui achar nada azul, e eu não vou conseguir fazer isso se eu não tiver nada azul.

A loira foi surpreendida por um sorriso enorme no rosto de seu noivo, e Dominique arqueou uma sobrancelha para o cunhado quando ele começou a rir, enquanto Louis fazia uma careta confusa.

— Teddy, por que você tá rindo? — Victoire bateu no braço do rapaz. — Isso é um assunto extremamente sério! Eu preciso de algo azul ou tudo vai dar errado!

Ele balançou a cabeça e olhou nos olhos grandes e úmidos da garota à sua frente, completamente preenchido de amor por ela dos pés à cabeça, e tocou seu rosto, afagando sua bochecha.

— Vic, é só isso? Você precisa de algo azul com você no altar? — Victoire assentiu, confusa com a calma de Teddy. Com um sorriso e um piscar de olhos, Teddy transformou seus cabelos castanhos em lindas madeixas azul-celeste, como costumava usá-los nos primeiros anos de namoro com a garota. — Eu serei seu algo azul, boba. Não precisa se preocupar com mais nada. Você tem tudo que precisa agora.

Victoire sentiu seu coração desacelerar e sorriu, finalmente suspirando. Teddy estava certo, afinal de contas; quando estava com ele, ela tinha tudo o que precisava, não restavam mais dúvidas. Ela beijou o garoto que tanto amava e que sabia exatamente o que ela precisava, ignorando os comentários de seus irmãos que diziam que beijar a noiva antes do casamento dá azar, e olhou em seus olhos cor de avelã, exatamente da cor dos de seu pai, Remus, com um sorriso no rosto.

— Você tem razão. Eu tenho tudo que preciso. Vamos nos casar — Teddy sorriu e encostou o dedo na ponta do nariz dela.

— Vamos nos casar.

E desde aquele dia, Victoire não precisava mais se preocupar com coisas velhas, novas nem emprestadas; só precisava ter seu algo azul sempre ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

AHHHHHHHHHHHH eu amo esses dois!!! e espero que vocês tenham gostado da história! comentários são muito bem-vindos ♥