O Encontro

Capitulo 1

BELLA

Hoje vou ter que ajudar minha mãe na casa dos patrões, não gosto de ir lá, os Cullen são boas pessoas, mas sempre recebem uns esnobes que se sentem os donos do mundo pelo fato de ter dinheiro.

Estava preparando uma bandeja de café para levar à sala quando sinto alguém atrás de mim.

— Hey você pode fazer um suco, por favor – pediu uma voz de homem.

— Eu preciso levar o café – expliquei – mas faço num instante – falei me virando e ficando de frente para ele, tive que levantar a cabeça para olhar em seu rosto, ele é enorme.

— Tudo bem princesa eu espero – falou ele com um sorriso.

Sai de lá rapidamente sentia meu rosto arder, fui até a sala servi o café e voltei para a cozinha e lá estava ele me esperando.

— O senhor tem preferência por algum sabor? – perguntei sem levantar os olhos.

— Assim vou me sentir um velho – reclamou ele brincalhão – Sou Emmett Cullen, pode me chamar de Emmett ou de Emm, princesa.

— Qual o suco que o “Senhor” quer? – falei ressaltando a palavra.

— Ai gata, assim vou ficar magoado – ironizou ele – mas pode ser de laranja mesmo, mas quero ouvir você falar meu nome.

— Eu não posso Sr. Cullen – falei corando mais ainda.

— Claro que pode se eu estou autorizando – replicou ele – vamos diga o meu nome.

— Esta bem Emmett – falei e ele gargalhou.

— Viu não doeu nada – zombou ele.

Terminei de preparar o suco e lhe entreguei o copo.

— Valeu gata – agradeceu ele – Qual seu nome princesa?

— Isabella, mas pode me chamar de Bella – falei ainda olhando para baixo.

— Bella, gostei é perfeito pra você – declarou ele me fazendo ficar quase roxa de vergonha.

Ele saiu da cozinha no momento em que minha mãe chegou com as compras.

— Filha me ajuda a guardar as compras – pediu Rennee – preciso começar a preparar o almoço – avisou ela – Hoje a Sra. Banner passou mal e não vira trabalhar.

— Tudo bem mãe, já vou guardar – concordei – Nossa como o filho da Sra.Cullen é bonito, heim! – comentei admirada.

— Sim os filhos dela são lindos – concordou minha mãe – Qual deles você viu?

— Emmett Cullen – falei simplesmente.

— Ele é o mais velho – disse minha mãe – Mas o mais bonito é o do meio Edward, e tem também a pequena Alice que é quase da idade de seu irmão e parece uma boneca.

Terminei de guardar as compras e fui ajudar minha mãe com o almoço, era bom ajudar pelo menos eu ganharia algum dinheiro para o meu fundo universitário, todo mês minha mãe depositava um pouco e agora comigo trabalhando ia poder ajudar também.

Fiquei curiosa para ver o outro filho de Esme Cullen, afinal Emmett é lindo e mamãe disse que o outro é mais bonito ainda.

Fazia pouco mais de seis meses que viemos morar com minha mãe, depois que minha avó morreu e era a primeira vez que os jovens Cullen visitavam os pais.

— Filha pode arrumar a mesa para o almoço, por favor – pediu minha mãe.

— Claro mãe – respondi e fui para a sala de jantar preparar a mesa para servir o almoço.

Arrumei a mesa com cuidado para não quebrar nada, pois em matéria de coordenação sou um desastre.

— Mãe, já esta tudo pronto posso ir dar uma volta?

— Vai meu amor e veja se seu irmão esta se comportando sim – pediu ela sabendo que Jasper era muito agitado e com visitas na casa ele precisava ser vigiado.

Passei em casa e lá estava ele jogando video game, saí de fininho sem chamar atenção e peguei um livro que estava lendo e fui para meu lugar predileto para ler.

Sentei-me embaixo de uma arvore no canto mais afastado do jardim e comecei a ler, estava tão distraída que não percebi que alguém me observava, quando dei por mim olhei para frente e vi um rapaz alto que mais parecia um anjo de tão bonito, seus olhos verdes me olhavam com um brilho de divertimento seus cabelos eram de uma cor estranha parecendo bronze a pele clara e ele tinha um lindo sorriso no rosto.

— Nossa que concentração – zombou ele me fazendo corar – estou a dez minutos te observando e você nem se deu conta disso.

— Desculpe, eu...eu estava... distraída – falei atrapalhada com a insistência com que ele me olhava.

— Isso eu percebi – disse ele rindo – então gosta de ler? O que esta lendo?

— Romeu e Julieta – falei sentindo meu rosto arder – tenho que fazer um trabalho escolar.

— Mas estamos nas férias – lembrou ele – aproveite para descansar e se divertir.

— Não posso sou nova na escola e preciso entregar este trabalho assim que as aulas recomeçarem – expliquei sem olhar para ele assim era mais fácil conseguir falar.

— Você é nova aqui não é? – perguntou ele.

— Sim eu vim morar com minha mãe há uns seis meses – falei.

— Você é a filha da Rennee?

— Sou

— Minha mãe comentou que teriam duas crianças aqui este ano – disse ele.

— Eu não sou criança – falei indignada.

— Ah não! – ironizou ele – Você deve ter no maximo quatorze anos.

— Vou fazer dezessete em duas semanas – falei revoltada e me levantei para ir embora.

— Nossa é uma grande diferença – debochou ele.

— Hey Edward, o que faz aí – perguntou uma voz masculina se aproximando – Ah você conheceu a Bella – comentou Emmett.

— Bella é? – falou levantando uma sobrancelha – combina perfeitamente.

— Foi o que eu disse a ela hoje de manhã – afirmou Emmett rindo – então vamos até a cachoeira quer ir – perguntou ao irmão.

— Quero sim – respondeu e depois virou-se para mim – Quer nos acompanhar Bella.

— Eu não posso, tenho que ajudar minha mãe – respondi tentando desviar-me daqueles olhos que pareciam querer me penetrar a alma.

— Ora tenho certeza que Renne não se importará – disse Emmett – Eu falo com ela.

— Melhor deixar para outro dia eu...

— Nada disso você vai conosco – declarou Edward pegando em minha mão e foi como se um choque percorresse meu corpo.

Ele me olhou de um jeito estranho e percebi que ele também sentiu. Soltei sua mão e comecei a caminhar para a casa principal. Assim que chegamos Emmett foi logo falando com minha mãe.

— Eu disse a eles que preciso ajudá-la – me defendi quando minha mãe me olhou.

— Esta um dia lindo hoje Rennee – disse Edward – e nós tomamos conta dela.

— Ok, mas não chegue muito tarde vou precisar de ajuda com o jantar – concordou ela.

Não teve outro jeito fui até em casa pegar um biquíni e o protetor solar, apesar que não iria entrar na água, e no caminho decidi ficar o mais longe possível de Edward Cullen, não sei por que, mas tinha certeza que iria me machucar se ficasse perto dele.

Cheguei em frente a casa e já estavam todos lá os Cullen e mais três jovens, duas moças uma ruiva e outra loira e um rapaz alto e moreno muito bonito que me lançou um olhar de cima a baixo me fazendo ficar vermelha, a garota ruiva me olhou como se eu tivesse uma doença contagiosa e a loira foi indiferente.

— Bella, estes são Jacob e Victoria – disse Emmett apresentando o moreno e a ruiva – E essa loira deslumbrante é a minha gata Rosalie, pessoal essa é a Bella.

— Oi – falei sem graça.

— E aí gata você mora aqui perto – perguntou o rapaz Jacob.

— Sim, minha mãe é a governanta da familia Cullen – respondi e a ruiva me lançou um olhar de nojo.

— Chega de papo vamos pra cachoeira – disse Edward – vem Bella você vai comigo no meu carro.

Fui atrás dele e ele me colocou no banco da frente ao seu lado e pude ouvir a ruiva bufar do lado de fora e o tal Jacob dar uma risadinha e ir para o banco de trás.

— Você vem conosco ou vai com Emmett – perguntou Edward à ruiva.

Não entendi o que ela disse, mas ela sentou no banco de trás e bateu a porta com força.

— Hey cuidado com o meu bebê – reclamou Edward.

No carro Edward e Jacob conversavam o tempo todo sobre algum assunto da faculdade e Victoria ficou emburrada olhando pela janela eu fiquei observando Edward dirigir ele parecia tão confiante com apenas uma das mãos no volante, era um rapaz lindíssimo realmente minha mãe estava certa.

— Se quiser ligar o som Bella fique a vontade – disse ele me olhando com um sorriso de tirar o fôlego.

Sem graça liguei o som e começou a tocar uma musica do Linkin Park que adoro e estiquei a mão para aumentar o volume ao mesmo tempo em que ele fez o mesmo, nossos dedos se tocaram e novamente aquela sensação de eletricidade, puxei a mão rapidamente.

— Você gosta dessa musica – perguntou ele curioso.

— Gosto é uma de minhas bandas favoritas – respondi corando de vergonha.

— Também gosto muito – comentou ele com um sorriso torto – Temos alguma coisa em comum – declarou e olhou em minha direção e eu sorri em resposta olhando para baixo.

Chegamos à cachoeira e todos rapidamente começaram a tirar a roupa para entrar na água, fiquei para trás e tirei a minha roupa e passei o protetor solar depois fui me sentar em uma pedra enorme que havia na margem próximo a queda d’água, os rapazes cada um mais bonito que outro, Emmett e Jacob eram os mais fortes com seus músculos bem definidos, mas Edward apesar de ser mais magro não ficava atrás na perfeição de seu corpo que era todo proporcional mostrando que ele se cuidava e praticava esporte, já as garotas eram deslumbrantes e seus biquínis não cobriam nada, fiquei com vergonha ao olhar para seus corpos sensuais e olhar para o meu tão comum e sem atrativos.

Todos nadavam muito bem e me deu um poço de inveja, afinal a água devia estar uma

delicia.

— Hey Bella não vai entrar? – perguntou Edward do outro lado da piscina que se formava próxima a queda d’água.

— Não vou tomar um pouco de sol – falei desconcertada, sem quer admitir que não sei nadar.

Eles começaram a brincar com uma bola fazendo as meninas de ‘bobinho’ todos se divertiam muito e percebi que Victoria aproveitou para se esfregar em Edward em todas as oportunidades, aquilo me causou um certo mau estar não consegui definir exatamente o porque, mas me incomodou vê-la se pendurando nele o tempo todo, decidi parar de olhar e relaxar um pouco, me deitei na pedra e fiquei ali por um longo tempo até que ouvi me chamarem.

— Bella venha comer alguma coisa – chamou Emmett e percebi que estavam quase todos sentados embaixo de uma arvore comendo.

— Já vou – falei me levantando.

— Ah mais vai ter que se molhar também – disse uma voz atrás de mim antes de me empurrar para a água. Não tive tempo de fazer nada quando vi já estava mergulhando de cabeça na água, lutei para subir a superfície, mas o desespero me dominou e eu não conseguia subir, aquele era o local mais fundo, meus pulmões pareciam que iam explodir.

“Deus me ajude”, era tudo que eu conseguia pensar. Continuei agitando os braços e as pernas e não sei como subi a superfície.

— SOCORRO... – gritei antes de afundar de novo, senti que era o meu fim meus pulmões estavam sem ar e comecei a engolir água meu corpo já não me obedecia, era o meu fim a escuridão me dominou.

Ouvia alguém me chamar de longe, mas não tinha forças e nem queria responder, talvez se ficasse quieta meu peito parasse de doer, novamente aquela voz que parecia tão desesperada me chamou, senti que apertavam ainda mais o meu peito e eu queria pedir para parar, mas não conseguia minha garganta estava bloqueada, senti lábios quentes de encontro aos meus e um forte sopro que fez com que o que estava na garganta saísse e comecei a tossir e então me viraram de lado para que eu expelisse a água que havia engolido.

— Graças a Deus – falou Edward e me abraçou, meu corpo tremia incontrolavelmente, mas eu não conseguia me mexer, senti que me enrolavam em uma toalha e Edward me pegou no colo, a única coisa que pude fazer foi deitar minha cabeça em seu peito e me deixar carregar, pois sentia meu corpo todo mole e minha garganta doía.

— Que susto você me deu – falou ele entrando comigo no banco de trás de seu carro.

— Desculpe – falei com voz rouca e fraca, minha garganta ardia horrivelmente.

— Não é você quem tem que se desculpar – disse ele irritado – Victoria não podia ter te empurrado.

— Já estou bem – falei sem conseguir evitar uma careta de dor – Obrigada por me salvar.

— Não me perdoaria se alguma coisa acontecesse a você – falou me apertando ainda mais em seus braços – Agora descanse um pouco já chegaremos em casa.

Me senti tão bem ali em seus braços, tão protegida, era como se eu tivesse nascido para ficar ali entre os braços de Edward, parecia tão certo me deixar envolver em seu abraço.

Acabei cochilando e quando acordei percebi que o carro estava em movimento, tentei me afastar dele, mas fui impedida.

— Fica quietinha – ordenou ele – estamos indo para casa, assim que chegar lá vou pedir que meu pai te examine.

— Eu estou bem – falei com dificuldade.

— Edward chega de drama – reclamou Victoria irritada no banco da frente, então percebi que era Jacob quem dirigia.

— Porra!! Isso tudo é culpa sua Victoria – gritou ele possesso – Bella podia estar morta agora, por causa dessa sua brincadeira de mau gosto.

— Quando eu podia imaginar que essa caipira não sabe nadar – ironizou ela.

— Mesmo assim você agiu errado em empurrá-la – declarou ele irritado.

— Por favor, não briguem – pedi me forçando a falar – foi um acidente.

— Acidente coisa nenhuma – falou Edward cada vez mais nervoso – Céus se demorasse um pouco mais você teria morrido.

— Mas não morri – falei – e agradeço por ter me salvado – comecei a tossir e ele me trouxe para mais peto ainda de seu corpo, aos poucos fui me dando conta de que estava sentada em seu colo e um calor se espalhava por todo meu corpo, tomei consciência de que ele estava somente de sunga e tudo que havia entre nós era uma toalha, senti meu rosto arder e tentei me afastar, mas ele não deixou.

Assim que chegamos em casa, Emmett abriu a porta do carro e tentou me pegar dos braços de Edward para que ele saísse do carro mas ele não deixou saiu comigo no colo e foi em direção a casa principal.

— Eu posso andar Edward – falei sem muita convicção.

— Fique quieta – disse ele autoritário – você é muito teimosa garota.

Ele me levou para dentro da casa e imediatamente a Sra. Cullen chamou minha mãe.

— Filho o que houve com Bella? – perguntou minha mãe aflita.

— Ela caiu na cachoeira e quase se afogou – disse ele sem entrar em detalhes – onde esta meu pai?

— Ele esta no escritório – respondeu Esme Cullen.

— Bella!!! – gritou minha mãe – Meu Deus o que aconteceu com minha filha?

— Mãe eu já estou bem – falei com a garganta raspando.

— Ela quase se afogou – explicou Edward – vou levá-la para que meu pai a examine.

Ele entrou por uma porta que Emmett abriu e contou ao pai tudo que havia acontecido enquanto o Sr. Cullen me examinava.

— Felizmente não foi nada mais grave – concluiu o Sr. Cullen após me examinar – Mas é bom que descanse e evite falar por causa da garganta tome bastante água, pois sua garganta vai ficar ressecada se sentir dor tome um analgésico.

— Obrigada... – comecei a falar e fui acometida por outra crise de tosse.

— Meu pai não acabou de pedir que não fale – reclamou Edward, senti meu rosto arder e na tentativa de sair logo dali me levantei rápido demais e senti uma tontura. – Nunca vi pessoa mais teimosa – insistiu ele me pegando no colo de novo – Venha Rennee, vamos levar sua filha para casa.

Ele saiu me carregando sendo seguido por minha mãe que depois de agradecer ao Dr. Cullen, correu para alcançá-lo.

Ele me levou para o quarto que minha mãe indicou o caminho e me colocou na cama.

— Pronto princesa esta em seu castelo- disse ele brincando – obedeça as recomendações de meu pai, ok? Amanhã venho te visitar para saber se esta melhor.

Depois disso ele se inclinou e depositou um beijo em minha testa, me provocando uma estranha sensação.

EDWARD

Nunca em toda minha vida senti um medo tão grande como senti quando vi Bella se afogando. A dor que apertou meu peito foi tão forte que parecia que eu ia enfartar, agi por reflexo pulei na água e acho que devo ter batido um recorde de tão rápido que eu consegui atravessar o lago.

Ainda bem que meu pai obrigou Emmett e eu a fazer aquele curso de salva vidas, foi o que ajudou a salvar aquela menina.

Céus, não me perdoaria se algo acontecesse com ela, tão jovem e tão linda, não sei o que esta acontecendo mas parece que eu tenho que protegê-la é um sentimento muito forte e eu não sei como explicar.

Entrei em casa depois de deixar Bella em seu quarto e fui direto falar com Victoria, a encontrei conversando com os outros na sala.

— Qual é a sua garota – perguntei indignado – Ela podia ter morrido.

— Ed já pedi desculpa – disse ela se fazendo de vitima – eu não sabia que ela não sabe nadar.

— Edward se acalme já esta tudo bem – disse meu pai tentando me acalmar – Victoria esta arrependida do que fez e foi só uma brincadeira.

— Mas essa porra de brincadeira quase matou uma pessoa!

— Filho vai pro seu quarto tome um banho e relaxe um pouco – sugeriu minha mãe.

— Eu não quero você perto dela ouviu bem – falei para Victoria – sei muito bem por que fez isso.

Olhei para todos ali na sala e percebi que estavam perplexos com minha atitude. Sai da sala deixando Victoria com uma expressão de ódio no olhar, mas não me importei.

Não me saia da cabeça a imagem de Bella desmaiada e pálida em meus braços, um arrepio percorreu meu corpo e tentei afastar aqueles pensamentos.

Graças a Deus ela estava bem e na manhã seguinte bem cedo eu iria visitá-la.