Invisible string . escrita por xulia


Capítulo 1
green .


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, essa fic é inspirada na musica da taylor swift de mesmo nome (invisible string) e será postada em 6 capítulos, cada um com o nome de uma palavra que ela enfatiza na música.
Ela foi escrita com muito amor e carinho para o Delacour's Month com meu casalzinho preferido de toda a saga: tedtoire, e eu planejei cada detalhezinho dela, espero que gostem. ♥

Ps: pra quem quer ver os aesthetics que vou postar para cada capítulo só conferir no meu twitter (@sunsetoire)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800643/chapter/1

invisible string.

"one single thread of gold tied me to you"

green.

 

Victoire sentia o vento fresco tocar suas bochechas como um presente bem vindo num dia quente de agosto. Estava deitada com as costas na grama verde do Hyde Park enquanto lia a cópia antiga de sua mãe de Orgulho e Preconceito, seu livro favorito. 

Vez ou outra levantava os olhos das páginas apenas para observar se Dominique e Louis ainda corriam por ali, brincando de pique esconde. No auge de seus doze anos de idade aquela definitivamente não era sua tarefa favorita, vigiar seus irmãos mais novos brincando no parque, mas pelo menos o dia estava agradável. 

Estava. Até aquele fatídico momento. Ela tinha acabado de tirar o nariz do livro e levantar o rosto para ver os cabelos ruivos de Dominique correndo perto dali e os sapatos de Louis, escondido embaixo de uma pedra, quando aconteceu. Sem que ela pudesse se quer ver de onde, uma pesada bola de futebol acertou seu nariz. 

A força da batida fez com que ela caísse para trás, o livro largado na grama e a mão e antes tocava o lugar acertado pela bola, agora pingava em gotas vermelhas. 

Ela rapidamente se sentou, apertando o nariz na vã tentativa de fazer o sangramento parar e por cima da mão conseguia ver uma figura alta e magricela com cabelos azuis brilhantes e um semblante preocupado se aproximar.

 — Olha foi mal eu já tentei avisar ao James que eu sou ruim de mira mas ele insiste que a gente jogue futebol… — O garoto se desculpava enquanto se aproximava. — Deixa eu ver, machucou muito? 

— Não. Está tudo bem. — Ela respondeu ríspida com a voz engraçada por estar apertando o nariz. 

— A qual é, ta sangrando, vai, deixa eu ver… — Ele tirou a camisa deixando seu físico esbelto à mostra. Era mais magro e mais branco do que Victoire poderia prever. Por viver bastante tempo no litoral, Victoire tinha a pele constantemente queimada de sol contrastando com seus cabelos loiros claríssimos. Basicamente todo mundo que residia em sua antiga cidade era assim, uma pele mais bronzeada, com um ar de saúde, diferente da brancura quase translúcida do garoto à sua frente.

Ele estendeu a camisa na direção da menina, como um pedido velado para que pudesse limpar o sangue de seu nariz. 

— Eu já disse que está tudo bem. — Ela repetiu, entredentes.

Logo um pequeno circo começara a se formar, curiosos tentando entender o que aconteceu paravam e cochichavam ao longe, Dominique e Louis pararam a correria e andaram até a irmã a enchendo de perguntas e Victoire apenas queria que a terra sob seus pés se abrisse e a engolisse. 

— Vic, o que aconteceu? Porque você está sangrando? Isso não deveria ficar dentro da gente? — Louis começou a perguntar em completo desespero.

Ela revirou os olhos e agarrou a blusa que o desconhecido ainda segurava em sua direção apertando-a contra o nariz. O algodão verde da blusa assumiu uma cor arroxeada agora que absorvera o sangue que saía do nariz da garota.

— Está tudo bem, podem voltar a correr por aí. — Ela respondeu, irritada.

— Não sei não, acho que devíamos ir para o hospital… — Dominique disse receosa e preocupada.

— Ei ruivinha, qual seu nome? — O desconhecido magricela se manifestou.

— Dominique e esse é meu irmão Louis. — Ela respondeu simples, segurando no braço do mais novo.

— Uau, que nomes chiques. — Ele disse fazendo uma careta. — Meu nome é Edward, mas pode me chamar de Teddy. Eu vou cuidar da irmã de vocês. Eu me machuco bastante e minha avó é médica, então já estou craque em lidar com sangue. — Piscou para as crianças, tranquilizando-as. — Podem voltar a brincar que logo, logo ela vai estar novinha em folha. 

Depois de um tempo considerando essa opção, Domi se afastou levando Louis consigo, ele parecia estar nervoso com o sangue e tirá-lo dali era o mais lógico a se fazer.

— Certo. Obrigada. Agora pode ir. — Victoire disse ainda segurando a blusa contra o nariz.

— Você sabe que ainda está com a minha blusa não é? — Ele riu.

Ela revirou os olhos e afastou a blusa devagar, apenas para ver que ainda estava sangrando. 

— Vic, né? — Ele perguntou se aproximando ainda mais da garota. — Olha só eu disse a verdade para seus irmãos, eu realmente me machuco muito. E a vó Andy me ensinou algumas coisas então será que você pode me deixar te ajudar?

Ele pergunta arqueando uma sobrancelha e ela se limita a sacudir a cabeça positivamente.

— Ótimo. — Ele sorri. — Você tem que deixar a cabeça para frente e apertar a blusa com uma certa pressão até o sangue estancar… — Ele toca na cabeça dela, guiando seus movimentos e com a outra mão aperta a camisa contra o rosto da garota. 

Eles ficam assim por um tempo até que o silêncio passou a incomodar Teddy que decidiu conversar com a loira. 

— Você gosta de ler, huh? — Indica o livro com a cabeça. — Era o livro preferido de minha mãe. Eu já tentei ler mas sempre durmo nas primeiras páginas…

Victoire não sabia o que a deixava mais irritada, o fato dele achar que tinham intimidade o suficiente para conversar ou o fato dele não gostar de seu livro favorito. 

— E eu já tentei ver o filme também, mas acabei dormindo. Ainda não sei se o problema está em mim ou na história… — Comentou distraído.

— Em você, obviamente. — Ela diz com a voz abafada.

Ele ri e finge estar ofendido. 

— Acho que se tivesse uma versão de Orgulho e Preconceito com zumbis seria muito mais divertido… — Ele ri da careta que a garota faz.

Lentamente Teddy retira a camisa do nariz de Vic, percebendo que o sangramento finalmente tinha parado. 

— Olha, não é que deu tudo certo? — Ele sorri confiante.

— Mas você não tinha certeza que daria certo? — Ela perguntou, incrédula. 

— Uns trinta por cento. — Ele respondeu, dando de ombros. 

Victoire cruza os braços irritada, mas Teddy apoia os cotovelos na grama deitando-se confortavelmente ao lado da garota, sem dar indícios de que sairia dali tão cedo.

Ela logo voltou a ler e James e Albus, os filhos do padrinho de Teddy, se juntaram a brincadeira de Dominique e Louis, deixando os dois mais velhos ali sob as árvores do parque Hyde. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!