Mr. Perfectly Fine escrita por Saori


Capítulo 1
How's your heart after breaking mine?


Notas iniciais do capítulo

OIII! E vamos de mais uma fic baseada em músicas da Taylor Swift, pois estou escutando o Fearless (Taylor's Version) em todos os tempos vagos possíveis. Pensei que Blackinnon seria um bom casal para essa música. Espero que faça uma ótima leitura!

Link da música, caso queira ouvir enquanto lê: https://www.youtube.com/watch?v=rFjJs6ZjPe8



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Marlene McKinnon sempre foi uma daquelas mulheres capazes de encantar toda uma multidão com um simples sorriso. Ela era o tipo de pessoa que se jogava de cabeça em tudo o que se propunha fazer, porque preferia se arrepender de ter tentado algo, a ter medo de arriscar. Era orgulhosa a ponto de passar dias sem falar por alguém por causa de uma briga estúpida, mas também era humilde o suficiente para reconhecer os seus erros pedir desculpas, mesmo que isso levasse uma semana. Dona de uma inconstância constante, repleta de sentimentos conflituosos, tinha uma personalidade forte e destemida. Ela era um complexo de sentimentos contraditórias que a tornavam Marlene McKinnon. E ela, definitivamente, se orgulhava de ser quem era.

Quando conheceu Sirius Black, na adolescência, nem sequer se passou pela sua mente se apaixonar por aquele sorriso cativante e cabelos desgrenhados. Especialmente porque eles mais brigavam, do que conversavam. Foram precisos dois anos longe da Inglaterra e viajando o mundo para que ela amadurecesse aquela ideia dentro de si. E quando ela voltou para Londres, aos vinte e dois anos, eles finalmente iniciaram um relacionamento.

Por um tempo, tudo foi perfeito. Era como um daqueles clichês que vemos nos cinemas. Encontros esplêndidos, declarações de amor, presentes de aniversário de namoro e promessas que não seriam cumpridas. Marlene acreditou em cada uma das palavras ditas por Sirius, e nunca se entregara completamente a alguém, como fizera com ele. Como tudo o que fazia em sua vida, ela se jogou de cabeça naquele relacionamento, estava disposta a mergulhar com ele naquele oceano de sentimentos e sensações jamais exploradas anteriormente.

Funcionou durante um tempo. Pouco a pouco, Sirius a encantava mais a cada dia e, como se estivesse hipnotizada, ela acreditava em cada palavra vinda dele. E o seu sentimento pelo Black apenas aumentava mais a cada dia. O único problema era que ela não sabia que, quando você se entrega a alguém por inteiro, a queda tende a ser maior.

E foi exatamente isso o que aconteceu quando Sirius, no meio de uma madrugada, a mandou uma mensagem de texto, dizendo que não podia mais fazer “isso”. Marlene passou longos minutos tortuosos encarando aquelas palavras, incrédula, como se precisasse desvendar o real significado por detrás daquela frase. Mas não havia nada que precisasse ser explicado.

Então, ainda desacreditada, ela mandou uma mensagem para o Black, pedindo para que ele pudesse encontrá-la em trinta minutos, no lugar de sempre.

Em menos de quinze minutos, ela já estava lá, no terraço de um dos prédios mais altos de toda Londres, e um dos lugares favoritos que eles tinham para passar o tempo. Seus olhos encaravam o relógio de pulso, que estava prestes a marcar uma e quarenta e sete da madrugada. Então, de repente, seus ouvidos captaram o som de passadas, que lentamente se aproximavam, e ela não demorou muito para virar e se deparar com um Sirius de cabelos presos em um rabo de cavalo bagunçado, trajando uma jaqueta de couro preta, uma calça da mesma cor rasgada e uma camisa branca simples.

— É sério? — perguntou, ao mesmo tempo em que mostrava o celular para ele, referindo-se à mensagem que o rapaz havia mandado mais cedo.

Sirius desviou o olhar para inúmeros lugares antes de finalmente consegui-la encará-la. Por fim, ele suspirou e, em vão, tentou ajeitar o rabo de cavalo desgrenhado.

— Lene, eu não sei se podemos continuar com isso... — admitiu, por fim.

Naquele instante, Marlene sentiu o seu coração se partir em pedacinhos e, embora tivesse total certeza do que se tratava aquele diálogo, ela ainda insistiu para que ele deixasse claro.

— Isso o que, Sirius? — Ela cruzou os braços, impaciente. — Anda, diga.

— Qual é, Lene, você sabe do que eu estou falando — respondeu, frustrado.

— Não, eu não sei — retruquei, ainda mais impaciente.

— Nós dois, Marlene! — cedeu, finalmente. — Estou falando de nós dois. Estou dizendo que não podemos continuar juntos.

— Seu grande babaca! — ela berrou, fazendo Sirius se assustar. — Por mensagem, Sirius, sério? Eu não passei três anos da minha vida ao seu lado para você terminar comigo por mensagem, ok?

— Lene, me desculpe, eu só...

— Cala a boca! — berrou, mais uma vez, completamente irritada. E o Black, para o bem de sua sanidade, fez exatamente o que ela havia pedido. — Eu simplesmente não consigo entender. Eu... Nós estávamos bem até ontem e, de repente, você resolve terminar comigo? O que aconteceu? Você enjoou da minha cara ou algo assim? Isso é simplesmente inacreditável. É uma piada de mau gosto? — Ela riu, incrédula.

— Lene, eu preciso te contar uma coisa... — Mordeu o lábio inferior, um indicativo do quão nervoso estava. — Enquanto você passou as férias fora... Bem, eu conheci alguém, e não aconteceu nada entre nós, mas... Os meus sentimentos podem ter mudado um pouco.

Marlene lutou contra a sua própria vontade de chorar e gritar ali mesmo, bem na frente dele. Era orgulhosa demais para deixar uma única lágrima escapar, para desmoronar na frente do homem que acabara de quebrar o seu coração em mil pedaços. Contou até dez internamente e respirou fundo, em uma tentativa quase falha de se manter calma.

— Você quer dizer que, de repente, o seu coração simplesmente mudou? — perguntou Marlene, fazendo-o ficar pensativo.

— Não. Quer dizer, sim. — Ela arqueou as sobrancelhas, tentando entender as respostas contraditórias. — Eu não estou dizendo que as coisas mudaram de repente. Eu não quis que isso acontecesse. Eu a conheci no aniversário da Lily, é uma amiga dela. Você sabe, lugar certo, na hora certa.

— É sempre a mesma desculpa toda vez que você se mete em problemas, Sirius. Lugar certo, na hora certa. — Ela gargalhou, sem humor algum.

— Eu sinto muito, Marlene, eu realmente não queria que as coisas acontecessem assim — lamentou. — Eu realmente não queria.

Marlene tinha dúvidas sobre a veracidade daquele pedido de desculpas, mas odiava a até mesmo a hipótese de pensar em duvidar das palavras de Sirius. No entanto, quantas promessas ele havia quebrado naquela única noite? Será que ele ainda merecia a sua confiança? Agora, ela estava uma bagunça, repleta de dúvidas e confusões que rondavam a sua mente simplesmente por ela ter se envolvido demais. Por ter amado demais.

— Senhor “tudo gira em torno de você”, quantos “eu” você já falou? Será que já parou para pensar em mim por um único segundo? — explodiu, por fim. — Você me prometeu tantas coisas, Sirius. Você olhou nos meus olhos e disse que nunca iria embora, que estava aqui para ficar, disse que ficaria ao meu lado até o fim. Como eu fui idiota de acreditar em você — falou, sentindo os olhos marejarem novamente. No entanto, nenhuma lágrima caiu. — Disse que esperou a vida inteira por mim, e, mesmo assim, você ia terminar comigo por uma mensagem? Seus sentimentos mudaram assim, de repente, ou será que tudo o que a gente viveu foi uma mentira? Como eu pude ser tão cega?

— Marlene, nada foi uma mentira, eu preciso que você entenda...

— Não, eu preciso que você entenda — falou, dando ênfase ao “eu”. — Você era tudo o que eu tinha. E ia continuar a sua vida, seguir com os seus dias, e esquecer de mim, como se eu não fosse uma parte importante da sua história. Como se a nossa história não importasse. Mas, caralho, Sirius, eu te conheço desde os onze anos de idade, e nós namoramos por três anos. Três anos! — Ela passou a mão pelos fios de cabelo e suspirou, completamente frustrada e decepcionada. Era como se tivesse tirado um enorme peso de cima dos ombros e, ao mesmo tempo, era como se estivesse terminando de destruir o seu próprio coração. — Você não pode fingir que nada aconteceu e continuar vivendo perfeitamente bem. Eu sou muito forte, há muitas coisas que eu consigo aguentar, mas não vou suportar vê-lo fingir que eu nem sequer existi na sua vida. Será que você nunca sentiu nada por mim?

— Droga, Lene, eu não queria isso! Será que não consegue entender? Eu só preciso de um tempo para me reorganizar. Nós não vivemos uma mentira, eu só preciso de um momento para mim. Eu preciso me entender, antes de te dizer qualquer coisa.

— Claro — ela respondeu, perplexa. —  É uma pena, porque eu estava aqui para ficar. E talvez, um dia, você sinta a minha falta, Sirius. Mas pode ser que seja tarde demais.

Antes mesmo que ele tivesse a oportunidade de responde-la, a menina se virou e, em passos lentos, saiu do terraço, deixando Sirius Black completamente sem reação.

Quando ela chegou em casa, permitiu-se desmoronar. Depois de tantos anos se esforçando para que ele nunca precisasse vê-la chorar, ela finalmente deixou todas as lágrimas que estavam engasgadas escaparem, sem qualquer pudor. Permitiu-se, naquela noite, lembrar-se de todas as promessas que haviam sido quebradas por Sirius. Lembrar-se de todos os momentos bons que haviam vivido juntos. Com todas as suas forças, desejou que fosse madura o suficiente para perdoá-lo, mas tinha receio de que jamais conseguisse. De que fosse orgulhosa demais para isso.

Pensou em ligar para Lily, sua melhor amiga, mas desistiu assim que lembrou que, no dia seguinte, seria o casamento dela com James, melhor amigo de Sirius. E quando se deu conta de que teria que vê-lo de novo no dia seguinte, desabou em lágrimas novamente, e duvidou da força de seu coração; se aguentaria vê-lo novamente. Com a cabeça cheia de pensamentos tumultuosos e as lágrimas escorrendo sem piedade, não demorou muito para que ela caísse no sono. 

No dia seguinte, já era o casamento de Lily e James e, ainda que ela não tivesse a menor vontade de reencontrar Sirius, precisava fazer aquele esforço pela sua melhor amiga.

Quando chegou até a cerimônia, lá estava Sirius, trajando o seu melhor terno preto, com os fios de cabelo perfeitamente arrumados, sentado no melhor assento do salão. Ao lado dele, estava uma menina de cabelos loiros, que ela não conhecia. Sirius tinha um de seus braços em volta da cintura dela, enquanto eles riam juntos. Nossos olhares se encontraram por um segundo, e ele então se afastou da garota, constrangido.

Naquele exato momento, Marlene se deu conta que, enquanto ela, aos poucos, recolhia os pedaços do meu coração, lá estava ele, fingindo que ela nem sequer existia. Agindo como se tudo estivesse perfeitamente bem. Era assim que o seu coração estava depois de partir o dela? Perfeitamente bem? Foi exatamente naquele instante que ela prometeu para si mesma que aquela seria a última vez que ela seria a “garota sofrimento”. E, então, se ele algum dia sentisse falta dela, seria tarde demais.


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Notas finais do capítulo

Pensamentos, comentários, críticas? Fique a vontade para me dizer, mas devo confessar que estou feliz que você tenha lido até o final. Muito obrigada, e espero, do fundo do meu coração, que tenha gostado dessa fic. Beijos! ♥



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