Hinata no Time 7 escrita por dellnat


Capítulo 22
Fase I - A dor e o sofrimento de cada um




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Quando Tazuna termina o relato, o mesmo está chorando, retira os óculos e pingos de lágrimas caem em cima da mesa. Todos na mesa estavam entristecidos e silenciosos. Hinata sentia até que conhecia o homem da história, sua luta e sua morte heróica.

—Depois disso, Inari mudou. Tsunami minha filha também, junto de todos os moradores. - Conclui Tazuna.

Hinata foi a única a se aproximar do homem e tocou seu ombro e corria a mão para cima e para baixo do homem, fazendo carinho no homem.

—Sei o que Gatou fez. - Todos olharam para Hinata - matando um Herói que é inspiração do povo, deixa as pessoas amedrontadas e elas deixam de ter esperanças. Daí elas fazem o que ele quer. 

Kakashi abre um pouco mais o olho. Daquela idade já observava esse tipo de coisa.

—Vou lá falar com Inari-chan. - Hinata se levanta e sai. 

Naruto pensou nas palavras de Tazuna, Hinata e também lembrava das palavras, gestos e choros de Inari. Olhava para o quadro ali pendurado. Sem pensar duas vezes, levantou e queria ir lá com o garoto, porém estava muito enfraquecido  e caiu após dar apenas dois passos. 

—Você queimou muito chakra hoje nos treinos. Você morrerá se tentar se mexer mais, - Estava tremendo, mas Naruto se levantou mesmo assim. 

—Vou provar!

—Hum? - se expressa Tazuna. 

—Vou provar para ele, que heróis existem de fato.

—Inari-chan! - Hinata abre a porta do quarto e entra cautelosamente. Inari estava chorando sozinho ali na sua janela de sempre com o quadro na mão. - Posso falar com você? Eu… ouvi...Tazuna nos falou de seu pai.

—Ele é um mentiroso, - falava Inari entre soluços - Ele disse que ia proteger as pessoas com a força dos próprios braços.

Ela se aproxima de Inari aos poucos. Olha para o homem do quadro que Inri está segurando. 

—É ele?

Agora o menino chora com vontade, fazendo barulho. Seu pequeno rosto está inundado de  lágrimas.

—Ele… era muito forte. Mas mesmo assim… não foi páreo para Gatou.

—Entendo… - Ela olha para ele.

—NÃO! VOCÊ NÃO ENTENDE! NINGUÉM ENTENDE!

—Quando minha mãe era viva.

—Hã? - Agora, Inari estava prestando um pouco de atenção. 

—Ela era muito gentil.

—Sua mãe está morta? - pergunta Inari.

—Sim. - diz Hinata simplesmente 

—Mamãe, o que é o amor? - pergunta a pequena Hinata, que deve ter cerca de três anos, e um olhar curioso. 

A mãe lança um sorriso amoroso e lhe olha com carinho. 

—Ela sempre falava baixinho… Ela gostava de flores.

—Quando é que vou descobrir que estou sentindo amor?

—Ah, você vai sentir um sentimento muito bom. 

—É?

—Bem aqui. - coloca a mão no peito da pequena, na altura do coração. 

—Tá bom! 

Hinata dá um sorriso aberto e brinca correndo em volta das flores que a mãe está cuidando. Ela está descalça e sente a terra úmida sob seus pés. 

—Ela era muito bonita… E tinha um cabelo muito escuro e comprido. Os olhos eram claros como o meu.

Hinata estava deitada na cama, com o rosto quente, bochechas vermelhas e um pano molhado na testa. Uma mulher de cabelos longos preto-azulados, olha para ela com um olhar amoroso e um sorriso sereno.

—Filha, disseram que não quer comer…

—Mamãe, não consigo! Não desce!

—Que tal agora?

O bolinho que a mãe mostra agora é delicado, tem "olhinhos", "boquinha", "orelhinhas".

—Tá bom. Eu vou tentar.

—Eu consigo imaginar. 

—Sim, eu imagino que seu pai - Ela se aproxima do garoto e passa o braço em volta do ombro sorrindo para ele. - também deveria ser muito gentil.

—Sim e muito forte. Ele pescava - O olhar de Inari estava distante. Seus olhos brilhavam - E assava peixe na fogueira. E amarrava uma corda na cabeça assim.

Apontava para o quadro.

—Isso mesmo, Inari. - Ela olhava para ele - quando for pensar no seu pai, lembre-se sempre dos momentos bonitos. Ele pescando, sorrindo, sendo corajoso. É assim que eu faço ao lembrar de pessoas queridas.

—Sério?

—Uhum ! Me fala mais coisa bonita dele. 

— Ele era muito forte. Ele falava sobre coragem. E lutar pelos seus sonhos.

—Ah! - ela aninha Inari em seu colo. -Sabe o que é coragem?

—É escolher uma vida que não tenha arrependimentos. Ele falava assim. 

—Muito sábio, isso é muito bom. - ela olha Inari que agora está sonolento. -Você vai sentir coragem, quando mesmo com medo, seu corpo se mover sozinho para defender quem você ama.

—Ah.

—Inari.

—Que. - abre os olhos.

—Seu pai te salvou de um afogamento, não foi?

—Sim…

—Você já aprendeu a nadar?

—Ainda não.

—Quer me acompanhar no meu treino amanhã?

—Acho que não.

—Por que?

—É… não gosto de ver vocês se esforçando tanto, para depois acabarem mortos pelo Gatou. 

—Então, você está com medo.

—Não quero mais perder gente importante, nunca mais. Seu pai?

—O que?

—Ele é vivo?

—Ah… é sim

—Ele é forte? Corajoso?  Gentil? 

—Bem… eu te conto se você deitar para dormir.

—Tá. 

—Ele é muito forte. É líder do meu clã. Mas ele não é muito gentil, não, ele é severo. Ele faz eu e a minha irmã treinar luta por muitas horas. 

— Que chato. Você tem uma irmã?

—Sim. Do seu tamanho. 

Inari não respondeu mais. Estava na cama adormecido. Hinata ajeitou o menininho, cobrindo ele. Depois foi até a janela que o menino costuma chorar, olhando a paisagem.  O lugar ali era muito bonito. Entendeu porque ele sempre ia chorar ali. Agora que Inari estava consolado e dormindo, ela olhou para fora e se permitiu chorar também, deixando escapar uns pequenos soluços. Não tinha se dado conta de como sentia saudade da sua mãe.  

Também não teve consciência de que estava sendo observada e que a pessoa que a assistia se retirou e a deixou a só, sem que ela percebesse a sua presença ali.

Sasuke estava subindo a escada. Pensando em como Naruto era um idiota colocando essa história de herói na cabeça. No mundo ninja não cabe essa coisa de herói,  e às vezes o que tem que ser feito é mesmo trabalho sujo.

Procurava por Hinata para lhe perguntar sobre o segredo do controle de chakra que Naruto não queria contar. Ele iria ver só quando voltar a ficar novamente para trás. Acabou por escutar toda conversa de Hinata com Inari. Não que quisesse ser invasivo, mas simplesmente não pode evitar. 

Escutou que a mãe dela estava morta, como o pai do menino Inari. E como seu pai era severo e duro. Sentiu-se atraído a observar. A forma como Hinata conduzia a conversa, narrando a própria história triste, mas ao mesmo tempo ela tinha um sorriso sincero para com o garotinho, mais aberto que o que ela dá aos outros. Se aproxima aos poucos do menino e o consola com uma voz suave, colocando em seu colo aos poucos. Arrancou até um sorriso dele. Quando o mesmo adormeceu, ela virou as costas para a janela e chorou um pouco ali. Ele observava todos os gestos dela, mas saiu antes que ela percebesse sua presença ali.

Com os pensamentos atordoados ele foi direto se deitar,  pois também tinha queimado muito chakra e estava esgotado. 

Mas as palavras de Hinata não saíram de sua cabeça. Sasuke sonhou. Sonhou com a própria mãe sorrindo e conversando com ele de forma gentil. Seus cabelos  compridos e escuros .Depois sonhou com um pai severo, duro e distante. Sonhou também com seu irmão. Itachi ensinando ele. Itachi distante, tocando dois dedos em sua testa. 

Ao final do sonho, Sasuke voltando para casa, no distrito Uchiha e encontrando as luzes apagadas e o local silencioso. Olhas as ruas tomadas de sangue  e as pessoas todas mortas. 

Desesperado, Sasuke corre para casa.  Lá encontra seus pais e mãe mortos. Seu irmão olhando para ele de forma sinistra e tentado atacá-lo. Está com medo, chorando e gritando. 

Itachi se aproxima dele e fala para que a única maneira de vencê-lo é ter inveja e ódio dele. Chama de irmãozinho tolo. Diz para matar seu melhor amigo se quiser poder. Toca e sacode seus ombros. Olha para ele, que vê o sharingan girar e se transformar em mangekyou. As visões da ilusão repetida e aumentada várias vezes. Viu lágrimas nos olhos de Itachi? 

Acorda com uma mão pequena sacudindo a si de forma suave. Está escuro então ele não vê o rosto do dono da mão, embora saiba de quem é, mas não quer ver ninguém de qualquer forma. Está ofegante,  suando e tremendo. Tem lágrimas no canto do olho. 

Vira de costas para a pessoa que o acordou, mas agarra a pequena mão a puxando em seu peito e a segura ali. Sente a outra mão entrar com os dedos em seu cabelo, fazendo carinho sem se importar com o suor abundante ali. A pessoa não lhe diz nada.


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