Marinette estava nervosa. Era muito mais fácil falar com Adrien quando estava protegida pelo seu traje de super-heroína e sob o efeito da personalidade atrevida de Plagg, misturada à sua. Mas o que a confortava, é que seu melhor amigo não estava muito diferente.

— Você consegue, Marinette. Agora eu... O que eu faço? — Nino questionou pelo telefone – A Alya é muito inteligente! E se eu falar algo estúpido?

— Você sempre fala coisas estúpidas.

— Ei!

— Calma, eu não terminei. Eu ia dizer que você sempre fala coisas estúpidas e se mesmo assim ela quis ter um encontro com você, não precisa se preocupar tanto.

— O famoso faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.— eles riram. Nino sentia no tom de voz da amiga o quanto ela estava nervosa, por mais que tentasse esconder isso fazendo piadas – Mas obrigado. Você também não precisa se preocupar, tenho certeza que vai dar tudo certo.

— Espero que sim...

— Estou chegando na casa da Alya. Boa sorte para você.

— Pra você também. – por fim desligou, respirando fundo e ajeitando o cabelo novamente.

— Você tem que se acalmar, é só um garoto. – Plagg deu de ombros, enquanto comia seu camembert. Uma típica visão de todas as noites de Marinette.

— Não, não é. Ele é tipo o amor da minha vida! – respondeu nervosa. Plagg revirou os olhos. Sua portadora agia como uma boba quando falava de Mister Bug, ou melhor, de Adrien. – Eu só preciso ter coragem pra falar com ele. É meio difícil como Marinette.

— Você é a Lady Noire com ou sem a máscara. Eu só dou um empurrãozinho pra você dizer o que, na verdade, já quer dizer.

— É, tem razão. – sorriu para o kwami, fazendo carinho nele. Plagg fez careta, mas Marinette sabia que ele gostava, só não queria admitir. – Preciso ir agora, são quase oito horas. – se olhou no espelho novamente. Seu cabelo estava solto, diferente das outras vezes, e ela usava um vestidinho preto simples. Marinette entendia de tecnologia, mas não fazia ideia de como se vestir para um encontro – Acha que ele vai gostar?

— Óbvio. – Plagg comeu um pedaço de camembert – Assim como eu gosto do meu precioso.

— Obrigada, eu acho. – deu de ombros e pegou a bolsinha preta – Vem logo. – o kwami adentrou a bolsa e Marinette desceu as escadas correndo – Pai! Mãe! Vou sair.

— Tudo bem. Cuidado para não ser fotografada.

— Qualquer coisa, ligue!

— E não volte muito tarde. – Marinette mandou um beijo para os dois, em seguida foi até a porta da casa e antes que pensasse em abrir, a campainha tocou. – Ok, fique calma. – respirou fundo e ajeitou o vestido. Abriu a porta com um sorriso, fazendo Adrien quase derrubar o pequeno buquê trazia. – Oi.

— O-Oi. – piscou os olhos, absorvendo a visão em sua frente – H-Hã, eu trouxe pra você. – estendeu as flores para ela.

— Obrigada, eu amei! – rosas, suas flores favoritas. Marinette cheirou as flores e as colocou sobre à mesa de canto. – Vamos?

— Claro. – ela fechou a porta e passou a caminhar ao lado do loiro. – Você está muito linda, a propósito.

— Você também. – Adrien vestia uma calça jeans clara e um suéter vermelho escuro. O cabelo dele não estava bagunçado como de costume, e sim penteado um pouco para o lado. Continuava maravilhoso, na opinião da azulada.

— Obrigado, my lady. – não sabia de onde tinha vindo a coragem de chamá-la pelo apelido, mas os surpreendeu de forma positiva.

Como o restaurante não era longe, não demoraram muito para chegar. Adrien então abriu a porta para Marinette e puxou a cadeira para que ela sentasse. Como um perfeito cavalheiro.

— Boa noite, gostariam de pedir agora? – o garçom trouxe os cardápios e logo fizeram seu pedido. Enquanto não chegava, eles conversavam animadamente entre si.

— Eu não tenho culpa que o meu senso de humor é incrível!

— O Rogercop também achou, ele quase nos pegou depois da sua piadinha. – eles riram. – Mas eu admito que eu gosto dos seus trocadilhos.

— Ah é? – Marinette escorou o queixo nas mãos. – Está dizendo isso só porque sabe quem eu sou por trás da máscara?

— Não. Eu gosto deles, de verdade. – disse Adrien com sinceridade – O problema é o momento que você faz eles.

— Ok, você tem um ponto. – ele riu.

A comida logo chegou, e os dois comiam e conversavam como se fossem amigos de longa data. O que era até um pouco engraçado, porém, também era tudo que eles precisavam para aquela noite.

***

— Eu já estou indo para casa então. Vai precisar de mais alguma coisa? – Gabriel questionou, parado à porta da sala de Nathalie.

— Não, pode ir.

— Certo. Se precisar, é só ligar.

— Obrigada. – sorriu de leve – Boa noite, Gabriel.

— Boa noite. – retribuiu o sorriso e se retirou da sala, deixando a mulher sozinha.

Embora estivesse recuperada e decidida a dar andamento nos seus planos, Nathalie ainda sentia sua cabeça latejar. Mas não tomaria outro remédio, talvez apenas precisasse se distrair um pouco.

— Nooroo?

— Sim, mestre?

— Temos trabalho a fazer. – a mulher foi até o quadro de sua família e apertou os botões escondidos. A passagem secreta para seu esconderijo se abriu, Nathalie entrou no elevador e parou no seu esconderijo – Vamos ter um pouco de diversão. – sorriu de lado – Nooroo, dark wings rise!

***

Marinette e Adrien andavam lado a lado depois de um jantar agradável na companhia um do outro. Tinham que admitir, tinha sido melhor do que pensavam.

Os dois pararam na frente da casa dela, se preparando para se despedirem.

— Antes de tudo, eu amei o nosso encontro.

— Eu também, my lady. – Adrien respirou fundo. Não podia simplesmente se despedir com um aceno ou um abraço e ir embora. Então, surpreendendo Marinette, ele se aproximou, o que normalmente era o papel dela. – Com sua permissão... – tomou coragem e segurou o rosto da azulada. Marinette apenas o encarava maravilhada, sem conseguir esboçar qualquer outra reação. Adrien entrelaçou sua mão livre na dela e finalmente a beijou.

A sensação do beijo era estranhamento familiar, como se já tivessem feito aquilo antes. Parecia tão certo.

Marinette e Adrien soltaram as mãos, então a garota ficou na ponta dos pés e passou os braços ao redor do pescoço dele, ainda sem quebrar o contato de suas bocas. Enquanto isso, ele segurava a cintura dela com delicadeza. Era um momento mágico.

Os dois se separaram ofegantes e com um sorriso bobo estampado no rosto.

— É muito cedo pra dizer que eu te amo? – Marinette sussurrou, com seu rosto próximo ao dele. O loiro arregalou os olhos de leve. Aquele com certeza era o dia mais feliz da sua vida.

— Para pessoas normais, talvez. Mas como não somos nem um pouco normais... – eles riram – Eu também te amo. – puxou Marinette para os seus braços, a envolvendo em um abraço aconchegante. A garota descansou a cabeça no peito dele.

— Obrigada pela noite maravilhosa, Bugaboy.

— Na verdade, sou eu quem precisa te agradecer, my lady. – ela sorriu, aproveitando o momento e escutando as batidas aceleradas do coração de Adrien. O seu, não estava tão diferente.

— Então... Boa noite. – se afastou dele e fez menção de entrar para casa. Porém, antes de ir, o garoto segurou sua mão e a puxou, fazendo com que Marinette girasse e caísse sobre ele – Adrien! – o repreendeu, mas não de maneira irritada. Na verdade, estava surpresa com a iniciativa dele.

— Acho que você esqueceu uma coisa.

— O quê?

— O meu beijo de boa noite. – Marinette sorriu e se inclinou, contudo foram interrompidos por um raio que que iluminou os céus e uma risada escandalosa. Só poderia ser um akuma.

— Acho que seu beijo de boa noite vai ter que esperar.

— É, também acho. – o loiro segurou a mão de Marinette e a conduziu para trás de um muro – Pronta?

— Eu estou sempre pronta. – sorriu de lado – Plagg, claws out!

— Tikki spots on!