Eu nunca me esquecerei de você escrita por Lola


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, povo bunito!
Primeiramente queria agradecer a quem comentou na fic, e também favoritou e está acompanhando. Dá uma motivadinha boa no coração hehe
Segundamente, bora começar o enredo de verdade dessa história.

Um Grissom desmemoriado, que não lembra da nossa adorável Sara. O que pode surgir disso?

hehehe bora descobrir.

xoxo



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Capítulo 4

— Que dia, não é mesmo? – Brass falou em meio a um suspiro, recostando o corpo preguiçosamente no encosto da cadeira, afrouxando um pouco a gravata.

— Nem me fale... Que bagunça foi aquela com Sara? – Catherine jogou os cabelos exageradamente para trás, o rosto desenhado em preocupação  – Você conseguiu falar com Grissom? Eu passei na sala dele, mas  –

Um telefone começou a tocar, interrompendo as divagações da CSI. Brass pensou rapidamente sobre onde Grissom poderia ter ido naquela manhã.

— Jim, não é o meu.

— Oh certo, só espero não ser mais trabalho – o detetive pegou o próprio celular e respondeu - Jim Brass.

— Senhor Brass, estou falando do Desert Palms a respeito do Sr. Grissom.

— O que houve?

— Ele sofreu um acidente de carro, teve entrada na UTI a pouco mais de meia hora – a voz da mulher era estóica, e entrou em seus ouvidos de maneira assustadora – o seu número estava listado como contato de emergência.

— Como ele está? – seu tom era urgente, chamando a atenção de Catherine. 

— Preciso que o senhor compareça ao hospital para mais informações.

— Já estou a caminho – desligou.

— O que houve, Jim?

Ele suspirou exasperado – Gil sofreu um acidente.

Catherine levou a mão sobre a boca, um brilho de horror se instalando em seus olhos.

— Ele está no Desert Palms, estou indo pra lá agora.

— Eu vou com você.

///

Sara olhou para o relógio mais uma vez. Grissom estava atrasado. Cenas das últimas 24 horas passaram por sua memória, e seu coração se apertou. Mark estava preso e nada iria se repetir. Grissom devia ter tido algum imprevisto no laboratório, eles estavam acostumados a isso, não havia motivo para preocupação. Enrolou-se mais confortavelmente em seu sofá e voltou sua atenção para a TV, tentando não deixar que sua mente vagasse para lembranças desagradáveis.

///

Brass e Catherine ficaram em silêncio. As palavras não pareciam adequadas naquele momento – já fazia quase uma hora que estavam ali e nenhuma notícia fora dada. Toda informação que conseguiram foram os detalhes do acidente. Um motorista bêbado colidiu com Grissom, acertando o lado direito de seu carro. No mesmo instante os presentes no local chamaram uma ambulância.

— Senhor Brass?

O detetive levantou os olhos do ponto fixo que contemplava na parede: - Sou eu.

— Eu sou o doutor Mike Andrew, e tenho notícias sobre o senhor Grissom.

— Ele esta bem? – Catherine se levantou, um claro tom de urgência desenhando sua voz.

— O senhor Grissom esta bem. Acabamos de fazer uma bateria de exames, e felizmente não houve nenhum dano físico grave.

— Danos físicos? – Brass expressou sua confusão.

— O paciente bateu muito forte com a cabeça durante a colisão dos carros, ele ainda esta inconsciente e tem uma forte contusão no lado esquerdo na cabeça, não sabemos ao certo se isso pode gerar alguma sequela. Ele também deslocou o ombro esquerdo e quebrou o pulso direito.

— Que tipo de sequelas? – Catherine questionou.

— Só vamos poder saber quando ele acordar. É um milagre que esteja vivo. O motorista do outro carro não teve tanta sorte.

— Você quer dizer que precisamos esperar que ele acorde – Brass concluiu.

— Para que possamos avaliar a parte cognitiva, sim.

— Ok – o detetive soltou um longo suspiro de alívio. Aparentemente o susto maior havia passado – Podemos vê-lo?

— Claro, se puderem me seguir.

(...)

Porque seu corpo se sentia incrivelmente desconfortável e cansado? Não fazia muito tempo que comprara uma cama nova e muito mais macia. Grissom tentou abrir os olhos, sentindo-os tremularem na claridade assassina. Malditos olhos claros, pensou consigo. Sempre sensíveis demais. Tentou erguer uma das mãos até o rosto, mas sentiu que havia alguma coisa presa nela, e não ousou se mexer. Acalme-se Grissom, vamos lá, analise as evidências. Lentamente seu corpo foi recuperando os sentidos, e pode identificar uma dor chata na cabeça, mais especificamente no lóbulo parietal esquerdo. Ok. Algumas vozes, conversando perto de si, vozes familiares. Isso parece com o tom estridente de Catherine.

— Gil! Você está acordado?

Definitivamente aquela era Catherine.

Grissom tentou abrir novamente os olhos, e dessa vez conseguiu mantê-los semicerrados, abertos o suficiente para ver a cabeleira esvoaçante de Catherine juntamente de seus olhos preocupados. Tentou abrir os lábios e dizer alguma coisa, mas sua garganta estava seca e dolorida.

— Que bom que acordou, Senhor Grissom.

Oh, estou no hospital. Porque estou em um hospital?

— Á-a... águu-uaa... – definitivamente aquilo não saíra como esperado, mas já era um começo.

Catherine lhe ofereceu um pouco de água por meio de um canudinho. Grissom sugou avidamente o conteúdo do copo, sentindo o frescor do líquido descer por sua garganta, dando-lhe nova força para falar.

— O que houve com seu cabelo?

Catherine, Brass e o médico olharam curiosos para Grissom, não por seu tom de voz rouco, mas pela aleatoriedade do comentário.

— Gil, do que você esta falando?

Grissom percebeu os olhares confusos de seus amigos, e sentiu sua própria confusão aumentar. Ele se lembrava claramente que no dia anterior sua amiga tinha os cabelos quase tão curtos quanto os dele. Dia anterior? Uma pontada de dor passou por sua cabeça, e instantaneamente seus olhos fecharam.

— Senhor Grissom, acredito que o efeito dos analgésicos já esteja passando, vou chamar a enfermeira para que possa lhe aplicar uma nova dose – o médico disse de forma agradável – mas antes, gostaria de fazer algumas perguntas.

Grissom conseguiu abrir os olhos e suspirou. Olhou ao redor de seu quarto e achou toda aquela decoração muito diferente do habitual. E lá estava Brass, nitidamente com menos cabelo e vários quilos a mais. O que estava acontecendo?

— Senhor Grissom, você está me ouvindo? – o médico perguntou.

— Estou.

— O senhor sofreu um acidente de carro há duas horas, está no hospital Desert Palms, você está com uma contusão no lado esquerdo da cabeça, além de um ombro deslocado e um pulso quebrado – Andrew explicou para Grissom, que não disse nada, penas ouviu atentamente tudo que o médico dizia.

Um acidente. Mas por que não me lembro de nada?

— Fisicamente o senhor está bem e não terá problemas com a recuperação – o médico continuou, pegando um pequeno bloco de papel no bolso do jaleco e se preparando para anotar – Porém preciso te fazer algumas perguntar para saber se a contusão não deixou nenhuma sequela.

— Vai testar minha parte cognitiva – concluiu Grissom, sentindo uma enorme onda de cansaço tomar seu corpo.

— Exato.

— Certo, vamos lá então.

Catherine e Brass olharam atentos para Grissom e o médico.

— Qual seu nome completo?

— Gilbert Arthur Grissom.

— Onde nós estamos?

— No hospital.

— Você sabe que dia é hoje?

Grissom sentiu sua cabeça doer, e novamente uma imensa onda de confusão o inundou.

— Não tenho certeza.

— Certo – o médico escreveu algo em seus papeis – em que ano estamos?

— 1995.

Grissom olhou para seus colegas e não pode deixar de perceber o cenho franzido de Brass e os olhos preocupados de Catherine.

— Quantos anos você tem?

— 39.

Catherine levou a mão a boca, e Brass não pode evitar uma risadinha.

O médico olhou atentamente para o paciente, imaginando o que viria a seguir se continuasse com aquelas perguntas. De acordo com as informações contidas em seus documentos pessoais, Grissom tinha 49 anos, e como todos na sala sabiam – quase todos – eles estavam em 2005, não 1995.

— O que há de errado? – Grissom perguntou, sem entender.

— Gil, posso te chamar de Gil? – perguntou o médico.

— Ok.

— Você se lembra o que aconteceu com você para estar no hospital?

— Na verdade... – fez uma breve pausa para tentar se lembrar, mas isso apenas intensificou a dor em sua cabeça – não faço ideia do que houve, ou porque vocês estão me olhando como se eu houvesse crescido uma nova cabeça.

— Vocês três se conhecem a muito tempo? – Andrew perguntou para Brass e Catherine.

— Talvez uns 15 anos já – respondeu Brass.

— 13 anos, eu acho – Catherine também disse.

— Vocês estão malucos? – Grissom não sabia de onde vinha aquela contagem dos amigos. Brass ele devia conhecer no máximo há 10 anos, e Catherine 5.

— Gil, você sofreu um acidente de carro, e bateu com a cabeça – Andrew explicou calmamente – fizemos uma ressonância e alguns raios x, e não encontramos nenhum problema físico causado pelo acidente.

— Mas?

— Mas aparentemente sua memória sofreu algumas consequências com o impacto. Ainda é cedo para afirmar com clareza a natureza do problema, mas em casos como o seu, é mais comum do que as pessoas podem imaginar após um evento traumático haver perda de partes da memória.

Grissom ficou em silêncio, tentando conciliar seus pensamentos com a dor que parecia ser capaz de rachar seu crânio.

— Vamos precisar fazer mais algumas perguntar para termos melhor noção da dimensão da perda – Andrew esperou para que Grissom dissesse algo, mas ele se manteve em silêncio olhando para seus dois amigos ao lado da cama – Creio que seria bastante útil a ajuda dos seus amigos para conseguirmos avaliar até que momento você se lembra das coisas.

— Gil, você está bem? – Catherine perguntou, preocupação pingando em suas palavras, por ver seu amigo com expressões tão perdidas.

— Em que ano estamos? – Ele disse incisivo.

— 2005 – Andrew respondeu.

Grissom olhou para suas mãos, percebendo que elas não pareciam as mesmas.

— Tudo que me lembro vai até 1995.

— Então... Você não se lembra de ser supervisor?

Grissom olhou curioso para Brass, deixando que suas sobrancelhas arqueassem em surpresa – Mas você é o supervisor.

Brass suspirou, enquanto Catherine parecia exasperada.

— Não Gil, houve... houve um acidente há cinco anos, então o xerife achou melhor você supervisionar e eu voltar para a homicídios – Brass o informou, não deixando de pensar nos benefícios de se perder a memória. Ao menos Grissom não se lembrava da perda de Holly.

— Certo.

— Parece que vamos poder fazer um marco de dez anos então – disse o médico, fazendo uma rápida anotação em sua prancheta.

— Quando vou poder ir para casa?

— Devido a gravidade do acidente, é importante que você fique ao menos mais uma noite em observação. Vamos aproveitar esse tempo para investigar melhor o seu cérebro e ver como esta sua memória.

— Certo.

— Você não é casado, certo? – questionou Andrew.

— Não que eu me lembre – Grissom fez uma careta, se lembrando de sua última aventura amorosa.

— Ele é casado a oito anos e tem três filhos – disse Catherine.

Brass olhou divertido para a loira, enquanto Grissom ficou extremamente pálido.

— Eu sou casado? – sua voz saiu tão baixa que se não fosse pelo movimento dos lábios a pergunta poderia ter passado despercebida.

— Não, mas a sua expressão foi impagável – Catherine falou no meio de um sorriso.

O médico lançou um olhar de reprovação para ela e disse: - A situação pode parecer engraçada, mas o paciente ainda não esta em condições de ser colocado a prova desta maneira.

— Me desculpe, doutor.

—  Como está sua dor de cabeça?

— Tão chata como qualquer crise de enxaqueca que já tive.

— Vou pedir que as enfermeiras tragam uma nova dose de analgésico, é muito importante que você descanse agora.

— Não vamos conversar sobre minha memória? – Grissom não parecia muito feliz com a ideia de dormir, mesmo que isso remediasse sua dor de cabeça.

— Vamos, mas depois que você estiver descansado para isso – Andrew deu um leve tapinha amigável na perna de Grissom – Logo nós iremos descobrir com qual o tipo de amnésia estamos lidando.

— O que não vai resolver muito o problema, já que a única coisa que podemos fazer é esperar que a memória volte – Grissom disse aborrecido.

— Se a perda da memória for devido ao estresse gerado pelo trauma, podemos ficar mais confiantes que logo que você estiver em casa, sua memória irá voltar.

Grissom não respondeu. A ideia de ter perdido 10 anos de sua vida não o agradava nem um pouco. Ele era um cientista. Ele sabia o que traumas na cabeça podiam gerar.

— Nós vamos voltar para o laboratório e avisar ao time o que houve – Catherine se aproximou do amigo colocando um aperto suave em seu ombro – logo a notícia da sua ausência vai se espalhar, e eles vão ficar preocupados.

Grissom franziu o cenho, tentando pensar ou evocar alguma memória. Nada. – Quem seria esse time?

— Warrick, Nick, Sara e Greg.

— Tenho certeza que Hodges já está sentindo sua falta – completou Brass.

— Warrick e Nick, os estagiários?

— Eles mesmos, todos CSI’s nível 3.

— E essa Sara... Greg?

Catherine olhou alarmada para Brass, que simplesmente deu de ombros.

— Greg era um dos técnicos de DNA, que agora é CSI nível 1 sob sua supervisão... e Sara... Bom... – Catherine pareceu pensar no que dizer – nós realmente não fazemos ideia de onde vocês se conhecem, mas vocês eram amigos e então você a chamou para trabalhar com a gente há cinco anos atrás.

Grissom escutou tudo atentamente, considerando o tom cauteloso de sua amiga – Certo... Eu... ahm, não me lembro dela, devo tê-la conhecido nesse período de 10 anos.

— Parece que sim – Catherine olhou novamente para Brass, que continuou a dar de ombros.

— Acho melhor deixarmos o senhor Grissom descansar agora, ele já recebeu muita informação nova pra uma primeira conversa – disse o médico – vou chamar a enfermeira. – então saiu.

— Certo, voltamos mais tarde Gil – Catherine deu outro aperto carinhoso em seu ombro e se virou para sair.

Brass acenou para o amigo em despedida e também se retirou, ainda em silêncio.

//

Já do lado de fora do quarto de Grissom, Catherine se apressou por mais informações com o médico.

— Doutor, o que fazemos agora? Existe realmente chance de que a memória dele retorne?

— Existem basicamente dois tipo de amnésia, senhorita...

— Willows.

— Senhorita Willows. Existe a amnésia anterógrada, que é quando o paciente perde a capacidade de armazenar novas memórias, e a retrógrada, que parece ser o caso do senhor Grissom. Ela provoca a perda de memórias anteriores ao evento traumático.

— E quando o doutor diz perda, não significa que ele não possa recuperá-la – comentou Brass.

— Não necessariamente. Em casos de amnésia retrógrada, o paciente consegue recuperar a memória pouco tempo depois do trauma. A única curiosidade aqui é que nos casos mais comuns, a pessoa não chega a perder 6 meses, e o senhor Grissom parece ter perdido 10 anos.

— E isso significa...

— Ainda não é possível sabermos o que isso significa, mas nós vamos precisar investigar melhor os últimos acontecimentos na vida do senhor Grissom, e principalmente como ocorreu o acidente, pois ele também pode estar sofrendo de um tipo de amnésia psicogênica, que tem como base principal causas emocionais.

Brass e Catherine se olharam, ambos pensando no sequestro de Nick e o atentado a Sara, horas antes. Definitivamente Grissom havia tido dias cheios recentemente.

— O mais importante nesse momento é que ele fique de repouso e tenha alguém para ficar com ele – disse o médico.

— O mais difícil será a parte do repouso – Catherine riu.

— Provavelmente o paciente irá receber alta amanhã, e vai precisar ficar no mínimo uma semana de repouso antes de voltar para o trabalho. Durante esse período é importante que ele não fique sozinho, pois devido o forte trauma na cabeça e também o quadro de amnésia, pode haver risco de convulsão e desmaios.

— Okay, vamos providenciar tudo isso.

— Certo. Agora se me dão licença – o médico sorriu, saindo apressado pelo corredor.

Catherine e Brass ficaram em silêncio, olhando perdidos para a porta que dava acesso ao quarto de Grissom.

— Será que algum dia vamos ter um momento de paz?

— Bom, já é o terceiro problema que temos em menos de 6 meses... – Brass passou a mão pelo rosto, sentindo um enorme cansaço tomar conta de si.

— Vou voltar para o laboratório e falar com o pessoal... Avisar Ecklie... – disse Catherine.

— Ele vai dar pulinhos de alegria quando souber que temos três CSI’s de licença.

— Três?

— Nick, Sara e agora Grissom.

— Oh que beleza, já posso ouvi-lo reclamando.

Ambos caminharam lentamente para fora do hospital.

— Será que você pode me dar uma carona de volta pro laboratório?

— Claro, de lá vou dar uma passada no apartamento do Grissom pra pegar algumas roupas pra ele.

— Boa ideia.

— E então avisar Sara.

Catherine suspirou – Parece que eles não se conhecem a tanto tempo como imaginávamos.

— Parece que não – Brass deu partida no carro começando a dirigir, pensando que provavelmente seu amigo estava indo para o apartamento de Sara quando o acidente ocorreu.


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Notas finais do capítulo

o que vocês acham que vai rolar disso eim? hehehe acho que será interessante quando Grissom (re)conhecer Sara, depois de tudo que aconteceu entre eles.



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