Você vai lembrar de mim - Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 2
Inevitável




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Fred POV

 

Todos nós ficamos abalados com a morte de Dumbledore. O velório feito nos jardins de Hogwarts foi o último momento de se despedir dele. 

Também seria a última vez que veria Hermione em um bom tempo, ao menos era assim que eu imaginava. Ela ficaria com os pais até  estar próximo do casamento de Gui e Fleur, eu poderia matar a saudade durante uma semana e depois não nos veríamos mais até ela realizar a tal "missão" de Dumbledore. 

No início eles tentaram esconder do que se tratava, mas Jorge e eu descobrimos um local em que poderia haver uma Horcrux de Voldemort escondida, foi uma troca de informações justa. Tentamos chegar ao local, mas Jorge e eu fomos atacados por Greyback e foi quase um milagre chegarmos inteiros em Hogwarts! 

Pensando assim parece que faz tempo, mas aconteceu na mesma noite da morte de Dumbledore… As coisas estão tão estranhas que até o tempo não parece mais funcionar como antes.

Um exemplo? Sinto como se tivesse ficado meses longe de Hermione, mas no dia seguinte, senti o pergaminho em meu bolso se aquecer, e lá estava a mensagem que tanto desejei ler:

 

Fred. Preciso de você, agora.

 

Num minuto eu estava em minha cama, me recuperando dos machucados, no outro estava na porta da casa do amor da minha vida e me sentindo enérgico como se nunca tivesse sido caçado por um lobisomem. 

Entrei e logo senti os braços me envolvendo pedindo por um abraço apertado. Eu amava como ela se encaixava perfeitamente quando nos abraçávamos, podia sentir o cheiro de canela dos seus cabelos enquanto depositava um beijo no topo de sua cabeça.

Minha Hermione. Como desejei poder falar isso oficialmente.

Mas algo estava errado.

Seu corpo estava tremendo. Lágrimas gradualmente apareceram. 

Não falei nada, apenas a conduzi para o sofá e a mantive em meus braços enquanto deixava a tristeza sair de seu corpo. Ela se segurava em mim e me apertava como se temesse que eu saísse dali, mas eu não iria a lugar nenhum. Meu lugar é ao seu lado, eu estaria lá enquanto fosse seu desejo...

 

***

Passados alguns minutos, sua respiração tranquilizou e ela conseguiu me olhar nos olhos sem voltar a chorar.

—Como é possível você tão linda com o rosto de bolacha assim? - Dei-lhe um beijo em cada bochecha. Ela riu -  Assim eu não resisto! 

Comecei uma peregrinação por seu rosto, dando beijinhos e apreciando o sorriso mais encantador que já vi, mesmo emoldurado por lágrimas. Hermione pareceu ficar tranquila o suficiente para explicar o que aconteceu. 

Confesso que mesmo após ouvir, ainda não consegui acreditar.

—Sim, Fred. Preciso apagar a memória dos meus pais. Eles nunca mais saberiam que tiveram uma filha, estariam livres para fazer algo que sempre desejaram: mudar para a Austrália, longe de Você-Sabe-Quem, longe do risco, longe de…

—De você, Hermione. Tem certeza que essa é a melhor solução? 

—Para eles, sim. Para o mundo mágico, será como se eu tivesse me mudado com eles, por isso não voltei a Hogwarts, o que nos dá mais tempo sem levantar suspeitas enquanto vamos atrás das Horcruxes. 

—Mas e para você? 

— Eu… Posso reverter o feitiço quando a guerra acabar… Se eu não sobreviver, eles não irão sofrer sabendo que perderam a… Filha. Então qualquer resultado será bom, né?

Ela tentava parecer forte, mas seus olhos diziam como estava triste, assustada e com medo de cometer algum erro.

—Você vai sobreviver e eles voltarão a se lembrar de nós, afinal, o Sr. Granger tem que te levar ao altar da igreja em nosso casamento…

—Fred! 

Seu rosto corado ficava adorável.

—O que foi? Não gosta de cerimônias formais? Podemos casar no jardim da Toca, como Gui e Fleur.

—V...Você não pode simplesmente me pedir em casamento assim do nada!

Hermione tentava fazer uma expressão irritada e se soltar do meu abraço sem sucesso.

— Não se preocupe, meu bem. Esse não é o pedido oficial. O pedido oficial vai ser feito ao seu pai, depois que a Guerra contra Você-Sabe-quem acabar. Vamos para a Austrália e a primeira coisa que ele vai se lembrar é de você, em seguida ele decide se vai nos dar a bênção e eu tenho certeza que a resposta será  sim!

—Eles nem sabem  que estamos namorando…

—Bem precisamos corrigir isso. Que tal hoje?

—Hoje?

—Sim! Você terá que apagar a memória deles temporariamente… Não seria bom ter uma última memória boa com eles? Para você guardar, depois quando eles voltarem pensar: eu lembro desse ruivo, é o cara legal, bonito e genial que estava namorando nossa filha antes de irmos para Austrália!

—Menos, Fred… Mas você tem razão, sobre fazer algo com eles para guardar na memória. Eles chegarão próximo a hora do jantar, podemos fazer um jantar surpresa para os dois.

—Por onde começamos?

—Compras. Já foi em um mercado trouxa, Fred?

E assim nossa pequena aventura juntos começou. Fizemos compras juntos, me diverti sendo o condutor do carrinho de compras. É incrível como os trouxas superam a falta de um feitiço simples como wingardium leviosa com rodas em uma caixa de metal. Pegamos um lombo congelado em uma coisa que parecia um armário, mas que baixava a temperatura até  congelar os alimentos. Fascinante. Tudo aqui estava me enchendo de ideias para logros e a melhor parte foi uma coisa que parecia um carro com fogão embutido e fazia comida no meio da rua, compramos churros, a melhor invenção trouxa desde os apertos de mão eletrizados.

Hermione e eu voltamos de mãos dadas, andando pela cidade. Ela olhava maravilhada para as ruas, as pessoas… Como se quisesse guardar esse raro momento de causalidade. Eu lhe beijei de surpresa, isso sempre funcionava para lhe dar o mais belo sorriso que somente Hermione sabia ter.

Passamos o fim da tarde cozinhando e limpando a casa. Preciso agradecer senhora Molly Weasley de ter preparado o filhos com todos os feitiços domésticos que alguém precisava saber.

Já eram quase 19 horas, horário em que seus pais chegariam, e tudo estava pronto.

—Preciso de um banho. E você?

Eu estava prestes a fazer uma piada sobre banhar com ela e esperar um soco estilo Hermione, quando olhei em seus olhos. Ela estava séria, estava me chamando. Foi minha vez de ficar corado e não saber como reagir.

—Eu… Hm… E…

—Fred Weasley sem palavras? Agora sim é um dia perfeito! 

E Hermione me beijou, me puxando para o banheiro em seu quarto. Nós dois sorriamos meio abobalhados e excitados com a ideia.

Hermione parou na minha frente com um olhar travesso. Suas mãos foram para a barra da minha camiseta e me ajudaram a tirar lentamente, depois deslizaram por meu corpo me fazendo arrepiar. Fiz o mesmo com sua blusa, diminuindo a distância entre nós dois e revelando um sutiã que acentuava seus seios. Minha vontade era de apertá-los, mas continuei nosso jogo deslizando minhas mãos para o feixe e deixando nosso corpo colado.

—Eu te amo, Hermione Granger.

Sussurrei em seu ouvido.

—Eu também te amo, Fred Weasley.

Ouvi em resposta acompanhado por um beijo em meu pescoço. 

Era torturante e excitante continuar assim, em câmera lenta. Soltei seu sutiã e senti seus seios rígidos tocando meu corpo. Não resisti, empurrei seu corpo contra a parede gelada do banheiro e lhe beijei intensamente. Minhas mãos percorriam seu corpo, eu podia ouvir seus suspiros ao deslizar por regiões mais sensíveis. 

Hermione continuava sendo a garota inocente pela qual me apaixonei, mas sua nova versão mais ousada estava me deixando completamente louco!

Suas mãos foram para o cós da minha calça que logo foi para o chão. Ela é quem ditava o ritmo do beijo e me fazia suspirar… E delirar.

As últimas peças de roupas foram para o chão e fomos para debaixo de chuveiro juntos. Ficarmos molhados e ensaboados não funcionava como eu imaginava, mas sentir suas mãos delicadas deslizando por meu corpo era delicioso. Uma sensação de carinho e cuidado, com brincadeiras com o sabão e quase escorregamos juntos naquele cubículo! 

Um dia perfeito nos mínimos detalhes.

 

Saímos e nos arrumamos. Busquei na loja uma roupa mais apropriada para um jantar com os pais da minha namorada.

A mesa estava posta. Em poucos minutos, Wendell e Mônica chegaram. Hermione os recebeu na porta.

—Filha! Um abraço nesse seu velho pai. Já não tenho mais idade para pegar tantos aviões.

Hermione o abraçou e em seguida a sua mãe.

— Falando assim, nem parece que dormiu durante toda a viagem.  Como foi a viagem de volta para casa, querida? Tudo… bem?

Nesse momento, Mônica notou um jovem usando um belo terno ao lado da mesa de jantar: eu.

—Fred Weasley? 

Wendel se aproximou e estendeu a mão com seriedade. Eu tentei parecer o mais seguro possível, mas no fundo estava me tremendo como um caldeirão saltitante.

—Boa noite, senhor Granger. Senhora Granger. Fizeram uma boa viagem?

—Sim, muitas conexões,  mas… Sim. - Mônica olhava desconfiada, ora para mim, ora para Hermione. - E vocês dois…?

— Preparamos um jantar para vocês, mamãe.  Chegaram na hora certa! Fred! Pode buscar o lombo na cozinha? Fizemos lombo com laranja e batatas, papai.

—Receita da minha sogra, senhora Wilkens? Que Deus a tenha. Excelente escolha, querida.

Nos sentamos à mesa. Todos pareciam ter um sorriso desconfortável. Tentei quebrar o gelo:

—Então, foi uma viagem de negócios? Passeio? Eu já fui ao Egito visitar meu irmão, mas usamos chave portal, é incrível como os trouxas conseguiram criar algo pesado como um avião e que voa! Como é a sensação?

—Fomos ajudar minha cunhada a montar seu consultório em Sidney. Já é nossa terceira viagem para lá. Bem… Confesso não ter ideia de como um avião funciona, mas nós, não mágicos, conseguimos usar ciência para superar inclusive a magia.  Acredito que o primeiro homem a pisar na lua foi um não mágico, certo Hermione?

— Sim, papai.

—Seus amigos elfos gostaram dos livros escritos por não mágicos que lhe demos?

—Sim. 

— É claro que sim! A verdadeira magia, acredito eu, está na habilidade de usar a imaginação para criar histórias fascinantes como a literatura britânica é capaz de fazer!

Senhor Granger parecia estar insistindo novamente naquela balela de convencer a Hermione a viver no mundo trouxa. Eu estava prestes a reclamar quando a própria senhora Granger mudou de assunto:

—Como está sua mãe, Fred? 

—Está surtando com o casamento, requisitou toda a família para arrumar as coisas do casamento.

—Ela nos enviou um convite para o casamento de Fleur e Gui. Ficamos entusiasmados com a ideia, mas imagino que seja perigoso ir… Ainda mais agora com a morte do professor Dumbledore.

Hermione e eu nos olhamos. O que se passava pela mente dela? Ela começou a falar e eu a interrompi:

—Tem algo que precisamos conversar…

—Na verdade, eu que deveria falar, meu bem. - senhor Granger me encarou de um jeito estranho ao ouvir o "meu bem"- Senhor Granger. Estou aqui para informar que estou namorando sua filha e gostaríamos que vocês apoiassem nosso namoro. Eu tenho as melhores intenções com sua filha, prometo que serei respeitoso com ela e farei tudo que estiver ao meu alcance para vê-la feliz.

Os pais de Hermione se encaravam com seriedade. Eu estava esperando um sermão ou uma lição de moral, mas em seguida ouvi uma risada vinda do Wendel.

—Céus! Achei que fossem dizer que Hermione estava grávida. Isso sim merecia essa tensão toda…

—Pai!  -Querido! Pois eu achei muito respeitoso da sua parte fazer um pedido tão formal. Molly educou os filhos muito bem! 

— Muito educado, me senti voltando para a década de 50… Meu jovem… Se Hermione está feliz contigo, nós também  estamos! É o que importa, certo?

A noite ficou infinitamente mais agradável a partir daquele momento, mesmo com os assuntos incomuns, acho que isso já havia se tornado parte da rotina de estudar em Hogwarts. Hermione falou sobre suas aulas, sobre os ataques indiretos contra Dumbledore, Rony envenenado e nós começando a namorar naquele momento. Tecnicamente, era verdade.

Eles pareciam felizes com nosso namoro. Senhora Granger fazia questão de elogiar como eu era um homem de negócios visionário e que adoraria visitar a loja novamente.

Aproveitamos a refeição, Wendel buscou um vinho para comemorarmos e ao final, os pais de Hermione insistiram em cuidar da louça naquela noite. Quando se dirigiram para a cozinha, Hermione respirou fundo, pegou sua varinha e sussurrou "me espere no quarto".

Saí de lá. No quarto de Hermione, vi seu rosto gradualmente desaparecendo dos porta-retratos na estante. Ao lado da cama, sua mala com todos os pertences já estava arrumada. Peguei-a e no mesmo instante, Hermione entrou no quarto.

Sem falar nada, eu já sabia que estava feito. Seus pais acordariam cedo no dia seguinte com o desejo de voltar para a Austrália, seguir com uma vida nova lá, sem memórias de ter uma filha.

Hermione não chorou. Nos abraçamos  e aparatamos na Gemialidades Weasley. Depois desse sacrifício, só restava seguir em frente para que nada disso tenha sido em vão. 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam de Fred e Hermione com momentos de casal mais caseiros?
Como o romance começa com Hermione com 15 anos, tentei colocar o relacionamento deles mais inocente no começo e progredindo gradualmente... Agora com ela quase fazendo 18 anos, posso apimentar as coisas :)

Eu pensei em fazer esse capítulo do ponto de vista da Hermione, mas não consigo imaginar o quão doloroso deve ser fazer os próprios pais esquecerem de sua existência.

Críticas? Sugestões? Comentários são sempre bem vindos!



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