Destinos Entrelaçados escrita por mjrooxy


Capítulo 4
O começo de tudo




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À noite, como programado, eu liguei para Shion e expliquei que havia escolhido outra pessoa para a vaga. E, apesar de me sentir mal por ter lhe dado esperanças, me confortei quando Shion afirmou que estava tudo bem. Que iria dividir o apartamento com uma colega da faculdade.

— Sinto muito por ter perdido seu tempo comigo. — lamentei solidária.

— Está tudo bem, sério — garantiu — Amanhã já começo a arrumar minhas coisas. Eu é que iria avisar que não poderia aceitar sua proposta.

— Bom, se é assim, fico feliz que tudo deu certo no final. — assumi, sincera.

— Fica tranquila e boa sorte com a nova inquilina. — desejou e eu mordi o canto da bochecha, porque não havia nova inquilina e sim novo.

Que por sinal era o namorado dela, eu deveria dizer? Acho que não, esse papel caberia a Naruto não a mim. De modo que por hora, achei melhor deixar esse pormenor oculto.

— Até mais, Hinata.

— Até Shion. — e a ligação ficou muda.

Depois disso, vinha a parte mais difícil, ligar para o senhor perfeição e avisar horário e endereço do nosso encontro. Contudo, como eu não queria falar com ele, resolvi mandar uma mensagem de texto com hora e local. Objetivo e frio. Para estabelecermos os termos do nosso acordo. Não obstante, como ainda precisaria redigir o contrato para Naruto assinar, acabei dormindo tarde naquela noite.

Não antes de receber uma resposta de Naruto, que eu não esperava receber.

"Pensei que tinha causado uma boa impressão, mas sequer recebi uma ligação sua para me passar as informações."

Eu não iria responder, fiz minha parte, a informação foi passada. A forma como foi feito pouco importava. Mas... Quando dei por mim, estava digitando.

"Seja pontual e não faça nenhuma gracinha, ainda prefiro dividir meu apartamento com uma mulher."

Para minha surpresa, o bendito enviou outra mensagem.

"Não precisa ter medo de mim, eu não mordo. Só se você pedir."

Meu sangue subiu.

"Está querendo que eu cancele você? Ainda está em tempo de ligar para a selecionada que eu mais gostei."

Blefe, eu nem tinha mais outra selecionada para início de conversa. Só que ele não precisava saber disso.

"Desculpa, sério, foi uma brincadeira idiota. É que terminei com a minha namorada e tô meio chateado com umas paradas aí, prometo não fazer nenhuma idiotice, obrigado Hinata."

"Por nada."

Com isso a conversa morreu e não demorou muito para eu adormecer, ainda com o celular nas mãos.

(...)

No outro dia, pela manhã, eu estava uma pilha de nervos. Tambolirava as unhas na mesinha de centro sem parar, ansiosa. Na verdade, agoniada, cada vez mais eu sentia que estava me enfiando em uma situação que iria me causar muitos problemas futuros, mas não conseguia evitar. Já estava feito, não havia como voltar atrás, ainda assim, eu me perguntava que tipo de dor de cabeça Naruto poderia me causar. Por que ele terminou com a namorada, para início de conversa? Se ontem fez questão de frisar para mim que namorava? Confesso que fiquei curiosa e talvez descobrisse mais sobre Naruto em nossa conversa hoje. Seria bom saber com quem eu estava lidando.

Outra coisa também me encucava, por que a Sakura indicou Naruto para mim ao invés da Shion? Se ambos precisavam de um lugar para morar e minha preferência era dividir o apê com uma mulher? Na minha confusão cerebral sequer questionei, só fiz uma nota mental de descobrir os motivos da minha amiga. Ela mencionou que não gosta da Shion, mas por que será? Ela pareceu ser uma garota bacana à primeira vista. Aliás, toda a aversão dela por minha ideia maluca se desfez assim que eu contei sobre Naruto. Agora Sakura estava eufórica, animada, achava que tinha sido ótimo eu botar um anúncio no jornal para dividir o teto com alguém. E ficou ainda mais exultante de esse alguém ser Naruto, ao que tudo indicava, seu amigo.

Dá para acreditar? Sakura estava me escondendo algo, ou tramando alguma coisa. Eu tinha quase certeza, precisava apenas descobrir o que era. Nesse instante, porém, eu só esperava que Naruto chegasse no horário e que tudo corresse bem. Para eu ter um pouco de tranquilidade, foi quando o interfone tocou. E, em mais alguns minutos, após um aperto de mão cordial e um "bom dia, Hinata" muito rouco — devo frisar — Naruto entrou no meu apartamento. Sei lá, ele era tão alto, que, por um momento, senti que o apartamento era menor do que eu imaginava. Bom, pelo menos o "senhorita" foi esquecido.

— Espero que tenha gostado. — exalei, enquanto seus olhos azuis corriam pela mobília simples da sala. — Vou te mostrar os outros cômodos.

— É aconchegante — falou, mantendo um sorriso de canto — E que bom que não mudou de ideia sobre mim, eu definitivamente estaria na rua acaso não me aceitasse. Não gosto de hotel, além disso, não disponho de muito dinheiro para pagar várias diárias de um local que seja "morável". Minha outra opção, após ter terminado com a minha namorada, seria morar em alguma república com no mínimo uns dez machos bêbados e drogados. — brincou e eu acabei rindo.

— Que bom que salvei um sem-teto. — provoquei e foi a vez de ele rir.

— Olha, você tem senso de humor. — devolveu, sarcástico, o que me fez fechar a cara.

— Não espere muito isso de mim. — tornei a encarnar a Hinata séria, não poderia lhe dar tanta liberdade.

— Minha intenção não é transformar sua vida um inferno, Hinata — ponderou e eu assenti — Acredite em mim. — e sua voz soou tão sincera, que eu não poderia contestar.

Pelo menos não assim, de cara.

Por um instante, aliás, quando nos olhamos. Foi como se eu já o conhecesse e pela primeira vez não o vi como o completo estranho que ele era. Isso me assustou, eu não podia me distrair e esquecer o propósito ali. Um homem estranho que dividiria o apartamento comigo. Apenas isso.

— Como posso ter certeza, se mal te conheço? — alfinetei, observando suas expressões.

— E se já nos conhecêssemos de longa data, algo mudaria pra você? — devolveu e franzi o cenho para aquela pergunta.

A sensação de conhecimento voltou e eu balancei a cabeça para negar minha impressão equivocada.

— Não é o caso. — decretei e ele assentiu devagar, concordando.

— Não, não é o caso. — mas sua entonação de voz dizia o contrário.


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