Destinos Entrelaçados escrita por mjrooxy


Capítulo 12
A ajuda está a caminho




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Um silêncio opressor se fez presente no carro e eu quis muito dormir até toda aquela loucura ter fim. Só que quando estava pensando em abrir minha boca para perguntar se demoráriamos muito a chegar ao nosso destino. Já que não havia outra opção para mim dada a situação. Naruto começou a tremer tanto que parecia estar convulsionando.

— Meu Deus, Naruto — gemi, desesperada. — ele precisa de ajuda agora!

Toda minha resolução de odiá-lo foi por água abaixo. Meu coração batia frenético no peito, arrebentando a caixa torácica. Acabei desejando com todas as minhas forças que ele ficasse bem.

— Estamos chegando, Naruto deve estar com hemorragia, ou a bala está se movendo — Sasuke informou, preocupado. — Acho melhor eu localizar um hospital próximo, pode ser que seja muito grave para a médica que irá nos receber.

— Hospital não... — Naruto gemeu, tremendo cada vez mais e cuspindo uma golfada de sangue. — Toneri vai me achar e achar vocês se dermos entrada no hospital.

— Sua saúde é mais importante, idiota! — Sakura ralhou, tentando recuperar o controle.

— Ela tem razão — constatei, tocando nele e percebendo que a pele de Naruto queimava sob minha palma. — Você está ardendo em febre e expelindo sangue, indício de hemorragia, você precisa sim de um médico. — tentei manter minha voz neutra e calma, apesar das circunstâncias.

Só que minhas mãos tremiam, mesmo depois de tudo, eu me importava com Naruto. Agora que me lembrei dele, eu não podia simplesmente apertar um botão e odiá-lo. Aos poucos minhas lembranças com Menma voltavam, como se um bloqueio houvesse sido quebrado e era impossível não ser grata a ele por tudo o que fez por mim, enquanto morávamos no orfanato. Eu me importava sim com Naruto. Minha razão duelava contra meu coração, só que eu sabia quem venceria. Não conseguiria odiá-lo, mesmo se quisesse.

— Só... — iniciou com dificuldade — Me deixe morrer, se a Hinata ficar a salvo. Não é pedir muito. — concluiu, tendo espasmos assustadores. Ele parecia não estar em seu juízo perfeito.

— Cala a boca. — revidei, desesperada. — Sasuke, se você não levá-lo ao médico ele vai morrer!

Sasuke, que por fora parecia calmo, discou um número no celular e o levou até a orelha. Sendo logo atendido.

— Ele está com hemorragia, você consegue? — foi dizendo a não sei quem... — Tudo bem, obrigado. — e finalizou a ligação. — Ela consegue.

— Quem consegue? — perguntei, já fula pela teimosia deles.

— A melhor médica que eu conheço e de quebra teremos um apoio, assim não haverá problemas caso Toneri nos ache. — informou, parecendo mais tranquilo. — Falta pouco, aguenta firme, Naruto. — com isso ele meteu o pé no acelerador do carro, dando uma guinada para a frente.

— Era isso que Toneri queria, quando ordenou que atirasse em mim. — e tossiu mais um pouco. — Ele queria te assustar, assim você me levaria ao hospital e ele te acharia longe da segurança dos seus conhecidos. Toneri não pode se expôr, não pessoalmente, ele precisava que eu baixasse a guarda e te atraísse, para finalmente poder te sequestrar sem levantar suspeitas. Talvez eu ficasse até para segundo plano, para mais tarde. Confie em mim, eu não preciso ir a um hospital, não se isso significa colocar um alvo brilhante na sua testa, Hinata.

— Dane-se, Naruto! — exclamei, injuriada. — Você acha que eu me importo com os planos desse louco? Se você morrer, como acha que eu me sentirei?

— Você não precisa se importar comigo, hime — protestou e eu estremeci, Menma costumava me chamar de hime. — Só que você sempre foi boa demais...

— É, e eu me importo você querendo ou não!

— É por isso que eu te... — a frase acabou não sendo concluída, causando em mim um sentimento desesperador no peito.

Como se alguém tivesse arrancado meu coração à força.

— Ele desmaiou! — constatei, tocando em Naruto com cuidado.

— Chegamos. — Sasuke afirmou, dando uma businada e largando o carro todo errado em frente a um terreno aparentemente abandonado.

Deu a volta e abriu a porta de Naruto, pegando-o com cuidado, eu saltei do carro também e estava prestes a ajudar. Quando um homem enorme, com um fuzil pendurado no ombro, apareceu. E, sem dizer uma palavra, passou o braço forte pela cintura de Naruto.

Sakura e eu congelamos, o cara era um tanto assustador, só que não conseguíamos ver claramente seu rosto devido a escuridão do local. Não havia luzes na rua e a única fonte de claridade vinha de dentro do terreno agora. Como se alguém a tivesse acendido nesse exato minuto.

— Está tudo bem, garotas. — Sasuke, percebendo nossa hesitação, garantiu. — Ele é de confiança.

— Eu gostaria de me apresentar formalmente a vocês, mas acho que faço isso depois. — o estranho proferiu e sua voz era grave, mas não rouca como a de Naruto.

Assentimos juntas e eu passei a mão pela cintura da Sakura, que devolveu me abraçando pelos ombros. Como ela é mais alta, era assim que nos entendiámos. Seguimos andando pelo terreno, que tinha um portão de madeira muito resistente e vários cachorros enormes dentro.

Sakura deu um grito quando os viu, mas o grandalhão imediatamente se manifestou.

— Os cachorros são treinados, não se preocupem.

Engoli em seco e respirei fundo, apertando Sakura para darmos forças uma a outra. E, por incrível que pareça, os cachorros vieram nos cheirar e simplesmente nos ignoraram, seguindo ao lado do estranho, como se o escoltassem.

Ao adentrarmos uma casa de madeira ao fundo do terreno, eu achei que fosse encontrar outro brutamontes. Só que não, quem veio ao nosso encontro foi uma mulher, uma bem linda diga-se de passagem. Como ela era miúda e tinha rostinho de bebê, eu não sabia dizer quantos anos poderia ter. Achava que no máximo vinte, chutando alto. Ela era linda de verdade, cabelos castanhos, parecendo uma cascata de chocolate escorrendo por sobre os ombros. Olhos enormes e amendoados e um sorriso acolhedor e amoroso nos lábios.

— Que bom que chegaram em segurança. — afirmou, aproximando-se de nós. Sua voz doce e suave. — Eu gostaria de me apresentar melhor, mas o momento não é apropriado. Preciso tratar Naruto o quanto antes, ou o perderemos. — repetiu quase que a frase do estranho que nos recebeu.

— Tudo bem, amor. — o grandão respondeu e seu tom soou tão amoroso, que eu quase esqueci o tamanho dele.

Então os dois formavam um casal? Era incrível o que o amor podia fazer, pois, o carinho com que o desconhecido proferiu aquela palavrinha mágica foi realmente como se nós conseguíssemos sentir o amor de ambos no ar. Foi incrível. Eles se olharam por alguns segundos e fizeram menção de seguir com Naruto, ainda desacordado, para algum outro cômodo. Ousei espiá-lo por um momento e suprimi um gemido, ele estava pior do que eu imaginava. Agora na claridade eu podia ver com precisão o quanto sua camiseta estava encharcada de sangue. Olhar para ele era apavorante.

— Não olha, Hina. — Sakura fechou meus olhos e eu molhei sua palma com minhas lágrimas.

Ainda não entendia como alguém podia fazer isso com Naruto. Eu queria sim estapeá-lo recentemente, no entanto, vendo-o ali, na minha frente, naquele estado, era como se meu coração sangrasse. Agora que eu recordava de lembranças do meu passado, aquela estranha ligação que eu sentia quando era criança, parecia ter voltado com força. Era como se o fio invisível que me fez aceitar Naruto no meu apartamento, mesmo contra todos os meus pré-requisitos e receios estabelecidos, fosse fortalecido. Por isso eu chorei. Porque eu não sabia o que fazer da minha vida, em um dia eu queria quitar meu apartamento, no outro algo muito maior e massivo me atropelou.

— Está tudo bem, Hinata. — Sasuke, observando meu desespero, garantiu. — Rin é a melhor, fique tranquila, se ela disse que consegue, ela consegue. Além disso, o Naruto é durão. Se não tivesse sido emboscado quando iria se encontrar comigo. Com certeza essa desgraça não teria acontecido. Ele é o melhor investigador que eu conheço.

Assenti lentamente, incerta sobre suas palavras e visualizei quando outro homem — de cabelos brancos e uma máscara negra na boca — surgiu silenciosamente dos fundos da casa e se juntou a garota. Que agora tinha um nome, e os três sumiram do nosso campo de vista.

— Quem são eles? — Sakura quis saber, não disfarçando a amargura e a acidez na voz.

Enquanto eu jazia meio entorpecida.

— O trio. — Sasuke respondeu, simplesmente. — Só o que precisam saber por enquanto. Quando sentirem-se à vontade, se apresentarão a vocês.

Foi quando o primeiro grandalhão ressurgiu.

— Eu prometi que cuidaria de Naruto ao pai dele e cumprirei minha promessa. — fiquei boquiaberta com sua afirmação, ele conhecia o pai biológico de Naruto? — Aliás, acho que se sentirão melhor se me apresentar formalmente. Eu sou Obito e estou aqui para ajudar deter Toneri e te proteger, Hinata. Quer dizer, agora Sakura também.

Obito estendeu a mão primeiramente a mim e eu olhei para cima, já que ele devia ser maior que Naruto. Como se isso fosse humanamente possível. Pisquei, um lado de seu rosto era todo coberto de cicatrizes, o que o tornava ainda mais imponente. Só que de um jeito bom, pois mesmo com aquelas marcas, ele conseguia ser um dos homens mais bonitos que eu já vira na vida. E, quando seus olhos recaírem em mim, senti imediatamente que podia confiar nele.

— É um prazer te conhecer, Obito. — respondi e finalmente apertei sua mão.

 


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