A Imperatriz do Mar escrita por Tord


Capítulo 3
Não tão durona assim


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Como vão? Espero que todos estejam bem!
Não é muito do meu feitio deixar notas iniciais nos capítulos, mas gostaria apenas de deixar um recado e um agradecimento!
Bem, o recado é que normalmente durante a semana eu estou bem atarefado porque geralmente trabalho até as 22:00h, então dificilmente conseguirei atualizar minhas fanfics, por isso dedicarei principalmente os finais de semana para escrever e postar. Então é provável que as próximas atualizações só ocorrerão no próximo sábado. Além disso, estou pensando em dedicar fim de semanas alternados para fanfics diferentes! Por isso, nesta semana que estrará estarei dedicado a planejar e escrever o próximo capitulo de Sugar Heart. Sendo assim, para os leitores de Imperatriz do mar, vejo vocês na próxima-próxima semana! E para os leitores de ambas, vejo vocês semana que vem! (Se Deus quiser, amém) :)
Quando ao agradecimento, eu gostaria de agradecer todo o carinho e apoio que venho recebendo de todos vocês desde que voltei a escrever. Fazia muito tempo que eu não me divertia tanto escrevendo fanfics e tem sido muito gratificante ter toda essa interação e incentivo! Vocês fazem toda a diferença para mim, então muito, muito obrigado e fiquem com o próximo capitulo!

—Tord



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Lisa retorna à sala onde estava anteriormente e dá de cara com quatro olhares curiosos, um deles imediatamente ficando animado ao revê-la.

—Você voltou! -Mikey se levanta do sofá, indo animadamente até ela.- O que você conversa tanto o mestre?

—A-Ah... nós estávamos só discutindo sobre... meu treinamento. -Coça a bochecha com o indicador, desviando o olhar. -Eu ganhei isso.

Lisa mostrou suas novas armas para Mikey, e os olhos dele brilham ao ver o objeto, um brilho parecido com o que ela própria apresentou quando as viu pela primeira vez, como uma criança vendo um brinquedo novo.

—Uaaaaau!! Que demais!

Lisa encara Mikey e não consegue evitar de abrir um sorriso divertido. Se Mikey tivesse um rabinho de cachorro, com certeza ele estaria abanando agora.

—Mas por que não continuou com aquele que você tinha? Ele era todo Aaaaaaargh! -Grita, colocando a língua pra fora e rugindo como um monstro engasgado.

—P-Pfff! -gargalha- Mestre Splinter disse que aquela arma não era adequada para mim. Ele quer... me ensinar do jeito dele. -Lisa o encara, mantendo um leve sorriso no rosto.

—O que foi?

—Por que está sempre tão alegre quando fala comigo? Eu não sei nada sobre você.

—Ah! -Seu sorriso aumenta- Isso é fácil! Eu só estou animado por ter uma amiga igual a mim!

—Oh. -Os olhos de Lisa brilham também, percebendo aquilo na mesma perspectiva que Mikey havia percebido. Eles eram iguais. Seu sorriso aumenta um pouquinho.- ... Eu também.  

—Então! Qual é sua cor preferida? Qual sua idade? Qual seu sabor preferido de pizza?

—Mikey! Não a encha de perguntas! -Comenta Leonardo num tom risonho pela empolgação do irmão.

—Ah, qual é! Vocês também estão curiosos, eu sei! -Comenta com um bico.

—Ahn... Não sei qual minha cor favorita, mas eu usava muito preto. Eu não sei o que é pizza e... eu tenho treze anos.

—É mais nova que a gente! -Donnie que até então só observava a conversa, se aproxima deles.

—COMO ASSIM VOCÊ NÃO SABE O QUE É PIZZA?

—Quieto, imbecil! -grita Raph, mau humorado como sempre.

—Bem... -Leo começa a tomar as rédeas da situação- Por que não mostramos a casa para ela? Já que... vocês sabem, ela vai morar aqui agora.

—Parece uma boa. -Comenta Donatello.

—Depois eu te mostro o que é pizza. -Mikey sussurra para ela depois de revirar os olhos. Pizza era a prioridade, poxa!

—Tá. – Sussurra de volta para ele, achando graça do drama.

Calmamente, os quatro irmãos começam uma pequena tour pelo seu doce lar. Bem, o quão doce um esgoto poderia ser. O primeiro local que mostraram foi a cozinha, o que alias foi algo que deixou Lisa bem surpresa! Quem imaginaria que realmente poderia existir uma casa no esgoto! Não era simplesmente um abrigo ou um esconderijo! Havia uma sala com tv e uma cozinha com geladeira!

—Como conseguiram trazer todas essas coisas para cá?

—Bem... a maioria foi o mestre Splinter quem trouxe e o resto nós achamos por aí no esgoto. Nós não pudemos sair de casa até os 15 anos, mas depois disso nós também pegamos as coisas legais que achávamos lá em cima. -Donnie aponta para o teto.

—COMO PIZZA! —Mikey exclama com os braços para cima- Ah! E agora eu vou te mostrar a coisa mais legal desse lugar.

Mikey se aproxima da geladeira, fazendo suspense enquanto colocava as mãos sobre a porta do congelador. Seus irmãos automaticamente assumem expressões risonhas, curiosos em ver qual seria a reação da mais nova ao ver o “bichinho” de Mikey.

—Lisa... eu te apresento... -batuca a geladeira pra fazer um “rufar de tambores”- A GATINHA DE SORVETE!

Lisa mal teve tempo de se questionar quando deu liberdade para Mikey lhe dar um apelido, pois todos seus pensamentos foram cortados ao ver o serzinho dentro do congelador, dando um miado animado assim que foi apresentada. Os olhos de Lisa quase pularam pra fora, sem acreditar no que estava vendo!

—O-O-O que é isso? -Se aproxima do congelador, apoiando suas mãos na entrada do mesmo, completamente embasbacada.- Está vivo!

—Meeoow!

—A-Ahg! -Salta para trás.- É-É sorvete! É um gato de sorvete! -Esfrega os olhos- Eu ainda estou apagada naquele cais?

—Não! -Donnie gargalha- Aquilo é a mascote do Mikey. Era um gato normal antes de comer um sundae de mutagênico.

—É o que?

—Éérn, esse gato acidentalmente comeu sorvete misturado com mutagênico e agora... é um gato de sorvete.

—A melhor gatinha do mundo! -A essa altura Mikey já estava mimando seu bichinho.

—Mas como é possível? O corpo dela se fundiu com sorvete! C-Como?

—Como o Mutagenico age? Acredite, ainda estou tentando chegar nessa resposta!

Lisa já estava de volta próxima do congelador, encarando a gatinha encantada e ela, mais que simpática, aproxima seu corpo sorvetesco dela, e lhe dá uma lambidinha, deixando um rasto de sorvete em seu rosto.

—Ahaha... Você é fofa! De um jeito assustador. Mas é fofa! -Sorri.

—Mas claro que ela é! -Mikey abraça a gatinha, não perdendo tempo em lhe dar uma lambidinha também- E deliciosa!

—Não acha estranho você... tipo, comer um pedaço dela?

—Não tente entender o Mikey. -Comenta Raph.- Estar pra nascer alguém que consiga entender ele!

—Hey! Respeite a gatinha! Nós temos uma relação especial. -Mikey ofendidíssimo.- Prova! Vai ver que eu tenho razão!

E então Lisa havia sido jogada naquela situação estranhíssima, onde tinha sorvete em seu rosto... que não era exatamente um sorvete convencional, três tartarugas atrás de si segurando o riso ao ver sua cara de tacho, e uma delas a encarando empolgada para ver o que ela acharia. Colocada num beco sem saída, Lisa engole seco e estica a língua para seu rosto, provando o sorvete. Foi um segundo de uma expressão sofrida, seguida de alguns de uma expressão neutra. Pra então arregalar os olhos e sorrir.

—É GOSTOSO!

—EU FALEI!

—É, são farinhas do mesmo saco. -Raph revira os olhos com um sorriso divertido no rosto.

—Beeeem, já que passamos pela parte estranha, porque não vemos os quartos? -Leonardo tentando manter as rédeas da situação novamente.

—Você deveria provar a parte da bochecha! É a melhor!

—Eh? Verdade? -Lisa volta a se aproximar do bixin, beijando a bochecha dela e em seguida lambendo os próprios lábios, sorrindo mais com o sabor doce.

Completamente alheios ao que Leonardo disse, Lisa e Mikey ainda estavam entretidos brincando com a gatinha de sorvete que estava ali feliz da vida ganhando lambidinhas de um lado do rosto e uns beijos do outro.

—É, parece que ela já está entendendo como é fazer parte do grupo. Já está te ignorando direitinho. -Raph provoca Léo que o encara feio.

—AHEM!

—A-Ah! D-Desculpe. -Lisa se afasta da gatinha, depois de mandar um sorrisinho para ela.- Quartos. Claro. -Sorriso amarelo.

—Até mais tarde, gatinha de sorvete. -Mikey se despede com pesar na voz.

—Então, parece que você não é tão durona quanto parecia.-Provoca enquanto caminhava com os braços atrás da cabeça.

—Raph, não comece! -Leonardo repreende.

De repente, o ar mais leve que Lisa havia assumido se altera para a expressão mais dura que possuía no começo da tour, voltando a ficar reservada. Os quatro irmãos percebem a mudança na linguagem corporal da mais nova, e se entreolham, três deles olhando feio para Raph, e este revira os olhos.

Enquanto isso, Lisa estava ali imersa em seus pensamentos novamente. Raphael tinha razão, não podia simplesmente se dar ao luxo de poder ficar sorrindo e brincando por aí. Era uma ninja e ninjas precisavam ficar focados.

...Bem, ainda era uma ninja, não é? Por mais que... agora pertencesse à um clã diferente. Alias, ainda tinha muitas dúvidas sobre seus novos companheiros e também muitas dúvidas sobre o quanto poderia e não poderia falar. Foram muitas coisas para sua cabeça processar em tão pouco tempo, ainda tinham muitas coisas que não entendia.

Teve seus pensamentos bruscamente interrompidos quando sentiu alguém se jogar sobre si, envolvendo seus ombros com os braços.

—Não ligue para o Raph! Ele acordou azedo porque acabou todo o cereal dele. -Diz Mikey, apontando para o irmão com o polegar.

—E quem exatamente comeu todo meu cereal? -Diz Irritado.

—Cara! Eu já disse! Eu estava com fome! -Indignadissímo.

Lisa abre um leve sorriso.

—Eu estou bem, Michelangelo.

—Ugh! Você parece o sensei falando assim! Eu já disse, “Mikey”, por favor.

—Oh. -Parando pra pensar por um momento- Ok... Mikey. -Sorri novamente.

Abrindo um sorrisão em resposta, Mikey se afasta dela, indo mais à frente deles todos.

—Então! Aquii, é onde fica nossos quartos! -indicando o corredor com as mãos.

—Cuidado com o quarto do Mikey. Ele fede. -Provoca Donnie.

—Ow! – Ofendidissímo.

Lisa aumenta um pouco o sorriso, achando graça da situação. Afinal, ali era um esgoto! Tudo ali meio que cheirava mal, não era? Mas guardou seu comentário para si. Era divertido ver eles se provocando assim, todos pareciam muito próximos.

Prosseguindo com a tour, o primeiro a mostrar seu quarto é Donnie, dono do primeiro quarto do corredor. Estava muito tranquilo com a nova visita à seu quarto, embora muito atento aos irmãos, principalmente à Mikey que adorava sair cutucando suas coisas e potencializar o risco de quebrar algum dos seus experimentos.

Assim que entrou no local, os olhos de Lisa brilharam novamente com tantas coisas legais que possuía! Inúmeros frascos de diferentes tamanhos, uma infinidade de anotações sobre uma mesa que também tinha mais vários frascos de diferentes cores, assim como algumas ferramentas.

—Uwaaa! Você é um cientista!

—B-Bem, eu faço algumas coisinhas! -Rindo modesto.

Admirada, Lisa começa a percorrer os olhos pelo quarto, impressionada com a quantidade de experimentos que pareciam estar sendo feitos por ali. Até então... seus olhos serem atraídos para aquela substância esverdeada e brilhante, imediatamente se arregalando e se fixando-se nela. A passos lentos, Lisa se aproxima do frasco.

—Isso...

—Oh. Sim. -Donnie vai para o lado dela- Isso é mutagênico. Nós conseguimos pegar esse frasco dos Kraang e eu estou o usando pra tentar entender como ele funciona.

—Então vocês também não sabem?

—Não... só recentemente tomamos conhecimento sobre os Kraang, já que só pudemos sair daqui debaixo quando fizemos quinze anos. Mas foi isso que fez de nós... nós. E os outros caras os outros caras.

—No início, nós éramos só quatro tartarugas bebês em um pet-shop. -Leonardo entra na conversa.- E o mestre era um humano!

—Nós deveríamos pedir pro mestre contar essa história! Ela fica muito melhor com a voz dele! -Mikey protesta.

—Por favor, cala a boca.

—Bem, de acordo com o que ele nos contou, logo depois de comprar a gente, ele viu um homem estranho e decidiu segui-lo! Foi então que ele viu ele e outros homens carregando um frasco como esse.

—Mãe!-protesta novamente, fazendo Donnie revirar os olhos.

—Acabou que o mestre foi visto por esses homens e acabou lutando com eles. O frasco quebrou e assim, acabamos todos entrando em contato com o mutagênico e ele nos tornou o que somos agora.

Lisa havia sido jogada em seus pensamentos novamente, permanecendo com os olhos surpresos ao ouvir a história

deles, por um momento, ela pareceu preocupada com algo. Demorou alguns segundos para acordar de seu transe novamente.

—E-Então... -balança a cabeça- O homem estranho era um Kraang?

—Nós achamos que sim!

—Então, vocês moram aqui desde bebês?

—Sim! Splinter nos criou! -Responde Leo com um sorriso- Ele não é só nosso mestre, é nosso pai.

—Entendi... -Ainda meio distante, Lisa continua olhando os papéis pregados nas paredes.- “Retromutagênico”?

—Oh! Isso! É algo que eu estou tentando descobrir nas minhas pesquisas. Quero saber como o mutagênico funciona para conseguir entender como reverte-lo! Será muito perigoso se os Kraang usarem isso para tentar transformar as pessoas! Temos que ter um meio de contra-atacar!

—E você acha que pode fazer isso? -Olha para ele, colocando suas mãos atrás do corpo- É uma substancia alienígena! Não é algo que se pode estudar ou ter referência em nenhum livro de biologia da terra!

—Bem, eu estou tentando meu máximo! Não há nada que não se dê pra aprender.

—Diga isso pro Mikey sobre comer meu cereal.

—Cara! Esqueça o cereal! -cruza os braços- Já acabaram o papo de nerd? Eu tenho muitas coisas maneiras pra mostrar!

—Ciência também é maneira, Mikey!

—Tá! Tá! Vem Lisa!

—O-Oh! Ok!

—x-

O segundo quarto à ser apresentado foi o de Mikey, que animadamente guiou os outros quatro até o a porta, tagarelando animadamente sobre o quanto aquela história ficava mil vezes melhor quando Splinter a contava, então ela deveria esquecer tudo o que Donnie disse porque ele era um péssimo contador de histórias.

Ao entrarem no quarto de Mikey, Lisa fica curiosa sobre o quanto ele parecia diferente do de Donnie. Saíram do lado científico e foram direto para o jovial... e bagunçado.

—O que são essas coisas?

—Isso é a terceira edição de Heróis do espaço – O retorno!

—Êi! Isso é meu! -Leo protesta, tomando a revista de volta.

Ainda curiosa com aquilo, Lisa pega outra revistinha e começa a folear.

—Ah! É como mangá?

—Manga? -Confuso- Não! Isso não é pra comer!

Lisa gargalha.

—Não. No japão temos algo parecido com isso. Lá nós chamamos de mangá.

—Oh! Aqui chamamos de “quadrinhos”.

—Então, é de lá que você veio! – Lisa acena com a cabeça – Não me admira como estava cansada quando chegou aqui.

—Eu sou uma tartaruga marinha. Fui feita para nadar longas distâncias.

—Alias, isso é algo que me intriga! De acordo com as minhas pesquisas, nós somos tartarugas de pântano enquanto você é uma tartaruga marinha que teoricamente deveria ter o triplo do nosso tamanho! Mas você... ern...

Donnie mede a relação de sua altura com a de Lisa, fazendo-a imediatamente formar um bico, já que ele era bem mais alto do que ela.

—Você é uma tartaruga mutante que anda com duas pernas, luta como um ninja e fala! Quer mesmo discutir lógica biológica comigo?

—... Você tem um ponto.

—Lisa! Olha isso! -Mikey de repente aparece com seu computador em mãos- Maneiro, não acha? Agora eu tenho acesso ao muuuundo todo! Donnie, você precisa fazer um T-phone pra ela!

—Oh, claro Mikey. Deixa eu pegar um aqui no meu bolso. -sarcástico.

—Sem pressa. -Riso divertido.

 -Quer ver o meu agora?- Leonardo convida amigavelmente.

—Sim!

—x-

Chegando ao próximo quarto, Lisa novamente parece se divertir olhando em volta. O quarto de Leonardo era algo que variava entre jovialidade e sabedoria. Nas estantes também havia uma variedade de quadrinhos, mas estes intercalados entre livros de contos antigos. O quarto até então era o mais organizado quando comparado com a bagunça-cientifica de Donnie e a bagunça-bagunça de Mikey.

Também via ali várias referências de sua terra natal nas decorações e estilo. O quarto de Leo era como uma perfeita fusão entre Japão e Nova York.

—Oh! Bonequinhos!

Os irmãos automaticamente riem ao ver a expressão de Leonardo se fechar um pouco ao observa-la se aproximar de sua pequena coleção de Heróis do Espaço.

—Action Figures.

—Eh?

—Não são bonequinhos! São action figures.

—Oh... E qual a diferença?

Lisa permaneceu confusa, enquanto os outros três riram da cara do mais velho se fechando mais.

—Action Figures não são para brincar! São itens de colecionador! – Afirmou com um ar sabido.

—Hooh... – Ainda não tinha entendido direito. – Eu gostei do seu quarto.

—Heeeh? Logo o do Leo?

—Olha, dessa vez eu tenho que concordar com o Mikey. O dele é o menos interessante de nós quatro! – Concorda Donnie, enquanto Leo estava ali de nariz pra cima, sorrindo todo superior.

—O de vocês também são legais! Combinam com vocês. – riso divertido – Dá para aprender muito sobre vocês só de olhar para eles.

E então, todos eles olham para Raphael que até então estava ali quieto encostado na parede com os braços cruzados, apenas observando. Ao ver que todos o encaravam, arqueia a sobrancelha.

—Quê?

—É sua vez! – Leo explica. Raphael se faz de desentendido. – De mostrar o seu quarto. – Leonardo insiste mais um pouco.

Raphael continua ali emburrado. Não estava muito a fim de mostrar seu quarto pra nenhuma estranha. O que era aquilo? Um passeio no zoológico?

Seus três irmãos continuaram o encarando enquanto ele se mantinha silenciosamente resistente, até voltar seus olhos para eles e para Lisa e ver a cara feia de seus irmãos juntamente com o sorriso curioso dela. Suspirando peeeeesadamente, Raphael se desencosta da parede e faz um sinal com a cabeça para que o seguissem.

Com todos instantaneamente voltando a sorrir, seguem Raph até seu quarto.

—x-

Finalmente, era o ultimo quarto da pequena tour, e seguindo o padrão dos outros três, o quarto de Raphael também combinava com sua personalidade. Diferente dos demais, ele dormia numa rede, e tinha um saco de areia só para si, este já bem esfolado! Reflexo de seus treinos e acessos de fúria diários. O quarto de Raphael era o perfeito quarto de um cara durão... tirando um pequeeeeeeno detalhe.

—Você tem mesmo uma mascote! – Lisa já sorria largamente.

—Meh. – Responde sem animo, no fundo só não querendo transparecer muito sua afeição ao bichinho, embora 75% dos convidados conheciam bem como Raphael era quando se tratava de sua tartaruga de estimação.

Lisa havia se aproximado do pequeno viveiro onde Spike ficava, observando ele comendo sem pressa sua folhinha de couve. A garota então volta seu olhar para Raphael, abrindo um sorriso debochado.

—Parece que você não é tão durão quanto parecia.

Raph fecha mais ainda a cara, revirando os olhos enquanto os outros três riem.

—x-

Ao deixarem o quarto de Raph, os cinco retornam à sala, onde estavam anteriormente.

—Então? O que achou? – Questiona Leonardo – Nada mal para um esgoto, não acha?

—É um esconderijo incrível! Nunca achei que um esgoto seria um bom lugar para se morar mas... é uma casa muito legal!

—Vejo que estão se entrosando.

Todos os olhares se voltam para frente, onde estava Splinter com sua postura perfeita, alisando suavemente sua barba. A expressão de Lisa fica mais séria novamente, enquanto a dos demais continua tranquila.

—Estávamos mostrando a casa para ela!

—Isso é bom. Se irá fazer parte da equipe é fundamental que se conheçam bem. Leonardo. -Seu filho olha para ele- Como líder, eu espero que você seja receptivo e aprenda sobre sua nova companheira para assim saber quais habilidades dela serão uteis para o time e como planejar seus movimentos juntamente com ela.

—Oh, claro. -Leo e Lisa se encaram.- Ah, sensei! Eu estava pensando... já que ela vai ficar aqui, ela não deveria ter um quarto para ela?

—Certamente, Leonardo. Não é educado deixar uma dama dormir no sofá – Lisa franze levemente o cenho. Era a primeira vez que alguém se referia a ela como “dama”.

—Acho que poderíamos usar aquele quarto no fim do corredor. – Donnie comenta com uma das mãos no queixo, pensativo – Aquele que está cheio de coisas do Mikey.

—Êi! – É encarado feio – Q-Quer dizer, Ei! Ótima ideia! – Sorriso amarelo.

—Nós vamos precisar de algumas coisas pra você.

—O que significa que lá vamos nós revirar o lixo. – Raphael concluiu mal-humorado.

—Caça ao tesouro! -Esquecendo totalmente a história de tirar suas coisas do quarto.

—O que acha, sensei? – Questiona Leonardo.

Mestre Splinter continua alisando sua barba enquanto refletia sobre a sugestão dos filhos, encarando Lisa. Ela, também o encarava, aguardando pacientemente por uma conclusão dos pensamentos dele.

—Mona Lisa, enquanto estiver do lado de fora, permanecerá leal ao Leonardo e fará o que ele disser. Deve seguir a liderança dele e se manterem nas sombras. Não sejam vistos e evitem combate. Ainda não estão acostumados a lutar em equipe. Você compreendeu?

—Hai. – Responde prontamente, num tom respeitoso.

—Muito bem. Podem ir.

—VAMBORA! – Anuncia Mikey animadamente, correndo para a saída e sendo seguido pelos demais. Lisa fica um pouco hesitante a princípio, e curva-se educadamente para o mestre antes de também ir correndo atrás deles.

Ficando para trás, Mestre Splinter solta um suave riso enquanto observava o local por onde os cinco haviam saído.

—x-

Alcançando os demais na corrida até o lado de fora, foi a ultima a sair da tampa do bueiro, sorrindo agradecidamente para Donnie por ele ter a esperado e fechado a tampa do bueiro assim que saiu. Escalaram juntos até o alto de um prédio próximo e ali Lisa se viu encantada pela imagem da noite de Nova York

Todas as cores de luzes encheram seus olhos no instante que o vento bateu em seu rosto e tudo o que pode fazer foi olhar para os lados com um sorriso animado.

—Que grande!! Pra onde se olha tem prédio!

—Bem-vinda à Nova York! -Diz Leonardo com um sorriso- Bem, caras. Temos que ser discretos e furtivos. Pegaremos apenas o necessário e depois vamos embora! Entendeeee – Leo olha para trás e se vê sozinho com Lisa. Ela, aponta para o lado, onde podia-se ver seus irmãos já se mandando. – Aaarhg. – Revira os olhos.

—Você deveria ser mais firme.

—Ser líder parece mais fácil do que é na verdade. – Bufa.

—Não se preocupe. – Lisa pega suas armas, as segurando à postos. – Eu estarei bem atrás de você.

—Aaah! Por que os caras não são assim tão simples? – Resmunga. – Vamos!

—Hai!

Ambos seguem atrás dos demais, saltando por cima dos prédios. Leo logo abre um pequeno sorriso satisfeito, com certeza não iria achar nem um pouco ruim finalmente ter alguém obediente naquele time!

Poucos minutos depois estavam os quatro próximos à grandes caçambas de lixo, as revirando.

—O que estamos procurando mesmo? – Questiona Raph.

—Qualquer coisa que possa ser útil. Um lugar para dormir, algo que possa servir de estante... coisas assim. – Respondeu Donnie.

—Obrigada por estarem fazendo tudo isso por mim. – Respondeu, levando um susto com Mikey brotando do nada na lixeira ao lado de si.

—Nah! Não é nada! – Abrindo um sorrisão. – Caras! Olha o que eu achei! – Mergulhou novamente no lixo, logo voltando com um daqueles chapéus com canudo embutido pra beber refrigerante na cabeça. – Legal, não?

—Eeeern... vamos continuar provocando. – Donnie decide ignorar o fato de Mikey estar colocando um canudo que encontraram no lixo em sua boca. Melhor pra preservar sua saúde mental.

Com um risinho divertido pelo que o ninja laranja fazia, volta para próximo das latas, continuando revira-las.

—Tem algo especifico que você, Lisa? -Leonardo pergunta, concentrado nas latas.

—Hm... eu não preciso de muita coisa. Só um lugar para dormir e comer me é o suficiente. – Comenta de forma modesta. – Além disso, se eu sentir falta de algo, posso procurar depois.

Enquanto olhava na lixeira, seus olhos travam em um objeto que encontrou. Curiosa com a textura macia que suas mãos sentiram em meio ao lixo, puxa o objeto para a superfície da lata e imediatamente abre um leve sorriso, com os olhos brilhando para a velha boneca de pano que havia encontrado.

Com um olhar sereno e um sorriso encantadinho, passou a analisar a boneca em suas mãos. Era bem velha e estava bem suja, mas era uma das coisas mais bonitas que já havia visto em sua vida! Nem conseguia se lembrar qual havia sido a ultima vez que havia segurado uma boneca, quanto mais uma tão bonita. Por um momento, o olhar duro e reservado de Lisa havia sumido completamente, restando apenas um olhar admirado e infantil para a boneca.

—Caras!! Eu achei um colchão!!

Foi como receber um estalo bem próximo a seus olhos, Lisa deu um leve sobressalto ao ser desperta de seus devaneios. Arregalou os olhos novamente, ainda encarando a boneca por alguns segundos. Novamente sua expressão parecia ser de alguém que repreendia a si mesma e suspirando suavemente, devolve a boneca para a lixeira, voltando o olhar para os demais.

—Ah! Ótimo!

—Como vamos enfiar essa coisa no bueiro? – Questionou Raph.

—Ah! Nós damos um jeito!

E assim a silenciosa tristeza sofrida por Lisa passou despercebida pelos olhares dos demais.

...Menos pelo de Donatello.


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Notas finais do capítulo

Você gostou do capitulo? Não gostou? Tem alguma sugestão, pergunta ou elogio? Se sua resposta a alguma dessas perguntas for "sim", por favor deixe seu comentário aí embaixo! Isso me incentiva muito a continuar com meu trabalho!
Dá uma conferida lá na minha página, onde eu posto o andamento da escrita dos capítulos e também posto umas coisas nada a ver as vezes. ;) https://www.facebook.com/TordTheWriter/

—Tord.



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