A Imperatriz do Mar escrita por Tord


Capítulo 1
A arte que veio do mar




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Era mais uma noite comum naquela tão incomum cidade. A noite reinava pelas ruas asfaltadas, trazendo a escuridão aos que queriam dormir e a liberdade aos que queriam fazer da penumbra da lua, o manto de seu anonimato. Graças as sombras, os quatro ninjas mutantes percorriam a cidade sem serem notados, finalizando sua patrulha noturna e garantindo que nenhuma pessoa ou ser maléfico estivesse causando problemas ou ameaçando as pessoas.

Os moradores de Nova York mal sabiam que suas rotinas eram diariamente protegidas por aqueles seres que ninguém podia garantir a existência. Todos já haviam visto ao menos uma vez as noticias sobre a possibilidade de haver ninjas na cidade, mas por assumirem que se tratava apenas de programas sensacionalistas, poucos deram atenção às manchetes. Se poucas pessoas acreditavam que algo de estranho acontecia na cidade em que viviam, menos pessoas ainda tiveram a sorte de confirmar suas suspeitas e presenciar com seus próprios olhos a existência das quatro tartarugas mutantes.   

A última parada antes de retornarem ao lar era no porto da cidade, onde ficaram por alguns instantes admirando a calmaria do oceano sob o luar, provavelmente a única coisa calma daquela cidade agitada.

—A cidade estava tranquila hoje. -Comenta Leonardo.

—Nem sinal dos Kraags ou do Clã Foot. -Diz Donnatello.

—É uma pena! Eu estava muito a fim de socar alguém hoje. -Raphael soca com sua mão direita a palma da mão esquerda, com um sorriso amedrontador no rosto.

—Cara, não olhe para mim! -Diz, Michelangelo já preocupado em ser a “tartaruga expiatória” de Raph.

Donnie e Leo riem da interação dos dois irmãos.

—Vamos para casa. -Anuncia Leonardo, em seu habitual tom de liderança, já se preparando para partir para o alto dos prédios junto dos irmãos, quando ouve um som que o faz interromper o que fazia.

—Leo? -Donnie, o mais atento dos irmãos percebe a mudança na linguagem corporal do mais velho. -Que foi?

—Ouviram isso?

—Ouvir o que?

—Shh!

Os quatro irmãos ficam em silêncio, tentando ouvir o que Leo havia escutado, até chegar aos seus ouvidos um baixo e quase inaudível gemido dolorido que imediatamente os deixa preocupados.

Se separaram um pouco para olhar em volta, buscando a origem do som, até que Leonardo percebeu que ele estava vindo debaixo de seus pés. Rapidamente se curvou sob a borda do cais, olhando para baixo da ponte de atracamento e ao descobrir o que estava ali embaixo, seus olhos arregalaram-se em total surpresa.

—Pessoal! Venham ver! -Pula para baixo.

Ao seguirem Leonardo e terem a mesma visão que ele, seus irmãos tiveram reações semelhantes, também parecendo incrédulos do que viam ali: Outra tartaruga, como eles.

Ela estava caída de bruços na maré, sobre as pedras que separavam o oceano da terra firme, tendo o corpo suavemente balançado pelas ondas que batiam em seu casco. Donatello começa a analisar o corpo caído, percebendo diversos ferimentos por toda pele de tom verde-água, mas de longe o que mais chamava a atenção dos quatro era uma enorme rachadura que cortava seu casco de ponta a ponta, na diagonal. Não havia sangue sobre ela, mas a rachadura facilmente mostrava a eles que aquela tartaruga havia passado por maus momentos.

—O que fazemos com ela? -Pergunta Donnie, esperando uma decisão de Leo. -Ela precisa de ajuda!

—Vamos ajudar! -responde como se fosse óbvio- Me ajudem a segura-la.

—Tá brincando? -Protesta Raph- Nós nem sabemos de onde ela veio!

—Não podemos deixa-la! Ela pode ser nossa irmã! -Diz Mikey num tom desesperado.

—Irmã? -Questionam os outros, arqueando a sobrancelhas num tom de “Really?”

 -É cara! Ela é uma tartaruga mutante, nós somos tartarugas mutantes, ela pode ter vindo da mãe também! -Diz se referindo ao frasco de mutagênico que os transformou.

—Mikey, ela nós somos tartarugas de pântano. -Revirou os olhos- E ela... a julgar pela cor e formato do casco... -analisando- parece ser uma tartaruga marinha.

—Hoooh... Então ela não é nossa irmã?

—Não Mikey. -Raph revira os olhos.

—Mas, Mikey tem razão numa coisa. -Comenta Donnie- Se ela está desse jeito, teve contato com o Mutagênico, e se ela teve contato com ele, teve contato com os Kraang.

—Por isso eu estou dizendo que é burrice levar ela pra casa!

—Mas não podemos deixar ela aqui!

Enquanto Mikey e Raph discutiam suas opiniões sobre o que fazer com aquela tartaruga ferida, Leo refletia consigo mesmo sobre que decisão tomaria, ouvindo cuidadosamente os pontos apontados pelos irmãos, até que seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Donatello.

—Han... C-Caras. -Tom amendrontado.

Os outros três encaram Donnie quando ele os chama, e novamente ficam surpresos e desta vez até um pouco assustados quando veem o que ele possuía nas mãos.

Era um Tessen, este não tão amigável quanto o Tessen de April, e sim um maior e mais assustador. Ele era todo de metal, e possuía afiadas e pontiagudas lâminas que saiam do leque. Uma pessoa que portava uma arma como aquela com certeza não era alguém com quem se devia brincar.

—I-Isso é dela?

—Além de uma tartaruga ela também luta como nós? -Mikey estava incrédulo.

—E pelo jeito não é nenhuma amadora. -Raph cruza os braços, já sem paciência por seus irmãos ainda não terem se tocado que era uma péssima ideia.

—Leo, o que fazemos?

Leonardo agora um pouco mais inquieto volta a refletir. Raphael estava certo. Ela poderia ser perigosa, no entanto, simplesmente poderia deixa-la ali? Se eles a encontraram outras pessoas encontrariam e sabe-se lá o que fariam com uma tartaruga gigante mutante. Leonardo não sabia como proceder naquela luta interna entre seus valores, intuição e cautela. Novamente seus pensamentos são cortados por outra voz, no entanto, desta vez não se tratava de uma voz conhecida, e sim uma voz baixa, sofrida e feminina.

—Kizutsukenaide kudasai... Nani mo shimasendeshita. (Não me machuquem, por favor... eu não fiz nada.)

Os quatro pares de olhos se voltam a tartaruga que pensavam estar desacordada, bem, na verdade ela estava quase inconsciente mesmo. Seus olhos se encontravam minimamente abertos, os músculos de sua face contraindo-se conforme sua pouca energia restante permitia em uma expressão assustada, enquanto suas mãos tentavam inutilmente levantar seu corpo ferido.

—Ela tá viva!!

—Mikey, se ela não estivesse viva não estaríamos aqui discutindo o que fazer com ela! -Donnie revira os olhos.

Leo imediatamente se aproxima, se ajoelhando próximo a ela sem nem pensar antes, porém, as poucas ações realizadas foram o suficiente para esgotar todas suas forças e a pequena tartaruga novamente fecha seus olhos, voltando a repousar sobre as pedras com a respiração fraca e dolorida.

—Vamos leva-la para o Sensei! Ele vai saber o que fazer. -Anuncia determinado.

—O que?!

—Raph, não podemos deixar ela aqui para morrer.

—Pelo menos é menos loucura do que quando Mikey nos fez levar o Leatherhead para casa depois de ele ter nos atacado.

—É! -Mikey responde no entusiasmo...até se tocar do que Donnie havia dito e protestar emburrado. -Ei!

—Vamos logo. Seja lá o que a deixou assim ainda pode estar por perto.

Se tocando do possível perigo iminente após a observação do ninja azul, os irmãos cessam sua discussão. Donnie ajuda Leo a levantar o corpo desfalecido pelos ombros e ignorando a expressão de desaprovação de Raph, eles a carregam até o esgoto, ocultando-se nas sombras até a tampa de bueiro mais próxima.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

As tartarugas ninja agora se encontravam ajoelhadas em fileira diante do corpo desacordado daquela desconhecida, que estava repousado em um futon no meio do dojo de treinamento, diante de Splinter que observava a ela e aos filhos com um ar sério, após cuidar de todos os ferimentos que ela possuía.

—Leonardo, foi imprudente ao traze-la até aqui. -Leonardo abaixa a cabeça- No entanto, creio que tomou a decisão correta. Ela teria morrido se tivesse continuado lá, agiu de acordo com o que seus valores mandaram.

—Obrigado, sensei.

—No entanto, isso é algo que me preocupa. -Afirma Splinter com o Tessen nas mãos. -Se ela é capaz de usar esta arma, precisamos ter cautela quando despertar. Quero que a deixem sobre minha supervisão e não baixem a guarda diante dela até que possa saber qual sua índole. Por precaução, esta arma ficará em meu poder.

—Sim, Sensei. -Respondem em uníssono.

—Agora vão, meus filhos. Deixem-na descansar.

Ainda curiosos sobre a jovem, os garotos obedecem à Splinter e deixam o cômodo, cada um então se ocupando de uma atividade que lhe agradava: Leo assistindo ao seu desenho favorito, Raph alimentando Spike, Donnie trabalhando em algum novo projeto e Mikey provando alguma nova receita doida com pizza.

Enquanto os filhos se divertiam, Splinter continua no mesmo lugar, observando-a enquanto sua mente se ocupava de questionamentos. Quem era ela? De onde havia vindo? Quem ou como havia sido mutada? E o que mais o preocupava... aquela arma. Seus filhos obviamente não haviam dedicado atenção em inspecionar aquele Tessen, provavelmente haviam direcionado ela toda à tartaruga ferida, então não haviam notado um importante detalhe naquele objeto.

As horas se passam e já quase anoitecia novamente quando a misteriosa tartaruga começa a abrir seus olhos lentamente. Franziu o cenho quando a fraca iluminação do local incomoda seus olhos e continua com uma expressão desconfortável quando sente seu corpo doer, particularmente um corte em seu braço esquerdo, o qual havia se recordado quando tentou se apoiar nele para se sentar e a dor voltou a arder em sua pele. Instintivamente levou sua mão até onde doía, e ficou um pouco confusa ao sentir bandagens ali. Olhou para o curativo e em seguida para sua volta, só então percebendo que não sabia onde estava.

—N-Nee-san? (I-Irmã?)

—Vejo que despertou.

A tartaruga se assusta ao ouvir a voz, imediatamente voltando os olhos para o dono da mesma e se assustando com a imagem que viu. Num movimento rápido se coloca de pé com um salto, imediatamente assumindo uma posição de luta, encarando-o séria.

—Anata wa daredesuka? (Quem é você?)

—Ore wa Splinter desu. Eigo ga wakarimasu ka?(Eu sou Splinter. Você compreende Ingles?)

A tartaruga reflete por um momento.

—Sim.

—Você está em minha casa, meus filhos te encontraram inconsciente.

Sem desviar os olhos de Splinter, a tartaruga busca algo em suas costas, imediatamente parecendo assustada ao dar falta de alguma coisa.

—Se está buscando isto, saiba que não permitirei que o tenha de volta até que responda minhas perguntas.

No entanto, Splinter não respondeu mais perguntas. Em um segundo, ela o encarava, ou melhor, encarava o Tessen em suas mãos e alguns segundos depois foi atacado furiosamente por um ataque rápido, mas não o suficiente para atingi-lo. Com grande maestria, Splinter bloqueou o chute que ela deferiu com apenas uma das mãos, aplicando sua força inversamente para projeta-la para longe de si. Com um giro a tartaruga retornou para onde estava, novamente em guarda, pronta para lutar. Felizmente Splinter possuía reflexo tão bons quanto suas habilidades de luta, pois mal se defendeu de um ataque e foi recebido por outro, e outro, todos bloqueados sem grandes esforços.

A cada ataque recebido Splinter analisava atentamente suas habilidades de luta. Ela era boa, muito boa. A rapidez e força dos seus chutes era tão efetiva quanto dos seus filhos, porém se destacava pela seriedade em seu olhar.

Cansado de bloquear os ataques, Splinter deu um basta naquilo, e com um movimento rápido usa seu antebraço para imobiliza-la contra a parede.

—U-Ugh. Me larga! -Grita enquanto agarra os braços de Splinter.- E-Eu não sei quem você é, mas não vou deixar que faça nada comigo!

Ela continua tentando acerta-lo diversas vezes, mas sempre era bloqueada por uma única mão de Splinter. Também cansada de lutar e ainda sentindo as dores e cansaço de seus ferimentos, gradativamente os golpes perdem as forças, até simplesmente pousar suas mãos nos braços do Sensei, que ainda a imobilizava. Ficando imóvel por alguns segundos, Splinter se pergunta se ela havia descarregado toda sua fúria, mas levanta sua guarda novamente quando sente uma nova movimentação. As grandes orelhas de rato se eriçam suavemente ao ouvir o choro vindo da pequena, um choro assustado e angustiado, enquanto o encarava temendo o que ele faria consigo.

—E-Eu só quero que tudo isso acabe... Eu estou cansada...

Ainda levemente atordoado por sua reação, Splinter a solta, novamente assumindo sua habitual postura elegante e calma, levando ambas as mãos para trás de suas costas e se afastando alguns passos, enquanto dava as costas à ela.

Ao se ver livre, a pequena tartaruga deixa seu corpo escorregar na parede até o chão novamente, se sentando no mesmo e permanecendo ali parada, tentando conter o choro em sua garganta.

—Eu não pretendo te fazer nenhum mal. -Lhe responde seriamente, soltando um curto suspiro. -Eu apenas irei reagir a hostilidade que você demonstrar.

Ouvindo o que aquela pessoa lhe dizia, ela levanta sua cabeça novamente, voltando a encara-lo, os olhos ainda com lágrimas.

—Onde eu estou? -Pergunta com a voz embargada.

—Em um lugar seguro. -Volta a se virar de frente para ela, novamente com o Tessen em mãos- Você é uma criança. -Ela o encara sem entender. -O que uma criança faz com isso?

Ela volta a abaixar a cabeça, aquela pergunta parecia estranhamente dolorida para ela. Se levanta outra vez, ainda com a cabeça baixa e suspira ao começar a falar.

—Eu não sou uma criança.

—Perguntarei novamente, o que uma criança faz com isso?

Desta vez Splinter enfatiza sua frase, o que faz ela voltar a olha-lo, em suas mãos ele chamava a atenção para um detalhe de seu Tessen. Gravado na arma havia um símbolo muito conhecido por todos ali, vermelho e de formato característico, amedrontador: O símbolo do Clã Foot.

A pequena tartaruga cerra os olhos, novamente se colocando em guarda, atenta aos movimentos do outro.

—Eu não sou uma criança. Eu sou uma arma. -Responde num tom sem vida- Uma que cansou de ser usada.

Os olhares de ambos se conectam, com a seriedade contida na intensidade da íris de ambos. Cautelosos, se perguntavam se podiam confiar nas palavras um do outro.

—Como se chama, senhorita?

—...Eu não tenho mais um nome.

—... -Fechou os olhos por um momento, refletindo sobre sua resposta- O que alguém do Clã Foot faz em Nova York?

—Nova York..? -Olhou para cima, como se pudesse enxergar a superfície, parecendo incrédula. -Então aqui é Nova York... -Abre um pequeno sorriso, não alegre, de certa forma depreciativo. -Acabei logo aqui...

Splinter arqueia uma de suas sobrancelhas, alisando com a ponta dos dedos o seu longo bigode, pensativo. A garota volta a olhar para ele.

—Ele está aqui? -Splinter a encara, a indagando com o olhar- O destruidor. Se conhece o Clã Foot, conhece ele, certo?

Splinter fecha os olhos, apertando levemente suas mãos atrás das costas.

—Sim. Eu conheço ele. -A olha novamente- Quem fez isso com você? 

Ela encara as próprias mãos machucadas.

—Acha que eu faço parte do Clã Foot, certo? -o encara- Eu fazia. Mas não mais... nunca mais.

—Você fugiu. -ela balança a cabeça- Por que?

Encara o chão, permanecendo em silêncio por longos segundos, franzindo seu rosto numa expressão triste, com os olhos vazios e distantes que não passaram despercebidos por Splinter. Aquela jovem ainda lhe devia muitas respostas, mas já tinha informações suficientes para não julga-la perigosa no momento.

—Venha comigo.

Splinter caminha calmamente para fora do cômodo. Ela hesita por um momento, mas o segue cautelosa e os dois caminham até a “sala” onde todos seus filhos se encontravam. Assim que ela vê as quatro outras tartarugas, arregala seus olhos surpresa, parecendo só então se lembrar de ter as visto quando a encontraram.

Da mesma forma que voltou seus olhos a elas, elas voltaram seus olhos para si, no mesmo instante interrompendo o que faziam e se aproximando deles.

—Você acordou!! -Diz Mikey alegremente.

—Como está se sentindo? -Pergunta Donnie.

Ela os encarava incrédula, com a boca aberta tentando dizer algo, mas falhando algumas vezes antes que suas cordas vocais lhe obedecessem e permitissem que sua voz saísse.

—V-Vocês... são iguais a mim.

—Parece que sim. -Diz Leonardo sorridente.

—Eu não sei o que lhe trouxe até aqui. Mas se busca um lugar para ficar, pode ficar conosco.

Ela bruscamente em meio a surpresa volta seu olhar para Splinter, não parecendo crer nas palavras que havia ouvido.

—O-O que?

—Entendo perfeitamente bem que é difícil encontrarmos um lugar para nós lá em cima. Mas aqui embaixo... ninguém irá machuca-la, desde que não faça o mesmo. E estará segura de pessoas que não compreendem nossa existência.

Continuou o encarando incrédula, pela primeira vez aqueles olhos sem vida parecendo ter algum brilho, dando aqueles olhos azuis ainda mais beleza. Mesmo que seus olhos carregassem dor, eles eram límpidos e claros como o mar, puro como o oceano. Splinter estava atento ao que aqueles olhos lhe transmitiam, e sorriu em retribuição.

—Quer dizer que ela vai ficar?

—Se essa for a vontade dela, Michelangelo.

Ela se vira de frente para Splinter e se curva cordialmente, os lábios tremendo de levinho em emoção.

—O-Obrigada...

—Demais!! -Empolgado- Eu sou Michelangelo! Mas pode me chamar de Mikey!

—Eu sou Leonardo.

—Eu me chamo Donatello.

Todos encaram Raphael que estava com os braços cruzados e sua habitual cara de poucos amigos. Revirou os olhos ao ser encarado.

—Raphael.

—Prazer me conhece-los. Obrigada por me salvarem. -Se curva novamente- Eu... ahn...

Novamente fica em silencio, sem saber como deveria se apresentar. Jamais aceitaria seu antigo nome novamente, pois ele estava atrelado à sua antiga vida, da qual queria se esquecer.

—Mona Lisa.

—Eh?

—Seu nome é Mona Lisa, se achar um bom nome. -Sugere com um pequeno sorriso.

—Mona Lisa... -Sorri também, parecendo novamente emocionada com o que acontecia, olhando então para os outros quatro novamente. -Como ele disse.

—Que legal!! Agora somos CINCO tartarugas ninjas!

—Mikey, nem sabemos se ela quer ser uma! -Diz Donnie entre risos.

—Tartarugas... ninjas? -Confusa.

—Eu treino suas habilidades no ninjutsu desde que eram crianças. -Explica Splinter- Suas habilidades são formidáveis e eu ficaria feliz em treina-la também.

Mona Lisa parece incomodada novamente, incerta do que responder, nervosamente desviando o olhar e franzindo levemente o cenho. Sua reação não passa despercebida pelo mestre.

—Você não precisa me responder nesse momento, Mona Lisa. -Sorri novamente- Meus filhos, quero que cuidem para que nossa convidada se sinta confortável e que a ajudem a se adaptar à cidade.

—Sim, sensei! -Três das tartarugas respondem, Raphael continua emburrado.

—Mona Lisa, lembre-se que é livre para ficar ou seguir seu caminho no momento que quiser, mas seja cuidadosa.

—Sim, sensei. -Responde num tom agradecido, acenando levemente com a cabeça.

Com um suave sorriso no rosto, Splinter deixa a sala, voltando aos seus aposentos, deixando os mais jovens se conhecerem melhor. Quando apenas o silencio era sua companhia, Sensei começa a meditar sobre tudo o que havia ocorrido naquele curto período de tempo, reunindo em sua mente todas as poucas informações obtidas com ela e tentando completar a historia à partir delas.

Mesmo intrigado, e sabendo que definitivamente precisava saber mais a fundo sobre a relação dela com o clã inimigo do seu, sabia que não precisava ser impaciente. Daria tempo a ela e aguardaria o melhor momento para questiona-la novamente. Ela precisava de tempo para confiar em si e ele precisava de tempo para confiar nela.

Um vínculo se constrói através da paciência.


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Notas finais do capítulo

Você gostou do capitulo? Não gostou? Tem alguma sugestão, pergunta ou elogio? Se sua resposta a alguma dessas perguntas for "sim", por favor deixe seu comentário aí embaixo! Isso me incentiva muito a continuar com meu trabalho!
Dá uma conferida lá na minha página, onde eu posto o andamento da escrita dos capítulos e também posto umas coisas nada a ver as vezes. ;) https://www.facebook.com/TordTheWriter/
?”Tord.



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