As presas fecharam-se no tecido do casaco quando Ascian recuou por instinto, por pouco errando seu braço. Eiren gritou, mas Ascian apenas encarou os olhos com aquele brilho pálido, até Hernan acertá-lo com o galho forçando-o a soltá-lo. Hernan avançou outra vez, ficando entre os dois, e Ascian teve tempo suficiente para focar na cena que acontecia à sua frente, com Eiren puxando-o pela camisa para que se levantasse.

— Não… Hernan! – Ascian correu para impedir outra investida do irmão, mas aquilo que antes fora Soter não se comoveu.

Hernan empurrou Ascian para trás defendendo-se como pôde, mas ainda sentiu o ardor súbito do ferimento quando os chifres retorcidos rasgaram a pele de seu braço. Alcançando o galho, Hernan o atingiu uma vez e outra, ignorando Ascian.

O animal ganiu, recuando. Ferido, ainda lançou um olhar irritado para eles antes de se afastar novamente, desaparecendo entre as árvores.

— Você se feriu? – Hernan perguntou.

— Não devia ter feito isso… – Ascian murmurou, lívido. – Ele pertence à Floresta.

— Eu sei, mas aquilo atacou.

Ascian assentiu, ainda apreensivo. Ele entedia perfeitamente a urgência do momento. Mas o animal agora pertencia à Floresta, suas árvores possuíam olhos vigilantes, e Ascian sentia que todos voltavam-se para eles.