O criado do Deus dos mares:

Ao som da flauta, o homem que antes advertira Hilda agora se mostra, apresentando-se como o mensageiro o templo de Poseidon, Sorento de Sirene, um General Marina. A verdade agora era clara: "Poseidon, Deus dos mares, voltou a viver entre os mortais. Ele quer governar a Terra, junto com os mares, porém, Atena reina na Terra. Por isso, mandou que Hilda de Asgard derrotasse a ela e seus Cavaleiros com os Guerreiros Deuses. Como Hilda não gosta de guerras, Poseidon usou o anel de Nibelungo para controlá-la. Porém, não esperávamos que os Guerreiros Deuses, que tinham as estrelas da ursa maior como guardiãs, fossem tão fracos".

Diante daquelas palavras, Siegfried compreende que Hilda estava realmente possuída, e se indigna com tal ato. Sorento ainda diz que Hilda e ele seriam levados para o templo do mar, para servirem a Poseidon depois que a Terra fosse "lavada", mas ele não parece aceitar a proposta. Seiya se levanta mais uma vez, querendo tomar partido da discussão, mas Sorento calmamente se põe a tocar sua flauta.

A sensação é estranha, o corpo fica amortecido, a música parece invadir seu cérebro de forma anestesiante, os golpes não atingem um alvo, e a imagem do adversário à frente parece se multiplicar inúmeras vezes, numa ilusão absurda. Num simples levantar de braço, Sorento corta o ar e lança Seiya de cara contra o chão. O Cavaleiro volta a se levantar, e Sorento ameaça lançar outro golpe, mas Siegfried se põe a sua frente, como se fosse atacar Seiya. Pensando que ele queria demonstrar seu valor como Guerreiro Deus Sorento simplesmente permitiu que continuasse.

Siegfried ergue seu braço direito, como em forma de ataque, sua mão, porém, perfura o próprio cinturão, retirando a safira e entregando-a aos Cavaleiros. Diante da incredulidade de Hilda e Sorento, Siegfried admite que os guerreiros de Atena estavam com a razão desde o princípio.

O Guerreiro Deus se vira para Sorento, ele é, agora, o alvo de seu último golpe, no qual deposita todo o seu cosmo. Mas o Marina limita-se a levar a flauta aos lábios, e tocá-la com doçura. A "Sinfonia Final da Morte", o corpo do adversário torna-se pesado, tudo parece estar em câmera lenta e sua mente se torna turva.

"A sirene, na mitologia grega, era a bruxa do mar. Vivia nos mares da ilha de Cecília, sul da Itália, e enfeitiçava os navegantes com seu canto. Depois, ela os levava para o fundo do mar, onde os devorava".

Siegfried era atraído pelo som da flauta, mesmo tentando tampar os ouvidos, era impossível escapar. Numa tentativa de se livrar do som, o jovem pressiona os dedos contra os próprios tímpanos, a ponto de estoura-los. Mas ele ainda ouve a melodia. "Não adianta tapar os ouvidos ou destruir os tímpanos" – dizia Sorento – "A música entra diretamente em seu cérebro". Como fizera com Seiya, lança Siegfried para trás com um corte no ar, mas este ainda volta a avançar. Seu único desejo era salvar sua princesa, Hilda, da maldição do anel Nibelungo. Num último impulso, o guerreiro se lança contra Sorento, que perfura seu coração com a mão em forma de faca. Mas o rapaz está decidido a ir até o fim, agarrando o Marina pela cintura e ascendendo aos céus com ele.

Com o poder de seu cosmo sacrificou sua vida para destruir o homem que representava aquele que transformara Hilda em pura maldade. Restava aos Cavaleiros utilizar as sete safiras de Odin na estátua do Deus, para conseguirem a espada que desfaria o feitiço do anel sobre Hilda. Mas ao que parece ela não deixaria que isso ocorresse assim tão facilmente...

Continua...