Nanda POV

Quando eu abri os meus olhos novamente, o sol estava alto no céu, mas não foi à luz que me acordou. Braços gelados estavam ao meu redor, me puxando de encontro a ele. Ao mesmo tempo, uma dor repentina embrulhou o meu estômago, quase como o choque de levar um soco na barriga.

“Me desculpa,” Edward estava murmurando enquanto passava uma mão gelada sobre a minha testa úmida. “Deve estar bem quente aqui... vou ajustar o ar-condicionado para você se sentir melhor...” Ele disse mudando a temperatura do aparelho, e eu me senti bem melhor...  mas nem tanto, já que meu estômago insistia em embrulhar aquele dia.

“Agora está melhor??”

Eu não conseguia me concentrar no que ele estava dizendo, pois o embrulho no estômago voltou fortemente, e uma espécie de enjôo me acometeu. “Com licença!” eu ofeguei, lutando para sair de seus braços.

Ele me largou automaticamente. “Nanda?”

Eu corri para o banheiro cobrindo a boca com a mão. Eu me sentia tão mal que não liguei – no começo – que ele estivesse comigo o tempo todo enquanto me debruçava na privada e vomitava violentamente.

“Nanda? Qual é o problema?”

Eu não podia responder ainda. Ele me segurava ansiosamente, mantendo o meu cabelo longe do meu rosto, esperando até eu poder respirar de novo.

“Droga, deve ser aquela sopa!” lamentei.

“Você está bem?” Sua voz era tensa.

 “Estou,” eu ofeguei. “É só comida estragada. Você não precisa ver isso. Sai daqui.”

“Não facilmente, Nanda.”

“Vai embora,” eu lamentei de novo, lutando para me levantar e poder lavar a boca. Ele me ajudou gentilmente, ignorando os empurrões fracos que eu dei nele.

Depois que a minha boca estava limpa, ele me carregou para cama e me sentou cuidadosamente, me segurando com os braços.

“Comida estragada?”

“É, não tinha o gosto bom...” eu grasnei. “Esme trouxe sopa mais cedo... não estava com o melhor dos gostos... mas eu experimentei um pouco antes de jogar fora....”

Ele colocou uma mão gelada sobre a minha testa. A sensação foi ótima.

“Como você se sente agora?”

Eu pensei sobre isso por um momento. A náusea tinha passado tão subitamente quanto tinha aparecido, e eu me sentia como em qualquer outra manhã, principalmente por ele estar ao meu lado.

“Bem normal. Com um pouco de fome, na verdade.”

Ele me fez esperar uma hora e beber um grande copo d’água. Ele saiu dizendo que traria algo para eu comer, que não fosse do hospital. Liguei a TV e comecei a assistir o canal de noticias... Desgraça, desgraça e mais desgraça, era tudo o que passava....

Eu fiquei entediada com todas as notícias e me levantei para ir até a janela. A visão de Forks não era das melhores, mas era melhor do que ficar parada.. Assim como a um tempo atrás, uma dor aguda acertou o meu estômago quando eu me movi. Pulei pra perto da pia, minha mão apertada contra a minha boca. Eu sabia que nunca chegaria a tempo no banheiro desta vez, por isso optei pela pia do quarto.

Antes que eu pudesse ver, alguém segurava meu cabelo. Era Alice.

“Nanda... procure ficar deitada... no seu estado você tem que tomar cuidados...”

“No meu estado?”

“É...” Seus olhos brilhavam. Ela estava tão feliz assim por causa da minha anemia? Que amiga eu fui arranjar... Bem, resolvi não questionar...

“Você não parece muito bem...”

“Eu vou ficar bem assim que escovar os dentes.”

Escovei meus dentes, e meu hálito melhorou muito. Ainda bem que haviam preocupado em trazer uma escova pra mim.

Saí do banheiro e Alice ainda me olhava sorridente.

“Bom... eu vou indo... parece que Edward chegou com a sua comida... E ela fede horrores, então eu me vou!”

Não era muito educado ela falar que o que eu ia comer fedia... assim eu perdia a fome.

Mas antes de sair, ela colocou a cabeça na porta e disse:

“Mas vamos lá... pense... algo está atrasado pra você... algo humano e.. argh... nojento...” O que aquela anã queria dizer com aquilo? Tudo humano para ela era nojento... Como se ela nunca tivesse sido uma...

Assim que Edward entrou no quarto, ele foi invadido por um cheiro maravilhoso, que até comecei a salivar. Ele me entregou o embrulho, e logo vi do que se tratava... Era ravioli de cogumelos. Como ele sabia que eu gostava disso? Mas antes que eu pudesse colocar uma garfada na boca, o enjôo voltou, muito forte dessa vez. Eu larguei a comida na cama e corri para o banheiro.

“Nanda?? O que você tem?” Ele perguntava segurando meus cabelos, como fez da outra vez para que não se sujassem. “Você não parece bem...”

Detestava parecer fraca...

“Eu só estou... cansada... Acho que vou dormir mais um pouco...”

“Ok... eu vou sair pra você descansar... mas qualquer coisa... é só chamar...”

“Certo... chamarei...”

Deitei a cabeça no travesseiro, e fiquei pensando... O que aquela baixinha quis dizer sobre algo estar atrasado? Só se fosse o cérebro dela... Rum! Procurei dormir um pouco, mas antes que eu conseguisse, senti que a porta foi aberta, e quando olhei em sua direção, não acreditei quem estava ali... Teria vindo me visitar??