Nanda POV

As aulas acabaram e eu e John fomos para casa.

O caminho todo foi em completo silêncio. Eu e ele não dissemos uma palavra. Ele parecia absorto em seus pensamentos, e eu tinha os meus para me preocupar...

Alto, bonitos, olhos cor de topázio... cabelos cor de cobre... bonito... Peraí.. eu já disse bonito?? Bom... mas ele era mesmo!

Mas não era só por essa sua beleza excepcional, era também pela sensação que ele havia me proporcionado, só de estar perto de mim.

Eu sempre fui rodeada por pessoas extremamente belas. Mas nenhuma, absolutamente nenhuma me despertou tais sensações como ele fez... Edward... Cullen!

Só de pensar nesse nome, um arrepio percorreu toda a extensão do meu corpo. Tudo relacionado a ele parecia ter esse efeito sobre mim. O que seria aquilo??

Chegamos finalmente em casa. John dirigia como uma toupeira com artrose. Ele dizia que, mesmo eu tendo uma parte minha que era vampira, e não podendo mais envelhecer, eu ainda era muito.. quebrável... Ele ia ver já já o quebrável... Na próxima vez eu que iria dirigir...

“John... se vc não parar de dirigir feito uma tartaruga anciã, eu que vou dirigir...”

“N-U-N-C-A!!!”

“Ei!! Porque vc falou assim?? Eu não dirijo mal!!”

“Sei... os pobres postes de Volterra e Veneza que o digam...”

“Aaahhh.. tem postes demais lá...”

“¬¬’”

“Seu chato!”

Sentei no sofá com a cara emburrada... fiz um bicão bem grande. Ele sempre caia...

Eu comecei a contar mentalmente, mas dessa vez, com a mente fechada.

5... 4... 3... 2... 1...

“Aiai... tá bom... vc venceu!!” Ele disse esticando as chaves pra mim.

“*-*”

Continuei sentada no sofá e ele ia subindo as escadas. Enquanto subia, pude ouvi-lo murmurar:

“Eu não posso morrer mesmo!”

“Ei! Eu ouvi isso!”

Mas ele já tinha corrido para o quarto. Filho da mãe!

Deixei aquele idiota pra lá... Nunca vi um vampiro ser tão infantil...

Vai ver que eram os olhos azuis.. devia os deixar retardados...

Pude ouvir um grito abafado pela porta fechada:

“Retardado é a mãe!!”

Eu tinha que aprender a fechar minha mente melhor pra John...

Deitei minha cabeça no travesseiro... Precisava dormir um pouco

Mesmo tentando, não consegui dormir quase a noite inteira. Quando o sono veio tive um sonho sem imagens, eram somente vozes na minha cabeça. Era uma voz masculina, bem fraca. Mesmo eu tendo uma audição super apurada, eu quase não a ouvia... Dizia algo que eu não entendi muito bem. Era algo sobre leão e cordeiro.. Algo sobre se apaixonarem.. algo do tipo...

Acordei confusa... O que aquilo significava? Um leão se apaixonar por um cordeiro... era o mesmo que... alguém que tem o desejo de te matar.. alguém que pode te matar.. se apaixonasse por vc.

Isso era bonito... profundo... mas também era algo que eu não compreendia. O que aquilo tudo tinha a ver comigo? Por que tinha que aparecer justo na minha mente?

Depois disso não consegui dormir mais, e nem queria...

Amanheceu e eu me vesti para ir para a escola. Fui na direção do quarto de John. Se eu tivesse que o fazer se vestir de novo, ia rolar pancadaria nessa casa!

Mas por sorte DELE, quando eu entrei ele estava vestido, e eu tinha que admitir... John era lindo!

“Obrigada, eu sei!”

Ai.. me mata se eu pensei isso com a mente aberta! Droga! Eu deixei mesmo ele ouvir isso? Tenho que aprender a controlar a minha mente...

Agora aquele estrupício ia ficar se achando pelos próximos 50 anos...

“Era.. em outro John que eu estava pensando...”

“Sei... mas ele parecia bastante comigo não? Até tava vestido igual...”

“Ahn.. vamos logo para o colégio, senão vamos nos atrasar de novo...”

“Disfarça...”

Peguei as chaves do carro. Hoje eu ia mostrar pra ele o que era velocidade!

Chegamos na escola na metade do tempo normal (tempo normal = tartaruguisse do John...). Pude perceber que o Porsche preto super lindo que eu havia visto aqui ontem, não estava hoje...

Entrei na sala para a aula de biologia. O lugar de meu parceiro estava vazio... ele não viera... Será ele o dono do Porsche??

Aquilo me entristeceu mais do que deveria... eu queria vê-lo hoje.

Depois que averigüei isso, as aulas se passaram arrastadas, monotonamente lentas...

A hora do intervalo havia finalmente chegado. Já que eu não ia ver o Cullen, que se fixava cada vez mais na minha mente e nos meus pensamentos, eu me contentava em ver o John mesmo... se ele escutasse isso.. arrancava meu coro...

Cheguei ao refeitório e vi que uma ruiva, com a maior cara de atirada, falava algo no ouvido de John. Eu estava meio longe e não pude ouvir o que ela falou pra ele. Nem me interessava, eu era pura demais pra essas coisas.. :D

Eu não tava com paciência nem pra espantar galinha hoje, então decidi que me sentaria em outra mesa, sozinha...

Sentei o mais afastada possível dos outros. Olhei para a mesa dos Cullen. É.. ele não havia vindo mesmo... mas seus irmãos estavam lá. Eles me olhavam atentamente, mas quando parei para os encarar, eles desviaram o olhar, disfarçando...

Percebi que somente a baixinha continuava a me encarar. Olhei para ela e ela me deu um grande sorriso.

Eu havia simpatizado com ela, só de olhá-la. Ela era muito bonita, me lembrava aquelas fadinhas que a gente vê na televisão, aquelas bem delicadinhas e sorridentes.

Observei que ela falava algo comigo, mas só mexendo os lábios, sem emitir som algum.

Não entendi nada do que ela dizia. O que será que ela queria?

Com um sinal de mãos ela começou a me chamar... Ela queria que eu... queria que eu me sentasse com eles?? Aquilo me intrigou.. eu queria ir até lá. Mas eu mal os conhecia. Sinalizei um ‘não’ envergonhado.

Ela fez uma cara de desagrado quando viu minha resposta. Mas pelo jeito a baixinha era insistente, pois no mesmo momento que eu disse ‘não’ ela se levantou e começou a vir na minha direção.

Ela se sentou na cadeira a minha frente... A baixinha era atrevida mesmo... mas eu gostei dela...

“Oi! Meu nome é Alice. Alice Cullen!”

“Er.. Oi. Eu sou...”

“Fernanda Weltz.. Mas prefere que te chamem de Nanda.. é.. eu sei!”

“Nossa! Vc é...”

“Rápida. Eu também sei!”

Gostei dela. Só que era agitada demais pro meu raciocínio acompanhar.

Não sei o que ela tomava no café da manhã, mas devia ser fluído de pilha...

“Ahn.. é.. me desculpe se eu te assustei com a minha abordagem.. er.. rápida.. mas é que eu estava querendo conhecer vc.. gostei de como espantou a mocréia de perto do seu namorado ontem.. É assim que se faz!!”

“Ele.. ele não é meu namorado...” eu disse com a cabeça baixa, corando.

“Mas ontem.. aquele beijo...”

“Foi só um selinho. Ele é só meu amigo.. meu melhor amigo...”

Vi um brilho aparecer em seu olhar... Que garota estranha...

“Humm.. vem cá!!” Ela disse me puxando pela mão. “Venha se sentar com a gente!”

Ela me arrastou até a mesa, sua e de seus irmãos. Até que para uma semi-anã ela era bem fortinha...

Chegamos à mesa.

“Gente... Essa aqui é a Nanda!”

Ela apontava pra mim, me apresentando aos seus irmãos.

“Nanda, esses são Emmett...” Ela apontava pro mais forte de todos.

“..Jasper...” Apontou pra um loiro, que tinha uma cara agoniada.

“e Rosalie...” apontava pra uma loira linda, dessas que a gente só vê em desfiles internacionais, acho que ainda mais linda... Fiquei boquiaberta, eles eram ainda mais belos de perto.