Love Story escrita por jennifer_n


Capítulo 5
Capítulo 4: Interesse repentino.


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a todos que leem, e aos reviews anteriores, que me serviram de combustível para adiantar boa parte da história. Boa leitura a todos, espero que gostem do capítulo! Beijos.



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Quem não conseguia voltar ao normal, era Ino, que sentia-se perder a cada dia. Sasuke estava tomando conta de seus pensamentos, e só de pensar em vê-lo já lhe causava calafrios na barriga. Nunca havia se sentido assim, e agora, justamente quando começou a sentir, foi por alguém que não correspondia. Isso era o que mais a incomodava.

Resolveu sair pra dar uma volta, sabia que dessa vez não encontraria o Uchiha, e nem desejava. Ainda que fosse feliz, segura de seus sentimentos, vê-lo em um momento desses só lhe serviria para acentuar algo que ela estava tentando vetar.

Estava vestida com uma segunda-pele beje, e uma calça jeans coladinha, do jeito que lhe agradava. Levantou-se da cama, pegou o casaco e saiu, sem dar satisfação a ninguém, e nem precisava, também. Sua mãe, estava no clube, e seu pai, como sempre, trabalhando.

 

Andava pelas ruas sem destino, vendo se nas vitrines algo lhe interessava, se havia lançamentos nas lojas de música. Algumas vezes sentia vontade de ficar sozinha, e isso lhe proporcionava bons frutos: A organização de pensamentos.

Depois de comprar cds, roupas e algumas coisinhas sem importância, sentiu fome e resolveu ir ao restaurante mais próximo. Já estava calma, e seu coração já estava em paz, felizmente. Não sentia mais necessidade de ficar sozinha, e assim que jantasse, iria procurar por Naruto ou Sakura.

Entrou no restaurante tranquila, analisando o lugar. Mesmo pequeno, era agradável e acolhedor, nesse dia de frio, lugares tão quentes eram bastante sugestivos.
Sentou-se numa mesa um tanto isolada, pois, estava sozinha, e ainda que não se importasse muito, sabia que seus pais reclamariam caso as pessoas da alta sociedade a vissem, sozinha, num restaurante. Seu pai não gostava que ela andasse sozinha, muito menos num restaurante tão simples.

- É, Ino. É bom estar calma de novo, não?- Ela murmurou para si mesma, com um sorriso nos lábios. E o garçom, com muita simpatia, foi anotar o seu pedido.
Pediu apenas um sanduíche, e refrigerante. Ele saiu com um sorriso no rosto, e o número do telefone de Ino anotado. Era bom para sua auto-estima quando isso acontecia.

Já havia esquecido completamente, quando viu numa mesa não muito distante, Sasuke, acompanhado de sua namorada, Hinata, com um sorriso enorme formado nos lábios. Os dois pareciam bastante felizes, e ela não sentiu que deveria interromper, muito pelo contrário, ela sentiu que deveria apenas ficar ali, evitando ao máximo que sua presença fosse percebida.

Hinata, que havia sentado de costas para a garota, nem percebeu. Sasuke, que tinha mania de observar tudo o que fosse possível, não demorou muito para ver a loira ali, numa mesa distante, com a expressão um tanto perdida.

 

Sentiu-se um pouco incomodado, isso estava lhe parecendo perseguição. Aonde quer que fosse, aquela garota tinha que estar. Nesses momentos, perguntava-se se, mesmo sem imaginar, encontrava Ino antes de saberem que eram noivos, e simplismente ignorava a sua presença. E agora que a conhecia, não fazia isso, e portanto, ela se tornava notável. Pelo menos, queria acreditar que essa era a justificativa.

A garota ainda não havia acabado de comer, mas sentiu vontade de sair dali na hora, somente deixar o dinheiro e ir para casa. Mas não, isso seria um gesto de fraqueza, e ela, que sempre se pregou tão forte, não podia ir contra seus ideais, ir contra tudo aquilo que sempre pregou. Ficaria ali, iria comer tranquilamente, e depois de sentir-se satisfeita, iria embora como se nada estivesse acontecendo.

Estava tão imersa em seus pensamentos, que não reparou que todos no restaurante estavam olhando para a mesma direção: A porta. E quem estava na porta, era o homem mais conceituado da alta sociedade, Yamanaka Inoichi. Muitos levantaram-se para cumprimentá-lo, enchê-lo de elogios, conversar um pouco, o alvoroço foi o suficiente para que ela finalmente notasse e levantasse o olhar na direção em que seu pai estava.

Apesar de tudo, sentiu-se aliviada. Não sabia como ele foi parar ali, mas se ele estava, sem dúvidas amenizaria o que ela estava sentindo, ao ver Sasuke com Hinata, bem a sua frente.

- Finalmente consegui chegar até você, minha filha!- Exclamou o belo loiro, sentando-se ao lado da filha.

- As pessoas te admiram muito, papai. Devia sentir-se orgulhoso.- Comentou Ino, sorrindo dócilmente.

- Tem razão. Eu me sinto mesmo orgulhoso disso.- Inoichi sorriu também, fitando todo o restaurante com atenção.- Mas, agora.. O que faz aqui, Ino? Sozinha..? Sem avisar para ninguém! Eu fiquei preocupado.

- Me desculpe, papai. É que.. Eu só queria mesmo ficar sozinha. Mamãe estava no clube, e você.. Eu achei que, como sempre, estaria trabalhando.- Baixou os olhos, sem conseguir olhar para ele.

- Tudo bem, tudo bem.- Inoichi logo tranquilizou-se, chamando um garçom e dando-lhe ordens de que trouxesse um prato para ele. O garçom sentiu-se lisonjeado e feliz só de poder jogar na cara dos outros garçons que atendeu o Sr. Yamanaka.

- E como soube que eu estava aqui?- Indagou Ino, passando seu olhar rápidamente sob Sasuke.

- Bom, o seu amigo, Hyuuga Neji, me ligou e me informou que você estava aqui, sozinha. Por ele saber que eu não gosto quando isso acontece.

- Entendo. Então, é bom que esteja aqui. Há muito não passamos um tempinho juntos.- A garota desanimou-se um pouco. Seu pai raramente tinha tempo para passar com ela, os negócios tomavam grande parte de seus tempos.

- Vamos aproveitar a oportunidade, então.- Ele sorriu delicadamente, bagunçando o cabelo de Ino.

- Mas, por que está tão cedo fora do trabalho?

- Ora, quantas perguntas, Ino!- Inoichi riu discretamente, e prosseguiu.- Hoje eu decidi tirar uma folga, sair um pouco mais cedo pra aproveitar a família. Mas você não estava em casa, sua mãe estava no clube.. Só os empregados estavam em casa.

- Ah. Que bom que resolveu fazer isso.- Ela curvou os lábios num sorriso, mas esse logo desfez-se ao ver que o pai já havia localizado o seu futuro noivo.

- Aquele ali não é.. Uchiha Sasuke?- Indagou, prestando atenção no rosto dele para ver se reconhecia.

- É sim, ele e a namorada.- Ino realmente queria encurtar tal assunto.

- Entendo. Devo chamá-lo aqui?- O loiro sorriu maliciosamente.

- Eu não sei.. Não vejo necessidade.- Disse, com indiferença.

- Uau, filha. Nunca vi você ser tão fria.- Provocou-a, com um sorriso que permanecia em seu rosto.- Se você não quer, não vou chamar.

E os dois começaram a conversar tranquilamente, colocando as novidades em dia, seus gostos, conhecendo-se melhor. Finalmente, aproveitando um tempo como família, tempo esse que pouco era aproveitado.

 

Sasuke fitava a mesa dos dois com atenção. Intimamente, perguntava-se o motivo para que um homem tão simples, pudesse ser tão respeitado. A sua entrada no restaurante foi práticamente triunfal, todos no restaurante haviam parado simplesmente para cumprimentá-lo. Algo nele havia de especial, para que isso acontecesse.
Hinata, um tanto incomodada, não se conteve:

- Quer ir lá?- Indagou, deixando passar em sua voz a irritação.

- Na verdade..- Ele começou a falar, mas depois de pensar um pouco, decidiu calar-se.

- Eu sei que quer. Não pela Ino, mas por seu pai. Eu te conheço, você deseja conhecê-lo.- Hinata suspirou, esboçando um sorriso delicado.

- É.. Não posso esconder.- Confessou, com olhos fixos nela.- Iria me desculpar se eu fosse?

- Sim, eu iria. Entendo que faz parte do seu futuro, também.- Ainda que por dentro sentisse raiva, teria de dissimular.

- Obrigado, você é muito especial.- Ele a beijou delicadamente na buxexa, e saiu.

Em passos incertos, ele ia na direção da mesa em que Ino e Inoichi estavam sentados, conversando atentamente. Não sabia como iria apresentar-se, não tinha idéia de Inoichi já sabia do possível compromisso entre os dois, só sabia que, se o seu pai tivesse noção de que, ele viu Inoichi, tão próximo, ao lado de Ino, e não houvesse aproveitado a oportunidade, sem dúvidas, ficaria furioso.

Ela já havia percebido que Sasuke iria vir falar, e seu coração batia descompassadamente, enquanto aguardava que ele se sentasse. A presença dele a atormentava, sabia que isso não passaria despercebido aos olhos de seu pai, que é sempre tão arguto.

- Olá, Sr. Yamanaka, eu sou Uchiha Sasuke.- Hesitou um pouco, e deu continuidade.- Futuro noivo de sua filha.

- Sim, já estou sabendo, Sasuke.- Ele sorriu com naturalidade.- Espero que cuide bem da minha filha.- Ainda que estivesse sorrindo, e que fosse incrívelmente dócil, a última frase soou um tanto ameaçadora para o garoto.

 

A loira sequer teve forças para falar algo, aguardou que eles conversassem por algum tempo, até Sasuke finalmente direcionar seu olhar para ela.
Ele aproximou-se, tomou-lhe a mão delicadamente e beijou, com muita cortesia. Instantaneamente, ela corou, sem saber o que fazer.

- Olá, Ino.- Sorriu fracamente.

- Ah. Oi, Sasuke.- Ela retribuiu o sorriso, tentando imprimir simpatia em seu tom de voz, o que era bastante difícil quando você sente a sensação de várias borboletas em seu estômago.

- Como vai? Me parece bem.- Ino o fitou desconfiada. Era óbvio que ele estava tratando-a com mais carinho simplismente porque estava na frente de seu pai.
Ainda que isso a irritasse profundamente, não podia conter os impulsos de seu coração, e sentiu-se tola porque tudo o que conseguia pensar era: "Se quando meu pai está por perto ele é assim, ele devia estar por perto sempre." Sorriu com a tolice de seus próprios pensamentos.

- Muito bem. E você, Sasuke?- Indagou, mantendo a mesma cortesia que o garoto fazia questão de demonstrar em sua postura.

- Que bom, eu vou bem, também.- Ele sorriu e desviou seu olhar do rosto da garota imediatamente. Inoichi e Sasuke começaram a palestrar animadamente e passaram longo tempo assim, algumas vezes com participação até mesmo de Ino, que mal entendia sobre o que estavam falando, mas não podia deixar de aproveitar aquele momento. O celular do loiro começou a tocar, e ele sorriu sem graça.

- Permitam-me atender. Com licença.- Inoichi levantou-se e foi em direção ao banheiro, que não era tão próximo da mesa em que estavam.

- Como sempre.- Murmurou Ino para si mesma, com a intenção de que o garoto ao seu lado não ouvisse.

- Ei, não diga isso.- Mas ele havia ouvido, e a repreendeu.

- Ele vai voltar , se desculpar e dizer que precisa ir embora. Então, você será obrigado a me levar para casa, por pura educação.- Ino estava claramente frustrada, fitando a mesa.

- Não seja dura.- Manteve o tom repreensivo, ainda que ela tenha sido convincente em suas palavras.

 

- Bom, me desculpem, mas eu vou ter de ir embora. Importa-se de levá-la, Sasuke?- Inoichi apareceu de surpresa lá, e nesse momento os dois entreolharam-se.
Então, Ino tinha acertado em seu palpite.

- Será um prazer, até, Sr. Inoichi!- Exclamou, tentando mostrar-se cordato, de certo modo.

- Obrigado, Sasuke. E por favor, me chame só de Inoichi. Senhor é muito formal!- Ele sorriu, beijou a buxexa da filha, despediu-se e foi embora, tratar de negócios.
Ino baixou um pouco a cabeça, tentando esconder a insatisfação com tal situação.
Sasuke, pela primeira vez em sua vida, sentiu que deveria ajudar alguém, sentiu, de certo modo, a mesma coisa que ela estava sentindo.

Bufou, sentindo-se ridículo. Ele nunca se importara muito com as pessoas, por que se importaria com uma estranha? Talvez, porque, fosse a primeira vez que alguém também se importasse verdadeiramente com o que ele pensa.

- N-não fique assim.- Com a voz baixa, e saindo dificilmente, ele tentou consolá-la. Ino levantou os olhos muito surpresa, não fazia muito tempo que se conheciam, mas, esse era o primeiro sinal de que Sasuke não era tão ruim quanto ela imaginara.

- Não se preocupe. Estou acostumada.- Tornou, levantando-se com um sorriso fraco no rosto.

- Sabe, eu não sou bom em conselhos.. Nem.. em ouvir desabafor. Mas se precisa de alguém que entenda você em silêncio.. Eu.. estou aqui.- As palavras saíram atropeladas e num sussurro, ele mal acreditava que estava mesmo falando isso, sentia-se tolo, mas não podia conter, vê-la tão frágil, o constrangia.

Ela mantinha-se surpresa. Não conseguia acreditar que esse era mesmo o Sasuke frio e indiferente que conhecera. Ele estava demonstrando algo como.. carinho?

- O-obrigada.- Ino respondeu com olhos fixos num ponto indefinido, e os dois caminhavam pela cidade iluminada, durante aquela noite tão fria.

- Sasuke.. Porque não ligou para o motorista?- Indagou, sem maldade alguma em suas palavras.

 

- Esqueci.- Ele reassumiu a postura fria e desviou os olhos de sua face.
Ino sorriu discretamente.

- Entendo. Deve imaginar que vamos demorar um pouco para chegar.- Tentava puxar assunto, enquanto viajava nas luzes da cidade, que pareciam muito o cenário de um bom filme.

- Sim, posso sobreviver a isso..- Falou rapidamente, fitando também o caminho que estava a sua frente. Para Sasuke, era bem estranho sentir o que estava sentindo, importar-se com alguém, e desejar que esse alguém também se importe.
Não sentia que estava apaixonado por Ino, e nem passou por sua mente tal hipótese, mesmo que não amasse Hinata, gostava sinceramente dela.

Os dois foram silenciosos caminhando em direção a mansão Yamanaka, o caminho era bastante longo, mas os dois estavam tão imersos em seus pensamentos que mal perceberam, que depois de alguns minutos, já estavam lá.

- Parece que eu te trouxe a salvo.- Comentou Sasuke, com um sorriso fraco, porém natural no rosto.

- É, parece.- A garota sorriu também, fitando-o com certa admiração. Quando ele queria, era bastante doce.

- Bom, seja como for, tenho que ir.- Disse ele, que oscilava entre a postura fria e indiferente, até a postura dócil e tímida.

- Tudo bem. Até o Baile, afinal.- Ino manteve seus olhos no rosto de Sasuke, prestando atenção em cada detalhe. Todas as vezes que o via tão próximo, não conseguia acreditar que tamanha beleza fosse mesmo possível.

- Sim, até o Baile. Se nos reconhecermos lá.- Tornou ele com voz suave, e um pouco de humor.

- Eu te reconheceria até se você fosse com um saquinho de papél na cabeça, tampando seu rosto.- Nesse mesmo instante, Ino corou totalmente, baixando os olhos com vergonha e se repreendendo mentalmente. Que tipo de garota falaria isso para um garoto feito Sasuke? O tipo de garota que ela era, talvez.- Oh, eu estou falando besteiras. Acho que o Suigetsu deve ter comentado com você que eu falo besteiras.

Ele sorriu como quem sorri pra uma criança que acabou de aprender algo novo.

 

- Ele me falou que você estava nervosa.. Só.- Comentou Sasuke desviando o olhar, recompondo a expressão de indiferença.

- Entendo. Mas, isso não quer dizer nada. E-eu não estou nervosa.. Só estou um pouco sem assunto.- Respondeu com um pouco de insegurança, também sem coragem para fitá-lo.

- Não?- Ele aproximou-se um pouco mais dela, empurrando-a com delicadeza sob o portão, deixando-a contra a parede.
Seu rosto estava vermelho feito um pimentão a essa altura, e suas mãos estavam trêmulas. Sasuke mantinha-se ali, analisando toda a sua reação com bastante atenção.

- S-Sa-suke!- Exclamou, sem força alguma para falar, e sua voz saiu num sussurro quase inaudível.

- Isso porque você não está nervosa.- Ele afastou-se rápidamente, sem importar-se muito com a reação da garota.

- É claro que eu estou! Você, sempre frio, do nada, faz uma coisa dessas! Espera que eu fique como?- Indagou, exaltando um pouco o tom de voz. Ele havia conseguido tirá-la do sério.

- Exatamente assim.- Sasuke sorriu levemente, e saiu andando. Virou seu rosto um pouco, e, com indiferença, se despediu.- Até, Ino.

Ela ficou lá, pensando no que acabara de acontecer. Seu coração ainda batia loucamente, e suas faces provavelmente ainda estavam coradas, não sabia bem como reagir, nem como organizar novamente seus pensamentos. Por um momento, sentiu que havia conseguido romper a frieza de seu coração, ainda que por um simples curtíssimo momento, mas ele estragou tudo, deixando-a muito magoada. Ino não conseguia entender, seus sentimentos iam de grande emoção até a mágoa, deixou-se ficar ali, parada, pensando no quanto aquele garoto era confuso.

 


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é o começo de um possível sentimento, quando finalmente a frieza, começa a dar lugar para algo mais delicado, algo maior.
Já tenho o próximo capítulo pronto, e assim que aqui tiver mais reviews, postarei. Obrigada novamente a quem ler, tentarei ser breve com a postagem dos capítulos.
Beijos, e até mais. o