Elvenore: A Revolução Das Marés escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 41
Capítulo 38




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799801/chapter/41

Mar amigo ou inimigo

Kyanite

Abro os meus olhos com dificuldade, meu estômago roncava. Sento-me com dificuldade na cama, o lado direito do meu corpo ainda estava dolorido do chute que Nicholas havia me dado quando tropecei pela quarta vez antes de chegarmos no porto e fugirmos de Acqua. Observo tudo ao meu redor, rezando para que eu estivesse em Acqua, mas eu me encontrava no mesmo quarto.

Tudo isso era a minha nova realidade.

Suspiro e encaro a janela, já estava escurecendo. Precisava me arrumar para o baile ou Dominic receberia a pena por esse deslize. Sigo para o banheiro, passando um pó cheiroso e transparente em meu corpo, era uma espécie de perfume, deixava a pele cheirosa e macia. Penteio meus cabelos mais uma vez, estavam compridos, por isso opto por uma trança.

Péssima escolha.

— Ficou uma bosta — Murmurei, olhando o espelho.

Solto… Com certeza era melhor ele solto.

Vou até o guarda-roupa, pegando o único vestido formal que estava ali. Visto-o com cuidado, havia muita seda e não queria rasgá-la. Me olho novamente no espelho, o vestido caia perfeitamente, descendo até os meus pés e alguns centímetros tocavam o chão. Suas costas eram abertas até a altura da minha cintura e o decote é quadrado, porém alto, cobrindo todo o meu colo, até as minhas clavículas. O tecido era brilhoso, não… Cintilante.

Coloco os saltos e dou duas batidas na porta.

— Estou pronta — Disse, respirando fundo e me preparando mentalmente para o que estava me esperando.

Os guardas de plantão do outro lado abrem a porta, guiando-me até o lado de fora do castelo, para os jardins. É estranho eles usarem essa parte do castelo para bailes, normalmente seria usado alguns dos salões de baile… Quando adentro o perímetro festivo, percebo que não era um baile comum, mais parecia uma feira… Uma comemoração mais íntima.

Evander não havia mentido quando disse que a maioria dos presentes seriam homens, mas havia omitido a informação de que os convidados não eram só humanos. Havia alguns anões, elfos dos quais eu não conhecia, mas a maioria ali era humana. Caminho discretamente pela passagem de pedras, dando volta na grande fogueira no centro da festa, meu olhar vasculha tudo, estava procurando Dominic ou até mesmo Casper.

Mas no seu lugar eu encontra várias rameiras e muitos homens bêbados. Caminho pelas mesas com comida, me servindo com pães e alguns queijos. Estava faminta e acabei comendo mais do que esse vestido permitia. Beberico um pouco do vinho servido, mas ele era absurdamente doce e alcoólico, nada parecido com o que era servido nos bailes reais com a alta nobreza.

Suspiro, sentando no banco mais distante. Evander também não estava ali, apenas Nicholas estava presente e pelo seu comportamento com as duas mulheres em seu colo eu sabia que ele estava bêbado. Uma de suas mãos segurava uma taça generosa do vinho nauseante e a outra acariciava as partes privadas das mulheres em cima dele.

Era nauseante olhar para ele… Lembrar de suas farsas…

Tudo tinha sido mentira, nossa amizade, nossos piqueniques, o tempo que passamos na praia… Tudo isso era mentira. A pulseira em meu punho arde, ela tinha sido feita por ele, com uma das conchinhas que achamos na praia na minha primeira semana na Alta Corte. Arranco-a com força, machucando a minha pele, mas a essa altura eu não me importava mais.

Arremesso-a, acertando na fogueira.

Ela queima devagar, vermelha e fumegante. O símbolo da nossa falsa amizade queimava e eu me sentia feliz por isso.

— Kyan? — Uma voz conhecida me chama, fazendo o meu coração palpitar.

— Dominic — Respondi, virando-me.

Lá estava ele, tão rígido como uma árvore, usando seu terno de sempre, com uma expressão etérea em seu rosto. Parecia um pouco mais saudável, mas ainda estava pálido e com olheiras profundas debaixo de seus olhos azuis como o oceano. Mesmo assim, mal parecia que tinha recebido vinte e cinco chicotadas a menos de doze horas atrás. Controlo a respiração, a situação que estávamos parecia tão instável que estava prestes a desmoronar.

— Preciso que me escute muito bem, minha querida…

Minha queria…

O calor costumeiro toma conta de mim, ouvi-lo me chamar assim era novo… Bom e me fazia fervilhar por dentro. Respiro fundo e volto a olhar para frente.

— Não sei como será nosso relacionamento de agora em diante — Ele continuou, sua voz é séria, porém fraca — Meu pai… — Dominic se cala por alguns segundos e depois pigarreia — Evander ainda não deixou claro o que quer que eu faça enquanto está sob a nossa custódia.

Meu olhos encontram Nicholas novamente, mas dessa vez ele estava beijando sensual e vorazmente uma das mulheres em seu corpo. Eu tinha confiado num homem desses…

— Estou do seu lado, Kyan — Ele falou, eu podia sentir ele se aproximando de mim, seu pulso gravitacional me puxando para ele — Prometo que lhe tirarei dessa situação.

— Dominc — O chamei baixinho — Tudo que eu fizer de errado será descontado em você de agora em diante e eu… — Minha garganta se fecha lembrando do sangue que manchou as minhas mãos.

Cerro as minhas mãos com força, ainda podia sentir o calor e a viscosidade do sangue de Dominic em minha pele, seco e vivo ao mesmo tempo. Uma mistura de dor e desespero. Meu coração acelera, batendo dentro do meu peito como um passarinho tentando fugir da gaiola. Eu ainda me sentia suja, devastadoramente suja, em um nível quase atômico…

Como todo aquele sangue sai de uma pessoa e agora ela está de pé atrás de mim…

— Eu não posso ver… — Fechei os olhos controlando a minha mente por breves segundos — Não consigo ver você sofrendo daquele jeito. Simplesmente não consigo…

“Eu gosto de você, seu idiota”, era o que eu queria gritar.

— Kyan…

— Não vou permitir que isso aconteça novamente — Sibilei friamente, sentindo o meu poder correr nas minhas veias, precisava me acalmar.

Escuto ele suspirar atrás de mim, cansado. Discretamente ele envolve a parte de trás do meu pescoço com suas mãos. Seu toque é carinhoso porém sedendo, pelo calor que emanava de seus dedos eu sabia que ele me queria, me desejava até, mas não podia me ter, assim como eu não podia tê-lo.

Não agora.

Não enquanto o acordo com Evander ainda estava de pé.

Seu calor invade o meu corpo, devagar mas constante. Acalmando cada batida errada do meu coração assim como os milhares de pensamentos que fluíam na minha mente. Seu toque tinha esse poder… Podia me acalmar ao mesmo tempo que podia me queimar por dentro.

Por um momento eu desejei que estivéssemos sozinhos, assim eu poderia dizer que faria tudo para mantê-lo longe do chicote de Evander… Dizer que eu o amo…

Não… Eu não tinha tempo para isso.

— Juntos — Ele sussurrou, aproximando sua boca da minha orelha.

Meu corpo se arrepia todo e por alguns segundos eu esqueço que preciso respirar para sobreviver.

— Enfrentaremos isso juntos, querida — Seu hálito é quente e reconfortante.

Me viro para encará-lo, mas antes que o pudesse fazer o observo se afastando, caminhando com certa dificuldade para longe de mim. Podia sentir no ar o seu cheiro, madeira, pergaminho e whiskey. Tão denso e enebriante que parecia uma poção.

Eu me levantei em um impulso, queria segui-lo, precisava segui-lo.

— Não… — Sussurrei bem baixinho, encolhendo-me em meus próprios braços.

— Boa noite, meus companheiros! — A voz do rei Evander ecoa pela multidão, afastando de meus pensamentos e desejos.

Ele estava perto da grande fogueira, com Nicholas do seu lado direito e Dominic ao seu lado esquerdo. Seu filho mais novo estava com bochechas coradas e sem camisa. O suor descia pelo seu peito nu como uma serpente, me pergunto o que ele estava fazendo para ficar tão suado assim…

Por outro lado, Dominic estava ereto, rígido, com seus olhos vidrados em mim, como um lobo olhando para um cordeiro.

Seu olhar é tempestuoso e cansado ao mesmo tempo. Me lembro da noite que passamos juntos, ou melhor dizendo, as poucas horas que passamos juntos em seu navio. “Você vai me matar um dia, Kyanite”, foi o que ele disse quando me encontrou naquela praia, prestes a desmaiar. Dominic carregava meu lenço em seu cinto, uma lembrança minha sempre ao seu lado.

Não precisa falar” Ele sussurrou comigo aninhada em seu peito “O importante é que tenho você em meus braços”.

Naquele momento eu me senti devastadoramente segura. Meus tornozelos dilacerados não doíam mais, minha sede era pouca e a fome era mínima. Tudo tinha sido amenizado, a dor e o medo não existiam, não quando eu estava em seus braços…

Meu coração aperta ao vê-lo movimentar sutilmente seus lábios, porém nenhum som foi emitido.

“Seus olhos”

Arregalo os olhos e rapidamente fecho-os, abaixando a cabeça, não precisava dar mais motivos para o rei.

— Essa noite eu gostaria de agradecer a presença de todos vocês — Ele continuou erguendo uma caneca de cerveja — Como todos vocês sabem, Acqua finalmente se movimentou. Lançaram um explosivo em um dos nossos salões de baile durante uma festividade. Isso indica que eles estão prontos para atacar a qualquer momento.

Alguns homens comemoraram enquanto outros pigarrearam.

— Gostaria de avisá-los que recebemos uma mensagem de Ciana, um transmissor para ser mais sincero — Espere um segundo… — General Nox, faça as honras.

Um homem alto e de ombros largos se move, com uma esfera azul em suas mãos. Ele a atira no chão e ela faz um som mínimo de click. Dou um passo para trás quando vejo uma imagem se formar no ar… Era a minha mãe, com Draven a sua direita e Skander e Maren a sua esquerda.

Meu coração aperta com a saudade, eles são a minha família.

— Evander, sei que está com a minha filha — Ela falou, sua voz é determinada e nem um pouco paciente — Não só você tem espiões em meu país mas como eu também tenho meus meios em Elvenore.

Engulo em seco, caindo sentada em um banco qualquer. A expressão no rosto de Maren era assustadora, mas nada comparada ao que se passava no rosto do meu irmão. Seu cenho estava franzido e ele estava definitivamente pronto para atacar, assim como Skander. Os três vestidos de forma militar, mas cada um com uma cor e brasão diferente. Porém, minha mãe se vestia como o meu… Como o meu pai… Com roupas de tons neutros e um casaco de pele que a deixava assustadoramente dominante.

Há uma fina trança emoldurando o lado esquerdo do seu rosto. Resiliência era o significado, mas algo brilhava nas pontas da trança. Cintilava um prata opaco… O brasão do meu pai… O enfeite que Novak havia me dado quando parti com o rei Evander três anos atrás.

— Acredite em mim quando eu digo que terá a guerra que tanto deseja — Sibilou, havia fúria em sua voz — E eu espero que esteja preparado, pois será a última vez que você vai destruir a família Liadon! Guarde as minhas palavras, homem odioso.

E então a transmissão acaba, curta e concisa.

Evander queria guerra e será isso que ele terá.

— Homens, o que acham de acabarmos com os piratas de uma vez só?! — Ele gritou, levantando vitoriosamente sua caneca.

Uma onda de comoção ecoa pelo jardim, os soldados do rei estavam prontos para lutar.

Assim como eu estava.

Com um simples aceno de cabeça o rei ordena a banda a tocar, a melodia é alegre e festiva, mas tudo o que eu conseguia pensar era em minha família, em como eu poderia ajudá-los do lado de cá e em como eu manteria Dominic são e salvo.

Enfrentaremos isso juntos, querida”, foi que ele disse e eu rezava para todas as entidades que eu conhecia para que ele estivesse certo.

Aos poucos a música foi tomando conta de todos os presentes, que dançavam ao redor da fogueira, celebrando a guerra eminente. Mulheres e homens rodopiavam, movimentando-se quase como dançarinos, uma dança regional de Elvenore e que, apesar de eu adorar dançá-la eu não estava com ânimo.

A cólica me atinge de novo e me encolho na cadeira, minha presença ali é apenas figurativa, um troféu para Evander usar quando quisesse se vangloriar de seus feitos. Eu não podia permitir isso… Não pertencia a ele, mas…

— Aceita dançar comigo, donzela? — Um homem esticou sua mão para mim, afastando-me de meus devaneios.

— Eu… — Tento responder mas ele toma a minha mão sem mais nem menos.

O homem estranho me puxa para a dança me rodopiando no ritmo da música. Seus cabelos são castanhos, parecidos com os de Skander, brilhosos. Seus olhos, por outro lado, eram castanhos escuros, densos como a terra debaixo dos meus pés. Sua pele é escura como o tronco de árvore, mas macia… Eu reconhecia suas feições de algum lugar… O olhar altivo, feições finas, maxilar marcado e nariz determinado…

Tão familiar e ao mesmo tempo tão distante.

Usava uma trança central usando metade de seu cabelo e duas pequenas emoldurando seu rosto…

— Desculpe-me — Falei ao tropeçar em mim mesma.

A música acelerou, o ritmo quase febril e festivo, casais rodopiavam, algumas das moças levantaram as saias de seus vestidos para ajudar na dança. O homem segurava meu quadril com firmeza enquanto saltitávamos e rodopiávamos ao redor da grande fogueira. Me seguro em seus ombros rígidos para não cair.

— Eu… — Tentei, mas estava perdendo o fôlego.

— Viva a Rainha e a Princesa dos mares, Kyanite — Ele sussurrou em meu ouvido, seu hálito quente queimando o meu lóbulo com aquelas palavras proibidas.

Meu coração despencou até o estômago, o encaro, incrédula do que ele havia dito. Ele me roda com agilidade e destreza, colando minhas costas ao seu peitoral musculoso e nu. Engasgo com as palavras, lutando contra os meus pés para que permanecessem no ritmo… Eu estava ficando tonta.

— Acha mesmo que Draven deixaria sua irmã mais nova sozinha na Alta Corte — Sua voz me desmontava aos poucos, sua boca perigosamente presa na minha bochecha.

Finalmente voltamos ao normal, ele me soltou para que dançássemos essa parte sozinhos. Meus pés acompanham o ritmo e percebo que não era só eu que estava suando, ele também, o homem misteriosos com suas falas perigosas.

— Melhor sorrir, Kyanite — Ele sugeriu piscando e erguendo sua mão para mim novamente — Antes que o rei perceba que não está se divertindo.

— Quem é você? — Sussurrei quando meu corpo se chocou contra o dele, forcei um sorriso enquanto meu olhos vasculhavam o ambiente a procura do rei.

Evander estava conversando com um grupo de homens, distante de toda a dança. Sua caneca de cerveja ainda estava cheia e pelo jeito que ele franzia o cenho parecia levemente irritado… Espero que seja com seus homens e não comigo.

— Um anjo da guarda? — Ele piscou dramaticamente, forçando-me a fazer uma careta — Um amigo desse lado do mundo. Acredita em mim?

— Como poderia? — Instiguei, rodopiando em sua mão.

— Sou um espião de Ciana, mais especificamente do batalhão de Draven.

— Qualquer um poderia falar isso — Murmurei, fuzilando-o com o olhar.

— Acredite, Skander não era o único infiltrado na Alta Corte — Ele gargalhou baixinho — E até hoje não entendo o que se passou na cabeça de Ciana para permitir que Skander se infiltrasse na Corte Real — Ele sorriu batendo duas palmas e eu faço o mesmo logo em seguida — E não é só apenas eu e Skander. Somos vários. O suficiente para manter Ciana informada. Bem informada.

Voltamos a nos movimentar juntos, meu coração batia aceleradamente e percebi o quão fora de forma eu estava. A dança mal tinha começado e eu já estava cansada e suada.

A verdade era que Ciana devia ter homens em cada lugar de Elvenore, ela não seria burra de ter apenas Skander como espião. É claro que ela tinha vários. Recupero a postura e continuo, analisando cada pedaço daquele homem.

Em um gesto discreto ele prende sua trancinha atrás de sua orelha, mostrando uma orelha pontiaguda de um elfo…

— Você é… — Suspirei, sentindo suas mãos apoiarem as minhas costas.

— Sim — Sorriu mais uma vez, diabolicamente bonito — Agora confia em mim?

— Você não seria capaz de mentir sobre tudo isso — Murmurei afastando-me — Eu sei como é infernal tentar…

Ele me puxa para perto, mas dessa vez pelo quadril.

— Agora acredita em mim? — Ronronou perto do meu ouvido.

— General Aster! — Evander nos cumprimentou, interrompendo a dança e deixando o homem misterioso rígido.

— Majestade! — Ele sorriu, curvando-se elegantemente — Perdoe-me o suor, sabe como amo dançar, principalmente acompanhado de uma dama tão bonita.

Cerro o maxilar, segurando minhas duas mãos, desconfiada.

— Ah, não tem problema, Aster — O rei falou, apoiando sua mão em meu ombro e puxando para si — Está é a Kyanite!

— Oh, achei que fosse uma das rameiras — Percebo um nó se formar em sua garganta, ele estava mentindo do jeito élfico, distorcendo os fatos — Mas está claramente melhor vestida do que elas — Ele se curva perante mim, tomando minha mão e beijando-a — Perdoe a minha deselegância. Me chamo Callahan Aster.

Faço um simples e rápida reverência, olhando para Evander logo em seguida, ele parecia contente.

— É um prazer conhecer o senhor, General Aster — Falei, sentindo um leve aperto em meu ombro.

— Muito bem! — Evander continuou, acenando positivamente para mim — Entretenha o General Aster, Kyanite. Temos muito o que comemorar!

Ele se afastou de nós, deixando-me petrificada ao lado da muralha que era Callahan Aster.

— Não precisava me chamar de prostituta — Murmurei, sem tirar os meus olhos das costas de Evander.

— Foi a primeira coisa que pensei quando olhei para você — Ele apoiou suas mãos em seus quadris, alterando seu peso de um pé para o outro — Mas reconheceria o seu nariz e seus olhos em qualquer lugar. São muito parecidos com os de Ciana.

Meu coração ardeu de saudades, encaro o chão, estava preparada a fazer tudo para manter minha família a salvo e Dominic estava incluso nessa lista.

— Nos vamos acabar com ele, não é? — Suspirei, olhando para Callahan

— Ah, ôh se vamos — Sorriu maliciosamente, andando para o lado oposto de mim — Obrigada pela diversão, madame.

Assinto positivamente, encaminhando-me para o interior do castelo. Meu coração pulsava com a esperança de poder finalmente acabar com o reinado de Evander e agora ciente de um dos espiões de minha mãe, tudo parecia mais tangível, não era mais eu contra um rei…

Passo ao lado de Dominic, podia sentir seu calor sem nem tocá-lo e isso dava mais gás para o fogo que crescia dentro de mim.

— Juntos, Dominic — Eu sussurrei, tocando sua mão discretamente e depois me afastando.

A medida que meu salto tocava no chão o barulho isolava a música que tocava.

Eu estava pronta.

Evander teria sua guerra, mas mal ele sabia que começaria ela perdendo, estava acontecendo uma mudança e sua maré de sorte finalmente tinha chegado ao fim.

A revolução estava prestes a acontecer.

Mas antes que eu conseguisse adentrar o palácio sinto uma onda de calor cortar meu corpo ao meio, me impulsionando para longe. Um estrondo alto acompanhada e explosão, fazendo o chão e o ar em que eu flutuava tremer. Eu não estava no comando do meu próprio corpo e isso me enlouquecia.

Entretanto minha cabeça se choca nos pedregulhos do caminho com força, cegando-me e calando-me por completo. Em um último suspiro eu sinto um espasmo percorrer meu corpo e, logo após, tudo ficou escuro e frio, solitário.

Alguém me chama á distância, mas eu estava longe de mais para escutar direito.

Eu estava distante ou morta?

Era difícil dizer…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Elvenore: A Revolução Das Marés" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.