Ela estava à caminho de sua casa quando recebeu uma mensagem de seu marido "precisamos conversar, me liga" imediatamente seu coração gelou, não estava preparada pra falar com ele, tinha semanas que Gil não estava atendendo telefone muito menos mandando uma mensagem sequer para dizer que estava bem e agora quer conversar?.
Seu coração por várias tentou até quis responder mas sua razão era maior, então ela o fez esperar até ela estar relaxada, não queria que o estresse do dia de trabalho caísse sobre a conversa que teriam.

— Sara - a voz dele estava diferente parecia seria demais para uma conversa normal. — Como esta?
— Hey, estou bem e você? - deixou de lado o assunto sumiço e tratou como se nada tivesse acontecido.
— Bem, está com tempo? - sua voz ainda parecia tensa.
— Sim, estourou minhas extras. - sabia que não deveria passar tanto tempo no laboratório mas com seu marido longe apenas Hank lhe fazendo companhia acabava exagerando.
— Como sempre não muda nunca - riu da morena, ela era assim desde que conheceu. — podemos conversar?
— Sim, podemos o que aconteceu? - sentiu a respiração pesar.
— Bom é algo que exige tempo, realmente está desculpada agora?
— Sim, eu estou Gil. - novamente sentiu a respiração dele pesar na ligação. — O que tá acontecendo porque esse mistério todo?
— Sara, eu tomei uma decisão para nos ajudar, não quero mais sofrimento – do outro lado da linha o homem de já beirava meia idade estava inquieto.
— Do que você tá falando? Como assim Gil? Que decisão é essa?
— Daqui uns dias chegará um papel para você assinar, gostaria que o assinasse. - pausou por alguns minutos para recuperar o ar para responder a pergunta que viria
— Do que se trata esses papéis? - respondeu eufórica.
— Nosso divórcio.
Então o silêncio pairou, não houve uma sequer palavra uma sequer respiração.
— Sara, está aí? – perguntou preocupado
— Sim, estou – pausou e se segurou ao máximo para não chorar no telefone, como ele podia ser tão insensível.
— Espero que entenda eu fiz isso para te proteger . - sabia que não tinha nada haver com proteção, estava fugindo do caos, estava tirando de mim o amor da minha vida.
Ela então não falou mais nada apenas ouviu o que ele tinha pra dizer, à sua voz estava embaraçada demais para responder às perguntas que ele fazia, não queria demonstrar nada naquele momento, somente queria que acabasse.
— Você ainda está aí? - se preocupou mais uma porque não ouvia nada, devia ser fácil mas não foi, para ele deixar Sara era uma tarefa difícil mas necessária, ela precisava viver e com ele não tinha chances para isso.
— Si...sim estou. - gagejou mas não perdeu a postura precisava ficar bem.
— Espero que possa me perdoar por isso, é que pra seu bem, entenda!.
— Sim, entendo - respirou fundo antes de responder qualquer coisa — pode deixar que eu vou assinar.
Então desligaram mutuamente a chamada.

"It's not your fault I ruin everything"

Sara então gritou, chorou quis rasgar quebrar tudo estava ao redor, como ele pode fazer isso? Como pode colocar o bem dela como desculpa? Assim como casamento divórcios também deveriam ser em acordo, com ambos querendo não só um que se acha o último homem do universo, sua raiva estava tanta que não queria falar mais com ninguém, apenas arrancou todos os fios da tomada queria ficar sozinha, não pensou que ficariam preocupados ou se iriam até a casa dela só queria poder assimilar tudo que ouviu seu marido, que em breve seria ex.
Para Sara aquela decisão tinha sido a pior de todas, ela demorou anos para conseguir um jantar, anos para consegui que ele tirasse os olhos do microscópio, anos para ser a Sra Grissom apesar de não usar o sobrenome amava ser chamada assim, para agora após uma crise de meia idade aquele homem a deixar sem nem ter a coragem de olhar nos teus olhos.

— Idiota, você é uma idiota Sara, ao achar que ele ia saber que fazer com tudo isso, você é uma idiota em achar que ele te amou em algum momento.

O choro da morena invadia o quarto, ela estava tão esgotada a ponto de retirar os fios da tomada e rasgar cada foto deles que tinha por ali, algumas horas depois ela se encontrava deitada agarrada ao único vestígio que tinha de todo esse sonho, um cão boxer que possivelmente seria tirado dela pois o verdadeiro e único dono não iria mais voltar.


"It is not your fault I can't be what you need"

Do outro lado da linha alguém também estava arrasado, sabia que tinha machucado a única que pessoa que amou, a única pessoa que o ajudou com toda aquela bagunça de vida, podia sentir na voz de Sara a dor, não era intencional ele só queria que ela vivesse coisa que não estava fazendo a tempos desde que toda essa loucura de amor à distância começou.
A vida deles nunca foi um mar de rosas mas digamos que enquanto estiveram juntos era tudo que tinha de mais bonito.
Ele lembrou que antes de hoje outras duas vezes havia ensaiado enviar os papéis mais com um aperto no peito rasgou-os, mas percebeu que não dava mais sabia que amar a Sara era isso deixa -la partir mesmo que doesse, ela merecia alguém da idade dela com disposição para andar ao lado dela com as ideias, desejos e não de um velho que a qualquer momento poderia morrer.

— Honey, espero que me perdoe um dia por tudo, eu fiz isso por amor, eu não sou pra você.

Então ele abraçou a foto que tinha dos 3 (Hank, Sara e ele) era a única lembrança que carregaria consigo, a família que um dia ousou ter e que por medo perdeu.
Seus olhos azuis viraram mar em minutos ao pensar em cogitar Sara chorando ou até mesmo procurando outra pessoa.

— Perdão, meu amor! .

Ambos vencidos pelo choro, pela dor e pela falta que dali em diante fariam um para outro adormeceram, Sara gostaria que tudo isso fosse mentiras e Gil que tivesse alguma força pra lutar por todo esse amor.