Inesperado. (KageHina) escrita por Deby Costa


Capítulo 1
Primeiro encontro.


Notas iniciais do capítulo

*Mais uma one que estava perdida nos arquivos do meu PC. Recordo que a inspiração para escrevê-la surgiu de uma tirinha que vi no facebook, mas não lembro de nada além disso.
*Lembrando que a história não foi betada.

Espero que gostem.

Boa leitura.



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— Por que, você está chorando? – Kageyama aproximou-se do garotinho ruivo que debulhava-se em lágrimas encolhido aos pés de uma pequena árvore. Já  tinha visto-o circulando pelo parque algumas vezes, apesar de nunca terem trocado sequer uma palavra. Tobio  não gostava de interagir com as outras crianças, preferia ficar brincando com a bola de vôlei que seu avô havia lhe dado, há alguns meses. Contudo, ao ver o menino cabisbaixo, abraçando os próprios joelhos e com aquele ar todo tristonho, não conseguiu ignorá-lo. 

— O avião que meu pai me deu… – O garoto revelou o brinquedo que até aquele instante Kageyama ainda não tinha notado em seu colo –  'Tá quebrado. Nunca mais poderá voar. 

— Ah, entendi. – Kageyama colocou a mão no queixo. Sua expressão facial mostrou-se  pensativa –   Mas, na realidade... – Tomou o brinquedo da mão do garotinho e retirou a outra asa da aeronave – Isso não é um avião. 

 – O que você fez com meu avião?! – O menino arregalou os olhos frente aquela atitude agressiva e inesperada por parte do recém-chegado.  Ele não conseguia acreditar no que seus olhos tinham acabado de presenciar,  estava quase entrando em choque.O pavor era tamanho, que suas lágrimas secaram como por encanto.

— Já lhe disse, isso não é um avião! – Kageyama soou rude, embora não tenha sido essa a sua intenção. 

O garotinho fez um  biquinho aborrecido ao ouvi-lo, em seguida fungou audível  antes de contestar: 

— É sim! E agora você o destruiu, seu garoto malvado! – O chororô dava fortes indícios que logo recomeçaria.  

Kageyama respirou fundo e revirou os olhos. Estava ficando um pouco impaciente, precisava agir rápido, porém dessa vez tentaria agir de modo mais dócil.  Não queria mais ver o outro chorando, algo dentro de si não gostou nem um pouco de observá-lo assim.    

—Venha comigo.   – Tobio estendeu a destra na direção ao menino, que mesmo desconfiado segurou-a no ar – Vou te mostrar que eu não 'tô mentindo.  – Puxou o garotinho pela mão e levou-o até à margem do lago artificial que ficava bem próximo dali. Chegando à beirada, Kageyama soltou a mão dele e colocou o brinquedo na água, sem demoras concluiu: – Não é um avião. Veja!

 Afirmou convicto. 

O garotinho chorão encarou-o ainda em dúvida, mas seu olhar logo tornou-se um misto de descrença e curiosidade quando viu o brinquedo começando a boiar sobre a água.

Kageyama ergueu o canto dos lábios assim que notou a mudança de humor tornando-se óbvia no rosto do outro.  

 É um lindo navio e está prestes a zarpar rumo a novas aventuras. — Kageyama falou baixinho, como se contasse um segredo guardado a sete chaves  – Olha!  – Gesticulou com as mãos imitando o movimento das ondas do mar.

Diante do incentivo de Kageyama, o menino viu-se determinado. Pegou o console responsável por controlar o brinquedo e começou a manuseá-lo com ambas as mãos. Para sua surpresa o aviãozinho, ou melhor, o grande navio,  começou a navegar pela imensidão da lagoa azul. 

 – Uau! – exclamou abismado – É realmente um lindo navio?! 

O garoto gritou empolgado e seguiu correndo e pulando pelo gramado ao entorno da lagoa enquanto usava o controle remoto para controlar o brinquedo. Como se o avião, que agora deslizava majestoso pela água parada,  originalmente tivesse sido construído para aquilo... 

 Uma bela cena que transcorria sob o olhar atento de Kageyama. Que no alto de seus sete anos de idade, jamais havia escutado qualquer coisa sobre romances e afins, tampouco fazia ideia de que aquele encontro inesperado numa tarde ensolarada de domingo, seria o pontapé inicial para uma linda, longa e sólida história de amor. 


Cena extra: 

 

Tobio e o garotinho haviam passado horas divertindo-se à beira do lago artificial. Além do avião, que agora tornou-se um navio,  encontraram outras inúmeras formas divertidas para passar o tempo juntos. O garotinho de cabelos ruivos tinha uma energia invejável e um sorriso ensolarado, que iluminava e aquecia tudo ao redor.

Kageyama estava encantado.  Desejava continuar naquele parque para sempre, ao lado do outro garotinho. Que no momento estava estirado de braços e pernas abertos no meio do gramado, a respiração pesada externando todo o cansaço que sentia após horas ininterruptas de pura diversão, no entanto ao longe alguém gritou:

— Shouyou! Está na hora de irmos para casa. 

O garotinho, antes chorão, agora tinha um nome.  Kageyama pensou, ao vê-lo levantar-se rapidamente e calçar as sandálias que há pouco havia retirado dos pés. 

— Já vou, mãe! –  Shouyou respondeu, depois pegou o console e o barquinho que estavam no chão e imediatamente foi ao encontro da mulher. 

O coração de Kageyama apertou ao vê-lo partir sem nem mesmo olhar para trás, mas no meio do caminho ele pareceu lembrar-se de algo importante e retornou.

— Amanhã eu volto pra gente brincar mais, menino malvado! –  Sorriu largo, e  após ficar nas pontas dos pés deixou um beijo demorado em sua bochecha. Por fim, despediu-se:  – Tchau!

Por instinto Tobio tocou a bochecha ainda quentinha.  Agora, quem estava em estado de choque era ele. Paralisado feito uma estátua de mármore à margem do lago…

E permaneceu assim até que Miwa, sua irmã mais velha, veio buscá-lo minutos depois.




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Notas finais do capítulo

É isso. Espero que tenham gostado.

Obrigada por ler



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