I Think It’s Going to Rain Today escrita por violet hood


Capítulo 1
U: and I think it's going to rain today


Notas iniciais do capítulo

Olá! Cheguei com mais uma fanfic para o Fevereiro Drastoria, e agora a minha última!!
Escrevi essa one-shot no final de dezembro (ou começo de janeiro, não lembro mais), e foi a primeira fez que me inscrevi para um projeto com a fanfic já pronta, e espero fazer isso em outros também
A fanfic se passa no canon, e eu raramente escrevo no canon. Fico super insegura, porque não acho explicação para tudo no Harry Potter Wiki, então desculpem se tiver algo errado :((
Obrigada luísa por betar (e não me matar pelo título gigante na capa ♥)
Por último, essa fanfic nasceu por causa de uma cena do dorama 18 Again que me fez chorar muito (choro de felicidade prometo)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799601/chapter/1

Fazia dois anos que Draco Malfoy era um aprendiz de medibruxo, quando Astoria Greengrass entrou no St. Mungus com o braço quebrado.

Como era aprendiz há algum tempo, Draco podia atender sozinho pacientes que sofriam lesões menores, ou doenças que não eram graves. Normalmente não tinha muitos pacientes. Ele entendia que poucos iriam aceitar serem tratados por um Malfoy, mas esperava, ou melhor, torcia para que quando finalmente fosse um medibruxo oficial aquela situação melhorasse.

Já estava perto do seu horário de almoço, e Draco não tinha perspectiva nenhuma de receber outro paciente. Porém, quando estava tirando a sua capa verde-limão de medibruxo, uma enfermeira bateu na porta anunciando a chegada de um paciente.

Astoria Greengrass entrou antes mesmo que ele pudesse raciocinar o que estava acontecendo. Ele não a via desde Hogwarts, e mesmo nessa época mal se falavam. Astoria sempre foi a irmã mais nova de Daphne, que tinha ido para Corvinal ao invés da Sonserina, que usava roupas trouxas exageradamente coloridas quando eles iam para Hogsmeade, e que sempre estava rodeada de amigos. Draco costumava a pensar como as irmãs Greengrass eram completamente opostas, mas só naquele momento percebeu o quando Astoria era diferente dele. Tão diferente que nem parecia ter pertencido ao mesmo mundo de bruxos puro-sangue que ele pertenceu.

E a vendo dois anos depois, Draco tinha certeza de que ela não havia mudado nenhum pouco. Astoria segurava o braço direito machucado e ao mesmo tempo equilibrando um pequeno guarda-chuva preto, usava também uma calça rosa de moletom junto com uma blusa velha preta. Ele tinha certeza de que aqueles eram os seus pijamas.

— Draco. — Ela sorriu carinhosamente quando o viu do outro lado da mesa. Ele não esperava que ela sorrisse, imaginou que ela fosse querer manter distância de tudo que lembrasse sua família depois da guerra. E não que fosse sorrir como se fossem velhos amigos. — Não sabia que tinha virado medibruxo.

— Ainda sou aprendiz — disse, sentindo a necessidade de se explicar. Ele não era bom o bastante para ser um medibruxo, ainda.

Astoria continuou sorrindo e ele indicou que ela se sentasse na cadeira para poder examiná-la. Contou que havia caído feio do chão depois de tropeçar nas caixas de mudança do seu apartamento novo. Draco não havia perguntado, mas Astoria contou mesmo assim.

Contou, também, que tinha uma galeria, e vendia muitos quadros, e que não falava mais com Daphne, ou com os pais. Draco também não falava mais com os pais, ou evitava ao máximo eles, mas não contou isso para Astoria. Apenas tratou o braço com uma poção, enquanto ouvia a mulher resmungar da dor.

— Você deveria aparatar — disse Draco ao termina o tratamento, enquanto Astoria se levantava contente, movimentando o braço de um lado para o outro. — Está chovendo bastante lá fora.

Astoria levantou o guarda-chuva com o braço curado.

— Prefiro caminhar — respondeu, despedindo-se dele e saindo do consultório.

Draco olhou para a janela, vendo a chuva cair forte do lado de fora. Que tipo de bruxo iria preferir caminhar na chuva ao invés de aparatar?

Não soube o que passou pela cabeça dele, mas no segundo seguinte estava jogando a capa na cadeira e saindo correndo pelos corredores do hospital. Quando encontrou Astoria ela já estava abrindo o guarda-chuva na porta de entrada.

Rapidamente, Draco segurou o guarda-chuva, colocando a mão um pouco acima da parte que Astoria segurava com sua mão direita.

— Eu vou te levar para casa — ele anunciou enquanto ela o encarava, confusa. — Sei que já tomou a poção, mas não deveria fazer força com esse braço por um tempo.

— Posso usar o esquerdo — retrucou Astoria, ainda confusa com a reação exagerada de Draco.

Ele pigarreou. Não havia pensando naquela opção, não entendia o sentimento que havia tomado conta dele, mas não queria desistir.

— Mesmo assim, está chovendo muito — disse. — Estou no horário de almoço, vou te levar para casa.

Astoria parecia querer dizer algo, porém Draco aproveitou a distração para pegar o guarda-chuva da mão dela. Ele levantou o braço e deu um passo para frente, ficando totalmente na chuva.

Ela soltou uma risada leve, antes de se juntar a Draco debaixo do guarda-chuva.

Eles se afastaram do hospital, Astoria disse que morava perto, em um apartamento simples em cima de uma padaria. Draco nunca imaginaria alguém como Astoria morando em cima de uma padaria, por mais que ela fosse diferente da família, o seu rosto era de uma Greengrass e qualquer um poderia ver que ela pertencia a uma grande mansão e a festas com vestidos exageradamente caros.

Draco deixou que ela falasse, ele não tinha nada para falar e não era nem um pouco desagradável ouvi-la tagarelar sobre seus vizinhos e seu trabalho. Sem perceber, ele aproximou o guarda-chuva dela, fazendo com que Astoria ficasse totalmente coberta, enquanto os ombros dele pegavam um pouco de chuva. Não notou o que havia feito, até ela chamar sua atenção.

— Você está se molhando — ela falou apontando para o outro ombro dele.

— Não tem problema, depois eu vou secar— disse Draco, porque sabia que se chegasse o guarda-chuva um pouco para o lado, Astoria já não estaria mais totalmente protegida da chuva. Porém, ele não diria aquilo em voz alta. — Não tem problema, mesmo.

Astoria revirou os olhos, com a teimosia dele. Mas logo voltou seu olhar para frente, Draco a viu enquanto observava as outras pessoas caminharem na chuva.

— Eu gosto da chuva — disse sonhadora. Ele seguiu o olhar dela vendo um pai segurar um guarda-chuva para a filha adolescente, muito parecido com o jeito que Draco segurava para Astoria, com um dos ombros completamente encharcado. — Em dias como esse você consegue ver o amor de verdade, na maneira como as pessoas dividem um guarda-chuva. Não dá para esconder os seus sentimentos em um dia chuvoso.

Draco voltou seu olhar para Astoria, observando enquanto os cantos dos lábios dela formavam um pequeno sorriso. Contudo, no minuto seguinte, ela arregalou os olhos e parou abruptamente. Como Draco já estava prestando atenção nela, conseguiu parar na mesma hora.

Ele tomou um susto quando ela o encarou, como se tivesse sido pego olhando. Não sabia muito bem o que falar, ou como reagir quando viu que as bochechas de Astoria haviam corado.

Para sua sorte, ela foi a primeira a falar:

— Não quis dizer que você gosta de mim! — exclamou rapidamente. — Só estava falando o que acho da chuva.

Draco ficou confuso, até entender que ela se referia a sua fala anterior. Estava tão distraído observando a expressão no rosto dela, que não tinha raciocinado muito bem o que ela havia dito.

Olhou rapidamente para seu ombro molhado e depois voltou seu olhar para a mulher do seu lado.

— Está tudo bem, eu entendi — assegurou, não querendo que ela se sentisse constrangida. — Eu também gosto de chuva.

Astoria sorriu contente com a resposta dele, e os dois voltaram a andar.

Porém, o que Draco não a disse era que ele gostava de chuva por um motivo diferente do dela. Não via chuva como algo amável e romântico, muito pelo contrário. Em dias chuvosos ele sentia uma dor maior em seu pulso, a lembrança constante da marca que ficaria para sempre ali. Os dias chuvosos eram como constantes lembretes de que Draco não merecia ser feliz, que seu passado o perseguiria para o resto da vida. Ele gostava da chuva, porque era a chuva que o despertava de todos os seus sonhos impossíveis de ser visto como alguém normal.

É claro que nunca falaria aquilo para Astoria, ela não merecia ouvir suas palavras, não quando os pensamentos dela eram tão mais puros e otimistas que o dele.

Quando finalmente chegaram na frente da padaria, Astoria pediu que ele ficasse com o guarda-chuva, para que pudesse voltar sem se molhar. Draco pensou em dizer que poderia simplesmente aparatar, mas por alguma razão não o fez. Segurou o guarda-chuva preto com força, enquanto via a mulher desaparecer por trás da porta.

Pensou que não veria mais Astoria depois disso. Até dois dias depois se lembrar do guarda-chuva no canto do seu consultório, e pensou em devolver.

Guarda-chuvas eram baratos e se Astoria estivasse realmente sentindo falta teria voltado no St. Mungus para buscar. Porém, mesmo que não quisesse admitir, aquela era a desculpa perfeita para encontrá-la mais uma vez. Achou que ela o acharia muito estranho se batesse na porta do apartamento dela para devolver o objeto. Mas, felizmente, Draco lembrava o endereço que ela havia dito ser da galeria.

Astoria ficou surpresa ao vê-lo, não imaginava que ele fosse ir até lá devolver um guarda-chuva, mas também ficou feliz em poder mostrar seus quadros. Draco não entedia muito de arte, porém gostava de ouvir Astoria falar, animadamente, sobre cada pintura que havia criado.

Draco e Astoria se encontram por muitos dias depois desse, semanas e meses de encontros se passaram. Ele sabia que não a merecia, não merecia sua companhia ou os seus sorrisos. Mas Draco ainda era muito egoísta, e não conseguia nem tentar se afastar de Astoria.

Quando ela o beijou pela primeira vez, Draco estava prestes a ir embora depois de ter passado para visitá-la na galeria. Chovia quando Astoria envolveu seu pescoço com os braços e o puxou para um beijo. Chovia quando ele a pediu em namoro, e ela aceitou. Chovia, também, quando eles transaram pela primeira vez, no apartamento minúsculo de Astoria, as roupas deles jogadas por todos os cantos.

E todos esses dias e noites chuvosas que Draco passava com Astoria, pela primeira vez, ele conseguia até mesmo esquecer que a marca em seu braço existia. Esquecer que era um Malfoy, que seu nome estava marcado para toda a eternidade. E, principalmente, esquecer que ele nunca iria merecer uma mulher como Astoria Greengrass.

Contudo, esses pensamentos voltavam para sua mente quando não estava com ela. E alguns dias eram sempre mais difíceis que outros.

Ser um medibruxo e ser um Malfoy às vezes pareciam coisas impossíveis de coexistir. Ainda mais quando metade dos pacientes exigia outro médico quando o viam. E por mais que ele tentasse fingir que não se importava, no fundo aquilo o magoava cada vez mais. E se via questionando se havia feito a escolha certa de carreira.

Estava chovendo naquele dia, e Draco estava parado em uma lateral deserta do St. Mungus, sentindo as gotas de chuva caírem por todo o seu corpo. Ele também sentia as lágrimas saírem dos seus olhos. Odiava chorar, mas a chuva podia servir como um disfarce para que ninguém mais conseguisse ver suas lágrimas.

Draco fechou os olhos, e sentiu a chuva parando de um segundo para o outro. Ainda conseguia ouvir o barulho das gotas caindo no fundo. Confuso, abriu os olhos dando de cara com olhos azuis que o encaravam preocupados.

Astoria Greengrass estava ali, segurando um guarda-chuva amarelo em cima dele, enquanto ela era encharcada pela chuva.

— Astoria! Você está se molhando! — exclamou Draco. Ele segurou o guarda-chuva para tentar colocá-lo em cima dela, mas os braços de Astoria o prendiam no lugar.

— Você está mais molhado do que eu — protestou, sendo teimosa como sempre.

Draco revirou os olhos.

Ele colocou o outro braço em volta da cintura dela, e a puxou para si. O súbito movimento fez com que Astoria soltasse o guarda-chuva, e Draco conseguiu segurá-lo, protegendo os dois da chuva.

— Por que está aqui fora? — perguntou ela, sem se desvencilhar do braço dele.

— Gosto da chuva — respondeu.

Astoria não acreditou.

— Draco, você estava chorando.

Ele quis rir, mas se controlou. É claro que Astoria saberia reconhecer quando ele chorava. Saberia diferenciar as gostas que eram da chuva das que eram de lágrimas.

Não tinha como mentir para ela, era impossível esconder seus sentimentos em um dia como aquele.

— É só um dia ruim no trabalho — explicou, e logo se viu contando para ela tudo que havia acontecido no seu dia, até dos pacientes que fugiam assim que ouviam o seu nome.

Astoria escutou cada detalhe com atenção. E quando ele terminou de falar colocou as mãos em suas bochechas.

— Um dia as pessoas vão te reconhecer por ser o medibruxo talentoso que é, não só pelo seu passado — disse carinhosamente. — Eu sei disso, porque vejo todos os dias que estou com você. Vejo que você é muito mais do que o seu sobrenome e as escolhas que seus pais fizeram para você, e tenho certeza de que mais pessoas irão ver isso um dia.

Ele não tinha tanta certeza quanto ela. Nem ao menos tinha certeza se merecia ouvir aquelas palavras de Astoria, ou de ter a mulher que amava em seus braços.

Mas Draco aceitava as palavras, e os gestos doces. Tudo em Astoria Greengrass o reconfortava.

Anos se passaram e Draco se via cada vez mais entrelaçado com Astoria, sem saber se era possível viver sem ela. Toda vez que pensava em seu passado, não conseguia pensar em um momento que fosse tão feliz quanto era ao lado dela.

Então, não demorou muito para que eles se casassem.

Não queriam fazer uma festa, mas a mãe de Draco insistiu. Chamaram apenas os familiares, os amigos mais próximos de Astoria e três colegas de trabalho do St. Mungus, que eram gentis com Draco e amavam as pinturas de Astoria. Narcisa Malfoy fez questão de convidar os ex colegas de escola do filho — sem que ele soubesse, claro —, e só Blaise Zabini e Pansy Parkinson apareceram. Para a sorte de Draco, a ex namorada mal o dirigiu a palavra, deixando claro que estava ali apenas por educação.

Os pais de Astoria não apareceram. Apenas Daphne compareceu, não parecia muito feliz em ver a irmã mais nova se casando, mas pelo menos não disse nada que poderia magoá-la.

Se Astoria se importava com a falta dos pais, ela não demonstrou. O casamento foi mais calmo do que os dois esperavam e enquanto diziam seus votos, ao ar livre, começou uma leve chuva. Os convidados ficaram desconfortáveis, principalmente Narcisa Malfoy que tinha sido contra um casamento ao ar livre.

Porém, Astoria sorria enquanto dizia que o amava, e sorria enquanto o beijava na chuva. E para Draco, ela era a única pessoa que importava.

Ele gostava da vida de casado, nunca esperou que fosse gostar. Seus pais não estavam felizes no casamento desde que Draco se lembrava. Mas ele estava mais do que feliz em ser o marido de Astoria.

Eles se mudaram para uma casa de três quartos, que tinha espaço suficiente para Astoria montar um estúdio. E Draco podia andar livremente sem bater os dedos dos pés em quinas, diferente de como era no minúsculo apartamento em cima da padaria.

Ele também estava feliz em poder deixar a antiga mansão Malfoy para trás.

Astoria começou a dizer que aquela casa era perfeita para uma criança, tinha um quarto extra perfeito para ser o quarto de um bebê.

Entretanto, a ideia de ter filhos era assustadora para Draco. Ele sabia que Astoria seria uma mãe incrível, mas tinha medo de ser pai, medo que a sua criança o visse como um monstro, assim como metade do mundo bruxo.

E não conseguia imaginar como seria colocar alguém com o sobrenome Malfoy no mundo. Quando Astoria mudou seu sobrenome para Malfoy, ele quase a implorou para que não fizesse.

Era fácil para uma Greengrass ser livre do próprio sobrenome, Astoria era livre de uma maneira que Draco nunca poderia ser. E agora ele havia a prendido a mesma coisa que o prendia.

Mas no fim, Astoria venceu. Como sempre vencia.

Convenceu ele que ser pai poderia não ser algo tão ruim, que juntos os dois poderiam ser bons pais para aquele bebê.

Enquanto via a esposa grávida, Draco se questionou várias vezes se o que estava fazendo era certo, ou se era tarde demais para voltar atrás. Mas todos esses questionamentos sumiram da sua cabeça quando Scorpius nasceu. E é claro, chovia muito naquele dia.

Scorpius Hyperion Malfoy era o primeiro e único filho do casal.

E na primeira vez que Draco o viu soube que faria tudo para que seu filho tivesse uma vida melhor que a dele.

Scorpius era a cara de Draco, mas tinha muito da personalidade de Astoria: o amor pelas artes, falava demais quando gostava de algo, e sempre tinha a última palavra.

Gostava de pensar que a personalidade de Scorpius era o oposto da dele, mas Astoria dizia o contrário. Ela ressaltava como os dois eram orgulhosos e teimosos. Draco protestava que ela era muito mais teimosa que ele, e aquela discussão não tinha fim.

Quando Scorpius cresceu um pouco mais, Draco e Astoria decidiram que precisavam colocar ele no jardim de infância. Draco teve tutores desde pequeno, até completar onze anos e ir para Hogwarts, mas não queria que Scorpius tivesse uma infância solitária como a dele. Porém, também não queria o colocar em um lugar que fosse reconhecido pelo seu sobrenome.

Decidiram, por fim, matricular o filho em um jardim de infância trouxa. Os pais de Draco foram totalmente contra, mas ele queria que Scorpius fosse feliz. E preferia poder adiar o inevitável até que Scorpius estivesse na idade de ir para Hogwarts, afinal temia como os outros alunos iriam tratá-lo.

E para a felicidade dos dois, Scorpius fez diversos amigos trouxas e sempre tinha boas histórias para contar sobre amigos e professores.

Astoria sempre buscava Scorpius, ela tinha mais tempo livre que Draco, já que não era mais um aprendiz e andava muito ocupado no hospital. Porém, pela primeira vez ele teria a chance de buscar o filho, e estava mais animado do que nunca para ver a reação de Scorpius.

Chovia no dia, e Draco segurava um guarda-chuva vermelho enquanto esperava. Nunca imaginou que com quase 30 anos ficaria tão alegre ao ver uma criança correndo em sua direção com os braços abertos.

Fizeram o caminho até a casa a pé. Draco colocou o guarda-chuva na altura de Scorpius, cobrindo o filho totalmente, mas o deixando na chuva.

— Você vai pegar um resfriado se se molhar — disse Draco, enquanto o filho falava sobre a aula de artes.

Ele não se importava com a chuva, estava distraído demais ouvindo Scorpius contar sobre o seu dia para ligar para algumas gotas caindo nele.

O tempo passou rápido e Scorpius cresceu cada vez mais. Sofreu com os alunos de Hogwarts, mas logo fez amizade com ninguém mais ninguém menos que o filho do meio do próprio Harry Potter. A amizade com Albus Severus Potter fez com que os outros alunos implicassem cada vez menos com Scorpius.

E a vida de casado nem sempre era fácil, ainda mais quando estavam criando um filho juntos. Draco e Astoria tinham algumas discussões, mas sempre conseguiam resolver seus problemas conversando, e sendo sinceros um com o outro.

Nem por um dia Draco se arrependeu de ter se apaixonado por ela. Ainda achava Astoria boa demais para ele, mas já estava preso demais ao seu próprio egoísmo para conseguir de distanciar dela. Queria envelhecer ao lado de Astoria, e ver Scorpius crescer.

Era uma sexta-feira quando Scorpius decidiu finalmente levar a namorada para jantar na casa dos pais. Ele e Rose Weasley se conheciam desde os onze anos, mas só começaram a namorar oficialmente um ano depois de se formarem em Hogwarts. Draco achava uma grande ironia do destino que o melhor amigo de seu filho fosse um Potter e a namorado uma Weasley.

Astoria estava animada em finalmente conhecer a namorada de Scorpius. E chovia naquele dia, sinal que com o tempo, Draco havia aprendido a interpretar como algo bom.

Eles terminavam de arrumar a mesa quando Scorpius e Rose entraram pela porta. O filho fechou um guarda-chuva preto e o colocou perto de entrada.

Enquanto cumprimentava o filho e a nora, Draco não conseguiu deixar de notar que um dos ombros de Scorpius estava molhado. Ele explicou dizendo que os dois resolveram caminhar, porque estava chovendo.

Mas Draco via mais naquele ombro molhado do que uma simples caminhada na chuva. Ele conseguia ver como Scorpius gostava de Rose.

Conseguia ver todo o ato de amor em uma simples caminhada na chuva. Porque foi assim que Draco se apaixonou por Astoria.

Em um dia chuvoso como aquele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que essa one tenha deixado vocês felizes ♥
Mais uma vez agradecendo as meninas do Fevereiro Drastoria por esse projeto que amei participar! Se tiver em 2022 vou participar de novo ;)
Beijos, Violet