Amy Sandoval e o passado que retorna - TDA escrita por Mrs Belly


Capítulo 10
Capitulo 10




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— Eu estou indo praí! - ele respondeu com os olhos cheios de medo - não vamos deixar que Victoria perca essa criança mas para isso eu vou precisar muito da sua ajuda amigo, porque não sei se vou ter forças para lidar com toda essa situação sozinho.

— Você sabe que pode contar comigo sempre que precisar, não é Heriberto? Agora venha o mais depressa possível porque temos muito a fazer e a pedir a Deus também.

— Tá certo.

Heriberto guardou o celular no bolso da camisa, respirou pesado para recuperar o ar que lhe faltava e seguiu de taxi o caminho até o hospital.

Enquanto isso Victoria tinha dormindo um pouco e se sentia melhor com os remédios que o doutor deu a ela, acordou meio sem saber onde estava e se aquilo tudo que estava vivendo nas ultimas horas fora mais um pesadelo em sua vida, depois que ela se separou de Heriberto a sua vida voltou ao normal porque a mãe dele a deixou em paz por algum tempo até que Heriberto retornou a sua vida carregando consigo todo o passado que viveram um dia e agora Bernarda de Iturbide está morta, mas mesmo assim ainda é como se estivesse por perto, assim foi como Victoria estava se sentindo.

Alguns minutos depois uma enfermeira entra no quarto para ver como ela está, Victoria estava obtendo uma melhora significativa, mas ainda tem a aparência abatida, ela pediu para ver Amy mas a mulher a informou de que só poderia sair dali com a autorização do médico que estava cuidando dela e mais uma vez o seu coração se entristeceu de saudade da sua menina, Victoria quis vê-la e sentir o cheirinho dos cabelos da filha, quis cuidar e ser a mãe dela como sempre houvera sido mas teria que esperar, até quando ela não sabe.

Mais para perto da hora do almoço, era o momento da primeira janela de visitas do dia e pela porta entrou a sua amiga Antonieta, João ficou em casa com a babá porque ela achou melhor não levar o filho aquele ambiente.

— Minha amiga, como você está? Eu vim correndo para o hospital assim que soube de tudo que aconteceu... não sei o que dizer numa hora dessas Victoria, porque eu não sei se teria a mesma força que você nessa situação, mas por favor acredita em mim, tudo vai ficar bem outra vez e você vai poder viver em paz com a nossa princesinha Amy. - Antonieta se sentou ao lado de Victoria na cama e a acolheu em um abraço apertado de amiga.

— Obrigada amiga, eu quero tanto crer nas suas palavras, mas parece que a cada segundo tudo fica ainda mais difícil. - chorou e a outra enxugou as lagrimas dela com os dedos - A minha filha está sofrendo agora porque eu dou mais importância a uma reunião da casa de modas do que a ela e me sinto tão mal por não ter chegado a tempo de evitar que a minha menina fosse levada por quem quer que seja que a tirou de mim!

— Não se culpe Victoria, por favor, e não pense que não está sendo uma boa mãe para Amy porque você sabe que é e sempre foi maravilhosa para ela! olha para mim... - pediu e Victoria o fez - vai dar tudo certo e Amy vai ficar bem. Você já pode estar com ela?

— Ainda não, não sei o que me impede se já tenho me sentido um pouco melhor por saber que ela está sendo cuidada pelo doutor Estevan.

— Não se preocupe tudo tem a sua hora e você vai poder ver a sua filha. - Antonieta sorriu para ela.

— Deus te ouça Antonieta...

— Mas agora me conta... e Heriberto, tem falado com ele diante disso tudo?

— É uma historia longa amiga que eu vou te contar tudo, mas para adiantar o seu lado o pior de tudo nessa historia é que eu estou grávida!

— Como é que é? Você está grávida e esse filho é do Heriberto? - se espantou.

— É claro que é dele Antonieta, de quem mais seria?

— Eu sei me desculpe, só não esperava.

— Imagine eu!

— Agora me diga como tudo isso se sucedeu? Quero te ajudar!

— Bom, você sabe que ele e eu estávamos com coisas mal resolvidas depois daquela nossa discussão aquele dia, mas a noite ele apareceu na porta do meu apartamento depois de me ligar da frente do meu prédio...

Victoria começou a contar para Antonieta tudo o que aconteceu com ela nas ultimas semanas e a loira a cada palavra que ouvia se espantava mais, porém queria muito ajudá-la de alguma forma. A amizade das duas não era tão longa assim, mas por outro lado era muito forte, podiam contar sempre uma com a outra.

Horas depois...

Heriberto havia chegado ao hospital e foi até o quarto de Victoria para vê-la, mas como ela estava dormindo não quis acordar, ficou ali ao lado dela por alguns instantes velando o seu sono e pensando o quanto amava aquela mulher, depois deu um beijinho suave nos lábios dela e foi para o quarto de Amy ver como ela estava.

Ao ver aquela cena da sua filha com aparelhos no corpinho todo marcado ele não aguentou e chorou ao lado do amigo e de demais colegas de profissão que estavam por ali no hospital, sentiu-se fraco, um zero a esquerda sem poder tomar as dores da filha e da mulher para si, ele pensava em se casar com Victoria e reconstruir a sua vida ao lado delas mas estava sendo tudo tão perturbador que o fazia ficar sem forças para continuar lutando por aquele amor. Ele continuou ali por perto acompanhando o estado de saúde das duas.

Um tempo depois Victoria recebia na cama o seu jantar que fora trazido a ela por uma das enfermeiras a pedido de Heriberto que há pouco passou novamente por seu quarto afim de vê-la. Ela comia o prato de sopa que não gostava muito mas precisava comer por causa do seu bebê quando a porta foi aberta e ela quando olhou para quem entrava, quase morreu de pavor.

— Não pode ser!! - Victoria gritou derrubando sobre seu corpo aquela sopa quente. Estava em panico com o que via em sua frente.

— Olá, Victorinha! como é bom te ver novamente! lembra de mim? - a pessoa sorriu se aproximando da cama.

— BERNARDA!!!!

— Sim minha querida como pode ver estou aqui! Não pareço viva? - ela se aproxima da cama de Victoria que se afasta um pouco e joga sobre ela o resto da sopa quente que sobrou na tigela.

— Ahhhh! - Victoria chora e tenta sair da cama, mas sente uma tontura e não consegue se levantar.

— Isso chore Victoria, todos estão ocupados e ninguém virá agora te ajudar, nem mesmo aquele meu filho ingrato! - ela passa a mão sobre o rosto de Victoria ela fecha os olhos em repulsa.

— Sabe de uma coisa, agora a pouco eu estive com aquela sua pirralha insuportável que você chama de filha. Na verdade peguei-a na escola para dar um passeio! Fala a verdade que professoras se distraem e deixam uma criança sumir assim? - gargalhou - só mesmo aquelas duas tontas e você deveria processá-las!

— O que fez com a minha filha sua desgraçada? Eu vou acabar com você! Não estava morta??

— Calma Victorinha não se exalte ou nunca mais sairá dessa cama de hospital e abaixe o tom para falar comigo! - Bernarda desferiu um tapa no rosto dela que só sabia chorar de medo pelo que Bernarda fez e ainda poderia fazer a sua pequena Amy, Victoria sabia que aquela mulher seria capaz de tudo para atacar. - fica quietinha aí ou eu acabo com você e com aquela garota!

— Bernarda, por favor, onde está o seu coração? Ela é sua neta, filha de Heriberto! - implorou com um olhar mais que desesperado, mas ela não teria nenhuma piedade, nunca teve.

— Sinto muito querida, mas nada disso me comove. Pelo contrário, me dá ainda mais raiva por vir de você! E vou te contar uma coisa viu, aquela pirralha não é nada parecida com meu filho, pode ser de qualquer um porque você é uma piranha!

— Cala a boca, desgraçada! - Bernarda estava indo longe demais.

— Quer apanhar mais, não está satisfeita? Grite mais uma vez e você e ela morrem hoje mesmo! Sabe muito bem do que sou capaz!

Victoria colocou as duas mãos sobre o rosto e se permitiu chorar ali, essa era a única coisa que podia fazer naquele momento e não pode acabar com aquela mulher que estava em sua frente. Ela se sentia destruída por dentro e por fora por não poder fazer nada para proteger a sua filha daquele ser monstruoso que é a mãe de Heriberto, incrível como duas pessoas podem ser tão diferentes como um anjo e um demônio, era isso que ela era.

— Vamos pare de chorar, esse era para ser um encontro feliz afinal faz um tempo que não nos vemos e posso te dizer que te ver assim me alegra bastante, melhor ainda se estivesse morta! Mas em breve você estará! - Bernarda ria de Victoria com um prazer diabólico e espantoso, só mesmo uma pessoa sem coração seria capaz de agir dessa forma.

— Por que quer tanto que eu morra Bernarda? O que de tão ruim eu fiz a você para merecer que queira se vingar? EU NÃO FIZ NADA! ME DEIXA EM PAZ! - gritou.

— NÃO QUERO TE DEIXAR EM PAZ VICTORIA! Quero que não tenha paz um minuto sequer da sua vida porque você destruiu a minha família tirando o meu filho de perto de mim, sua vagabunda! - bateu mais nela, um tapa em cada lado do rosto.

— Eu não tirei ninguém de você, Heriberto foi embora para viver comigo porque você nunca deu paz a ele também, você nunca amou o seu próprio filho!

— Quieta! Não quero que abra mais essa sua boca imunda para me dizer nada, agora você só escuta, porque eu vou te contar uma historinha bem divertida!

Victoria a olhou sentar-se ao seu lado na cama e se encolheu da maneira que conseguiu para evitar contato com ela, secou um pouco das suas lágrimas e ficou esperando pela próxima crueldade que Bernarda iria dizer que fez mas só pediu a Deus para que não tivesse a ver com a sua filha.

— Era uma vez uma rainha que queria que o filho dela se casasse com uma mulher boa, mas ele só tinha olhos para uma qualquer como você! - começou a falar e Victoria interrompeu.

— Será que você pode ser um pouco mais direta, Bernarda? Não tenho tempo para as suas "historinhas"...

— Cala a boca, eu disse para escutar, mas já que quer que eu seja direta, pois bem... lembra do dia em que você encontrou Heriberto na cama com Antonella?

— Antonella? - Victoria não entendeu.

— É o que eu disse está surda? Aquela mulher... continuando, eu pedi para ela ir até lá porque meu filho estava sozinho precisando de uma companhia enquanto você estava enfurnada naquela sua maldita casa de modas! Com ela sim eu sempre quis que Heriberto se casasse e tivesse filhos, Antonella era uma mulher rica e de classe, sabia se comportar à mesa e não era assim como você, uma pobretona que tentava ganhar alguma coisa na vida com aquelas roupas horríveis que você desenhava. Mas ele nunca quis saber dela e essa foi a minha carta na manga! Você burra como sempre, ainda foi embora e quando ele acordou eu disse que você tinha fugido com um cara desses favelados da laia em que vivia... depois eu resolvi aproveitar a minha vida longe daqui até que você voltou!!

— Como você pode ser tão sórdida, tão cruel assim? - Victoria não conseguia acreditar em tudo aquilo, mas era mesmo verdade como Heriberto disse, uma armação de Bernarda para separar os dois.

— Com o tempo você aprende, vai por mim. A vingança é doce querida!

— Por sua culpa eu quase perdi a minha filha, sua desgraçada! Eu estava grávida e iria contar a Heriberto quando tudo isso aconteceu, não sabe o inferno que a minha vida se tornou!

— Que bom saber - Bernarda sorria - e agora é o que a sua vida vai se tornar de novo! Não se atreva em abrir a boca para contar a quem quer que seja nem mesmo a Heriberto que eu estive aqui ou você já sabe bem que a sua filhinha não sairá viva e a próxima a morrer será você!

Victoria apenas a viu sair e não disse nada só chora. Depois de alguns minutos ela seca as lágrimas de seu rosto e toca o sininho que havia ao lado da cama para chamar a enfermeira que veio depressa.

— Precisa de alguma coisa Senhora Victoria? - a enfermeira pergunta.

— Sim, por favor, chame Heriberto.

— Nesse momento ele está em uma consulta mas assim que terminar eu o peço para vir até aqui, está bem?

— Tudo bem obrigada.

Um tempo depois...

Heriberto terminou a consulta o mais depressa que pode assim que a enfermeira o avisou que Victoria chamava por ele, saiu do consultório e passou no quarto da filha para vê-la e seu amigo Estevan cuidava dela, então em seguida ele foi até onde Victoria estava.

— Victoria? - ele viu que ela dormia e que havia alguma coisa sobre seu corpo, era liquido, ele sentou-se ao lado dela e tirou as cobertas molhadas de sopa imaginando que havia se distraído e derramado ali, fez carinho no rosto dela que acordou assustada.

— Ahh!! - gritou, mas ficou calma quando viu Heriberto.

— Calma meu amor, por que está tão assustada?

— Não é nada Heriberto, eu só tenho medo de que ela faça alguma coisa para nossa menina. - ele a envolveu em um abraço apertado.

— Ela quem? - ele a olhou.

— Ninguém, bobagem minha, só tive um pesadelo. Como Amy está?

— Eu acabei de passar no quarto dela e está melhorando, fique tranquila Vicky.

— Eu adoro quando você me chama de Vicky, me traz boas lembranças do nosso namoro... - ela sorriu fraco e Heriberto beijou sua testa. - Quando vou poder ver a nossa filha?

— Amanhã cedo te levo até ela, pode ser? Agora me conta, que liquido é esse nessas roupas?

— Eu que me distrai e derrubei a sopa, você sabe que sou um tanto atrapalhada - Victoria desconversou, não podia contar ainda sobre Bernarda e isso a deixava com ainda mais medo.

— Tome cuidado, pode se machucar - ele foi atencioso. - está tudo bem e vai ficar tudo bem, não se preocupe eu vou proteger vocês duas! - assim para acalmá-la, Heriberto a abraça mais e a beija na boca com todo carinho e amor prometendo nunca deixa-las sozinhas.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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