Presos Por Um Olhar escrita por Carol McGarrett


Capítulo 50
Duas Finlandesas e Um Californiano


Notas iniciais do capítulo

Chegando um pouquinho mais tarde, outro capítulo do tamanho do mundo para vocês.
Tenham uma ótima leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799284/chapter/50

Se um dia eu achei que era complicado me arrumar para ir à praia, eu estava enganada. Complicado era levar uma pré-adolescente à praia. E não era por conta da garota em si, Liv era até bem tranquila, demorou para se levantar, mas depois que realmente despertou, não deu trabalho.

Quem deu trabalho foi a mãe e o pai dela.

Não me perguntem como, não perguntem o porquê, mas Tanya e Ian me ligaram cedo – o conceito de fuso-horário não deve existir nos dicionários dos dois, e olha que meu irmão viaja o mundo! – e me perguntaram o itinerário do dia.

— Praia. – Respondi simplesmente.

— Vão ficar o dia todo na praia? – Tanya faltou pouco se descabelar.

— Claro que não! Até às 13:00 horas por aí, depois Dona Amelia quer conhecer Liv e vamos levá-la até a fazenda.

— E? – Esse era Ian.

— E o que, Ian? Pelo amor de Odin, seja claro, são 04:45 da MANHÃ!! Meu cérebro mal acordou! – Tive que xingar o meu irmão.

— E como você vai fazer com a minha filha na praia? Estamos falando de Liv, você e uma praia na Califórnia, Katerina.

Juro que não entendi o ponto que meu irmão estava querendo chegar, então tirei o telefone do bolso do roupão que eu usava e encarei a coisinha.

— Ian está perguntando o que você vai levar para a nossa filha, Kat. Você sabe, além do protetor solar...

Então era isso!

— Custava muito terem sido mais claros no começo? – Perguntei emburrada, tentando esfriar a minha xícara de chá. – E eu vou levar para ela, o que levo para mim.

— É isso que me preocupa, Kat. VOCÊ NÃO VAI À PRAIA!

— Ah! São Jorge! Pare com isso, Ian. Não é como se eu fosse deixar a sua filha torrar no sol e esquecê-la lá! Eu não tenho 15 anos e vou sair correndo atrás do primeiro surfista que aparecer e esquecer um bebê na areia! Além do mais, é bem provável que eu saia para correr com Liv pelo calçadão... eu não vou matar a filha de vocês de insolação!

Não sei o motivo, mas o silêncio do outro lado da linha me dizia que nenhum dos dois tinha acreditado na minha fala.

Olhei para o relógio na parede e comecei a contar os segundos, se passaram quase dois minutos inteiros que meu irmão abriu a boca.

— Você promete que minha filha volta inteira?

Mas que vontade que eu tive de desligar na cara dos dois.

— Não, Ian, eu vou vendê-la para o primeiro que passar, pegar o dinheiro, fugir e abrir um bar em alguma praia brasileira. O que você acha do meu plano? – Perguntei sarcasticamente.

— Tá azeda hoje, hein?

— São 5:00 da manhã de um sábado, Ian. Tive uma semana e tanto no trabalho, e você me acordou de MADRUGADA para duvidar da minha capacidade de cuidar da minha sobrinha e afilhada de 12 anos, com quem eu já fiz uma roadtrip de Helsinque à Milão e ela só tinha 10 anos!! Qualquer um ficaria possesso. – Retruquei.

— Nada de surf.

— Bem... Alex surfa. E ele cismou, sem motivo aparente, que quer me ensinar a surfar, minha prancha já está no deck do carro dele. Não me faça prometer algo que talvez eu não possa cumprir. Primeiro porque a sua filha vai querer tentar, e vocês sabem disso e, segundo, Alex vai querer ensiná-la. – A essa altura eu tinha desistido da cozinha e estava jogada no sofá da sala e tinha Loki como companhia muda, mas muito atenta.

— Que horas vocês vão sair? – Tanya voltou à conversa.

—  Programei o despertador dela para às 06:15, se tudo der certo, até às 07:30, estaremos lá. – Dei o itinerário.

— Pelo amor de Deus, Kat, toma conta da minha filha.

— Ian, para de drama! Sua filha estará inteira no final do dia. Mas se for para te deixar feliz, eu peço para ela te ligar assim que sairmos de lá.

— Quero que ela me ligue depois da praia e à noite.

— Desde quando você é do tipo de pai que controla a cria? – Tive que perguntar.

— Desde que a minha filha de 12 anos viajou sozinha para Los Angeles e vai para praia.

— Eu estou fazendo o que? Figuração?

— Não liga para o que ele falou, Kat. Ian está preocupadíssimo com Liv, com medo de que ela cisme de querer ir morar com você...

— Não seria de todo mal... preciso de uma ajudante no escritório. – Cutuquei e na mesma hora pude ouvir uma cadeira sendo arrastada e meu irmão soltar um belo palavrão em finlandês. – E se servir de ajuda, Elena também pode vir. – Continuei só para escutar o meu irmão mais velho praguejar ainda mais.

São minhas filhas. Elena fica onde está e Liv irá voltar comigo para a Londres! Se quiser uma ajudante mirim, tenha uma filha. Namorado você já tem.

E eu comecei a rir.

— Mas é ciumento que só vendo! – Falei. – Liv vai voltar, Ó Paizão Medroso! São só as férias de outono. E já está mais do que convidada para vir sempre que quiser, até mesmo passar às férias de verão.

— Conversamos sobre as férias de verão quando estas chegarem. Por enquanto eu só tenho que sobreviver mais nove dias.

— Ela não vai virar atriz, Ian, pode ficar tranquilo. E nem vai sair daqui com o contrato para ser modelo juvenil. Larga de ser exagerado e dramático! A única coisa que falta é você parar de ligar para ela, só porque é o seu jeito de demonstrar que não gostou da ideia de Liv vir passar o recesso aqui.

— Nove dias! – Ele repetiu. – E não fique muito feliz, Katerina. Um dia será você passando por isso!

— Um dia. Não hoje. Por enquanto eu vou rindo dos seus ataques!

— Só tome conta da minha filha, Kat. Como se ela fosse a sua filha. – Meu irmão repetiu.

— E não tomo desde sempre, Ian? Olivia vai ficar bem. Te garanto. E vou falar com ela para ligar para vocês assim que passarmos em casa antes de ir para a fazenda, só para te deixar mais tranquilo.

— Se ela não ligar, eu ligo.

— Não vou apostar contra você. Jamais.

— É bom mesmo. E um bom dia para vocês.

— Para vocês também, e deem um beijo no Tuomas e na Lena por mim.

— Daremos, Kat. Cuide da minha filha! – Tanya se despediu e a ligação foi encerrada.

Encarei a tela de bloqueio do aparelho e vi as horas. 05:30 da manhã.

Me joguei no sofá só para escutar Alex coçando a garganta para chamar a minha atenção.

— Quem era cedo assim?

— Seu cunhado. Preocupado com a filha. – Resumi a conversa de quase uma hora.

— E precisavam ter te acordado tão cedo?

— Irmãos não ligam para o fato de você estar dormindo ou não... eles simplesmente fazem o que querem. E você, está fora da cama tão cedo, por quê?

— Ficou fria! – Disse simplesmente.

— Mas é manhoso que só vendo. – Comentei e ele se jogou ao meu lado, roubando um pedaço do cobertor.

— Então o seu irmão está preocupado com a Liv?

— Na verdade, ele está apavorado e com medo de que ela peça para se mudar para cá. Coisas do Ian, não se preocupe. Semana que vem passa.

— Primeira viagem dela para fora do país?

— Esse é o problema, não é! Mas creio que a preocupação dele é porque agora estão em continentes diferentes. Liv nunca saiu da Europa sem os pais ou um dos pais.

— Até eu ficaria preocupado se minha filha de 12 anos fizesse isso. – Alex comentou. – Ainda mais se ela viajasse até o destino completamente sozinha!

— Mas você deveria ter escutado, parecia que eu ia, simplesmente, deixar Liv sozinha no meio da praia para que ela fosse levada, sequestrada, abduzida ou qualquer coisa do gênero ou como se a menina não soubesse se cuidar ou como se eu fosse capaz de fazer isso!

— Creio que se você pudesse, colocaria uma cordinha em Liv para ela não ir muito longe!

— Exatamente. Apesar de ser completamente errado, porque ela não é um bichinho de estimação, mas eu faria isso!

— Vai ser divertido na praia hoje. Vai levar a câmera? Porque eu quero te ver dentro d’água.

— E Liv vai perder a oportunidade de tentar fotografar um possível tombo meu?

E meu noivo começou a rir.

— Não, ela não perderia. Até porque a família inteira está querendo ver esse tombo. Que eu acho que vai acontecer...

— É, tem isso também. – Revirei os olhos. E antes que eu falasse qualquer coisa, meu celular apitou e quando eu fui ver. – Mas isso é sério?!

Alex praticamente tomou o aparelho da minha mão, mas como a mensagem estava em finlandês, ele me devolveu e só levantou a sobrancelha, esperando pela tradução.

— Acabaram de me mandar uma lista de coisas que eu tenho que levar para a praia por conta da Liv. Estou surpresa que não pediram uma dupla de seguranças armados... quanto exagero!

Alex riu.

— E não é para rir. É para se desesperar. Ainda mais você! Pense bem, é nesse covil de malucos que você está se metendo. Ainda dá tempo de correr!

— Eu descrevo como preocupação. Só isso.

— Ian e Tanya vão adorar você quando souberem que está defendendo as atitudes deles. – Comentei e me levantei.

— Vai me abandonar de novo?

— Não, vou tratar jeito de arrumar tudo o que tem nessa lista e mandar uma foto da bolsa para Tanya, antes que um dos dois pegue um avião e venha levar Liv embora.

— Eles não fariam isso. – Ele comentou certeiro, também se levantando.

— Ah, eles fariam. Pelos filhos, sim. Eles fariam. Vou aproveitar e acordar Liv, já são quase 05:45 mesmo.

— Descontando na menina o que os pais dela fizeram com você, Kat? Que coisa feia!

— Adiantando o seu lado, se você quiser pegar boas ondas. Poderá me agradecer mais tarde. – Falei já no andar de cima.

Escutei a risada dele indo em direção à cozinha e, ainda um tanto brava pela quantidade que já tinha escutado tão cedo, abri a porta do quarto de Liv.

E ela dormia abraçada em Stark, com Thor deitado em cima de sua barriga. Como ela não sufocou com tanto peso era um mistério para mim.

— Hei, Liv. – Cutuquei a menina.

— Eu...

Hyvää huomenta! Se você quiser ir à praia, hora de acordar! – Falei o mais baixo que consegui, mas foi o suficiente para que ela desse um pulo e, ainda um tanto desorientada, começasse a correr pelo quarto!

— Ah!! Onde estão as minhas coisas?! – Ela murmurou rodando no meio do cômodo.

— Ali. – Apontei para o guarda-roupas.

— SIM! Claro! E a propósito, hyvää huomenta[1]! – Voltou para onde eu estava me deu um beijo. – Nem acredito que vou à praia em pleno outono! – Disse animada.

Comecei a arrumar a cama dela, e tive que tirar os dois cachorros do quarto. Com a minha parte pronta, tive que perguntar.

— Você vai ficar bem?

— Vou sim. Eu acho. Mas... o setä[2] vai surfar... e nós duas?

— Se você quiser correr antes de cair na água, é com você.

— Sim! Vai ser melhor. Será que a água vai estar fria? – Me perguntou depois de pegar a roupa de banho e uma de ginástica.

— Vai. Alex viu que a previsão é de água quase gelada.

— Não acredito que saí da Europa para mergulhar em mar gelado na Califórnia! Que sina! – Ela reclamou. – Pelo menos tem sol?

— Isso tem.

Essa informação pareceu animar Liv um pouco mais.

— Vou me arrumar, e arrumar uma bolsa com coisas que a sua mãe me mandou levar.

— Sério que meus pais já te ligaram?

— Às 4:45 da manhã.

Minha sobrinha fez uma careta.

— Se precisar de algo, estou no meu quarto.

A minha sorte é que na minha ida ao shopping para comprar meus biquínis, eu tinha comprado uma bolsa de praia, mesmo sabendo que Alex era adepto da mochila. Antes de jogar cada um dos produtos da lista dentro da bolsa, até mesmo band-aids minha cunhada tinha me mandado levar, coloquei item por item em cima da bancada do banheiro e tirei uma foto que imediatamente enviei para Tanya com a seguinte legenda.

Tem certeza de que não está faltando nada?

Depois guardei tudo, ajeitei a cama, e antes que eu pudesse me arrumar, Liv bateu na porta.

— Posso entrar, täti[3]?

— Pode.

E ela pisou no quarto um tanto receosa.

— Onde está o setä?

— Cozinha, se abastecendo de café.

— Ah... – Comentou e deu uma olhada em volta, parando no quadro que ficava na parede em cima da cabeceira. – Sua ideia ou dele? – Me perguntou.

— Dele. Alex meio que se apaixonou por esse quadro.

— Com certeza é uma das fotos mais bonitas que a senhora tirou. MAS, eu particularmente, prefiro as da Toscana.

— Sua alma velha! Só velhos gostam tanto assim da Toscana! – Brinquei com ela.

— Então somos duas velhas. Porque a senhora também ama aquele lugar.

Tive que rir.

— Eu sei. Lá tem um charme todo especial, não tem?

— Com certeza. – Liv respondeu e logo emendou para um assunto que não tinha muito a ver com o anterior. – E então, já tem uma coleção de biquínis que combinam com a sua coleção de bolsas de praia?

— Biquínis tenho muitos. Já bolsas de praia... às vezes é melhor uma mochila. – Comentei.

— Eu quero ver! – Escutei os pulinhos dela, enquanto me trocava.

— Ver o que?

— Sua coleção de biquínis, afinal, isso é novidade! A senhora tem coleção de bolsas, de livros, de sapatos, não de biquínis!

— Nem pensar. Você vai espalhar para todo mundo.

— Mesmo sem ver eu já vou espalhar mesmo! – Ela deu de ombros.

— Mudando de assunto, já passou o protetor?

— Não.

— Então passe. Não quero outro sermão de sua mãe!

 - Como minha mãe pode te dar sermão sendo que está a meio mundo de distância?

— Tanya ainda é a sua mãe, Liv. E não me pergunte sobre esse dom estranho que as mães têm.

— Onde está o protetor? – Perguntou.

— Dentro dessa bolsa. – Informei.

E minha sobrinha, muito folgada, pegou o protetor solar e invadiu o banheiro onde eu estava.

— Não sabe respeitar quando está ocupado não? – Chiei.

— A senhora já se trocou. Só está passando o protetor agora. Tem espaço para nós duas neste espelho. Além do mais, eu não alcanço minhas costas. – Apontou para o meio das costas, com o tubo do protetor.

E lá fui eu garantir que ela não pegasse o bronzeado “lagostão”.

Descemos juntas e assim que chegamos no alto da escada e Liv teve a visão da sala, começou a falar:

— Nossa! Eu sabia que essa sala deveria ser linda com a luz do dia... mas não sabia que era tanto! E olha essa parede! – Desceu correndo e começou a andar pelo cômodo.

Stark, feliz por ter alguém muito agitado dentro de casa, acompanhava cada passo de minha sobrinha, latindo cada vez que ela exclama algo, só para chamar atenção.

Alex, que já estava fazendo o café, apareceu na porta da cozinha para ver o que estava acontecendo.

Hyvää huomenta, setä[4]!  – Olivia falou assim que o viu.

— Bom dia para você também, Olivia. Deu para descansar?

— Com certeza, mesmo tendo a britadeira do Thor na minha orelha, né, Estabanado? - Ela deu um tapinha na cabeça do Branquelo.

— As duas já estão prontas? – Ele perguntou quando passei por ele para terminar o café.

— Sim, estamos. – Olivia respondeu por mim. – Só morrendo de fome.

Acabei de fazer o café e comemos em silêncio, e eu tinha a estranha sensação de que essa seria única vez em que minha sobrinha ficaria calada no dia de hoje. Porém a calma foi interrompida pelo apitar insistente do celular de Alex.

Ele tirou o aparelho do bolso da bermuda e encarou a tela, fazendo uma expressão estranha.

— Que cara é essa? – Perguntei ao parar atrás dele e mirar a tela.

— As melhores ondas estão ao norte de Los Angeles hoje... – Ele comentou. – Mais ou menos no meio do caminho entre nossa casa e a fazenda.

E eu logo entendi o que ele queria dizer.

— Se vamos passar a noite lá, temos que levar o trio. Não podem ficar sozinhos por quase quarenta e oito horas. – Falei. – Como quer fazer? Eu te deixo na praia e levo os três mais uma bolsa direto para lá ou você vai querer fazer a viagem de volta até aqui para pegá-los?

— Vamos ter que voltar aqui. Inviável andar com as pranchas no deck até a fazenda. Além do mais, vamos dizer que a Dona Amelia não vai gostar de nos ver cheios de areia zanzando pela casa.

— Se você está falando, acredito em você. Então vamos arrumar tudo aqui para sairmos logo!

Com os três trabalhando, rapidamente arrumamos a cozinha, as coisas que precisaríamos para a parte da manhã e já deixando pronto o que levaríamos para a fazenda, afinal, minha sogra já tinha mandado mensagem que era para todo mundo ir pra lá, e pelo visto, até Will e Pepper iriam também.

Menos de trinta minutos depois, colocamos tudo no carro e partimos para a praia, com uma garota pra lá de animada falando no banco de trás, já que mal entramos no carro, ela começou a tagarelar sem parar, olhando pelas janelas do carro, observando os lugares que Alex indicava. Ele até fez questão de passar por uma das ruas mais famosas de Los Angeles, a Hollywood Boulevard.

— Ai meu Deus!! Eu já vi essa avenida em um monte de filmes e séries!! Tô me sentindo o Will Smith em “Um Maluco No Pedaço” só que sem a câmera para tirar um monte de fotos! – Ela exclamou.

— Deveríamos ter um carro conversível para que ela possa ver melhor a paisagem.

— O Aston é conversível. – Comentei com ele e mais alto, soltei: - Eu diria que você está mais parecida com o Mr. Bean, de “Mr. Bean Mais Atrapalhado do que Nunca”!

Liv riu.

— E se eu começar a mostrar o dedo do meio para as pessoas? – Brincou.

— Finjo que não te conheço! – Falei.

— Não vou fazer isso, tio! – Comentou com Alex ao ver a cara que ele fazia. – É só brincadeira.

— Não acredite nela, Alex. Essa doida começou a cantar Ó Mio Bambino Caro, no meio da Piazza del Duomo de Milano uma vez.

— E ganhei um bom dinheiro. Deveria fazer isso mais vezes. Foi bom ganhar mais uma aposta em cima do Tuomas.

O Mio Bambino Caro? – Alex perguntou abismado.

— Eu chamei a tia, mas nessa ela me deixou na mão, ficou com medo de ter algum executivo importante por lá e ela perder algum cliente, porque achariam que ela tem alguns parafusos a menos. – Liv se explicou.

— Vocês duas cantam ópera? – Meu noivo estava mais abismado do que nunca.

— A tia nunca cantou para você?? Ela é a melhor cantora da família! Fez até uma cantiga de ninar para o Tuomas, que depois foi atualizada para mim e para a Elena...

Alex me olhou de lado e respondeu para Liv.

— Não, ela nunca cantou. Disse que só tinha feito aulas... mesmo que suas bisavós tenham mandado um piano para cá.

— Eita... acho que falei demais. Mas, sim, a tia canta e toca. Não só piano.

— Olivia... – Alertei e ela ficou calada.

— Agora continua a história. – Alex falou.

— Não tem mais nada. – Encerrei o assunto.

— Ah tem! – A garota disse se animando novamente.

— Olivia Alexandra Nieminen! – Me virei para trás.

— Mas o tio tá perguntando...

Hiljainen[5]!

— A Kat sabe dançar tango, cantar, toca piano e mais o que? – Alex se intrometeu. – E se ninguém me responder, eu vou começar a chutar um monte de instrumento até alguém me falar.

— Olha o que você começou! – Sibilei para a sorridente garota.

— Tia, se não fosse eu, seria a Tia Vic, ou a Mel ou muito pior... imagina o escândalo que a tia Pietra iria fazer. – Olivia teve a cara de pau de falar.

— Finlandesas! Eu fiz uma pergunta! – Alex começou a balançar as mãos para chamar a nossa atenção.

— A tia sabe tocar violão, guitarra, violino e violoncelo! – Olivia soltou de uma vez e eu dei um tapa na perna dela.

— Tudo isso?!

— Fiquei muito tempo de molho quando era mais nova... não podia sair de casa, tinha que matar o tempo livre. – Justifiquei.

—  E todos esses instrumentos estão pegando poeira em Londres? – Alex olhou para mim.

— Eu catei o violão pra mim. Tuomas pegou a sua Gibson... o resto tá lá... porque ninguém sabe tocar o cello ou o violino.

— Quem deixou você pegar o meu violão?

— Ele tava lá, todo deprimido, no cantinho... achei que não faria mal.

— Meu violão estava deprimido?

— Sim. – Ela garantiu.

Alex ria da forma como Olivia se desculpava do furto.

— Quero de volta!

— Duvido que minha mãe vai querer carregar uma case de violão ainda mais com a Lena com a mão na tala...

— Eu vou em Londres, em dezembro. Eu pego de volta...

— Vai pegar a guitarra também?

— Com certeza. Tuomas tem a guitarra dele...

— Melhor falar tinha... ele se empolgou tocando a bendita sei lá onde... e bem... acabou quebrando o braço... viu a sua como uma saída gratuita, já que o pai e mãe falaram que não vão pagar o conserto ou uma nova, para que ele pare de ser exibido.

Meus sobrinhos só me davam prejuízo. Pelo amor de Odin!

— Mas pense bem, tia. Pelo menos o encordoamento não vai enferrujar por falta de uso... e ficar lá estragando o instrumento.

Alex só sabia rir da confusão que a nossa manhã tinha virado.

—-----------------------------  

Eu nunca tinha ido às praias que ficam ao norte de Los Angeles, para falar bem a verdade, tinha saído de Los Angeles somente para ir à San Diego e para a fazenda, e, tirando quando fomos para o sul, eu não pude curtir muito a paisagem. Agora, com Alex dirigindo, mesmo que acima do limite de velocidade, eu estava vendo o porquê tanta gente diz que a Pacific Coast Highway tem uma das mais belas paisagens. Em alguns pontos a vista do alto da estrada era de tirar o fôlego.

— A primeira que disser que a vista é a mais bonita do mundo, ganha um presente! – Alex brincou.

Levantei uma sobrancelha para ele, já Liv.

— Desculpa, setä. Ainda acho que a Toscana e a Riviera Francesa têm vistas mais bonitas... talvez, só talvez, ganhe da Riviera, mas dizer que aqui é a vista mais bonita, é exagero.

— KitKat? – Ele tentou.

— Como uma defensora do inverno, tenho que falar que a vista dos Alpes Suíços é a mais bonita. Apesar de que aqui também é muito bonito.

— Um dia você ainda vai mudar de opinião. – Alex garantiu.

— Você pode tentar que isso aconteça, mas acho difícil, setä. A tia é a única da família que ama o inverno. E o isoisä[6] já fez de tudo para que a täti trocasse o inverno pelo verão. – Liv falou.

—  Quem? – Alex perguntou. – Às vezes eu preciso de um tradutor aqui.

Isoisä. – Expliquei. – Avô. Meu pai já tentou fazer isso, tem vinte e nove anos que ele tenta.

— E não consegue! – Liv completou. – Tô achando que vai ser a täti quem vai mudar a sua cabeça, setä.

— Não. – Alex respondeu de uma só vez.

— Eu gostei disso. – Olhei para ele. – Gostei bastante. Vamos ver o que eu faço quando formos em Londres...

— Você não vai me fazer escolher. – Alex foi firme.

Comecei a rir do desespero dele.

— Você me disse que sabe que eu não sobrevivo ao frio! – Ele continuava nervoso. E a cada palavra e gesto que ele fazia, eu só sabia rir mais.

— Não ligue, Olivia. Essa criatura aqui é dramática e desesperada por natureza. Daqui a pouco o surto passa. Mas nem pense em falar que ele está sendo exagerado, pois ele vai negar até depois de morto. – Falei com minha sobrinha que só faltava começar a chorar de tanto rir.

Alex, que tinha que prestar atenção na estrada, me lançava de tempos em tempos, olhadas, tentando ver se eu estava no modo brincadeira ou no modo sério. E só foi ter a certeza do que eu falava quando chegamos ao destino e descemos do carro.

— Sobre a história do inverno... – Ele começou.

— Estou pensando seriamente em pedir transferência para o escritório de Helsinque e você vai ter que vir comigo. Não terá opção a não ser, ser um rato de... – Fingi pensar. – estações de esqui. – Brinquei com a cara dele.

— Kat...

— Você pode me assustar, pode quase me matar do coração, mas eu não posso te imaginar vivendo como um esquimó, cheio de roupa impermeável e bota e toquinha e luva?

— Isso é decretar a minha morte! – Ele choramingou.

— E eu não sei?! – Dei um tapa nele. – Como você viveria tendo que economizar na fotossíntese, Sua Criatura Que Vive do Sol e do Mar? Mas...

— Mas o que? – Ele perguntou tenso.

— Me prometa que pelo menos uma vez ao ano, nós vamos esquiar, não precisa ser na Europa, pode ser na América do Sul, mas eu preciso recarregar as baterias no meio da neve, nem que seja por duas semanas.

— Isso é fácil de prometer. – Me respondeu com um sorriso e me entregou a minha prancha. – E falando em promessas, creio que hoje vou poder cumprir a que fiz para a sua família...

E foi aqui que vi Olivia quase decolar de tão alto que ela pulava.

— ISSO! ISSO! SIM! Eu trouxe a minha GoPro pra filmar o tombo! – Ela procurou na bolsa e me mostrou a câmera. Setä, é só a gente colocar em você e teremos o melhor ângulo do tombo da täti!

Olhei de um para outro e me arrependi instantaneamente do momento em que aceitei a prancha.

— Por acaso o tombo vai ser agora?! – Minha sobrinha perguntou toda animada.

— Achei que você queria correr antes.

Ela olhou para Alex e depois para mim.

— Deixa a sua tia esquentar o corpo antes de encarar a água. Aliás Kat, bem que você poderia procurar um macacão de Neoprene para você... porque a água tá bem fria.

Fiz uma careta para a rebentação.

— É estritamente necessário que eu entre na água hoje?

— Mas é claro! Não viajei de Londres à Los Angeles à toa. Eu vim te ver levar um tombão da prancha ao vivo e a cores, täti. E gravar para a posteridade também.

Que grande sobrinha eu tinha... estava até tocada com a sinceridade dela.

— Então se prepare, vamos correr primeiro, se der tempo e se eu achar o tal do macacão, a gente pensa sobre o motivo da sua viagem. – Cortei o assunto.

O que não deu em nada, afinal, Alex garantiu a ela que teríamos tombo. Não sei quem era o pior traidor entre os dois.

E depois de me alongar e obrigar a minha sobrinha a fazer o mesmo, disparamos a correr, só para ouvir Alex gritar:

— Não vão tão longe assim, tem uma parte da praia que é bem deserta.

— Superprotetor, hein? – Comentei com Liv, estava feliz da vida em poder voltar a falar finlandês depois de mais de um mês só falando e ouvindo inglês.

— Vovô vai gostar de saber dessa parte.

— E ele não vai gostar do que?

— De todas aquelas tatuagens e do emprego dele. – Ela disse séria.

— Então nem comente que ele vai ter que deixar o cabelo crescer.

Liv deu um berro.

— Tia, melhor deixar o tio bem longe do vovô... ou você vai perder o seu noivo de uma maneira muito, mas muito sanguinolenta.

— Na guilhotina? – Entrei na brincadeira.

— Creio que vai ser na espada samurai mesmo. – Ela pegou o fez uma encenação do movimento de cortar uma cabeça com a espada.

— Eu tinha me esquecido que seu avô tem uma coleção de espadas samurais... – Murmurei.

— Está aí algo que não deveria ter esquecido! Aquelas coisas são realmente mortais.

— E como você sabe?

— Tuomas pegou uma, um dia desses. Claro que não testamos em nada vivo, mas a coisa cortou um enorme queijo suíço em dois, como se estivesse cortando manteiga. Foi assustador.

— Três coisas sobre isso: Que seu avô jamais descubra que vocês cortaram um queijo com uma das espadas dele; segundo: vocês não deveriam mexer naquilo; e terceiro: tiveram sorte de não terem decepado um dedo!

Olivia fez cara de culpada, não tinha como ela tentar se defender depois dos detalhes.

— Por favor, só não conte pro vovô.

— Eu não vou contar, Liv, mas, pelo amor que você tem aos seus pais, nunca mais faça isso. Aquelas espadas são perigosas, imagina se a Elena, toda estabanada do jeito que ela é, estivesse passando por perto? Pode imaginar o desastre?

— Nem me faça pensar nisso...

— Então já sabe. E se o Tuomas cismar novamente em fazer algo assim, me ligue na hora que eu vou ter uma conversa com ele.

Ela só balançou positivamente a cabeça. E depois de olhar em volta por um tempo, admirando a paisagem que era tão nova para mim quanto para ela, disse:

— O que eu posso esperar da fazenda? Algo como o Haras do bivô George?

— Não, bem diferente. O Vô só tem cavalos, além da pista de corrida e a área para a prática da equitação e treinamento. Na fazenda tem um pouco de tudo, e ouso dizer que é bem maior. Não sei quantos cavalos ao certo lá tem... mas tem uma pista de obstáculos, o cercado para domar os cavalos, tem uma carpintaria, a casa é imensa, com uma área de lazer ainda maior, tem uma área para motocross e o restante do terreno onde se pode cavalgar à vontade. É uma espécie de pedaço de calmaria há duas horas do caos e da bagunça. – Terminei de explicar.

— Tem motocross? Você jura? O tio pilota?

— Tem, apesar de que não fomos nessa área, porque quando eu passei um tempo lá, Alex estava se recuperando, mas tem.

— A senhora deveria ter me falado, eu tinha trazido o meu capacete e a minha roupa. Agora vou ficar só na vontade.

Dei uma gargalhada.

— Você até poderia ter trazido o seu equipamento, mas duvido que Dona Amelia e o Sr. Pierce deixariam você pilotar.

— Por que não deixariam? Eu piloto desde os quatro anos! – Me respondeu injuriada.

— E sabe dirigir desde os nove, mas tente entender, não é a prática aqui... comentei com Alex sobre você saber pilotar e ele ficou um tanto surpreso. E olha que ele é praticante de parkour, surfa ondas gigantes, luta sei lá o que, e ainda é dublê, fica se jogando em colchões e fosso de elevadores. Meus sogros não deixariam você pilotar jamais. Não até ter, talvez, uns 15 ou 16 anos.

Vi a careta que Liv fez.

— Tudo bem, não vou contra as ordens deles. Sou visita. Mas bem que a senhora poderia ir começando a tocar no assunto para eles irem se acostumando, né? Assim, quem sabe, da próxima vez, eu já não trago as minhas coisas, ou até mesmo deixo aqui de uma vez?

— Vou ver o que posso fazer, até porque, nem eu tenho nada por aqui.

— Uhm.... estou vendo que vamos às compras! – Ela se animou.

— Não sei quando ou que horas! À tarde vamos para a fazenda, só voltaremos amanhã à noite. Segunda eu trabalho até às 16:00 horas e tem um porém.

— Que porém?

— Vou comprar uma moto de motocross aqui para não ter o seu avô para mexer no motor comigo? Que graça tem andar nas motos originais de fábrica?

— Tá aí um ponto que eu não tinha pensado. Quem sabe, no Natal, né? Será que dá tempo?

— De comprar e modificar?

— Sim. Aí a senhora já traz para cá. A sua e a minha!

— Está pensando em voltar aqui quando?

— Queria nas férias de inverno. Mas o papai já está falando em viajar para a Tailândia ou Maldivas. Pensei nas férias de primavera.

— Vão dar quando?

— Primeira semana de abril, eu já olhei.

— Você não tem jeito...

— Mas, isso se a senhora deixar, né?

— Temos que conversar com o seu pai. – Comentei.

— Então eu posso vir?

— Não vejo nada que te impeça. Temos que ver mais para frente. Ainda falta muito tempo.

— Eu sei... mas a senhora me conhece... eu já estou criando expectativa.

— Nem um pouco ansiosa, essa minha sobrinha. – Dei um tapinha na cabeça dela. – Já quer voltar? Já corremos quase seis quilômetros nessa brincadeira. – Conferi a distância no aplicativo do relógio.

— Mas já isso tudo?

— Além de que estamos correndo muito rápido, a conversa distrai, se esqueceu?

Olivia deu uma diminuída de ritmo e olhou em volta.

— Acho que devemos voltar... isso aqui está bem deserto. Se tivéssemos trazido o Thor ou o Loki, poderíamos até continuar, mas só nós duas...

— Medrosa! – Brinquei com a cara dela.

— O tio avisou dessa parte da praia...

— Eu sei, vamos voltar. Aguenta um ritmo um pouco mais forte?

— Para deixar esse trecho para trás? Mas é claro!

Aumentamos em muito a velocidade, até que começamos a ver alguns surfistas na água. Ainda não era onde Alex estava, contudo, já era algo e minha sobrinha, já realmente cansada, pediu que déssemos uma aliviada.

— Eu juro... – Dizia aos arquejos. – Tinha muito tempo que eu não corria assim!!

— Diminua a passada e vá respirando fundo, daqui a pouco sua respiração volta ao normal. Quanto mais nervosa ficar, mais difícil fica.

E da corrida passamos para o trote e aos poucos Liv foi voltando ao normal.

— Dá próxima vez, vamos ouvir o tio. Eu realmente fiquei com medo daquele pedaço da praia. Não tinha absolutamente ninguém lá!

Revirei meus olhos.

— Se começar a chorar muito, eu volto a correr naquele ritmo.

E a garota, achando que poderia me vencer, deu um sprint.

— Coitada de você se acha que com isso vai me vencer de mim. – Gritei ao passar por ela.

E Olivia, sendo tão competitiva quanto eu, apenas deu outra acelerada nas passadas, com o claro intuito de me ultrapassar. E eu, cada vez que ela chegava mais perto, acelerava um pouco mais.

— Assim não dá! – Ela reclamou alto.

— Dê o seu melhor. Se é que ainda tem algo para tirar! – Provoquei.

— Você faz isso com o tio? Porque se fizer, deve perder.

— Geralmente dá empate. Eu sou mais rápida do que ele, mas ele tem passadas bem maiores. – Expliquei e, assim que vi o ponto onde o carro estava parado, desafiei minha sobrinha.

— Se você ganhar de mim, eu te compro uma moto de motocross novinha, você pode escolher modelo e cor. – Apontei para o carro.

— Até lá?

— Sim.

Olivia deu tudo o que tinha e o que não tinha, porém...

— É. Acho que alguém não vai ganhar uma moto nova, não! – Brinquei quando ela literalmente desabou no chão do meu lado, depois de se alongar.

— Isso. Foi. Injusto. – Disse depois de um tempo. – Suas pernas são maiores e seu preparo físico melhor que o meu!

Olhei para a dramática pré-adolescente.

— Para de chorar. Você aceitou o desafio porque quis!

— Olha o prêmio! Uma moto nova! – Ela jogou as mãos para o alto.

E foi quando ouvimos:

— Americano chegando, podem, por favor, apertar a tecla SAP do controle de vocês e mudarem o idioma para inglês?

Liv tentou rir da piada, só para dar uma crise de tosse.

— O que aconteceu? – Ele perguntou preocupado. Já eu estendia uma garrafa de água na direção dela.

— Falta de ritmo de corrida. Achou que podia ganhar de mim. – Expliquei e ela me soltou um olhar enviesado.

— Tem mais coisa?

— A tia me prometeu uma moto nova, caso eu ganhasse.

— E pelo visto não ganhou. – Alex terminou o raciocínio.

— Não. Ainda tenho que treinar muito mais se eu quiser ganhar da tia. Mas muito mesmo.

— Isso foi maldade, Kat. Deveria ter deixado a Liv ganhar.

— Claro que não. Quando ela ganhar vai ser por merecimento, não porque alguém deixou. – Me defendi. E resolvi trocar de assunto. – E como está o mar?

Só o tamanho do sorriso que ele abriu me disse tudo. Estava perfeito.

— Está complicado para te dar aulas... a maré está puxando e as ondas estão grandes.

— Sem contar a temperatura da água, não? Sua boca está roxa! – Comentei.

E Alex só deu de ombros.

— Esse é o menor dos problemas. Tinha muito tempo que eu não pegava um mar assim. – Disse com os olhos brilhando.

— Então volta para água e aproveita.

Ele encarou Olivia e a mim.

— A turma está toda aqui. Chegaram um pouco depois que vocês saíram voando. Perguntaram por você e eu meio que já espalhei a presença da Liv. Então já sabe...

Minha sobrinha arregalou os olhos, ela mal tinha conseguido voltar à cor normal e já tinha começado a ficar vermelha de vergonha.

— Deixa comigo. Eu apresento essa aqui. Mas antes, vou dar um pulo naquela lojinha lá. – Apontei para o que parecia ser uma loja especializada em artigos de surfe. – Você vem, Liv?

Minha sobrinha ficou de pé e veio para perto de mim.

— Aproveite as ondas. – Dei um beijo em Alex e ele voltou correndo para a água, carregando a prancha debaixo do braço.

 

[1] Bom dia!

[2] tio

[3] tia

[4] Bom dia, Tio!

[5] Quieta!

[6] Avô


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então é isso, essa família não é nem um pouco dramática, não?
Na madrugada de sábado para domingo tem mais.
Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo!
xoxo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Presos Por Um Olhar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.