Presos Por Um Olhar escrita por Carol McGarrett


Capítulo 108
Reunião


Notas iniciais do capítulo

E estamos aqui para mais uma atualização.
Peço perdão pelo pequeno hiato, está faltando tempo para me dedicar a esta história.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799284/chapter/108

A antessala de meu escritório estava lotada, toda a minha família estava lá, apesar de que eu não fazia ideia do motivo de todos terem aparecido aqui no prédio, sendo que poderiam ter feito a mesma coisa em casa.

— E aqui está ela! Será que pode juntar as suas coisas e ir para casa? Se nós nos demos folga, você pode se dar também. – Dizia Tanya.

— Bem...

— Ah, nem comece, KitKat! – Minha avó me interrompeu. – O mundo não vai acabar se você for mais cedo para casa.

Cocei a minha cabeça e, ainda com Elena no colo, olhei para Milena, que parecia mais perdida do que tudo, simplesmente fitando a reunião de família que estava acontecendo na frente de seus olhos.

— Katerina, você só tem uma reunião importante amanhã. Seu cliente da Europa, aquele do comercial... – E ela mordeu a língua e eu entendi o recado.

— Ah, sim. Que horas?

— Nove e meia da manhã.

— Esse eu não posso cancelar... e na sexta-feira?

— Você desmarcou tudo. – Milena falou e até levantou a agenda para mostrar para os demais, que não estavam acreditando muito nela.

— E o que isso significa? – Perguntou Elena que queria ler a agenda, mas não entendeu nada.

— Que eu ainda tenho que trabalhar amanhã pela manhã, mas depois estou livre para passar o tempo com você!

— E a gente vai na praia? Tem um monte de praia aqui!

— Não... não vamos na praia, Elena.

— Achei que eu ia te ver caindo da prancha de surfe, täti.

E não teve um que não segurou a risada.

— Vamos deixar para você me ver cair da prancha no verão, pode ser... eu não sou fã de água fria. – Tentei me esquivar de mais alguma pergunta espontânea que poderia me colocar em saia justa.

— Tá bom... eu acho, mas se viajamos esse tempo todo até aqui, o que vamos fazer?

— Ah... a Dona Amélia tem uma surpresa para você. Creio que vá gostar, mas você tem que se comportar muito bem até amanhã de tarde para poder ver e me deixar terminar de fazer uma coisinha no escritório.

E por que eu fui falar isso, senhor? Logo choveram reclamações de meus pais e avós.

— Mas eu tenho que terminar essa análise ainda hoje, ou eu perco um cliente e me mandam embora. – Dei uma de dramática. – Venham, tem espaço na minha sala e eu não vou demorar. – Dei passagem para todos e assim que eles entraram, virei-me para Amanda e Milena. – Primeiro, desculpe-me pela invasão, eu realmente não fazia ideia de que eles viriam e, segundo, estão liberadas.

Amanda, que não tem lá muito freio na língua, só soltou:

— Só assim para você sair daqui cedo, Chefa. E obrigada pela folga. – Disse e um pouco mais alto se despediu de todos que estavam na minha sala.

Já Milena, observou a agenda e a próxima semana.

— Vamos fazer o mesmo esquema que fazíamos enquanto você está em Londres?

— Sim. Qualquer coisa muito urgente, pode me mandar e me ligar que eu resolvo. Eles podem conseguir folga nos serviços, mas o meu não para. E, se nos próximos dias estiver tranquilo, pode encerrar mais cedo também.

— Eu agradeço, tenho que ir à caça do presente do dia dos namorados, ainda. No mais, bom divertimento com a turma da Europa. Eles se apresentaram, mas eu não consegui guardar o nome de todos, só dessa Espoletinha aqui. – Falou brincando e apertou a bochecha de Elena.

— É porque o meu nome é o mais bonito! – Disse minha sobrinha sem vergonha alguma na cara.

— Com certeza, Pequena! E seja bem-vinda à Califórnia! Aproveite a estadia! – Milena acabou de guardar as suas coisas e se despediu.

— Eu vou... só não sei o que eu vou fazer! Tchau, moça! Até a próxima! – Respondeu Elena.

Voltei para a minha sala e encontrei até Liv na minha cadeira.

— Vai fazer o meu trabalho agora? – Indaguei.

Ela só fez uma careta e foi minha avó Claire quem respondeu por ela:

— Ela só está vendo se é isso que ela quer fazer quando for a hora...

— Eu duvido que a Liv irá conseguir fazer isso, só a täti sabe fazer! – Elena disse confiante enquanto olhava Los Angeles da janela.

— Eu não sei fazer isso, mas um dia eu vou saber! – Garantiu Olivia.

— Então circulando que eu tenho que terminar isso aqui, se vocês quiserem que eu saia cedo, é lógico.

Liv se levantou com um pulo e eu logo assumi meu lugar, mas trabalhar com toda a minha família me olhando foi algo bem estranho. E, a certa altura, quando eu coloquei os dados no computador para confirmar os meus cálculos, acabei por perguntar.

— Como vocês chegaram até aqui? Quem foi pegá-los no aeroporto?

— Com seus carros. E os do Alex. – Respondeu minha mãe, que tinha cismado de olhar para os meus livros.

— Dona Amelia ou o Senhor Pierce que levaram os carros até lá?

— Acho que os dois. E o Will.

— Deus, o Will não vai me deixar em paz depois dessa! E, por falar neles, porque não vieram também. Surpreende-me que Dona Amelia tenha se separado delas. – Apontei para minhas sobrinhas que estavam na janela, Liv ia mostrando para Elena onde ela já conhecia.

— Ah, ela está matando a saudade do filho. – Vó Mina me respondeu. – Disse que nos próximos dias só vai ficar por conta dos netos emprestados, então era para o filho mais velho aproveitar.

— Típico dela. – Murmurei e acabei de conferir a tela do computador, meus cálculos estavam certos e, com isso, salvei o documento em PDF e pude enviar para o cliente. – E você Tuomas, está calado assim, por quê?

— Sono... Elena não deixou ninguém dormir no avião. – Meu sobrinho disse de dentro da minha salinha, onde ele tinha se desmontado.

— Sinto em te dizer isso, mas você não vai dormir muito nos próximos dias...

Meu sobrinho grunhiu algo e depois se levantou, vindo com cara feia para perto da avó.

— Não reclama, Tuomas. Você está acostumado a virar as madrugadas... alguns fusos a mais no seu dia, não vai fazer diferença para você. – Liv provocou.

Com um assobio, meu pai acabou com as provocações e eu acabei de arrumar a minha mesa e separar a pasta para o dia seguinte.

— Eu acabei por aqui, quem quiser ir para casa, para dormir...

Tuomas foi o primeiro que voou para fora da minha sala, Ian e Tanya seguiram o filho. Fiquei por último, ao lado de meus pais.

— Creio que temos uma notícia boa. – Minha mãe disse certeira, ao me fitar um pouco mais demorado, depois de me abraçar.

— Sim... temos. Daquelas que servem até para massagear o ego...

Meu pai que tinha me dado um beijo na testa só me olhou, mandando que eu continuasse.

— Então... hoje foi o dia em que Lucca Dempsey pagou com juros e correção o que fez, não só com a empresa, mas comigo. Hoje foi o último contato que eu tive com ele.

— E o que aconteceu? – Meu avô que tinha ouvido a conversa, questionou.

— Ele devolveu todo o dinheiro que tirou da empresa, com as devidas correções, e, foi deserdado pelo pai. Não tem mais namorada, não tem mansão, não tem carro de luxo ou dinheiro para ir para as festas caras... não sei do que ele vai viver e nem me importo.

— É, a hora do pagamento chega para todos. – Mamãe comentou quando entramos no elevador.

— Com certeza.

Com uma viagem direta, chegamos no subsolo e tudo o que vi, foi Tuomas pedindo a chave do carro para o pai.

— O carro é da sua tia... – Ian avisou.

— Esse é o Alex, Tuomas, pode dirigir, se acontecer qualquer coisa, ele que se vire.

Meu sobrinho pulou no banco do motorista, um pouco mais feliz em poder dirigir. Já Olivia foi na direção do meu carro, clamando que nunca pegaria carona com o roda dura do irmão.

— Presumo que todos já foram lá em casa, então, sabem que é um pouquinho longe... – Comentei.

— E é por isso que estamos te tirando mais cedo do trabalho, para evitar que você fique presa no trânsito. – Vó Claire falou ao se sentar no banco de trás do meu carro, ao lado de Liv. – Porque nos avisaram que se deixar, você só chega em casa depois das 20:00 com a desculpa de que ficou até tarde no escritório para não pegar trânsito.

O restante da minha família se dividiu nos carros e logo ganhamos as ruas. Mal tínhamos andado um quarteirão quando Ian me ligou.

— Oi? – Perguntei preocupada, achando que algo tinha acontecido.

— Precisamos ligar para o Alex para que ele nos guie, ou você vai saber chegar na sua casa, sem se perder.... – Falou meu irmão na maior cara de pau.

— Não acredito que Alexander contou isso para vocês?! – Eu estava injuriada que ele tinha aproveitado um voo de quase onze horas para ficar falando mal de mim!

— E não foi só sobre isso... nos mostrou com detalhes suas tentativas de surfar... – Agora foi Tanya quem falou. – Ou melhor, seus tombos. Por acaso alguma vez você conseguiu ficar de pé na prancha?

Tinha quinze dias que eu não via Alexander, e ele iria desejar ter ficado na Europa quando eu me encontrasse com ele!

—--------------------------------

Como saímos cedo, evitamos o trânsito pesado, o que não quis dizer que não ficamos parados no tráfego.

— Fala sério. Eu mal tenho a oportunidade de dirigir, e quando tenho, fico parado no congestionamento! – Tuomas reclamou. – Foi a mesma coisa em Austin.

— Excesso de veículos têm em todo lugar. E não fique reclamando, Tuomas, você ainda vai passar muitas horas atrás de um volante, parado no trânsito. – Minha mãe comentou.

Eu não estava vendo, mas podia até imaginar a cara que meu sobrinho estava fazendo neste exato instante.

— E não adianta fechar a cara. Dirigir não é só correr... algo que você nem deve fazer.

Se ele já estava com a feição carregada, deve ter piorado ainda mais depois dessa.

No banco de trás de meu carro, Olivia dava risadinhas, como sempre, adorava ver o infortúnio do irmão.

— Um dia será você, Olivia! – Vó Mina comentou e na mesma hora minha sobrinha parou de rir e fez um bico.

Alguns minutos parados na longa fila de californianos que começavam a ir para casa, e deu para colocar o assunto quase em dia.

— Então, Kat, pode começar a contar o que aconteceu hoje que te deixou com essa carinha de feliz. – Tanya falou na ligação e, como eu não tinha nada para fazer, a não ser esperar infinitamente os carros na minha frente começarem a se mover, contei como foi a reunião com Camila, Sr. Dempsey e como tudo acabou em um ótimo final feliz, para mim, pelo menos.

E essa conversa e as respostas e opiniões de todos foram o tom da nossa volta. Só paramos quando, depois de quase uma hora, estacionávamos os carros na garagem.

— É isso todo dia? Toda essa demora? – Meu avô perguntou.

— Viu o porquê eu fico até mais tarde? Quando saio depois das 19:00, chego em casa em vinte minutos. – Expliquei. – É tudo uma questão de saber o melhor horário para sair. E pelo menos isso eu aprendi.

Ele deu uma risada e me abriu passagem para que liderasse o caminho até a porta principal, que estava aberta.

Nem pisei no primeiro degrau e os cachorros vieram me receber com uma alegria até exagerada, mas compreensível, afinal, depois de mais de um mês, a família estava reunida novamente.

—  Tudo bem! Já entendi! Vocês estão felizes! Alex voltou. Mas por favor, não me joguem no chão! – Falava enquanto tentava evitar que Thor e Stark me empurrassem. Se não fosse por meu pai, eu teria me esborrachado no chão.

— Onde está Loki? – Quis saber minha avó Mina.

Foi Liv quem respondeu:

— Ali, no alto dos degraus. Como sempre, julgando cada ação dos irmãos, não é Lokinho! – Minha sobrinha passou perto dele e fez um carinho na cabeça, já entrando na casa.

— Olivia! Olha a educação! – Tanya ralhou com a filha, que só colocou a cabeça para fora, sem entender o motivo. – Essa não é a sua casa! – Continuou minha cunhada.

— Mas...

— Deixa ela, Tanya. Ela conhece o caminho. E todos vocês são bem-vindos! Podem entrar, Loki não morde. – Dei passagem para todos e fui de braços dados com minha avó, que começou um pequeno interrogatório em finlandês.

— Você se mudou para cá com tudo pronto, não é?

— Sim.

— E, tinha algo no gosto da ex?

— Não... a casa foi completamente reformada, ficando pronta há um ano e meio... vamos dizer que a ex quebrou tudo e Alex resolveu que era uma boa hora para uma reforma, assim, praticamente, reconstruiu tudo. Mas a senhora vai ver que ele tem bom gosto.

— Ouvi dizer que seu sogro fez o seu escritório.

— Foi... e é uma história bem longa, essa. Alex foi esperto. Pois eu queria ficar aqui temporariamente e depois comprar uma casa... aí ele fez essa jogada e contou para o pai. Não teve como eu dizer não.

— E agora não vai mais comprar uma casa para você?

— Vovó, pode até ser que um dia nós nos mudemos para outro lugar, mas por enquanto... eu acho que não. Gosto daqui. Gosto da casa. Já me acostumei com o local, acho difícil arranjar outro imóvel tão bom e espaçoso quanto a esse. A senhora vai ver. – Acabei de falar e entramos no hall, deixamos nossos sapatos e logo estava mostrando a sala. E, como eu bem dissera, minha avó se encantou com a casa.

— Realmente, não tem como querer se desfazer de um local assim. – Ela comentou.

— E a senhora só viu isso. Espere até ver o restante.

Minha família se fez à vontade, se sentando nos sofás da sala, conversando sobre o que nos aguardava no final de semana. Liv, que era a única que já tinha ido a um jogo de futebol, era quem mais falava, se achando a entendida.

A única pessoa de pé era minha mãe.

— A senhora não quer descansar? – Perguntei passando por ela.

— Antes de me sentar e escutar a ladainha que Liv está falando, quero ver seu escritório, todos que vêm aqui, só falam dele.

— Então vem comigo, que é para lá que estou indo! – Apontei o caminho e minha mãe foi ao meu lado, observando a casa. – E esse é o tão falado escritório! – Falei ao abrir a porta.

— Seu sogro quem fez tudo?

— Sim. Foi ele. Mas, segundo a Dona Amelia, Alex ajudou no desenho e, eu acho, que a fazer algo também, ele nunca me confirmou, e olha que eu já tentei fazê-lo falar e ele nunca abriu a boca.

Minha mãe deu um sorriso e depois só falou:

— Acho que ele não quer ser aquele que demonstra o que sabe fazer.

— Deve ser... quem sabe. Talvez um dia ele me conte.

— E o que era neste cômodo antes de você tomá-lo para si?

—  Eu não tomei nada! Alex foi quem deu a ideia de que eu poderia me instalar aqui e, sendo sincera, não tem como recusar um cômodo assim.

— Realmente não tem, minha filha. E tudo ficou de muito bom gosto. Ficou muito tempo aqui, nas últimas semanas?

— Sim... é onde passo a maior parte do tempo, quando não estou trabalhando, estou sentada aqui na janela, lendo... enfim, é o meu cômodo preferido.

— Deixe Alex saber disso.

— Ele também gosta daqui. Vira e mexe, quando estou trabalhando, ele se deita no divã e fica aí, lendo um livro ou o script... mas não tivemos assim, tanto tempo, para passarmos juntos.

Minha mãe continuava a andar pelo cômodo, lendo as lombadas dos livros, vendo os objetos de decoração que eu tinha comprado aos poucos, assim como o jarro com um imenso buquê que estava em uma mesinha de centro.

— Alexander? – Perguntou apontando para as flores.

— Mandou um buquê toda semana... tanto para o meu escritório e para casa... ele falou uma vez que se dependesse dele eu sempre teria cheiro de flores. – Dei de ombros e lembrei de quando ele fez essa promessa.

— Muito bom gosto... mas só tem uma coisa destoando aqui dentro. – Mamãe comentou olhando para o canto de uma das estantes.

— Ah! Pois é... são três quadros, eu não tive a habilidade suficiente para dependurá-los nos lugares, aí deixei nesse cantinho onde não correm risco de estragarem, até que Alex voltasse e me ajudasse.

— E são de quais artistas? – Questionou genuinamente curiosa, pois minha mãe é uma grande amante das artes, principalmente dos quadros pintados à mão, às vezes ela compra alguns que eu paro e fico procurando a beleza que ela tanto fala que a levou a comprá-los, para, no final, só ver um monte de borrão. E só para brincar um pouco com ela, soltei:

— Alexander Thomas Pierce e Katerina Elizabeth Nieminen.

Minha mãe me olhou atravessado e depois cruzou os braços.

— São fotos que tiramos. O maior dos quadros é uma foto que tirei de Alex surfando, e foi um presente de Natal que dei a ele. No outro embrulho tem outros dois, uma foto que Alex tirou de mim quanto patinava no gelo e o último é uma imagem nossa, quando estávamos vendo a Aurora Boreal. – Caminhei até os quadros e tirei os três dos embrulhos e mostrei para minha mãe.

— Fotos muito bonitas. Já sabe onde vão colocar?

— Um aqui, o menorzinho.

— Atrás da sua mesa, presumo.

— Exatamente. O de Alex do escritório dele e esse aqui... – Observei o maior deles. – Estou em dúvida, mas acho que na sala mesmo... na parede que fica atrás do sofá, de frente para a televisão. Lá tem o espaço necessário e como já tem as luzes indiretas no teto, ficará bem bonito à noite.

— Ótimo lugar.

— Ainda bem que acertei na escolha, porém tenho que ver se o Alex concordará comigo...

— Filha, palpite de mãe, eu acho que ele vai concordar com tudo o que você disser ou quiser fazer.

Dei um mínimo sorriso, e acabei por ficar vermelha, todos que conviviam minimante conosco sempre acabam falando a mesma coisa.   

— E por falar em Alexander, onde ele está? – Minha mãe trocou de assunto de repente.

— Estranho ele não ter aparecido para nos receber, mas pode ser que esteja estudando o texto, aí, não tem nada que o desconcentre...

— Então vai atrás de seu noivo, porque tem quinze dias que vocês não se veem, e eu quero saber como vamos organizar tudo aqui.

— No quesito organização, isso é fácil. Tem quartos para todos e já está tudo arrumado! E amanhã de tarde vamos para a fazenda mesmo, então tudo está tranquilo.

— Por falar nisso, o que Amelia preparou para as meninas? Ela deixou algo no ar e não falou mais nada.

— Ah... Bem, eu sei o que é, mas dessa vez, mãe, a senhora vai ver junto com todo mundo.

— Katerina...

— Mãe, acredite em mim, é uma coisa boa. Não tem nada o que se preocupar. Minha única preocupação agora é saber qual carro irá para lá, porque o BMW e o Aston são baixos demais... e não cabe todo mundo nos dois carros... – Garanti a uma muito preocupada Dona Diana e fui para o segundo andar, tirar a minha roupa de trabalho e colocar algo mais confortável para ficar em casa, já sabendo que com certeza, logo mais, o restante da família apareceria para o jantar e eu acabaria cozinhando mesmo.

Estava passando no corredor e resolvi por escutar através da porta do escritório de Alex, talvez fosse possível ouvir os seus murmúrios enquanto recitava as falas, não ouvi nada. Assim, bati, como não tive respostas, abri a porta devagar e chamando por ele, só que não tinha sinais de meu noivo dentro daquele cômodo.

— Onde você se enfiou? – Perguntei, já estava achando estranho o desaparecimento dele, afinal, não era o seu costume se esconder quando tinha visitas, muito pelo contrário, era sempre ele fazendo sala e eu escondida na cozinha.

Balançando a cabeça, fui para o meu quarto, cada segundo mais encucada com a ausência de Alex. Abri a porta e, antes que eu pudesse efetivamente entrar no cômodo, o próprio me abraçou por trás e disse em meu ouvido.

— Não fale alto, temos muitas visitas e não teremos muito tempo às sós nos próximos dias, assim, temos que aproveitar cada segundo.

Me virei em seu abraço e falei:

— Também senti saudades de você, seu fofoqueiro de primeira. – Fingi que ia dar um beijo nele para, no último segundo, dar um tapa em seu ombro. – Tinha que fazer fofoca dentro do avião, hein?

— Qual é, Kat! Quinze dias e é assim que você me recebe?

— Te receberia de outro jeito se, primeiro, não tivéssemos visitas e, segundo, você não tivesse dado com a língua nos dentes e contado para todos que eu, às vezes, me perco em Los Angeles. Ian adorou pegar no meu pé! – Saí de seus braços e fui andando pelo quarto.

— Sério! Vai ficar brava com isso? – Ele veio atrás de mim e quando eu parei de repente, Alex só não bateu em mim porque tem reflexos de ninja, e, aproveitou a oportunidade para me abraçar apertado.

— Eu não estou brava, só estou avisando, isso vai ter troco... eu ainda vou deixar escapar para a sua família algo de você.... como a sua estripulia de pular em um lago congelado na Finlândia, do jeito que você veio ao mundo...

— Não foi nada demais...

— Sua mãe não vai pensar assim. – Comentei com um biquinho e ele foi lá e me roubou um beijo, que acabou virando um beijão, e só paramos porque precisamos de ar. – Não vale fazer isso. – Falei aos arquejos.

— Não vale o que? Te beijar? – Meu noivo perguntou e roubou outro beijo meu, enquanto ia andando e me levando junto.

Tivemos um momento à sós para matar a saudade, mas logo tivemos que nos separar, afinal, as visitas nos esperavam no andar de baixo.

Assim, enquanto eu acabava de trocar a roupa Alex, que me assistia de longe, veio e me abraçou por trás e, balançando no ritmo de uma música imaginária, murmurou em meu ouvido.

— Eu senti a sua falta, Kat. E pode parecer exagero, mas eu te amo cada vez mais.

Virei-me em seus braços, e dei um selinho em seus lábios.

— Te amo mais, Surfista. Seja bem-vindo de volta à América e à nossa casa.

Ele me deu outro beijo e depois parou perto da porta do quarto, para poder me observar mais um pouco.

— Vai ficar aí? - Perguntei com um leve toque de injúria na voz.

— Tenho esse direito.

— Sei que tem. E só não se esqueça, é um direito recíproco. – Pisquei para ele, que balançou negativamente a cabeça e enfim, saiu do quarto.

Nosso reencontro tinha terminado dentro de um tempo razoável para que ninguém desconfiasse de nada.

Quando sai do quarto, Alex já tinha se embrenhado em seu escritório, ele iria fingir que nada tinha acontecido e desceria depois de mim.

No alto da escada, foi possível escutar minha família conversando, e quando me juntei a eles, ninguém me olhou torto pela minha ausência temporária, simplesmente me incluíram no assunto e ficamos batendo papo.

— Já sabem o que vão querer jantar? – Perguntei em uma pausa na conversa, já estava aqui embaixo há uns quinze minutos.

— Poderíamos fazer umas pizzas... o forno que temos lá fora quase nunca foi usado. – Alex disse do alto da escada. – Boa noite a todos e me desculpem, perdi a noção do tempo enquanto estudava script.

Como todos já tinham visto que ele realmente entrava em outra dimensão quando estava concentrado no texto que tinha que aprender, não falaram nada, só concordaram com a ideia.

— Espero que você me ajude! – Comentei quando ele se sentou do meu lado, dei um beijo na minha têmpora e passou o braço por meus ombros.

— Se o tio não te ajudar, tia, eu ajudo! – Elena disse alegre e veio se sentar no colo de Alex.

— Acredito mais na sua palavra do que na do seu tio. – Falei para a pequena que deu uma risada. – E antes que eu comece a olhar o que vou fazer, mais alguém vai vir hoje? Vocês combinaram algo mais com Dona Amelia e o Sr. Pierce?

 - Todos vem. – Respondeu minha mãe.

— Will está vindo aí... – Alex murmurou nada feliz. – Melhor ver se tem ingredientes para fazer umas quinze pizzas!

— Pior que sei que não tem. Eu ou você vai no supermercado? – Questionei.

Alex só me deu um tapinha no joelho.

— Leve a sua ajudante com você. – Apontou para Elena que já tinha pulado do colo do tio e quicava animada na minha frente.

— Céus, tudo sobra para mim! – Bufei. – Mas alguém quer algo? Aproveitem, Alex vai pagar! – Mostrei a carteira dele que tinha surrupiado do seu bolso.

— Vai logo, Kat, ou os seus sogros daqui a pouco estão aqui e não tem nada pronto. – Minha avó Claire disse.

Chamei por Elena e Olivia acabou que veio junto, pulando atrás de mim e falando mil palavras por segundo.

— Kat e suas cópias estão saindo de casa... vai ser assim o resto dessa nossa viagem. – Meu avô falou para desespero de Ian.

—-------------------------------

 Não me demorei no supermercado, além dos ingredientes para as pizzas, levei outras coisinhas que estava precisando e acabei por comprar algumas porcarias para Elena.

— Pelo amor de Deus, hein Baixinha, não conta para a sua mãe! – Pedi enquanto a ajeitava em meu carro (Tanya tinha sido precavida e trouxe a cadeirinha para que a filha pudesse passear de carro em segurança.

— Não vou falar, tia! Prometo!

E, eu sabia, na primeira oportunidade, ela soltaria a informação de que comeu um pote de sorvete escondido!

Liv já conhecia alguns lugares pelos quais passamos, Elena não, assim, tudo era novidade, até um esquilo cruzando a rua correndo, que ela fez questão de me mostrar.

Mal tinha virado a rua de casa, já fui abrindo o portão e assim que manobrei o carro para guardá-lo, vi que as demais visitas já tinham chegado. Os carros de meu sogro e de meu cunhado estavam parados, bloqueando os carros de Alex.

— De quem são? – Elena perguntou.

— Do tio Will e do Sr. Pierce. – Liv respondeu, ajudando a irmã a sair de da cadeirinha.

Elena se agitou e antes que ela pudesse sair correndo, ouvi a voz de minha sogra:

— Onde estão minhas netas emprestadas?

Em um picar de olhos, a Pequena saiu correndo, gritando que ela estava ali. Liv, que ficou para me ajudar a carregar as compras, só ria. Com pouco Alex apareceu, tirando as compras das mãos de Liv e me avisando que além dos pais, irmão e cunhada, tínhamos mais visitas.

— Quem está aí? – Perguntei um tanto aflita, porque se fosse a turma de amigos dele, era melhor eu correr de volta para o supermercado, afinal, eu já tinha visto o tanto que eles comem.

— Meus avós. Os três.

— Eu sabia que Dona Laura e o Sr. David estavam na cidade, sua mãe me contou que eles viriam, mas Dona Ilsa apareceu em uma reunião de família?

— Para você ver o tanto que ela gostou de você! Mas, em parte, foi ideia minha, nós conversamos no feriado de Ação de Graças que tinha a remota possibilidade da sua família vir no final de ano... não vieram, então, como não sei quando eles voltarão, decidi aproveitar a oportunidade de apresentar todos e convidei Dona Ilsa. E ela não pensou duas vezes.

— Que bom que ela veio! – Disse genuinamente feliz.

Entramos na casa e já da porta foi possível escutar a seguinte conversa:

— E onde você e sua tia foram, posso saber? – Dona Amelia perguntava para Elena.

Alex, do meu lado, abriu um sorriso.

E a resposta de Elena foi tudo o que eu esperava que ela falaria:

— Fomos ao supermercado para comprar as coisas para fazer a pizza, e a tia me comprou um pote de sorvete que eu já comi, não é Liv?

Minha sobrinha mais velha, que já tinha notado que eu entrava na casa, ficou toda desconsertada.

— O que foi que eu te falei, Baixinha... era nosso segredo! - Fingi ralhar com ela.

— Mas eu achei que poderia contar para a vovó Amelia... que eu só tinha que manter segredo da mamãe! – Elena clamou com os olhos arregalados.

— E quem está sentada atrás de você, Leninha? – Tuomas perguntou.

Elena olhou para trás, depois para mim, depois para trás e, muito sem graça, só falou o seguinte.

— Epa...

Tanya conseguiu manter a feição séria enquanto olhava da filha mais nova para mim, mas era fácil de ler que ela estava era querendo rir.

— Muito obrigada pela ajuda... – Murmurei para ela e pedi licença para colocar as compras na cozinha, voltei rapidamente para cumprimentar meus sogros e os avós de Alex.

Dona Ilsa, só para cutucar os netos, conversou comigo em alemão e depois, perguntou para meus sobrinhos, quais deles também falavam o idioma. Os três levantaram os braços.

— É uma vergonha, Alexander e William, que vocês dois, com parentes alemães na família, não falem uma palavrado idioma, enquanto eles, que são anglo-finlandeses, falam.

Will, para variar, teve que soltar uma pérola:

— Mas pergunta se alguém ali sabe desenhar! Cada um com seu talento, vovó.

Dona Ilsa não aprovou muito a resposta do neto mais novo, já Dona Laura resolveu trocar de assunto e começou a conversar com Elena sobre o pônei dela.

Vi que a conversa ia longe, porque Elena, quando quer e gosta do assunto, fala até cansar, assim, me desculpei e fui para cozinha, adiantar as pizzas.

Cada hora era um que vinha me perturbar, primeiro foi Pepper, que ainda curiosa com a tal da surpresa que ela iria ganhar, veio tentar a sorte e cavar o que poderia ser.

— Então você sabe o que é?! – Ela perguntou até um tanto brava.

— Sim, eu sei.

— Desembucha, finlandesa!

— Não posso! Prometi para Dona Amelia que não falaria nada.

Minha cunhada olhou para a porta e depois disse baixinho:

— Eu te avisei do chapéu de cowboy... pode ir devolvendo o favor.

— Jogo sujo, este... – Murmurei.

— Depois de tanto tempo convivendo com Will e Alex, você aprende a jogar como eles... agora fala.

— Não vou te dizer o que é. – Comecei e, antes que ela me arremessasse o copo que tinha nas mãos, continuei. – Vou te dizer o que não é. Claro que não vou abarcar todas as possibilidades do mundo, mas creio que te ajudará.

— Sabe há quanto tempo eu estou curiosa sobre isso?!

— Sei... e vai aguentar por mais algumas horas, porque se eu te contar agora, você vai dar com a língua nos dentes e como a sua surpresa é quase a mesma de Liv e Elena... seria injusto com elas.

Pepper fez uma careta e depois de se jogar no banco da ilha, falou:

— Não me compraram outra roupa de cowboy, né?

Tive que rir.

— Não, se fosse isso eu te preparava para o pior... e também não é um anel de noivado.

Ela revirou os olhos.

— Nem um carro, ou uma casa, ou um pé na bunda.

Foi a vez dela de começar a rir.

— Fico mais tranquila.

— Pode confiar, você vai gostar... e se ainda estiver com o cérebro funcionando, só te digo que já te contaram o que é... no início de janeiro.

— Meu cérebro não está funcionando e agora eu vou tentar repassar cada uma das conversas que tive com meus sogros em janeiro para descobrir o que pode ser! Obrigada pela noite insone, Katerina. – Ela reclamou e deixou a cozinha.

Minutos depois veio Dona Ilsa, já falando em alemão.

— Bem que me avisou que seus sobrinhos eram especiais. – Comentou.

— Sou suspeita para falar, senhora. – Disse encabulada.

— É bom ter crianças por perto. Faz-me lembrar de quando meus netos ficavam correndo no meu jardim. Eram bons tempos. E pelo visto seus avós concordam comigo.

— Espero que não tenham contado histórias da minha infância que tenham feito a senhora querer que eu volte para a Europa.

— Todas as crianças tem seus momentos, minha filha, e os seus não foram assim tão diferentes dos de Alexander ou William, só foram no inverno, enquanto os de meus netos, foram no verão.

— Eu não consigo ver essa semelhança que a senhora tanto vê, mas fico feliz que não sou uma aberração na família.

— E por falar em família, falta alguém.

— Sim. Meu irmão gêmeo e a esposa. Eles moram em Chicago, mas como ele tem jogo da NHL neste final de semana, não pode vir.

— Uma pena. Contudo, não faltarão oportunidades.

— Não mesmo. – Garanti.

— Precisa de ajuda com algo por aqui?

— Não, Dona Ilsa, obrigada. Está tudo sob controle.

— Se precisar, peça, já percebi que gostam de te jogar para a cozinha. Um dia, diga não, Katerina. Você também tem o direito de descansar. – Alertou-me e voltou para a sala, dizendo que queria conversar mais um pouco com Liv, pois tinha gostado de algumas das fotos que ela tinha tirado.

Fiquei à sós na cozinha pelo tempo de colocar uma pizza no forno e começar a arrumar a mesa, porém, logo meu pai apareceu.

— E você não fala nada! Aposto que está comendo! - Brincou ao entrar na cozinha.

— Garantindo que a família tenha um jantar especial. – Falei do lado de fora.

Meu pai colocou a cabeça para fora e depois saiu, observando o quintal dos fundos.

— A casa é maior do que você havia comentado...

— Sim... é bem grande aqui. Por isso que foi tão difícil ficar sozinha quando voltei de Londres.

Papai ainda olhava para a área da piscina e depois viu o complexo externo, onde tinha a academia.

— Dá para fazer uma sauna aqui! – E essa era a coisa mais finlandesa que ele poderia dizer.

— Seu genro, provavelmente, não vai gostar da ideia! – Comentei rindo ao me lembrar do sofrimento de Alex dentro da sauna quando fomos à Lapônia.

— Mas você gosta de uma sauna... convença-o a fazer uma.

— Melhor não falar de reformas perto do Sr. Pierce, ou ele vai se empolgar e vai construir uma aqui e outra no fazenda. E já que o senhor está de beleza aqui pelo jardim, acende essa fogueira aqui para mim... Estou com as mãos sujas.

Meu pai me olhou atravessado, como que me dizendo que ele era visita e que não tinha que fazer nada, porém, depois me perguntar onde estava o álcool e os fósforos, fez o que eu pedi.

—  E isso é para?

— Para quem sente muito frio... e para deixar aqui fora um pouco mais confortável... nem todo mundo gosta do inverno.

— Correção: só você gosta do inverno, KitKat. Só você.

— É... isso também. – Concordei. – E se o senhor quiser, pode se ajeitar por aqui, porque já está saindo pizza.

Meu pai ficou por perto, mas não se sentou na enorme mesa de madeira que temos no quintal, preferiu ficar andando pelo jardim. Entrei rapidamente e chamei a família toda, que veio tagarelando sobre os planos para os próximos dias.

— Mas vocês têm que prometer que virão para Los Angeles para passarem mais do que alguns dias... têm que ficar por aqui, no mínimo, um mês! – Dona Laura falava. – Assim, vão poder ir a Michigan também.

Vi a expressão de minha mãe sobre essa fala, ela jamais tiraria um mês de férias para ficar por aqui. Poderia vir por uma semana, não mais.

Com a mesa posta, comecei a servir as pizzas, o que fez com que a conversa diminuísse consideravelmente.

Fiz tanta pizza que acabei quase não comendo, não aguentava nem olhar para o pedaço, nem da pizza doce.

Quando todos estavam satisfeitos, acabamos por entrar, eu ia aproveitar e arrumar a cozinha, mas Alex me impediu, me levando junto com ele para a sala.

— Eu te ajudo a arrumar tudo depois, por favor, descansa um pouquinho.

— Não consigo descansar quando tem algo para ser feito. – Murmurei de volta, contudo, tarde demais, pois ele já tinha quase me sentado no sofá e, como se fosse para me manter no lugar, se sentou do meu lado e passou o braço pelo meu ombro.

As conversas giravam em torno de vários assuntos, desde as pizzas que comemos e que fez um grande sucesso; sendo que eu creditei a receita à Nonna;  até o filme que Alex estava gravando e o de Will que já estava na pós produção.

A primeira que sucumbiu ao cansaço, e ao fuso-horário, foi Elena, que depois de ficar um tempinho calada, rodou pela sala e desmoronou justamente entre Alex e eu. Tanya, que também deveria estar cansada, veio pegar a filha para levá-la para o quarto e aproveitou e se despediu de todos.

Essa foi a deixa para que os demais se levantassem. Acompanhamos os Pierce até a garagem e esperamos que os carros estivessem fora de visão para fechar o portão e entrar. Já na sala, minha família também se despediu, desejando boa-noite, sobrando no andar de baixo, Alex, meu pai, minha mãe e eu.

— Podem ficar aqui conversando, mas a cozinha me espera e eu tenho que lavar tudo aquilo e ir deitar, tenho uma reunião amanhã cedo.

Os três não só me acompanharam, como me ajudaram com a arrumação, sobrando um pouco de tempo para que eu e minha mãe ainda tomássemos uma xícara de chá antes de nos despedirmos e cada um rumar para o seu quarto.

E, depois de tanto tempo, finalmente eu teria a companhia de Alex ao meu lado para dormir.

Assim, quando acabei de tomar banho, ele me esperava, sentado na cama, costas no encosto e braços abertos, para onde corri e me aninhei, abraçando-o com força.

— Isso tudo é saudade? – Ele perguntou no meu ouvido.

— Sim. Acho que nunca mais vou me acostumar em dormir sozinha novamente.

— Acho bom mesmo, porque se depender de mim, você não vai.

Olhei para seu rosto e abri um sorriso.

— Não sou a fã número um de promessas, mas gostei de ouvir isso.

Ele logo mudou de posição e se deitou, me levando junto, me deitei com a cabeça em seu peito e ficamos ali, só curtindo a companhia do outro, esperando o sono chegar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, é isso.
Espero que tenham gostado.
Muito obrigada a quem leu até aqui!
Até o próximo capítulo.
xoxo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Presos Por Um Olhar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.