Pós-cuidado. After-care! escrita por Lord JH
Já era tarde da noite quando Meg escutou a voz sedutora da duquesa sussurrar um “Encontre-me na cela da solidão” em seu ouvido.
O coração da baronesa acelerou imediatamente ao ouvir aquelas palavras, porém, quando a garota loirinha se virou para avistar os belos olhos azulados da ruiva, Diana já estava saindo pela porta do quarto com toda a sua velocidade e discrição felina.
Margarete então suspirou profundamente e ao calçar as suas confortáveis pantufas no formato de ovelhinhas, vestiu seus inseparáveis óculos e saiu o mais silenciosamente que pôde do dormitório.
Meg pressentia que algo não estava certo com Diana, pois como a duquesa havia passado o dia fora com Hoffman, Clara, Jennifer e Martha, ela não ficou sabendo como fora o dia da duquesa ou o que pudera ter acontecido de ruim a ponto de justificar a raiva que Diana estava demonstrando durante o jantar um pouco mais cedo naquela mesma noite.
— Ela deve estar bem furiosa... — Murmurou Meg ao prever que aquilo provavelmente resultaria em uma bela punição.
Então, ao finalmente entrar na cela da solidão e avistar Diana sentada na mesma cadeira de sempre, a olhando com aquele olhar de indiferença, a baronesa tomou coragem e falou — Estou aqui, minha senhora. —
Diana apenas bufou e ao cuspir no chão como se não se importasse nem um pouco com a presença da outra garota, respondeu — Eu estou vendo, sua idiota. Ao contrário de você eu não preciso de óculos para enxergar. —
Meg então logo percebeu e confirmou que Diana não estava apenas furiosa, ela estava irada.
— Está tudo bem? — Perguntou Meg temerosa.
Diana então começou a rir de imediato após ouvir a tola pergunta da baronesa, e ao tirar os pequenos sapatos que calçava e jogar na direção da loira, respondeu — Mas é obvio que não, Margarete. Se estivesse tudo bem porque diabos eu te chamaria aqui e não no banheiro onde sempre nos encontramos? E eu que jurava que você era a mais inteligente das loiras burras deste lugar. —
Meg se sentiu mais ofendida com as palavras da ruiva do que com o impacto do sapato que lhe acertara o seu braço quando se defendera do ataque da maior; pois apesar de saber que Diana só a chamava naquele lugar quando não queria que ninguém as escutasse, fosse pelos gritos de prazer ou de dor, a baronesa sentia um certo apreço por aquele local, pois fora ali que Diana lhe dera seu primeiro prazer carnal forte e completo.
Infelizmente, nos últimos meses, a cela da solidão estava sendo mais usada para punir ou torturar a baronesa, mais do que para lhe dar prazer, o que já a estava esgotando a ponto de fazer Meg arriscar dizer — Você pode me contar o que está acontecendo se quiser. Eu nunca trairia sua confiança. —
Aquelas palavras, porém, apenas serviram para deixar Diana ainda mais tensa, que ao respirar profundamente e suspirar tudo de uma só vez, falou — Se quando eu acabar com você esta noite você ainda quiser ouvir, eu te conto tudo. —
A frieza naquela frase fez todos os pelos do corpo de Margarete se arrepiarem, mas não havia mais nada que a baronesa pudesse fazer ou falar naquele momento, pois ela estava totalmente entregue.
— Vai ficar com esta cara de imbecil parada aí? Vamos, feche a porcaria da porta, vá até o baú e me traga o de sempre. — Ordenou Diana mostrando pouquíssima paciência para a lerdeza e insegurança da menor.
Meg apenas concordou com uma balançar de cabeça e ao fechar e trancar a porta, se pôs em direção até o grande baú que ficava na sala, mas ao passar do lado da cadeira onde estava sentada a ruiva, tropeçou na perna de Diana, que colocara o seu membro ali para que Meg caísse de frente ou de quatro no chão.
— Vá e me traga de quatro! Utilize a boca para pegar. — Adicionou Diana ao falar com a sua voz indiferente e má.
Meg não falou nada e apenas obedeceu, enquanto levantava um pouco a cabeça para que seus óculos não caíssem no chão.
Então, ao finalmente chegar no grande baú, a princesa de olhar sábio o abriu e avistou, iluminada pela fraca luz do lampião pendurado na parede do teto, o grande conjunto de rolos de cordas, pegadores de roupas, pedaços de trapos de tecidos velhos e um belo chicote de couro que pertencera ao Sr. Hoffman, mas que Diana roubara para si mesma no passado.
Sabendo muito bem o que deveria levar até a sua duquesa, Margarete agarrou e mordeu o chicote com bastante força entre os seus dentes, e como sua princesa perseverante havia lhe ordenado, retornou engatinhando e apenas parou quando estava de frente para o olhar penetrante e abusador da garota ruiva.
Diana então estendeu a mão direita para a sua cadelinha e ao receber o chicote diretamente da boca da garota que ela já beijara inúmeras vezes, falou — Ótimo, boa garota, agora continue com todo o resto. Creio que você já saiba o que deve fazer. —
Meg concordou em silêncio e ao se levantar, retirar os óculos, despir-se completamente e ir em direção até a única mesa de madeira encontrada naquele local, a princesa de olhar sábio suspirou uma vez mais e falou — Eu estou pronta, senhora. —
Diana então sorriu pela primeira vez naquela noite e ao se levantar e já ir preparando o chicote para a sua atividade noturna, a garota ruiva segredou — Muito bem, Meg. Você nem imagina o quanto eu estou necessitada disto tudo hoje. Prometo que vou tentar não fazer com tanta força hoje. —
Meg apenas acreditou nas palavras da duquesa, mas antes que pudesse sequer falar um “obrigada”, logo sentiu a primeira chicotada em seu branco e macio bumbum, fazendo a garota arfar e gemer para conter um grito que quase escapa de sua boca.
— Conte! — Gritou Diana ao dar uma segunda chicotada mais forte que a primeira.
Meg mal pode se preparar para a próxima e já gritou o número três ao receber a terceira chicotada da noite.
— Comece do início! Sua puta burra! Ou por acaso a sua contagem começa no três e depois vai para o dois? — Reclamou e indagou Diana ao dar mais duas chicotadas com raiva, força e a mais pura fúria.
Meg quase chorou ao receber os dois últimos golpes, mas ao sentir mais uma chicotada lhe atingir naquele exato momento, a baronesa conseguiu juntar forças o suficiente para gritar a palavra “um” bem alto.
— Diana aparentou satisfação ao ouvir a voz de choro de sua parceira e ao acariciar de leve as suas costas com a ponta do chicote, falou — Muito bem, meu amor. Continue assim e eu poderei acabar quando chegarmos ao número dez. —
— Dez!? — Exclamou Margarete sem esconder o medo e a surpresa em sua voz. — Diana, com a força que você está batendo hoje eu não sei se eu consigo chegar sequer no sete! —
Diana, porém, não gostou nem um pouco da ousadia da menor em responder as suas palavras, então ao segurar o cabelo curto da loira com força e levantar o rosto da baronesa para cima, a duquesa falou — Escuta aqui, sua porca burra e tola, se eu falo que serão dez chicotadas é porque você vai aguentar as dez chicotadas, entendeu? Ou você quer que eu aumente para vinte? —
Meg logo percebeu que não adiantaria nada discutir com Diana enquanto ela estivesse naquele estado, e então, ao implorar piedade com toda a sua vontade, voltou a assumir a mesma posição de antes e encarou mais quatro golpes contando-os perfeitamente.
— Seis! — Gritou Meg já com lágrimas de dor rolando em seu rosto.
— Muito bem, minha cabrinha. Não lhe falei que você aguentava todas elas? — Comentou a duquesa ao desferir mais uma chicotada.
— Sete! Por favor, Diana, eu não aguento mais, piedade! — Pediu Meg ao desabar no chão e começar a chorar fortemente.
A ruiva ficou extremamente furiosa com aquela atitude da menor, mas ao ver o quanto Meg chorava verdadeiramente e sem parar, a duquesa apenas jogou o chicote na parede e exclamou — Mas será que até você quer estragar a minha vida, Meg!? Eu não aguento mais isso! — E chutou a cadeira próxima com força.
— Eu que não aguento mais! — Gritou Meg totalmente angustiada. — Todo o dia eu vejo você sofrendo com algo que eu nem sei o que é, mas sou eu quem tenho que me contentar em saber que você vai apenas descontar e se aliviar de todas as suas frustações, dores e sofrimento em mim sem nem ao menos me contar o motivo pelo qual eu estou sofrendo por você!? —
As palavras da loira ecoaram pela sala e atingiram fortemente os sentimentos da maior, que agora ficou bem mais enraivecida, porém, desta vez consigo mesma e se encostou na parede oposta à mesa onde Meg estava antes, desabando lentamente no chão enquanto deixava pequenas lágrimas escaparem de seus olhos fortes e penetrantes.
— Eu só queria me livrar de toda esta raiva... — Segredou Diana ao se entregar ao choro de vez.
Meg então, que apesar de ainda estar toda dolorida e chorando, engatinhou até a sua amada e a ao abraçá-la bem forte, sussurrou — Meu amor, me diz o que tanto te aflige, por favor.... Me deixe saber e te ajudar. — Pediu a loirinha com extremo carinho.
Diana, porém, apenas permaneceu em silencio por um bom tempo, até que ao respirar e suspirar profundamente, a ruiva segredou — O Hoffman voltou a tocar em mim. Aquele velho imundo do caralho! —
Meg logo percebeu que o que Diana estava falando era a verdade mais pura e plausível naquela situação, pois além de Clara e Jennifer, a outra única garota que atraia a atenção do velho abusador era a sua bela e amada duquesa; e ela odiava aquilo mais que tudo.
Então, sabendo agora o motivo da angustia de sua amada, Meg limpou as lágrimas de seus olhos e ao segurar fortemente na mão de Diana, falou — Vamos matá-lo, meu amor! Assim ele nunca mais poderá tocar em você ou em qualquer outra garota novamente. —
Diana apenas gargalhou alto ao ouvir a louca ideia de sua baronesa, mas ao perceber que a menor ainda olhava para ela esperando por uma resposta, a princesa perseverante falou — É impossível, Meg! Pois é ele quem nos alimenta e mantém este lugar em pé. Afinal o que nós comeríamos sem ele ou a Martha por aqui; seus piolhos? —
Meg então fez uma careta de raiva por causa das palavras da maior, mas ao segurar mais forte a mão da duquesa, adicionou — Mas nós não precisamos morar por aqui! Nós duas podemos fugir durante à noite e ir viver e morar juntas em qualquer outro lugar! Eu prometo que vou cuidar de você e de que, ao contrário do que você falou, eu não tenho piolhos! — Completou a menor ao inflar as bochechas e fazer uma expressão engraçada que arrancou um risinho da ruiva.
Diana: — Às vezes também penso nesta possibilidade, mas nós temos nossa obrigação com os aristocratas do giz de cera vermelho, e eu não quero passar fome ou dormir na rua porque um velho safado que nos alimenta passou a mão na minha perna e nos meus pentelhos. —
Meg corou de imediato com a última frase proferida por Diana, mas para não perder o ritmo da conversa apenas segredou — Bem, você é quem sabe, só quero que saiba que onde você for, eu vou. —
Diana então sorriu mais uma vez e ao acariciar o rosto pálido e agora molhado de sua sábia amiga, sussurrou — Eu sei Meg, eu sei. — E lhe deu um beijo rápido, porém profundo e carregado.
O coração da baronesa se aqueceu de imediato após o beijo, mas antes que Margarete pudesse comentar algo, Diana perguntou — Agora que você já sabe o motivo real... Eu vou poder continuar a aliviar a minha raiva e tensão em você? —
Meg então corou fortemente e ao desviar o olhar para o chicote caído e jogado no chão do outro lado da sala, respondeu — Sim, mas com uma condição. —
— Qual? — Perguntou Diana totalmente confusa e curiosa.
— Depois que você terminar, você tem que prometer que vai cuidar muito bem de mim. — Respondeu Meg com bastante firmeza na voz.
— E como eu farei isso? — Indagou Diana incerta sobre tal condição.
— É fácil! — Respondeu a baronesa ao abraçar a duquesa com mais força que antes. — É só me abraçar depois que terminar, me dar carinho, beijos e talvez dizer que me ama. —
Diana então riu alto com aquelas condições, mas ao perceber o olhar de ansiedade da menor, acariciou os seus loiros cabelos e respondeu — Aceito, mas vou ter que pensar sobre a parte final do pedido. —
Meg apenas concordou com um sorriso bobo e comentou — Tudo bem, aceito os beijos, carinhos e abraços sem mais adições.
Diana apenas concordou com a cabeça e ao agarrar de súbito o cabelo da menor, falou — Perfeito, agora já que você estragou a minha noite com o seu choro estupido, use esta sua língua e boca ousada para me beijar! É uma ordem! —
Meg sorriu ao ouvir as palavras por qual tanto ansiava ouvir durante todas as noites, e ao morder o próprio lábio por conta da excitação, respondeu — Sim, minha senhora... — e se entregou de corpo e alma para sua torturadora vermelha.
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Fim.