Depois da aula de poções uma menina do primeiro ano nos encontrou no corredor.
— É... Potter? Black? Lancaster?
— Sim. - Charlotte falou gentil.
— Mandaram entregar isso a vocês. - Ela entregou o bilhete e saiu correndo.
— O que é? - Perguntei.
— Dumbledore quer nos ver mais tarde. - Nos encarou. - Vocês andaram aprontando?
— Não. E duvido que ele queria conversar comigo sobre McLaggen, Professora McGonagall já me deu detenção e tudo mais. E isso já faz quase um mês.
— Eu não aprontei nada. - Kate ergueu as mãos. - Ando tão ocupada pesquisando sobre virar animago que não tenho tempo para mais nada. E você não foi pega trocando uns amassos com Diggory na sala Precisa?
— Não fomos mais lá. Ele anda ocupado estudando para o N.I.E.M.s e eu andei conversando com Madame Pomfrey na ala hospitalar. Ela foi muito gentil em me dar dicas sobre machucados, torções e quebraduras.
— Mas se nenhuma das três aprontamos... Por que Dumbledore quer falar com nós? - Perguntei intrigada.
— Vamos descobrir depois. - Charlotte falou.
Seguimos para o Salão Comunal e largamos nossas coisas, Rony e Hermione retornaram com os alunos que estavam fazendo o teste de aparatação.
— Passei! - Hermione falou animada abraçando Charlotte.
— Parabéns! - Falamos juntas.
— E você Rony?
— Fui reprovado por causa de meia sobrancelha. - Resmungou.
— O que? - Falei. - Não acredito.
— Sim. É muito rigoroso. - Hermione resmungou.
— A gente ate queria conversar mais, mas temos que encontrar Dumbledore. - Charlotte falou deixando suas coisas em cima da mesa onde Rony estava apoiado. - Nos vemos depois.
Seguimos em direção ao escritório de Dumbledore. O encontramos sentado a mesa observando sua mão apodrecida.
— Mandou nos chamar? - Charlotte perguntou e ele sorriu.
— Sim. Sente-se meninas. Como estão?
— Bem. - Charlotte respondeu.
— Andei observando que você e o senhor Diggory andam muito juntos.
— Estamos namorando. - Charlotte respondeu vermelha e Dumbledore sorriu.
— Isso é bom. Você querem tomar alguma coisa?
— Não. - Respondi. - Só gostaríamos de saber por que mandou nos chamar ate aqui. Tem noticias de Serena? Ou dos outros da Ordem? Aconteceu alguma coisa?
— Não. Esta tudo sobre controle. Queria conversar com vocês sobre algumas coisas. Eu as vi crescer. Tenho orgulho da criação que Serena deu a vocês. Entendam no começo fiquei receoso dela cuidando de vocês três. Principalmente nos tempos que era. E nos tempos que estão retornando. Queria conversar com vocês sobre as coisas que acontecerão daqui para frente.
Nos entreolhamos sem entender muito onde ele queria chegar.
— Sei que vocês sabem das aulas que tenho dado a Harry, ele me disse que confia em vocês e em Rony e Hermione. Por isso quero conversar com vocês. O caminho que estamos seguindo é incerto. Voldemort voltou e uma guerra esta prestes a começar. Preciso saber se estão dispostas a lutar essa guerra.
— É claro que estamos. - Respondi e ele deu um sorriso mínimo.
— Conversei com os professores sobre vocês, ate mesmo com Madame Pomfrey. Quando chegaram aqui era meninas singulares. Tinham suas manias. Problemas. Mas vocês amadureceram muito nesses anos. Autorizei professora McGonagall a lhe instruir como virar um animago senhorita Black com total consciência de que será ilegalmente, mas ambos estamos dispostos a correr esse risco. Ser animago lhe será útil, mas o Ministério não poderá saber disso e você sabe os motivos para isso. - Kate assentiu sorrindo.
— Obrigada, professor Dumbledore.
— Assim como Alastor instruiu Tonks, ele ira lhe ajudar. Conversei com Serena e ela aceitou que todo o conhecimento possível vocês aprenderam nessas férias. Mas quero que se dediquem a isso.
— Alastor Moody me dará aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas nessas férias? - Perguntei.
— Isso e tudo que ele achar útil lhe ensinar.
— Obrigada Professor Dumbledore. - Ele assentiu depois encarou Charlotte.
— Charlotte falei com Madame Pomfrey e ela dará aulas a você toda a semana ate o fim do ano letivo e quero ensinar algo a você que ensinei a todos os membros da Ordem. Como enviar uma mensagem pelo patrono. - Charlotte assentiu.
Assim que fomos liberadas e antes de fechar a porta olhei para Dumbledore sentado a sua mesa, ao seu lado Fênix. Pela primeira vez tive um pressentimento ruim. Um arrepio subiu pela minha espinha. Nosso futuro estava sendo traçado, ele estava nos preparando para a guerra com as melhores armas que poderíamos ter.
Fechei a porta e descemos as escadas, assim que chegamos ao corredor Charlotte nos encarou.
— Vocês estão pensando o mesmo que eu?
— Que ele acabou de nos ajudar? - Kate perguntou.
— Não. Que ele acabou de mandar a gente se preparar para a guerra. - Falei e Charlotte assentiu.
— Sim. E senti como se fosse uma despedida. Como se ele já quisesse deixar tudo acertado antes o que é estranho. Muito estranho na verdade. Tem muita coisa acontecendo e ninguém esta nos contando. Ele falou com a nossa mãe então por que ela não nos responde?
— Não sei vocês, mas estou feliz que ele resolveu fazer isso por que do contrario Minerva nunca me ajudaria a ser animago. E não me chame de egoísta. Ele tem razão quando diz que isso pode ser util. A guerra vai estourar em breve. Ate o verão Harry pode ser rastreado, depois... Não. Voldemort não vai ficar sentado esperando.
— Estão todos escondendo coisas de nós por que a guerra já começou. - Charlotte falou. - Esta sendo tudo no escuro, mas não vai durar muito. Dumbledore esta preparando Harry para sua missão e nos dando uma chance tambem. Temos que agarrar essa chance com unhas e dentes. - Nós assentimos.
Na manhã seguinte nos sentamos a mesa para tomar café, Harry usou o feitiço abaffiato para podermos conversar sem que alguém escutasse.
— Então você tomou a poção? - Perguntei.
— Sim. Fui ao enterro de Aragogue.
— Quem é Aragogue afinal? - Kate perguntou.
— Uma aranha gigante. - Rony respondeu. - Hagrid a criou e ela vivia com sua família enorme na Floresta Proibida. Um dia tentou nos comer.
— Continue. - Falei para Harry.
— Encontrei com o professor Slughorn depois do enterro eles beberam e Hagrid caiu adormecido. Slughorn contou que minha mãe deu a ele um peixe e falou mais coisas dela. Então eu o convenci a me dar a lembrança, a ser corajoso como ela foi. Falei que era o Eleito.
— E ele passou a lembrança? - Charlotte perguntou e Harry assentiu. - Isso é demais! Já conversou com Dumbledore?
— Sim. Fui depois lá e vimo a lembrança.
— E o que Horcrux é afinal?
— É esconder um pedaço da alma em um objeto. Acontece quando você mata alguém. E Voldemort tem sete horcrux pelo que Dumbledore imagina. O Anel de Servolo que ele roubou, o Diário de Tom Riddle. Ambos já foram destruídos.
— Quais são os outros? - Perguntei.
— Dumbledore acha que é a taça da Lufa-lufa, o medalhão da Sonserina. Então pensamos que talvez ele quisesse algo da Grifinória e da Corvinal quando veio pedir emprego na escola.
— A espada esta em perfeito estado na sala de Dumbledore. - Charlotte falou e Harry assentiu.
— Se ele achou algo da Corvinal ou não, não sabemos. Mas Dumbledore acredita que a sexta Horcrux é a cobra Nagini.
— Bom, aquela cobra é meio estranha. - Kate comentou. - Bom... - Olhou em volta depois encarou Harry, Hermione e Rony. - Dumbledore pediu que fossemos conversar com ele ontem.
— O que ele queria? - Harry perguntou.
— Ele falou com alguns professores e instruiu a nos ajudar. Madame Pomfrey dará aulas a Charlotte ate o ano letivo acabar, McGonagall vai me instruir a virar um animago nas férias e Olho-tonto irá dar aulas para Steph.
— Um animago ilegal? - Hermione perguntou.
— Sim. Ele disse que será útil principalmente se o Ministério não saber.
— Por que ele fez isso?
— Ele esta nos preparando para a guerra. - Charlotte respondeu depois passou a mão nos cabelos. - Aquela mão podre dele... Não sei. Tem muita coisa acontecendo e eles não estão nos contando. A falta de noticia de Remo e da minha mãe. A visita repentina de Tonks. Malfoy trancado na sala Precisa.
— Você fala como se a guerra fosse começar no final do ano. - Rony comentou.
— Talvez não no final do ano letivo, mas esta perto. Ele vai agir em breve. Tenho sentido isso. Tenho sentido uma escuridão. - Ela olhou para a porta do salão principal onde vinha a luz do dia. - Agora Dumbledore resolveu que teríamos que treinar. Isso tudo não é por causa das nossas profissões no futuro, é por que vamos precisar usar todo o conhecimento que temos daqui para frente.
— Assim que ele localizar a próxima Horcrux vai me levar com ele. - Harry quebrou o silencio que tinha ficado.
Lancei um olhar a eles.
— Pelo jeito temos missões para cumprir. O destino do mundo Bruxo esta em nossas mãos.