Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 65
Parte 2 ✖ Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

E aí, quem tava esperando mais um capítulo de COL, e fase FINALIZISSIMA! Falta pouquinhos capítulos para finalizar COL2 e partirmos para o especial.

E o quiz anterior? Acham que acertaram? Tava difícil né? Vamos conferir.

Desfrutem ♥



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Capítulo 18

Sara pegou o envelope na mão e sentiu que ficou pálida. Sem reação. Ela não esperava por aquilo, não mesmo. Em uma fração de segundos, ela pensou em pelo menos umas cem respostas para aquilo, desde “não me deixe por favor” até “vai a merda, Grissom”. Mas a que mais rondou sua cabeça era “porque? por que agora?”. No fim, ela não falou nada, apenas olhou o envelope e não disse uma única palavra.

— Sar?

Ela ergueu os olhos, ainda sem esboçar nenhuma emoção. Sua expressão era de pura confusão.

— Eu espero profundamente que você não assine isso. – Ele disse franco.

— Então porque me deu esses papéis? – Se antes estava confusa, exatamente naquele momento ela já não entendia absolutamente mais nada.

— Por que eu achei que você merecia ter a opção. – Ele deu os ombros.

— Meu Deus Gilbert, fala a minha língua. Eu não entendi onde você quer chegar.

— Durante todos esses dias eu não falei de nós, eu evitei ao máximo, enquanto minha mente só queria isso, e meu coração também. Você havia me pedido um tempo para pensar e eu estou te dando. Não estou falando de semanas ou meses, não estou estipulando um prazo de validade, estou te dando o tempo que você quiser, ainda que demore anos. Nesse documento está tudo acertado, pelo menos toda parte burocrática, e está assinado por mim… Acredite, foi muito difícil pra mim assinar esses papéis. – Ele suspirou. – Se você decidir que não quer mais, que nós não podemos ter outra chance, você pode, no momento que quiser, assinar esses papéis e entregar aos advogados. Partilhas de bens, das guardas das meninas, está tudo aí, como nós sempre decidimos que seria. – Seus olhos estavam mareados, e ele tentava conter os sentimentos. – Se você decidir que nós podemos ter uma segunda chance, que nós podemos recomeçar, você pode rasgar esses papéis ou guardar eles em uma gaveta, como preferir. Eu só quero que saiba que você tem o espaço que precisar, o tempo que precisar, e pode tomar a decisão que você quiser. Eu já te tirei o direito de escolha uma vez, e eu não queria fazer isso novamente.

Sara olhou para Gilbert, depois olhou para o envelope em suas mãos.

— Obrigada Gil. – Ela esboçou um sorriso.

— Se cuidar Sar, e se precisar de qualquer coisa, me chama.

— Pode deixar.

Sara subiu para seu apartamento e foi direto para o seu quarto. Rafaela chegaria em uma hora, mais ou menos. Sentada na cama, ela pegou o envelope, abriu, pegou as folhas. Ela separou uma das cópias, e leu com atenção, página por página, com todos os dados, todos os acordos, a partilha da guarda das filhas, tudo estava detalhado com perfeição. Era como se Gilbert soubesse tudo que Sara desejava, exceto na parte financeira, onde ele lhe dava parte dos seus bens, mesmo sabendo que ela não gostaria de receber. No final, de cada uma das cópias, estava a assinatura de Gilbert Arthur Grissom. 

Ela olhou aquelas assinaturas com atenção, passou os dedos por cima. 

Durante todos os dias que tinha evitado pensar nele, no relacionamento deles, parecia que agora pensava por todos aqueles dias. Suspirou.

Quando se deu conta, já havia passado uma hora e Rafaela, que tinha uma cópia das chaves, já havia chegado e batia na porta de seu quarto.

— Pode entrar, Rafa.

Ela entrou e viu os papéis na cama.

— O que é isso?

— Papéis de divórcio… – Falou simples, ainda olhando para eles.

— Você pediu o divórcio? – Rafaela perguntou surpresa.

— Não, foi o Gil que pediu os papéis. – A cara de Rafaela, com certeza pareceu a mesma de Sara quando pegou o envelope. – Ele disse que queria me dar direito a escolha, e que se eu decidisse me separar mesmo, bom… Os papéis estão aqui. – Ela sorriu de canto. – E isso me deixou um pouco confusa.

— Mas porque ele decidiu agir assim?

— Provavelmente por que ele escutou alguma ou algumas de nossas conversas no hospital. – Ela deu os ombros.

— Escutou?

— Bem… – Sara suspirou. – Nossa família tem uma mania muito feia de escutar atrás da porta. Isso inclui Gilbert, eu… Até o Roberto. Beth não fica para trás… E, talvez, muito provavelmente, até as meninas… – Ela deu os ombros.

— Sara! – Ela não conseguiu segurar o riso quando ouviu aquilo. – Você não pode tá falando sério…

— Claro que estou. – Sara acabou rindo também. – Porque você acha que a maioria das conversas sérias daquela casa acontecem no escritório do Gil?

— Não faço idéia.

— Você já viu a grossura daquela porta? Nem que se grite lá dentro da pra ouvir do lado de fora, é o único local da casa onde se tem o mínimo de privacidade.

— Nossa, vocês são horríveis. – Rafaela não pode deixar de rir. – Não sei se é pior isso ser verdade ou você me contar isso com uma naturalidade absurda. – Ela disse incrédula. – Ainda bem que nesse apartamento está somente nós duas agora. E você pode me dizer o que vai fazer com esses papéis.

— Por enquanto nada. Eu confesso, que independente do que ele ouviu, isso me surpreendeu de verdade, positivamente. Eu fiquei mais de uma hora olhando esses papéis e pensando em quão difícil foi para ele fazer isso. – Ela pegou os papéis e colocou dentro do envelope novamente. – Vou colocar eles no envelope e deixar na gaveta do comodo. Eu preciso de um tempo para pensar. 

— Bom, ele praticamente disse que a decisão é sua. A bola está com você amiga, e você pretende deixar seus sapinhos de molho, é isso?

Sara não pode deixar de dar uma gargalhada ao ouvir isso.

— Eles vão ter que aguardar no laguinho. – Ela riu. – Meu Deus Rafa, olha o que você me faz falar. Agora, falando sério, você sabe que o Roberto está fora da jogada e completamente livre, não é?

— Você está falando isso, por…

— Bem, por que quando ele ia no hospital, eu já não tinha certeza se era só por mim… Ele pareceu gostar de conversar muito com você. – Ela disse perspicaz.

— Nem vem Sara! – Rafaela se esquivou.

— Nem vem, o que? Eu apenas disse que vocês ficaram próximos. E que talvez eu já nem seja a primeira opção dele. – Sara sorriu com malícia.

— Sara, ainda que fosse assim, ex de amiga minha pra mim é mulher. Que horror.

— Rafa, não somos duas adolescentes.

— A gente só ficou amigo, e cá entre nós, o nosso assunto é sempre você. E por mais que você gostasse da ideia de ele gostar de outra pessoa, sinto muito, ele não gosta, ele ama você. Os dois amam, e eu sinceramente não sei qual dos dois mais.

— Por que você acha isso?

— O jeito que eles te olham, os dois. A diferença é que Gilbert é mais contido, ele não sabe demonstrar as coisas e é meio lerdo, faz muita burrada. Roberto é um homem mais flexível e aceitava até um trisal se te fizesse feliz. – Ela riu. – Você pode definir ele como um principe ou um cachorrinho fiel. O que preferir.

— Se juntasse os dois, a gente fazia um homem perfeito né? – Sara riu.

— Os olhos do Gilbert… Os braços do Roberto… A bunda de Gilbert, com certeza… Qual dos dois tu ia preferir naquela parte? – Rafaela fez uma careta olhando para baixo.

— RAFAELA! – A repreensão saiu quase como um grito.

As duas cairam na gargalhada. Demorou para que as duas se recompusessem.

— Eu não acredito que você conseguiu me fazer rir. Nossa, fazia tanto tempo que eu não ria desse jeito.

— Que bom que eu consegui transformar o desastre da sua vida amorosa em algo que te faz rir até doer a barriga.

— Ainda bem que estou abaixo de medicação pra dor ainda. – Ela disse ainda rindo, mas agora mais tranquila.

— Isso, joga na cara que você pode se drogar licitamente. – Ela riu.

— Você está impossível hoje dona Rafaela.

— E eu ainda tô recebendo pra isso. – Ela deu os ombros. – Mas agora falando sério… Você não pensa no Roberto mesmo como homem? Um remember que seja? Porque pensar não é pecado e nem traição.

— Não penso, nunca pensei. – Ela falou com sinceridade. – Eu amo o Roberto, mas não da mesma forma que antes. E eu não estou dizendo que eu não possa mudar de ideia algum dia, mas no momento, eu acredito que se isso tivesse passado pela minha cabeça, se eu quisesse isso, ainda que fosse um pouco, seria minha obrigação assinar os papéis do divórcio. 

— E você já deixou isso às claras para ele?

— Eu não precisei… Roberto me conhece, ele me olha e enxerga minha alma, na realidade eu acho que ele me vê melhor do que eu vejo a mim mesma. – Sara sorriu de canto. – Ele sabe exatamente como me sinto. E ele respeita isso… Além de que, ele voltou mudado… E isso me deixa intrigada.

— Como assim mudado?

— Eu não sei exatamente. Mas quando ele se despediu de mim, disse que quando voltasse, se voltasse, provavelmente estivesse diferente, ele disse que a guerra muda as pessoas. – Ela lembrou com certa tristeza. – E desde que ele voltou… Algo mudou nele. Eu não sei o que ele passou por lá, ele me disse muito por cima, e sei que deve ter sido ainda pior. Só sei que ele sente como se não merecesse a felicidade, e é por isso que ele age assim. 

— Assim como?

— Se prendendo a um sentimento antigo, mesmo sabendo que eu amo o Gil e, ele me incentiva a isso, a amar ele, perdoar ele. Parte é porque ele realmente se importa com o que eu sinto, mas a outra parte… – Ela suspirou. – A outra parte parece que precisa se punir e se colocar nessa situação, como se ele estivesse se sabotando sabe, como se ele achasse que merecesse sentir isso…

— Isso é triste… 

— Vocês conversavam muito no hospital, o que você acha?

— Bom, eu já te disse. A gente falava sobre você, e ele gosta mesmo de ti, assim como Gilbert. Mas claramente ele tirou o time de campo até você e Gilbert se resolverem. Eu sinceramente acho que se você se separasse do Gilbert ele investiria pesado num retorno. 

— E Gil?

— A gente não conversava muito, Gilbert não estava muito falante no hospital. Mas não tenho dúvida que ele te ama e não quer te perder. Ele ficou do teu lado todo tempo, se preocupou demais contigo. 

— Eu… Eu vou tomar um banho, logo as meninas vão estar aqui e eu estou morrendo de saudade delas. – Sara por fim desconversou.

Na casa dos Grissom, Ju se encontrava no quarto, e Jujuba – que agora preferia ser chamada de Jubs – estava no escritório do pai com Camil, estudando. Após os estudos, as meninas iriam para casa da mãe. 

Ju estava deitada na cama, mexendo no smartphone, já que havia terminado todas as tarefas. Conversava com Raika por aplicativo. 

"Sua mãe já estar em casa?"

Ju marcou a mensagem da prima: "está".

Ela ajudava Raika corrigindo o que escrevia ou falava para melhorar sua pronúncia e escrita.

"Siiiim. Daqui a pouco vamos ver ela."

"Que bom"

Raika, que estava em casa, também deitada na cama. Pensou um pouco. Já havia pensado em falar isso há alguns dias, mas finalmente havia criado coragem para expor sua opinião.

"Você tem dizer a verdade"

"???", Ju não entendeu.

"Sobre pai do Hank e irmã sua".

Ela marcou a mensagem: "sua irmã".

"Por que?"

"Porque eles merecer verdade… Doer sim… Verdade ainda melhor"

Dessa vez Ju não corrigiu a mensagem, mas o que Raika havia falado a fez pensar. Será que deveria escutar esse conselho e falar a verdade? Era obvio que ela tinha vontade de contar, todos os dias, dizer para Hank que são irmãos. Mas e os sentimentos deles? E se eles a odiassem por isso? Será que eles queriam a verdade?

Sem resposta, e como se soubesse o que Ju estava pensando, ela mandou mais uma mensagem: “Você também merecer a verdade”.

“merece”. Ju respondeu marcando a mensagem anterior. E em seguida continuou: 

“Eu não sei. É muito difícil pensar nisso. E tomar uma decisão que não machuque ninguém”

“Você preocupada com o que vai machucar eles. Mas o que machuca você?”

“Perder a confiança e o amor deles.”

“Você não está feliz. Esconder não é a solução. Mas sua decisão, no final, só sua.”

“Obrigada Ray, tem sido muito bom ter alguém para conversar sobre isso. E você? Já falou com seu pai?”

“Não Sem coragem”

“O tio é uma pessoa super legal, e tenho certeza que ele vai entender quando você falar. Ele vai ficar feliz quando você falar. E você vai ver que é tudo besteira da sua cabeça.”

“Talvez”

“Certeza…”


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Notas finais do capítulo

Quem chutou a C, chutou Certo! hahaha.

E no próximo capítulo, o que esperar?
A) Ju vai decidir não contar nada
B) Ju vai pedir conselho para seu pai
C) Ju vai pedir conselho para sua mãe
D) Ju vai decidir contar

E aí. Vocês acham que Hank e Jubs merecem ou não merecem saber a verdade?



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