Coincidence Of Love ✖ GSR escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 40
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo aqui pra vocês. E prometo que teremos os mais diversos sentimentos nele. Estamos em reta final dessa primeira parte e juro, ainda temos MUITA coisa pra resolver em tão pouco tempo. Será que conseguimos?

Desfrutem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/798971/chapter/40

O ano transcorreu mais rápido do que imaginavam. Julia Ann mostrava exames excelentes mês após mês, e estava quase no final do período de observação. Sara também já havia recebido há alguns meses alta psiquiátrica. Beth estava novamente na Europa. Tudo parecia diferente, exceto o relacionamento de Gilbert e Sara, que parecia estar exatamente igual.

Havia respeito mútuo. Conseguiam conviver e resolver as coisas juntos. Ainda sim havia uma barreira entre eles que nunca deixava que eles se sentissem completamente confortáveis um na presença do outro.

— Ruth, você viu a Sara? – Grissom recém havia chegado em casa.

— Vi sim, senhor Grissom. Vi a senhorita Sidle com algumas caixas de papelão, parecia estar indo ao quarto de hóspedes.

Grissom franziu o cenho. Aquele quarto estava parado há quase um ano. Ninguém entrava lá, nem mesmo os empregados. Ele olhou a data no telefone e fechou os olhos. Uma pontada de dor atravessou seu corpo, e o impediu de respirar por alguns segundos. Assim que se recuperou, largou suas coisas no sofá e seguiu para o quarto de hóspedes. 

A porta estava entreaberta.

Ficou ali parado alguns segundos observando Sara. Ela tinha uma caixa de papelão aberta sobre a poltrona de amamentação. Dobrava algumas roupas infantis e organizava delicadamente ali dentro. Ele não conseguia ver seu rosto, mas tinha certeza que seu rosto estava molhado pelas lágrimas.

Aquele era o quarto de Noah, um local que evitava entrar e que não deixava que ninguém, exceto Sara, entrasse. Ele estava exatamente da mesma maneira há quase um ano.  Inclusive as roupas que Sara espalhara pelo chão, estavam no chão. Estas que agora Sara juntava com tanto carinho.

— Hey Sara. – Anunciou sua presença enquanto entrava.

— Hey. – Respondeu sem levantar o rosto.

— O que está fazendo? – Perguntou com delicadeza.

— Eu achei que estava na hora. Essa semana Júlia completa os últimos exames do ano de observação, e provavelmente terá alta. Eu estou voltando ao mercado de trabalho faz uns meses, mesmo trabalhando de casa, tenho conseguido manter um salário. Estou financiando um local para morar, para ter algo meu e não depender mais de aluguel. E hoje… – Ela respirou fundo. – Hoje faz um ano que meu filho nasceu e morreu. – As lágrimas então começaram a cair mais rápido. – E eu mal tive a oportunidade de conhecer ele, ainda sim, mesmo diante de tanta dor, ele também me proporciona felicidade diária através da melhora de Júlia. Então eu não sei, eu achei que estava na hora de… – Sua voz embargou, já não conseguia falar mais nada.

— De virar a página. – Ele completou.

Ela acenou com a cabeça, em prantos. Gilbert queria puxar ela para um abraço naquele momento. Sara queria abraçá-lo também. No entanto, algo os impedia.

— Eu posso ajudar? 

Sara apenas assentiu com a cabeça.

Juntos, eles foram dobrando roupa por roupa e organizando nas caixas de papelão. Era impossível para eles não imaginar como Noah teria ficado em cada uma delas. Logo eles começaram a teorizar como ele teria sido, sua personalidade, suas escolhas, sua profissão. Ainda que de forma melancólica, eles tentavam lembrar do bebê com certa alegria.

— Ele teria sido um ótimo jogador de futebol. – Gilbert comentou em certo momento.

— Era cada chute. – Sara lembrava-se muito bem. – Ele colocava os pés contra minhas costelas e quase me deixava sem ar. – Ela sorriu com a lembrança.

— Eu lembro a vez que coloquei o ouvido na sua barriga e ele me acertou bem na orelha. – Ele respondeu.

— Noah teria muito orgulho de quem era. Quando fosse um pouco maior e entendesse tudo que fez pela Jujuba, teria muito orgulho de ter salvo a irmã.

— E as meninas iam estragar ele. Iam tratar como se fosse um bonequinho. Seria muito mimado.

— Iam dar muito amor. 

— Nós também, Sara. – Ele disse agora com os olhos mareados. – Nós também íamos dar muito amor a ele.

Eles prosseguiram com a organização. Depois de encaixotar todas as roupas, encaixotaram fraldas, lenços umedecidos e itens de higiene. Pouco a pouco, aquele quarto ia ficando repleto de caixas de papelão, e aquém delas, haveria somente a cômoda, o berço e a poltrona. E com o auxílio de algumas ferramentas, Gilbert e Sara começaram a desmontar o berço e a cômoda juntos. Agora em silêncio, apenas, fazendo aquilo. E aproveitando a companhia um do outro, coisa que não faziam há muito tempo.

Ao final, olhavam para aquele quarto vazio e sem vida. Que antes parecia um quarto de bebê, mas agora não passava de um depósito com caixas e móveis desmontados. 

— Eu vou ao cemitério visitar ele. Quer vir?

— Não. Eu… Eu não acredito nessas coisas. Céu, vida após a morte, Deus. Essas coisas. – Ela suspirou. – E eu também estou aproveitando para organizar minhas coisas com calma. Logo o apartamento será liberado e eu penso em já ir levando algumas coisas minhas para lá. 

— As vezes eu tenho a impressão que você passou o ano inteiro contando os dias para sair aqui de casa.

— Eu passei. 

Nenhum dos dois tinha um tom alto ou de cobrança. Na realidade, ambos pareciam tristes.

— Sara, você sabe que aquilo já faz um ano, não é? Eu estava de cabeça quente e não queria te expulsar daqui, de verdade.

— Não. – Ela sorriu pra ele. – Você queria sim. Mas, você mesmo disse, já faz um ano. Não é por isso. Eu preciso retomar minha vida e você precisa reordenar a sua. Nós dois precisamos disso. Morar na mesma casa, forçar essa proximidade tem nos afastado constantemente. Talvez, se não houver tanta pressão, a gente, quem sabe, possa dar certo. 

Grissom ficou impactado com aquelas palavras. Fazia muito tempo que eles não falavam sobre isso, sobre estarem juntos ou terem um relacionamento. Não esperava que logo ela levantasse esse assunto. 

— Eu não sei o que te dizer.

Ela se aproximou dele, o suficiente para sentir o calor do seu corpo. No entanto, fora ele quem retrocedeu. E ela respeitou. Virou de costas para ele. E suspirou.

— Tudo ficou tão parado, tão inerte por tanto tempo. – Ele prosseguiu falando. – Eu não sei se eu ainda sinto a mesma coisa por ti. Desculpa. 

— Não se desculpe Gil. Você não é obrigado a sentir nada por mim. 

Durante os meses seguintes, Gilbert se arrependia do que havia dito. Era óbvio que ainda sentia algo por ela, ou melhor, que sentia amor por ela. Nada, absolutamente nada havia mudado. A única coisa que o impedia de pegar aquela mulher em seus braços era o constante medo de ela não o amar do modo que ele a amava. Um dos seus piores pesadelos era estar com Sara, felizes, juntos e de repente Roberto voltar de onde quer que estivesse e novamente ela escolher ele. 

Era fácil ela escolher Gilbert com Roberto longe, mas será que ela ainda o escolheria se Roberto estivesse ali? 

Sara dizia que sim, que escolheria Gilbert. Ela disse isso a ele uma centena de vezes. Ainda sim, ele queria, mas não conseguia acreditar. E essa falta de fé em Sara fora o que afastou eles durante todo esse tempo. 

Agora ele não via Sara fazia alguns meses, e sentia sua falta, mais do que gostaria de admitir. Após a alta de Júlia, Sara não tardou a ir para o apartamento que havia financiado. E o sistema de guarda compartilhada das meninas funcionava bem. Elas passavam dias alternados nas casas de Gilbert e Sara, e algumas vezes parte do mesmo dia em casas diferentes.

No entanto, ele não via a Sara. Não fora convidado para subir no apartamento uma única vez, e sempre que era ele quem ia buscar as filhas, Sara não descia, somente as crianças. Ela sempre arranjava uma desculpa diferente, mas a realidade é que ela não queria ver Grissom, por que doía.

Doía ele dizer que não sentia mais nada por ela, quando ela sabia que ele sentia. Doía ele não ser sincero com ela, quando ela sempre foi sincera com ele. E ainda mais, doía ele não acreditar na sinceridade dos sentimentos dela. 

Por Roberto, ela havia tido uma paixão avassaladora, algo como amor à primeira vista. O que era bem diferente do que havia ocorrido com Gilbert, com ele as coisas haviam surgido devagar, com a convivência, o costume e a parceria. Eles tiveram tempo de se conhecer, de estarem juntos e lutarem juntos por algo em comum. Gilbert não fazia questão de protegê-la, não queria ser seu príncipe encantado, ainda sim ele o fazia por instinto, com muita sutileza. E pouco a pouco, aquela paixão avassaladora que tinha por Roberto se dissipou, se tornou um sentimento de amizade e ternura, uma pessoa a quem ela sempre seria leal. E nasceu ali, um sentimento bem diferente, um sentimento forte, algo que seria realmente difícil de derrubar, pelo simples fato de que não foi algo que simplesmente veio do nada, mas algo que foi construído aos poucos, formando uma estrutura firme e que Sara sabia que era algo bem diferente de paixão, era amor.

E ela não iria deixar que ninguém, nem mesmo Grissom, dissesse que seu sentimento não era o que ela dizia ser. Não mesmo.

Por esse motivo, preferiu evitá-lo.

Gilbert havia dispensado Carlos naquele dia, então havia pegado o carro e ido ele mesmo buscar as filhas. Estacionou o carro em frente ao condomínio de Sara. Alguns minutos depois, o porteiro do prédio conduzia as duas até o carro. Novamente a morena não havia descido, claramente, ela o estava evitando. Ele então pediu que o porteiro ficasse de olho nas meninas brevemente, enquanto descia do carro. Ele desceu e tocou o interfone do apartamento de Sara.

— Oi? – Ela atendeu.

— Hey Sara. Você pode descer um pouco para a gente conversar?

— Desculpa Gil, eu não posso agora. – Respondeu após pensar um pouco. – Eu estou trabalhando home office, e resolvendo um problema no servidor da empresa. Podemos conversar em outro momento?

— Tá. – Disse vencido. – Claro.

— Combinado então. Tchau.

— Tchau.

Ele entrou no carro, um pouco chateado, ainda que tentasse esconder. As meninas responderam.

— A mamãe não pode descer mesmo. – Ju fora a primeira a falar.

— Não fica chateado Gil. A mãe estava mesmo trabalhando quando saiu.

— Não estou chateado, garotas. Não se preocupem. Está tudo bem. E como estão as coisas?

— Super bem! Sabia que a gente vai ganhar um gatinho? – Ju disse super animada.

— Um gato? – Gilbert estranhou.

— A mãe prometeu que depois que eu tivesse alta do meu tratamento e o médico liberasse, eu poderia ter um bichinho. – Jujuba disse animada. – E a gente escolheu um gato. Assim a gente pode levar ele para as duas casas. 

— Um gato? – Ele repetiu incrédulo.

— É papai. – Ju resmungou. – Um gato.

Sara se sentia muito sozinha quando as meninas não estavam em casa. Nesse momento ela até pensava que a possibilidade de um gato não era uma má ideia, além de que, se em dois anos Jujuba não havia esquecido aquela promessa, ela não teria o direito de quebrá-la. Ainda se recordava de quando descobriram a doença de Júlia, há aproximadamente dois anos atrás, e ela havia sido internada pela primeira vez. Algumas semanas antes do seu aniversário de seis anos.

Ela estava deitada no leito, debilitada. E Sara, havia entrado no quarto hospitalar, com seu coração dilacerado pela notícia da leucemia, e ainda pior ao descobrir que não era a mãe biológica daquela menina que amava mais que a própria vida. 

— Mãe. Falta pouco pro meu aniversário. – A voz dela estava tão fraca na época que era quase inaudível.

— É sim meu amor. É. 

Jujuba contava os dias para o aniversário, ela amava fazer um bolo com a mãe, ganhar um presente, por mais simples que fosse, e saírem juntas em qualquer lugar, passarem o dia juntas. Era uma tradição, fazia cinco anos. Uma tradição que não ocorreria naquele ano.

— A gente vai pra casa no meu aniversário?

— Não, meu amor. – Sara tentava não chorar. – Infelizmente não, mas a gente pode comemorar aqui. E eu posso te dar um presente. O que você quer de presente?

— Eu quero um bichinho. Um gatinho ou cachorrinho. 

— Uau. Eu não esperava por essa. – Brincou. – Eu não sei se você vai poder ter um bichinho agora meu amor. Você tá dodói. Acho que o médico não vai deixar.

— Quando ele deixar, você me dá?

— Te dou sim. Claro. O bichinho que você quiser.

Ela nem havia pensado direito na hora. Hoje, se pudesse dizer, diria não. Mas naquele momento, com sua filha fragilizada, ela poderia prometer todas as estrelas do céu, contanto que sua menina ficasse bem. Hoje, com sua filha curada, ela não se sentia no direito de não cumprir aquela promessa. Então, junto com Ju, decidiram por um gato e logo, eles teriam mais um membro na família. 

O toque do telefone a tirou de seu devaneio. Ainda estava sentada à mesa em frente ao seu notebook, quando pegou o telefone e percebeu que era mais de meia noite. O número era da casa de Grissom. O que Gilbert queria naquela hora? Ela sabia que podia ser algo importante, por isso, preferiu atender.

— Alô.

— Oi, mãe.

— Ju?

— Papai e Ruth levaram a Jujuba pro hospital. Ela não estava bem. – Falou rapidamente. –  Papai pediu pra avisar.

— E você está com quem meu amor?

— Eu tô com a Esther.

— Tá bom princesa. Vai pra cama que eu vou pro hospital ver a sua irmã. Tá bom?

— Tá. Depois me liga.

— Ligo sim, princesa.

O coração de Sara parecia que ia sair pela boca. Era como se todo aquele pesadelo estivesse de volta. Ela pegou suas coisas e chamou um transporte por aplicativo. Tudo parecia acontecer muito devagar, mas ela precisava estar com sua filha, o quanto antes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E a resposta certa era a A. Mas se a gente foi parar para analisar, aconteceram miiiil coisas nesse capítulo. Não? Jujuba curou, eles se "despediram" de Noah, Gil dispensou Sara, Sara voltou a trabalhar, também adquiriu uma casa nova e se mudou, Gil se arrependeu, e agora a Jujuba tá doente de novo? Eita! Até fiquei sem fôlego aqui. E vocês?

E aí, considerando esse momento cheio de acontecimentos, o que vocês acham que ocorre no próximo capítulo? São DUAS alternativas verdadeiras.

A) A leucemia de Jujuba volta e se levanta a hipótese de um novo transplante
B) Jujuba não tem nada demais e recebe alta no mesmo dia
C) Gil e Sara se beijam
D) Rola um clima entre Gil e Sara, mas algo atrapalha
E) Sara culpa Gil por não cuidar direito da filha

E aí, quais vocês acham que estão corretas?

—> Não gosto de prolongar os recadinhos, mas eu queria saber se vocês querem uma segunda parte de COL, não prometo felicidade total no final dessa primeira parte, mas prometo nosso casal terminando juntos. A segunda parte, assim como a primeira será regada de drama, sofrimento e romances. Também quero focar um pouco mais na Ju, já que a Jujuba foi praticamente o foco dessa primeira parte. E aí, quem topa uma segunda temporada????



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coincidence Of Love ✖ GSR" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.