Love is blue escrita por Lola


Capítulo 16
Capítulo 16 – Nós naufragamos, e nada se salvou


Notas iniciais do capítulo

Pensem em um cap difícil de escrever. Nem revisei pra postar, simplesmente pq sei que se o fizesse eu ia apagar ele todo e desistir da fic. Sempre acho esse um dos momentos mais confusos do relacionamento GS.
Eu acho que com o tempo, Greg começa a suspeitar dos sentimentos de Sara por Grissom, e suponho que possa ter sido mais ou menos nos primeiros caps da quinta temp.
Esse cap de agora e o próximo (17), são um resumão do que se passa com Sara e Grissom antes da famosa cena no apartamento em que Sara revela para Grissom sobre seu passado.
Bom, sem mais delongas por aqui hehehe
Boa leitura!



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Capítulo 16 – Nós naufragamos, e nada se salvou

Às vezes tenho sonhos como mares:

as suas ondas batem-me, magoam-me,

deixam-me um gosto a sal sob a língua,

emaranham os meus cabelos e afogam-me.

E, quando chego ao fundo, repugnam-me

os seres que o habitam e o sujam,

seres escorregadios e viscosos,

sem pálpebras e sem extremidades,

sem linguagem, lágrimas ou ruído.

Às vezes tenho sonhos como mares

e, quando desperto enfim de um deles,

sei que me salvei de mais um naufrágio.

Amalia BautistaConta-mo outra vez

 

Sara olhou atentamente para as paredes do consultório. As paredes azul-claro lembravam os olhos de Grissom, o céu em dias frios, um mar de sonhos tristes. A imparcialidade daquela cor era assustadora, a forma como ela podia representar tudo ou nada, acalmar e bagunçar. Já fazia um mês que estava de licença, um longo mês de passeios ao ar livre, observando o horizonte, pensando sobre o que poderia estar escondido para si. Um mês que frequentava aquele consultório, que falava sobre seu passado, que os sonhos passaram a ser ditos em voz alta. Mas hoje, após exatos trinta dias, finalmente havia conseguido chegar a superfície.

— Pergunta difícil, não é mesmo? Saber o que queremos fazer com a vida.

A psicóloga sorriu para Sara, percebendo o olhar perdido da mulher após sua pergunta.

Sara desviou seus olhos da parede, e encarou Angie – Você sabe o que fazer com a sua?

— Bom... – Angie sabia que aquilo não era uma provocação, pois já haviam superado a fase de resistência de Sara – Na maior parte do tempo eu acho que sim, e quando eu digo que acho é por que provavelmente não sei o que estou fazendo.

Sara riu – Isso faz sentido.

— Nós nos preocupados demais com ter planos, segurança, certezas... Quando a vida é praticamente sobre o contrário, não podemos controlar tudo.

— Infelizmente – Uma sombra preencheu os olhos de Sara, lembrando de todo o seu passado – Amanhã eu volto ao trabalho.

— Você não parece muito animada.

— Eu estou... Eu só... – com as mãos unidas uma na outra, Sara as torceu nervosamente sobre o colo – Eu não sei! – riu em frustração, era difícil falar tudo que sentia – Eu só não sei o que esperar.

— Então não espere.

— Você faz parecer simples.

— Não é simples, é necessário – Angie deu uma piscadinha para Sara – Se dê um crédito Sara, você não fez nada de errado, já falamos sobre isso. Não precisa ter medo do que pode vir com a sua volta, nós duas sabemos bem a mulher forte que você é para estar com medo de voltar ao trabalho.

Sara deu seu habitual sorriso de lábios contraídos, formando um leve bico. Ela gostava da mulher a sua frente, mesmo que o primeiro encontro que tiveram não tenha sido fácil. Claro que isso era culpa sua, ela não estava nem um pouco interessada em ter alguém passeando por sua história, olhando para dentro da sua cabeça. Mas Angie havia conseguido mostrar para si que ela não estava ali para fazer uma análise, mas para ajudá-la a se sentir melhor. E ela vinha se sentindo melhor.

— Obrigada – ela disse simplesmente.

— Bom... Vejamos o que falta para encerrarmos – Angie mexeu rapidamente nas anotações que segurava – Já pensou sobre como vai conversar com Grissom?

— Digamos que eu tenho ensaiado essa conversa.

— Certo. Eu sei que não é fácil compartilhar algumas coisas da nossa história, você não precisa fazer isso em grandes detalhes, use apenas as informações que estão na sua ficha.

Sara suspirou, aquela definitivamente seria a parte mais difícil. Falar com Grissom sobre seu passado. Exigência de Ecklie.

— Vocês têm se falado?

— Ele tem me ligado perguntando com eu estou, uma vez por semana exatamente, nas segundas a noite.

— Isso é bem preciso.

— Grissom é preciso.

Angie sorriu – Nós duas já concluímos que ele poderia usar dessa precisão com algumas outras coisas – ambas sorriram, aquele assunto havia se tornado engraçado entre elas. Sara havia contado para a psicóloga sobre os comportamentos de seu supervisor, sobre os sinais duplos, a dificuldade de formular uma frase sobre sentimentos.

— Então eu acho que terminamos, Sara! Você completou o número necessário de sessões de aconselhamento, e tirou o mês de folga, acredito que já está mais que apta em voltar para o trabalho.

— Muito obrigada por todas as conversas – Sara se levantou, exibindo um sorriso feliz de dentes separados – Obrigada pela ajuda, de verdade.

— Não me agradeça, você é a principal responsável por tudo ter dado certo aqui – Angie lhe estendeu a mão, dando um abraço amigável em seguida – Espero que possa descobrir o que fazer com a vida.

— Eu vou.

//

Já fazia quase um mês que voltara ao trabalho, e ela e Grissom ainda não haviam conversado sobre seu tempo fora. Ela havia tentado, mas talvez não tantas vezes como deveria. A sensação de estar de volta era maravilhosa, ver seus amigos e ter com o que distrair sua mente agitada era ótimo. Mas por que sentia que existia uma sombra a espreita, prestes e tomá-la? Estava se esforçando, sem turnos duplos e horas extras, apenas cumprindo seu horário normal de trabalho. Mas mesmo assim sentia que algo não ia bem dentro de si – era aquela velha sensação de que as coisas não poderiam dar certo para ela por muito tempo.

Boa parte da sua vida foi acostumada com a incerteza dos dias, especialmente na infância, quando seu pai podia chegar bêbado ou não após o trabalho. E mesmo após todas as conversas com Angie, sentia que havia algo em seu peito que poderia explodir a qualquer momento. Em sua terapia pode reconhecer seus sentimentos por Grissom. Pela primeira vez pode fazer isso em voz alta para si e para alguém além de si. Sentia como se houvesse retirado um peso do peito, como se finalmente houvesse conseguido sobreviver ao seu naufrágio.

Sempre que o via pelos corredores, um forte sentimento de resignação tomava conta de si, e tudo que podia fazer era se contentar com o pouco que tinham. Havia decidido por arcar com a escolha de vir para Vegas, de lidar sozinha com seus sentimentos. Mesmo que em algum lugar do coração de Grissom eles fossem recíprocos, ela sabia que ele não seria capaz de fazer nada sobre isso. Não com ela.

Afinal, eles eram o produto de um naufrágio.

— Tudo bem, Sara?

Sara olhou distraidamente para cima da revista que estava “lendo”. Era Grissom.

— Tudo.

— O que está lendo?

— Ham... Nada de realmente interessante – fechou a revista rapidamente, pois não tinha ideia do que continha no artigo.

— Onde está Greg?

— Deve estar chegando.

— Vocês têm um roubo em Henderson, o dono da casa foi encontrado inconsciente – Grissom entregou para Sara um pequeno pedaço de papel com o endereço – Vartan já está no local.

— Certo – Sara se levantou.

— Sara – Grissom chamou – você fez um bom trabalho ontem.

A perito olhou confusa para seu supervisor, não entendendo exatamente ao que ele estava se referindo.

— O sangue que você recolheu naquela porta, foi uma das poucas coisas que conseguimos salvar após a casa explodir, para poder colocar a vítima no local do crime.

— Oh... pensei que não aprovasse meu comportamento.

— Não aprovo – Grissom deu de ombros – mas posso reconhecer a relevância.

Sara sorriu com a tentativa de um elogio vinda de Grissom.

— Okay... posso perceber toda sua preocupação – provocou ela.

— Bom dia, desculpem pelo atraso – Greg entrou na sala de descanso, interrompendo o momento entre os peritos.

— Roubo em Henderson, não se anime – Sara se levantou.

— Não se faz um grande perito apenas de grandes casos – ele disse animado.

— Muito bem Greg, gosto de ver essa animação.

O rapaz deu de ombros – Eu preciso aproveitar essa oportunidade – sorriu pentelho para Sara – com um caso desse, significa que estaremos acabando mais cedo, e Sara vai poder me pagar um filme que ela está devendo.

Grissom franziu as sobrancelhas.

Sara abriu e fechou a boca algumas vezes, pensando em um argumento. Desde que voltou para o laboratório, Greg vinha lhe cobrando aquela noite de filmes em seu apartamento.

— Não adianta tentar fugir, eu já te prometi que deixo você escolher os filmes – colocou-se diante a amiga – vamos?

O jovem saiu animado pelos corredores. Sara olhou brevemente para seu supervisor, que manteve-se parado observando a interação de seus subordinados. Deu de ombros e saiu, seguindo o mesmo caminho de Greg.

Grissom fez uma careta ao imaginar Sara no apartamento de Greg vendo um filme, levando em consideração todas as tentativas que o jovem já havia feito com a mulher ao longo dos anos. Mesmo ela deixando claro que não tinha sentimentos pelo jovem, aquela imagem não era a mais agradável para seu coração e mente.

Talvez eles finalmente houvessem naufragado – o relacionamento. Mesmo que ele tenha sido o principal responsável por mirar diretamente no iceberg.

///

Alguns meses depois

— O que você acha dela?

— Dela quem?

— Sofia.

Sara ergueu seus olhos para o amigo, sentindo o estômago remexer com a menção daquele nome. Preferiu não responder. Voltou sua atenção para os sanduíches que estava fazendo.

— Uma ausência de resposta já é uma resposta.

Sara ergue seus olhos para encarar Greg, dando um sorrisinho forçado – Garoto esperto.

— Grissom parece estar bastante interessado –

— Greg, será que poderíamos mudar de assunto? – Sara o cortou. Tudo que ela não precisava era passar sua noite de folga escutando Greg falar sobre Grissom e Sofia – Por que não repete pra mim a lista de filmes que você alugou?

— Ham... tá bom – concordou, pegando algumas cervejas na geladeira - vou fingir não notar seu ciúme sobre Grissom enquanto desviamos o assunto para algo mais neutro.

Sara não reagiu. Ela sabia que se reagisse acabaria se entregando. Limitou-se a franzir o cenho em uma carranca, respirando fundo enquanto empilhava os sanduíches já prontos em dois pratos.

— Que tal algum filme policial? Onde a mocinha mata o rapaz e esconde o seu corpo tão bem, que ninguém nunca desvenda o mistério? – Sara alfinetou, já sentada no sofá ao lado do amigo, abrindo uma lata de cerveja.

— Eu pensei que iriamos ver algum romance, daqueles clichês onde a mocinha se apaixona pelo homem inalcançável e ignora qualquer chance de ser feliz com outra pessoa.

Sara paralisou um pouco com as palavras de Greg. Ela sabia que era apenas uma brincadeira. Mesmo que ele suspeitasse de seus sentimentos por Grissom, ela sabia que ele não estava querendo feri-la com suas palavras. Mas mesmo assim, elas doeram como facadas. Durante o tempo que esteve em aconselhamento, vários foram os momentos em que conversou com Angie sobre estar parando sua vida por conta de alguém. Mesmo ela sabendo que havia tentado seguir em frente – Hank era a prova viva disso – sentia que não havia se esforçado o suficiente. Ela parecia nunca ser boa o suficiente.

Então sua atenção foi tomada por um dos vários filmes que Greg havia escolhido para sua noite juntos. “E.T.: O Extraterrestre”, ela leu em silêncio. Ergueu-se do sofá para poder pegar o DVD, olhando atentamente para a imagem do que era o dedo do E.T. tocando a de seu amigo humano. Seus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente. Greg percebeu, pois esteve encarando a amiga desde que fez silêncios após sua brincadeira.

— Sara, está tudo bem? – ele coloca a mão em seu ombro, procurando seus olhos preocupado.

Uma lágrima solitária escorre pelo rosto de Sara, que rapidamente a enxuga.

— Sara?

A mulher se ergue rapidamente, indo até a cozinha. Lava as mãos na pia e passa um pouco de água no rosto. Quando se vira encontra Greg em pé, olhando-a preocupado.

— Está tudo bem, Greg... Eu só... Bom... Eu acabei me lembrando de algumas coisas, foi só isso.

— Se foi alguma coisa que eu disse –

— Não foi nada que você disse – Sara sorriu, se aproximando do amigo dando um pequeno soco amigável em seu braço – por que não voltamos para a sala e assistimos esse tal romance que você disse, eim?

Ela foi até o sofá, revirando os DVDs em busca de algo que não tinha ideia do que era.

— Sara...

Greg se sentou ao lado da amiga e viu que suas mãos estavam tremendo.

— Sara... – ele chamou novamente.

Ela parou de mexer aleatoriamente pelos filmes, sentindo que ele segurava seu braço.

— O que houve? – ele perguntou novamente.

Sara fechou os olhos e respirou fundo. Quando começou a falar, ela não encarou Greg, manteve o foco em algum ponto desconhecido do apartamento.

Quando eu era criança eu e meu pai costumávamos assistir esse filme – apontou para o DVD do E.T. – Eu costumava dizer pra ele que estudaria as leis da física para poder provar como não era possível uma criança sair voando em uma bicicleta, por que as leis da gravidade na terra não permitiriam algo assim... – sorriu triste – Eu sempre amei esse filme, não consigo me lembrar de quantas vezes eu o assisti – parou, algo lhe subiu pelo peito e sentiu um peso enorme em seu coração, mas ela precisava terminar de contar – eu estava assistindo esse filme no dia em que meu pai morreu.

Aquele era apenas um resumo da verdade. Ela estava mesmo assistindo E.T., em um volume muito mais alto que o normal, enquanto seus pais gritavam na cozinha, e depois os gritos se tornaram berros, e por fim silêncio. Sara se lembrava bem de ver sua mãe atravessando a porta, completamente fora de si, as mãos cheias de sangue. Ela veio em sua direção pedindo perdão, dizendo que não aguentava mais.

— Eu sinto muito, Sara... Se eu soubesse –

— Não teria como você saber – Sara olhou o amigo com carinho – eu vou ficar bem, foi apenas uma lembrança.

— Certo.

— Pode relaxar Greg – Sara cutucou o amigo, sorrindo – acho que ao invés de filme policial ou romance, poderíamos nos aventurar em alguma comédia, o que acha?

Ele sorriu – É pra já!

Sara recostou-se no sofá, observando o amigo arrumar o DVD e voltar a se sentar ao seu lado. A TV explodiu em cores dando início ao filme. Olhou a garrafa de cerveja já esquecida na mesinha de centro, e não teve vontade de beber. Pensou em comer algum dos sanduíches, mas não estava com fome.

Já no primeiro minuto Greg estava rindo, completamente absorto na TV. Sara se esforçou para prestar atenção, especialmente de tentar rir nos mesmos momentos que o amigo, para que ele não percebesse sua completa distração.

Por que as coisas pareciam nunca poderem ser simples para si? As vezes tinha a sensação de estar nadando, nadando e nadando, e mesmo assim morrendo na praia. Não importava o quanto se esforçasse, as coisas não poderiam ocorrer da forma como ela sonhava. Não era possível mudar seu passado, menos ainda apagar todas as memórias assustadoras que guardava sobre sua infância. As brigas dos seus pais, as idas ao hospital, as vezes em que ela mesma havia sido o saco de pancadas. Mas por que era tão difícil encontrar força para simplesmente seguir em frente?

No turno anterior, após um caso complicado, havia mais uma vez se encontrado sozinha, sentindo-se completamente não suficiente. Grissom parecia completamente fascinado por Sofia, e seus amigos tinham as próprias preocupações. Quando pesquisou sobre sua mãe na internet, mais especificamente a notícia de seu julgamento – O Povo vs Laura Sidle – não pensou que estaria abrindo portas para uma enxurrada tão grande de emoções sufocantes. Pensou que após suas sessões de terapia poderia lidar melhor com seu passado, sem sentir que estava afundando para um local muito solitário e sombrio. Talvez ela não estivesse tão bem quanto Angie pensava. Talvez ela estivesse quebrada e sem concerto.

Lembrou-se de como Sofia chegou até o escritório de Grissom e sentou em sua mesa. Qual a necessidade de sentar na mesa dele? Por que ela precisava agir como uma puta? E por que Grissom parecia achar isso incrível? E por que nada em sua vida podia dar certo? Quando pensou que o relacionamento deles estava melhorando, pelo o menos no âmbito da amizade, alguma coisa acontecia para mostrar que aquela melhora não passava de ilusão, e que talvez nem mesmo a amizade era uma opção a se ter.

Mas talvez nada daquilo fosse realmente importante. Grissom ou seu passado.

Talvez, já não existisse mais saída, e tudo que poderia fazer era aceitar seu naufrágil.

 

A ilha

Na solidão da existência,

Nado firme na batida das águas,

Corpo revolto à mercê da decisão das ondas,

Vou destilando coragem no desespero das braçadas.

É noite.

Ainda bem que os versos são claros,

me ancoram, me falam, me salvam,

me beijam na boca o beijo longo da salvação,

me devolvem o ar, a vida, a trilha.

 

O poema é para mim terra firme,

como é, para o náufrago, a ilha.

 

Elisa Lucinda, no livro ‘Vozes guardadas’. Rio de Janeiro: Record, 2016


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Notas finais do capítulo

E aí, gente? como está sendo pra vocês ler a história até aqui?
Estou quase chegando no momento em que acredito que o relacionamento começou a engatar. Gostaria muito da opinião de vocês sobre isso.
Para aqueles que ainda acompanham a fic, obrigadinha! Bora que o caminho do nosso casal nunca foi fácil.
Tomara que sejamos recompensados de forma positiva com o revival. Se matarem algum dos dois, eu nem sei o que eu vou fazer kkkk

xoxo



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