Thunder escrita por Andy


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Uma dica: leia ouvindo a música, o sentido dela fica mais claro.

Boa Leitura;



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Eu observava atento, cada movimento de dedos que meu irmão fazíam na velha Gibson de cor grafitti, enquanto que, com os olhos fechados, ele sorvia aquela bela melodia a qual havia composto para o dia em questão.


Era linda a maneira como ele o fazía, seus dedos pareciam dançar levemente sobre as finas cordas, criando uma atmosfera serena ao nosso redor. Onde só se ouvia o som produzido pela guitarra e os nossos batimentos cardíacos, que pareciam sincronizar do modo que apenas nós sabemos.


Nem a chuva torrencial, que caía sobre a calma Hamburgo podia atrapalhar aquele momento. O nosso momento.





"I don't wanna ever love another

You'll always be my thunder

So bring on the rain

And bring on the thunder"




Não possuía letra, e ela sequer importava... A intensidade com a qual ele se dedicava aos simples acordes fazia com que meu presente parecesse tão pequeno, comum, e eu me sentia inseguro por dentro; inseguro mas feliz.


Ele permanecia com um meio sorriso nos lábios, fiquei pensando o que se passava em sua mente, e se sentia seu coração pulsar tanto quanto o meu naquela linda noite tempestuosa.





"Your voice was the soundtrack of my summer

Do you know you're unlike any other?

You'll always be my thunder, and I said

Your eyes are the brightest of all the colors

I don't wanna ever love another

You'll always be my thunder

So bring on the rain

And bring on the thunder"





Novamente, o barulho da chuva fez-se presente, à medida que seus dedos se afastavam do instrumento e seus olhos se cruzavam com os meus. Eu permaneci imóvel, minhas palavras pareceiam ter se voltado contra mim, já que nenhum som ousou sair da minha boca levemente entreaberta.


Ele largou a guitarra, encostada ao seu lado no velho sofá de couro branco, aproximando-se de mim pousou sua mão direita sobre minha bochecha e selou nossos lábios calmamente. Sem língua. Apenas um leve choque térmico que por um simples ato fez com que os pelos do meu corpo se ouriçassem.




- Feliz aniversário, Macky. - Ele sorriu, eu odiava aquele apelido mas nada me faria contrariá-lo.




Retribuí o toque de lábios e permiti-me aspirar um pouco do seu delicioso aroma natural. Sentindo meu corpo se amolecer enquanto era envolto em seus braços, em um abraço protetor.




- Eu te amo, muito! - Beijou o topo de minha cabeça, enquanto me aninhava em seu colo.




Por uma fração de segundo, esqueci-me do mundo ao meu redor.



- Tom?


- Sim, Bill?


- Eu.. eu tenho.. um presente.. pra você. - Disse, acanhado, e sentia minha bochechas esquentarem.




Ele mantinha o olhar curioso e divertido, certamente eu estava vermelho. Levantei com cuidado, para não cair ao me desvencilhar de seu corpo, e caminhei a passos apressados até o nosso quarto.


Voltei em questão de segundos, não fiz questão de contar, estava ansioso e com certo receio. Ele havia preparado uma surpresa tão linda, que eu tinha medo de estragar tudo.




- E, então... - Ele tentou espiar, sem sucesso, achando tudo uma divertida brincadeira. Eu estava nervoso.


- Lembra quando nossa avó faleceu?


- Sim lembro... sinto falta dela. - Sua mente vagou por alguns instantes, até voltar ao foco - Mas o que é que tem a ver?


- Bom, antes dela falecer, ela me deu uma coisa... E disse que eu teria de guardar até que eu encontrasse a pessoa certa, que me fizesse realmente feliz. E bom... - Ele me olhou, no mínimo sem entender aonde eu queria chegar com aquela conversa toda - Fecha os olhos.


- Pra qu..


- Fecha, Tom!




Ele obedeceu, ainda resmungando e dizendo como eu havia me tornado mandão, virando-se de costas à mim. Minhas mãos estavam um pouco tremulas e ele percebeu isto, pois segurou-as firmemente assim que pûs o delicado relicário de prata em torno do seu pescoço.




- Eu sei que.. não faz o seu tipo usar este tipo de coisas, mas...


- Mas? - Ele buscou meu olhar, erguento meu rosto com as pontas dos dedos. Ele sabia a resposta, mas eu sabia que ele queria ouvir aquilo de mim.


- Mas, eu sei que.. aliás, tenho certeza... de que fiz a escolha certa pra mim.




Deixei meu olhar recair sobre o piso de madeira, eu sorria, e sentia meus olhos marejarem. Sempre fui muito emotivo; o que pra mim era um defeito, ele via como uma qualidade.




- Obrigado, é lindo.




Sua voz ecoava em minha mente, fazedo meu coração acelerar ainda mais, e puxando meu corpo de encontro ao seu, deixando minha cabeça repousar em seu peito enquanto ele acaríciava meu rosto com as costas da mão.




- Eu te amo, Tom.


- Eu te amo, meu Bill.


"Como um só."




Meu nariz roçava sutilmente na pele bronzeada do seu pescoço, sorvendo aquele aroma entorpecente, fazendo minha mente divagar e dar espaço para que as sensações tomassem conta de mim. Ele segurou com força minha cintura, e girou meu corpo de frente ao seu, olhando fixo nos meus olhos. Seus lábios se aproximavam lentamente, apenas ameaçavam; íam e vinham, roçavam e sopravam contra os meus. Quando enfim, dando-se por vencido, acabou com a distância que nos limitava, permitindo que nossas bocas completassem uma a outra naquele encaixe o qual para nós não havia igual.


Nossas línguas pareciam travar uma luta interna pela ocupação daquele espaço tão pequeno e molhado, e suas mãos eram mansas sobre a pele das minhas costas.




- Feliz aniversário, mein leben! - Murmurei, encostando minha testa na sua, quando respirar tornara-se novamente necessário.




Terminamos aquela noite, como nenhuma outra. Nos amamos de uma forma inenarrável, em meio aos relâmpagos que iluminavam o cômodo. Meu peito doía, sim, de felicidade. Pois eu sabia, soube, no instante em que ele disse que me amava, que nem os trovões ousariam nos separar...




"You'll always be my thunder"


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Notas finais do capítulo

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