Patronum - SasuHina escrita por Brianna Sullivan


Capítulo 1
Uníco




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— Eu estou preocupado com você, Hinata – Remus Lupin, o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, falou. – Já estamos há um bom tempo estudando o feitiço do Patrono e você ainda não conseguiu dominá-lo.

Hinata havia sido chamada pelo professor para discutir a respeito de seu rendimento na prática de feitiços defensivos. Ela costumava ser a melhor aluna de sua casa – Lufa-Lufa –, mas esse feitiço em particular a deixava com os cabelos em pé.

Se sentia frustrada toda vez que tentava executar o Patrono, já que possuía dificuldades em encontrar uma lembrança feliz o suficiente que o fizesse dar certo.

A Hyuuga já havia passado por algumas dificuldades na vida; com a morte de sua mãe na Primeira Guerra Bruxa, seu pai, Hiashi, sofreu para manter a família unida. Aquele-que-não-deve-ser-nomeado deixou marcas profundas na garota e isso dificultava a sua vida de várias formas.

— Eu sei, professor... e-eu quero melhorar, mas esse feitiço em particular é muito difícil para mim. – Seus grandes olhos perolados foram de encontro ao chão.

Ela estava envergonhada por isso.

O professor deixou escapar um longo suspiro ao observá-la tão desmotivada. Ele já havia sido avisado por Dumbledore sobre a condição especial de Hinata; uma garota tímida, de poucos amigos, que não conseguia expressar seus sentimentos por conta de seus problemas familiares.

— Olha, Hinata, eu entendo perfeitamente... também estive na Guerra e conheci a sua mãe. Uma bruxa maravilhosa que deixava todos ao seu redor de boca aberta por seu talento com feitiços defensivos. – Uma sensação nostálgica invadiu o peito de Remus ao se lembrar de como as coisas eram antes de Você-sabe-quem. – Ela era a melhor no feitiço do Patrono, você sabia?

O rosto da Hyuuga se iluminou e um pequeno sorriso tímido surgiu em seus lábios. Ela amava saber sobre sua mãe, mas seu pai nunca havia dito nada a respeito, por mais que ela e Hanabi perguntassem.

Saber que ela foi uma bruxa admirável instigava mais ainda a Hyuuga.

— Não... eu não sei quase nada a respeito dela, professor – respondeu, levemente chateada por constatar que até mesmo seu professor de DCAT teve o privilégio de conhecê-la e ela não.

— E é por isso que eu pensei em uma solução para você! – Remus exclamou, feliz por ter despertado um pouco de interesse na garota. – Eu conversei com um aluno da Sonserina, Sasuke, conhece? Ele lhe dará algumas aulas particulares no final do dia aqui na minha sala.

Hinata sentiu sua garganta secar ao ouvi-lo. Sasuke Uchiha – o sonserino mal humorado que um dia já foi seu melhor amigo – era a última pessoa que gostaria de encarar.

— T-tudo bem, hoje mesmo? – perguntou receosa.

Gostaria de ter pelo menos alguns dias para lidar com essa novidade.

— Sim, hoje... Algum problema? – o professor perguntou ao perceber a face pálida de Hinata atingir um tom rubro.

— Nenhum! – Ela negou, tentando transparecer uma confiança que não existia. – Tchau, professor! – se despediu sem ao menos olhar para trás.

A Hyuuga saiu correndo para o seu dormitório; era hora do almoço, mas perdera até a fome com a notícia dada por seu professor. O Uchiha era outro assunto delicado para ela.

Tudo começou com a morte de sua mãe. As famílias eram próximas, e Fugaku – pai de Sasuke – prestou um apoio inestimável a Hiashi quando tudo aconteceu, aceitando cuidar de Hinata e Hanabi quando este era chamado para exercer seu cargo de Auror. Assim que Você-Sabe-Quem sumiu na casa dos Potter, o trabalho dos Aurores aumentou significativamente; ainda existiam Comensais da Morte que aterrorizavam as famílias bruxas e não-bruxas.

Essa convivência com os Uchiha resultou em um laço forte de amizade entre Hinata e Sasuke. Tão forte que em determinado momento, a Hyuuga passou a olhá-lo com outros olhos. Já estavam no segundo ano de Hogwarts quando um sentimento arrebatador floresceu em seu peito e por mais que pertencessem a Casas diferentes, os dois davam um jeito de se manter contato com certa frequência.

Hinata nunca havia dito a ele o que sentia, mas nas férias de verão do ano anterior, Sasuke a surpreendeu com um beijo em um dos passeios que faziam pelos arredores de Londres.

Foi o único beijo que deram, pois no primeiro dia de aula, Hinata o flagrou com uma garota da Sonserina. Ino Yamanaka volte e meia a importunava pelos corredores de Hogwarts e vê-lo com ela, trocando beijos apaixonados no meio de vários alunos – e até de alguns professores – partiu o seu coração.

Sasuke tentou de todas as formas falar com a perolada, mas a garota estava firme em fugir de qualquer confronto com o Uchiha. Até aquele fatídico dia.

Quando chegou a hora de se encontrar com ele, a Hyuuga já havia bolado um plano para evitá-lo; mas assim que passou pela porta da sala de aula, suas pernas fraquejaram e suas mãos começaram a suar.

Ele estava sentado em cima de uma das mesas dispostas pelo local, com o cabelo negro todo bagunçado e suas vestes desarrumadas. Ele não usava capa, sua camisa branca estava com os primeiros botões soltos e para fora da calça social preta. Se não fosse pela gravata, não daria para dizer que era um aluno da Sonserina sentado ali.

— Boa noite – Ela desejou, feliz por não ter gaguejado.

Sasuke a encarou com seus olhos escuros, parecia analisar cada centímetro de Hinata. Aparentemente, ele estava tranquilo, e isso a deixou extremamente incomodada. Não era possível que ela havia sido a única a ficar nervosa com o encontro.

— Boa noite. – O Uchiha respondeu, revelando um tom que aparentava certa indiferença em sua voz. – Vamos começar?

Ele levantou-se da mesa e caminhou até o espaço vazio que ficava bem ao meio da sala; sacou a sua varinha e após um pigarro pronunciou o feitiço:

— Expecto Patronum. – Um belo falcão saiu da ponta de sua varinha, produzindo uma luz estonteante que iluminou todo o local.

O patrono de Sasuke era capaz de afastar um dementador que estivesse a quilômetros de distância, tamanha a sua força. Hinata não pôde deixar de admirá-lo.

— Agora é a sua vez – Ele falou, encarando-a em expectativa.

A Hyuuga caminhou até o centro da sala, parando em frente ao moreno – que não desgrudava seus olhos analíticos dos movimentos da perolada. Sasuke era um pouco intimidador, disso Hinata sempre soube; a forma com que ele a observava a deixava ligeiramente envergonhada.

Ainda um pouco nervosa por não ter se acostumado com a presença do Uchiha, tentou realizar o feitiço:

— Expecto Patronum – Uma pequena luz saiu de sua varinha, perdendo completamente a força menos de um segundo depois.

A frustração tomava conta do peito de Hinata quando não obtinha êxito. Por que era tão difícil para ela? Todos de sua classe já haviam conseguido conjurar um e isso feria o seu orgulho.

— Bom, seus movimentos estão corretos – Ele constatou enquanto caminhava para perto da Hyuuga. – Acho que você não está focando na sua lembrança mais feliz.

Sasuke estava a poucos centímetros de Hinata, ela podia sentir seu olhar queimá-la por completo. As bochechas da Hyuuga já estavam rubras novamente e mesmo sem querer encará-lo, seus orbes perolados a traíram, indo de encontro aos do Uchiha.

As batidas de seu coração aceleraram e o sentimento que estava preso dentro de seu peito implorava para sair.

— No que você está pensando, Hinata? – perguntou com a voz um pouco mais grave que o normal.

A Hyuuga fechou os olhos por um segundo. Fazia tanto tempo que não ouvia Sasuke pronunciar uma frase perto dela, que era impossível não parar para apreciar.

— No dia que recebi a carta de Hogwarts – Ela respondeu, sustentando o seu olhar.

— Isso não é o suficiente – O Uchiha murmurou, voltando a caminhar pelo salão.

Hinata tentou segui-lo com o olhar, mas parou ao notar a presença de Sasuke atrás de si.

— Tente pensar em um momento que realmente te fez feliz, Hina... – Ele sussurrou próximo de seu ouvido, fazendo os pelos da nuca da Hyuuga se arrepiarem.

Aquela aproximação foi a gota d’agua para ela. Estava prestes a deixar seu lado emocional falar mais alto.

— Eu não posso! – Ela exclamou, deixando clara a sua raiva. – Eu não posso porque você transformou o meu momento mais feliz, em um momento péssimo! Horrível! – Sem que ela percebesse, já estava virada para ele, proferindo socos contra o seu peito.

Aquele ato pegou o moreno totalmente de surpresa e mesmo com a raiva transbordando pelos olhos de Hinata, ele a abraçou, apertando-a contra seus braços e lutando para mantê-la ali.

— Por que é que você teve que ser um idiota comigo? Me diz! – As lágrimas já escorriam pela face pálida da Hyuuga, que tentava se desvencilhar dos braços de Sasuke.

A última coisa que queria era demonstrar seus sentimentos para o Uchiha. Sentia-se fraca por não conseguir fingir que não se importava com tudo que havia acontecido. Hinata pensava que seria mais fácil se fosse fria e calculista como Sasuke era, no entanto, o emocional da perolada sempre falou mais alto em momentos conflituosos.

— Me perdoe, por favor... – Ele pediu enquanto apertava mais ainda seus braços ao redor do corpo pequeno de Hinata. – Ino me agarrou por conta de uma aposta que fez com o time de quadribol e eu não tive como te explicar porque você simplesmente resolveu fugir de mim! – a voz do Uchiha estava embargada, revelando para a Hyuuga a verdade em sua fala.

Ela nunca o viu daquela forma em anos de amizade. Sasuke sempre soube esconder bem seus sentimentos e ao observar pequenas lágrimas se formarem em seus olhos escuros, Hinata sentiu o seu peito apertar numa dor sufocante.

O silêncio reinou entre eles. Estava difícil para a Hyuuga assimilar o que de fato havia acontecido naquele dia e mesmo que sua mente pedisse para ela não acreditar, seu coração implorava para ser entregue ao Uchiha mais uma vez.

— O meu patrono é prova de que meu coração é só seu porque... a minha lembrança feliz é o nosso primeiro beijo – Sasuke sussurrou, quebrando o clima tenso que havia se instalado entre eles. – A verdade é que eu te amo, Hinata.

Os lábios da Hyuuga se abriram em espanto, a última coisa que esperava ouvir da boca do Uchiha era que ele a amava. Eram raros os momentos que o moreno proferia palavras de carinho, até mesmo com os membros de sua família e isso aqueceu o seu coração.

Ela passou seus braços em volta de seu pescoço e aproximou seus rostos, querendo gravar de todas as formas aquele momento tão esperado pelos dois.

— Eu também te amo, Sasuke... amo você desde a primeira vez que te vi. – Ela sussurrou contra os lábios dele.

Sem tempo para pensar em mais nada, a Hyuuga colou a sua boca na do Uchiha em um beijo carinhoso que despertou as mais diversas sensações em ambos. Sasuke agarrou a cintura da perolada, querendo aproveitar cada segundo daquele momento tão desejado por ele.

— Preciso confessar uma coisa... – Ele murmurou após uma breve pausa no beijo. – Eu que dei a ideia das aulas particulares para o professor Lupin.

Hinata sorriu ao ouvi-lo. Era incrível como o Uchiha sempre pensava em tudo. Era por essas e outras que a Hyuuga o amava.


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