A distância entre nós- Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 7
Livro suspeito




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Hermione POV

—Coberto de sangue de novo. Por que ele está sempre coberto de sangue?

—Pelo menos dessa vez parece que o sangue é dele.

O jantar já havia sido servido quando Harry Potter chegou no grande salão de Hogwarts. Rony e eu tivemos de sair de perto no trem para cumprir nossa função de monitores e achei que ele havia descido sozinho para pegar uma carruagem, mas só quando a última carruagem foi revistada na entrada que caiu a ficha que algo havia acontecido com Harry, de novo.

Passamos a viagem conversando sobre o jeito suspeito que Malfoy agiu no Beco Diagonal. Desde a reação estranha da Madame Malkins ao ver o pulso de Malfoy, até a forma com que ele se esgueirou até a loja Borgin e Burkes. Harry insistia que ele havia se tornado um Comensal da Morte, mas Rony e eu concordamos que não. Rony o achava muito incompetende e eu não o achava tão inconsequente.

Eu devia ter suspeitado que nosso querido grifinório iria tentar descobrir algo sobre o sonserino.

—Onde você estava? O que aconteceu com seu rosto?

Perguntei irritada.

—Depois eu explico. Falaram algo interessante? - Harry desconversou. Não devia ser um assunto para Gina e Neville escutarem.

— O chapéu seletor pediu coragem nesses tempos turbulentos… Mas geralmente é o professor Dumbledore que faz os anúncios importantes no final.

Harry tentou comer uma coxa de frango do prato do Rony e a comida desapareceu dando lugar a sobremesa, pudim de leite condensado!

Dumbledore começou seu discurso. As informações mais importantes foram sobre Slughorn ser o novo professor de poções e Snape dará a disciplina de Defesa contra as Artes das Trevas. Além disso, falou sobre Tom Riddle, o jovem que existiu antes de se tornar Voldemort.

 

***

No dia seguinte nos encontramos na mesa para o café da manhã.  Harry contou sobre o que ouviu de Malfoy, sobre ter recebido uma missão de  Voldemort( e sobre Malfoy ter quebrado seu nariz, mas o preferimos não comentar para não deixar Harry mais desconfortável). É claro que isso foi mais uma forma de tentar se exibir para os colegas da sonserina, mas Harry insistia que ele era suspeito.

Um garoto da grifinória do segundo ano passou por nós carregando um frisbee dentado, que obviamente é proibido em Hogwarts. Assim que o confisquei, Rony fez uma piada sem graça sobre ter ganhado um frisbee novo. 

A gente já tá acostumado com esses comentários bobos do Rony, mas aparentemente Lilá achou hilário, pois começou a rir e deu uma piscadinha para ele. Isso me deu uma sensação estranha no estômago, principalmente quando vi que não tirou mais o sorriso da cara… Cada olhada que ele dava em direção a Lilá me fazia revirar o estômago e os olhos.

Deixei os meninos e fui para a aula de poções. Eu já tive aulas sem os dois, mas confesso que seria estranho não ter aula de poções acompanhados dos meus melhores amigos, na verdade, não me lembro de algum aluno da Grifinória que possa ter atingido ótimo em Poções. Snape conseguiu tornar a disciplina desagradável para qualquer outro aluno.

Quando cheguei à sala, minha suspeita se mostrou um pouco pior do que eu imaginava. Haviam 4 alunos da Sonserina: Malfoy, Nott, Parkinson e Zabini, claramente os únicos colegas de Malfoy que tinham condição de passar no teste de poções do NOMs. Haviam três alunos da corvinal e um da Lufa-lufa. Havia outra aluna da Grifinória, para meu desagrado, era Lilá Brown.

Sem muita escolha, sentei ao seu lado. A aula ainda não havia começado e ela começou a tagarelar, provavelmente me confundo com Parvati que pelo visto não quis ou não conseguiu fazer poções. 

—Nossa, Hermione, eu adorei o que anda fazendo no seu cabelo! É algum produto da bruxa maravilha? Nunca tinha pensado nisso antes, mas nós duas podíamos fazer um dia de beleza juntas! A parvati tem o cabelo perfeito, né?! Não tem nem graça chamar ela para isso, mas nós duas podemos trocar dicas uma com a outra! Já estou até vendo, as duas grifinórias remanescentes no curso de poção! Parece que o professor Slughorn faz uns eventos especiais, bem que a gente podia ser chamada né? Espero que sim!Você é amiga do Rony né? Sabe se ele iria num baile assim comigo? Puxa, eu adoraria que ele me chamasse para ir, ano passado ele ficou tão bonito naquele uniforme de goleiro, espero que ele passe esse ano de novo. Mas o Harry é o capitão, não é possível que ele não escolha o melhor amigo pro time! Inclusive, você e o Potter… Tá rolando alguma coisa? Sempre achei que vocês combinavam, é óbvio que o Viktor Krum é maravilhoso, mas não tem nem o que pensar entre ele e o ELEITO….

—Silêncio, meus caros!

O Professor Slughorn entrou na sala e, para minha alegria, Lilá parou de falar. Se as aulas continuassem assim, poções continuariam sendo as aulas com os conteúdos mais fascinantes e o ambiente menos agradável. Pensei que enfim eu poderia ter aulas de poções com um professor que não me tratasse mal por gostar do conteúdo, mas Lilá pode estragar essa experiência.

Enfim, uma surpresa positiva. A porta se abriu novamente e Harry e Rony entraram, aparentemente Excede as Expectativas era suficiente para Slughorn ensinar poções. O professor indicou que os dois pegassem material que não tinham num armário, ambos sentaram felizmente entre mim e Lilá e o professor deu início à aula:

—Como eu dizia, preparei algumas poções esta manhã. Alguém tem ideia de que poção seria esta?

Imediatamente levantei a mão e falei quando o professor consentiu.

—É Veritaserum, uma incolor e inodora poção que força quem bebe a falar a verdade.

— Muito bem, muito bem! 

 Slughorn parecia feliz com meu desempenho. Pode parecer bobo isso, mas depois de anos com Snape me fazendo eu me sentir desconfortável por saber responder o que ele pergunta, ter agora um professor que parece satisfeito com meu desempenho faz eu sentir que está tudo bem em ser empolgada com o estudo de poções.

— Agora...Essa é bem conhecida... Tem aparecido nos folhetos do Ministério ultimamente... Quem poderia...? 

Respondi imediatamente:

 - É a poção Polissuco, senhor. Dizem que se colocar um pouco de suco de abóbora, a poção tem um sabor menos terrível, mas por experiência própria, não funciona.

Confesso que eu estava me exibindo. Eu queria que o professor soubesse que eu já havia feito essa opção. É estranho essa sensação, mas a reação de Slughorn me incitava a querer impressioná-lo mais. Era maravilhoso imaginar que poderia ter um professor para conversar sobre poções como eu tenho com Minerva a chance de falar sobre feitiços.

— Excelente, excelente, senhorita! Uma sugestão: um pouco de rum pode fazer milagres com o sabor da maioria das poções! Agora essa aqui... Sim, querida? 

— É Amortentia! 

— Realmente, é. Parece quase uma tolice perguntar, mas eu acredito que você saiba o que ela faz? 

— É a mais poderosa poção do amor no mundo! 

— Certo! Você a reconheceu, eu suponho, por seu distinto brilho de pérola? 

— E pela fumaça subindo em suas espirais características... E ela deve cheirar diferentemente para cada um, dependendo do que nos atrai, e eu posso sentir grama recentemente cortada, pergaminho novo e… Canela.

Imediatamente me lembrei de Fred e fiquei corada, mas tentei tirar esse pensamento da cabeça. Fred deixou bem claro que quer passar a página, não é justo comigo mesma se eu não me der a chance de fazer o mesmo.

 - Posso perguntar seu nome, minha querida? 

— Hermione Granger, senhor. 

— Granger? Granger? Por acaso você tem algum parentesco com Hector Dagworth-Granger, que fundou a Extraordinária Sociedade dos Fazedores de Poções?

 - Não. Eu acredito que não, senhor. Eu nasci Trouxa,  sabe...

Uma pontada de medo me aflingiu. Slughorn foi diretor da Sonserina. A chance dele ter preconceito com nascidos trouxas é considerável, o que me levaria a mais um ano com um estudo solitário em poções… Mas ocorreu o contrário, Slughorn abriu um grande sorriso para mim.

— Há! Uma das minhas melhores amigas é uma nascida trouxa, e ela é a melhor do nosso ano! Acredito que esta seja a amiga da qual você me contou, Harry? 

— Sim, senhor.

Harry confirmou e eu sorri para ele. Ouvir um elogio desses vindo do meu melhor amigo, que é um bruxo extraordinário, faz eu me sentir ainda mais realizada!

— Bem, bem, você recebeu vinte pontos para a Grifinória, Senhorita Granger!

Do outro lado da sala, vi Malfoy com uma expressão amarga, como quando lhe dei um soco há anos atrás. Parece que o jogo virou, não é mesmo? 

—Você realmente disse que eu era a melhor do ano? - cochichei com Harry - Obrigada! Ouvir isso de você é maravilhoso...

—É claro que você é a melhor do ano, Hermione. Se o Slughorn me perguntasse, eu também diria o mesmo!

Rony comentou em seguida. Senti uma pontada de ciúmes em seu comentário. Agradeci e pedi que fizesse silêncio, a aula continuava. Reparei de Lilá fazia cara feia para mim, acho que seus planos de ter uma nova melhor amiga na aula de poções acabou de evaporar.

O professor falou mais sobre a poção do amor e depois nos mostrou uma dose de sorte líquida. Graças a Rony, eu tive a chance de tomar uma pequena amostra há dois anos atrás. Foi graças a ele que consegui descobrir quem havia quase me ferido no quarto ano, sussurrei um obrigada  e ganhei um belo sorriso Weasley dele. É claro que serei eternamente grata a ele… Se este ano, como Fred sugeriu, Rony realmente falasse sobre ter sentimentos por mim, eu me sentiria bem ao ter momentos sozinha com ele. Poder segurar sua mão e ter essa sensação de conforto e acalentadora… Quem sabe descobrir se outro Weasley também beija bem…

Pisquei algumas vezes e voltei a atenção para a aula.

Professor Slughorn estava propondo que fizéssemos uma poção do morto vivo. A melhor poção daria ao pocionista uma dose de Sorte Líquida!

Esse era meu momento! Confesso que nunca me atentei para a poção morto vivo, não é exatamente uma poção com um efeito surpreendente. Lembrava alguns remédios para não mágicos que tinham a capacidade de fazer dormir… Não importa, basta seguir o manual e a poção funcionará.

E eu segui. A receita não era tão simples como imaginei, seus ingredientes não pareciam reagir como era esperado. Tinhamos que cortar o grão de sopophorous, mas a seiva não parecia ser o suficiente para reagir com os demais ingredientes. Estranhamente, a poção de Harry parecia funcionar. 

Perguntei o que  havia feito e ele disse que espremer com a faca era melhor que cortar. Poderia fazer sentido, mas as instruções eram claras, devíamos cortar.

A cada passo, o resultado parecia não tão bom quanto o livro menciona. Ao meu lado, Harry mudava ligeiramente a poção e parecia funcionar.

Não é possivel que depois de todos esses anos, Harry Potter se descobriria um talento nato em poções!  Eu sei que não deveria sentir inveja dele, mas aquela era uma matéria importante para mim… Justo quando tenho chances de ter um professor coerente, Harry parece se tornar extraordinariamente bom, como se estivéssemos em Defesa Contra Artes das Trevas.

E não deu outro resultado, Harry ganhou a Felix Felicis. Sei que a minha ficou boa, provavelmente a melhor se não fosse a súbita melhora do Harry… E ele mal estuda estuda para poções!

 

***

Eu não estava com uma expressão satisfeita quando voltamos para o salão da Grifinória e Harry sabia o motivo.

—Eu suponho que vocês pensem que eu trapaceei? 

— Bem, poção nunca foi exatamente o seu grande talento, né?

Eu sabia que minha voz estava carregada de uma certa mágoa. Quando descobri sobre as instruções do livro, senti um pequeno alívio de não ser um talento ilógico, mas também me enchi de preocupação. Harry não deveria dar ouvidos a alguém estranho que fez rabiscos no livro de poção. Depois de tudo que já pesquisei, me dediquei dias na biblioteca… Pensei que minha opinião seria levada a sério, mas ele gostou da ideia de usar o livro.

— Ele somente seguiu instruções diferentes das nossas. Poderia ter sido uma catástrofe, não poderia? Mas ele se arriscou e deu certo. Slughorn poderia ter me dado o livro, mas não, eu pego o que ninguém nunca escreveu sobre. Vomitado sobre, pela aparência da página 52, mas... 

— Espere aí... Eu ouvi certo? Você está recebendo instruções de alguém escreveu num livro, Harry?

 Gina se juntou a nós e eu fiquei feliz de ter alguém por perto que concorda comigo como isso é arriscado.

— Não é como, você sabe, o diário de Riddle. É só um velho livro de aulas em que alguém escreveu. 

— Mas você está fazendo o que ele manda? 

— Eu só tentei algumas das dicas escritas nas margens, honestamente, Gina, não tem nada perigoso... 

— Gina tem razão... Nós temos que checar se não tem nada de errado sobre isso. Quero dizer, todas essas instruções estranhas, quem sabe? - peguei o livro da mão de Harry e testei um contra-feitiço- Specialis Revelio!

Nada aconteceu. O livro simplesmente se manteve ali, parecendo velho e sujo e acabado.

 - Acabou? - Harry perguntou irritado- Ou você esperava ver, se ele dá alguns saltos mortais? 

— Parece tudo certo...Quero dizer, ele realmente parece... somente um livro.

Tive de admitir, ao menos por enquanto.

Naquela noite, quando voltei para o dormitório, Lilá virou o rosto quando me viu chegar. Pelo visto realmente não seríamos melhores amigas, o que me tranquiliza, não terei de ouvir sua voz por intermináveis monólogos.

Decidi pegar o livro que Fred me deu para continuar os estudos para o NIEMs, eu já estava quase finalizando suas páginas, o que é uma pena, pois as estranhas sugestões do livro realmente me ajudaram a guardar e entender melhor o conteúdo.

Já passava das 3 da manhã quando decidi dormir. Assim que fechei as páginas, ouvi um estalo vindo de dentro o livro e vi a seguinte mensagem escrita:

“HG, seu surpreendente desempenho merece ser exaltado. Nenhum outro aluno teve a mesma dedicação em tão pouco tempo. Se desejar continuar com nossos estudar de um modo mais… Pessoal, podemos negociar a próxima fase de estudos deste livro.  Eu não lhe ofereceria se não tivesse notado em você um grande potencial! Se quiser, basta apertar tocar o círculo na última página.”

Confesso ter estranhado essa mensagem, não ouvi nem de Fred nem de Molly sobre alguma situação como essa, mas talvez tenha acontecido comigo porque fiz algo bem… Acho que estudar é a única coisa que tenho certeza que faço certo e não serei subestimada ou controlada por alguém.

Eu já estava a mais de um ano estudando neste livro… 

Afinal, o que poderia dar errado?

Pensando assim, fui na última página e toquei o círculo.

Senti uma pequena picada em meu dedo e vi uma mancha de sangue dentro do círculo. Aquilo deveria ser alguma burocracia mágica, não sei… 

Só me lembro de enfim me deixar ser tomada pelo sono e dormi.


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