A distância entre nós- Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 17
O fim




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Hermione POV

 

No dia seguinte, Harry seguiu minha sugestão e decidiu que tomaria parte do frasco de Sorte Líquida. Estávamos no Salão principal com Gina e Rony e tínhamos acabado de receber a notícia de que Aragogue, a aranha amiga de Hagrid, havia morrido, ele nos chamava para seu funeral. Infelizmente tínhamos coisas mais importantes para se preocupar no momento.

—No final da aula de poção eu tomarei Sorte Líquida. Quem sabe minha próxima poção com a ajuda do Príncipe Mestiço possa convencer o professor.

Rony e eu nos olhamos. Rony começou e eu terminei:

—Harry, sobre o livro...

— Escondemos ele, pro seu próprio bem.

— Vocês o quê? Não tem o direito de fazer isso! Eu preciso dele tanto quanto da sorte sorte líquida!

Tentei lhe inspirar alguma razão.

— Harry... Como você ainda pode defender aquele livro quando o feitiço… É magia negra pesada, você sabe o que isso pode significar...

 – O Príncipe apenas copiou o feitiço! Não é o mesmo que aconselhar alguém a usar! E, pelo que sabemos, ele podia até estar anotando uma coisa que foi usada contra ele.

 – Eu não acredito! – exclamei indignada – Você está mesmo defendendo…

 – Não estou defendendo o que fiz! – protestou Harry imediatamente. – Gostaria de não ter feito, e não só porque recebi uma tonelada de detenções com Snape. Você sabe que eu não teria usado um feitiço daqueles, nem mesmo contra o Malfoy, mas você não pode culpar o Príncipe, ele não escreveu “Experimente este, é realmente bom”... eram anotações pessoais, não é? Não era para mais ninguém…

 – Você está me dizendo – perguntou Hermione – que quer continuar lendo ele? E se você se encrencar mais ainda? E se seu próximo teste de um feitiço for em mim ou no Rony. Até agora não houve erros nas poções, mas se algo sair do controle, até você pode se machucar!

— Escuta aqui, sem o Príncipe eu jamais teria ganhado a Felix Felicis. Jamais saberia como salvar Rony do envenenamento, jamais... 

— ... Conquistaria a reputação de gênio em Poções que não merece….

Eu não resisti e acabei exclamando meus pensamentos mais egoístas.

— Dá um tempo, Hermione! – exclamou Gina, por essa eu não esperava. Estávamos há tanto tempo sem termos longas conversas juntas... – Pelo jeito, Malfoy estava tentando usar uma Maldição Imperdoável, você devia ficar feliz que Harry tivesse um trunfo na manga! 

— Bem, é claro que estou contente que Harry não tenha sido amaldiçoado...Mas você não pode dizer que aquele Sectumsempra é um trunfo, Gina, olhe só a confusão em que meteu o Harry! E eu imaginaria, vendo as consequências para suas chances no jogo... 

— Ah, não começa a agir como se entendesse de quadribol – respondeu Gina com aspereza –Você só vai se complicar ainda mais. Da última vez que falou com Rony sobre Quadribol, você pisou na bola feio. Agora de novo? Vocês têm aula agora, eu tenho tempo livre. Me diga onde esconderam o livro e eu vou buscá-lo. Vocês podem tentar convencê-lo a guardar o livro, mas não podem decidir por ele.

Eu tive de me calar. Posso não concordar com Gina, mas sei quando perco uma discussão. Harry atrás de Gina, estava com um leve sorriso misturado com sua indignação. Sei que ele não estava me provocando, sua felicidade incontrolável veio de uma amostra que como Gina Weasley é uma mulher corajosa e neste caso, estava enfrentando  uma grande amiga, no caso eu, por ele.

Tenho que confessar que a cada dia que passa, tenho mais certeza que Gina é a pessoa certa para Harry.

 

***

 Fomos para a Aula de Poções, era a primeira que Harry ia sem ter o livro do Príncipe Mestiço. Confesso que estava curiosa com o que aconteceria com o “prodígio de poções”.

Como imaginado, Harry não conseguiu executar com “euforia” o suficiente a poção de euforia. Pensei que pela primeira vez minha poção seria reconhecida como a mais promissora, com seus 52 ingredientes milimetricamente calculados para compor uma poção capaz de despertar o sentimento de alegria de quem o bebesse… Mas próximo ao fim da aula, alguém bateu na porta.

 Era Gina.

— Oh! Senhorita Weasley! A que temos a honra de recebê-la em nossa turma? Quem sabe  possa mostrar para alguns alunos como se extrai o insumo de sanguessugas com mais perspicácia. 

— Na verdade eu… Vim falar com Harry.

Ela sorriu e acenou para o aluno ao meu lado.

Harry se levantou sem jeito e foi até a porta com seu jeito desengonçado, o mesmo jeito que ele a recebeu na primeira vez que vimos Gina no Clube do Slugh.

Quando Harry chegou na porta, ela o abraçou. Foi uma situação meio constrangedora para outras pessoas assistirem, mas eu tinha certeza que era um truque para lhe entregar o livro.

  –Era isso e… Bem, um recado do professor Dumbledore.

Gina entregou o recado e Harry voltou parecendo um pimentão para seu lugar.

Ouvimos um suspiro de Slurghorn falando sozinho sobre a magia do amor.

Harry, por outro lado, acordou do transe e pegou dentro de seu uniforme o livro que Gina escondeu lá. Houve tempo suficiente para ler a poção no livro do Príncipe Mestiço apenas para ver a sugestão de colocar algumas folhas de menta. Teve de entregar a mesma poção mais ou menos que havia feito sozinho.

Quando foi avaliado, o professor Slughorn apontou mais erros em sua poção do que a minha e elogiou sua pequena mudança na poção

—Você acrescentou um galhinho de menta, não foi? Heterodoxo, mas que sopro de inspiração, Harry. Claro, poderia compensar os efeitos colaterais, as excessivas cantorias e coceiras no nariz... eu realmente não sei onde você arranja essas ideias luminosas! Essa de fato não é sua melhor poção, meu caro, mas tem sua assinatura singular! E imagino, é claro, que a desatenção na preparação de certas etapas da poção tenham a ver com uma cabeleira ruiva, não é mesmo?

Slughorn lhe deu uma piscadela e voltou para sua mesa.

Sem anúncio da melhor poção… E daqui em diante, imagino que Harry continue usando o livro para manter sua fama de “grande pocionista”.

Harry ficou afobado com o abraço de Gina e esqueceu de tomar a poção, mas assim que saiu da aula, ele pegou o frasco e bebeu.

—Como se sente?

Foi Rony quem perguntou.

—Com sorte! Preciso ir ver Hagrid!

Respondi incorformada:

—O que? Não, Harry, precisa ir falar com o professor Slughorn!

— Eu tenho um bom pressentimento sobre isso.

E saiu em seguida, quase correndo, para fora do castelo.

Eu lembro dessa sensação, desse pressentimento positivo ao se tomar Sorte Líquida em meu quarto ano. Agora só posso desejar que Harry consiga cumprir sua missão.

 

***

 

Harry voltou para o Salão apenas tarde da noite. Quando voltou com a memória, foi direto até Dumbledore para ambos descobrirem o que faltava saber sobre Horcruxes. 

Segundo Harry, eram objetos que guardavam uma parte da alma de um bruxo, assim ele poderia viver enquanto essa parte da alma estivesse a salvo. Na memória Tom Ridle falava em fazer 7 horcruxes, o que significava matar 7 pessoas para dividir a própria alma.

 Entendo completamente porque o professor Slughorn escondeu essa memória: é terrível imaginar que um aluno poderia falar sobre isso e a culpa de não perceber nesse discurso o que já era Voldemort se formando…

Harry também falou sobre duas Horcruxes destruídas. O diário de Tom Ridle encontrado na câmara secreta e um anel da família bruxa de Voldemort que custou uma maldição que corroeu o braço do professor DUmbledore!

  –Então era por isso que o professor viajou tantas vezes esse ano!

Exclamou Rony.

Era isso que Fred e Jorge deviam estar à procura na Albânia, pensei. Era assustador imaginar o que poderia acontecer com eles, considerando que as horcruxes conhecidas conseguiram controlar o corpo de Gina e definhar o braço de uma grande mago com Dumbledore.

—E tem mais. O professor Dumbledore suspeita da origem de 4 das 7 horcruxes. Voldemort era obcecado com a histórias dos fundadores de Hogwarts. A taça de helga hufflepuff e o medalhão de Slytherin foram adquiridos por Voldemort, segundo Dumbledore. Deve haver algo da grifinória e da Corvinal que ele poderia se interessar.

— Que tal… a Diadema de Rowena Ravenclaw?

Enfim decidi falar. 

Não expliquei como eu me comunicava com Fred, mas agora que sabiam que éramos namorados, era mais fácil de explicar como eu poderia saber disso tudo. Sei que a missão dos dois era secreta, mas acredito que a conversa de Dumbledore e Harry também é… Somos um time. Um trio de ouro. Mais do que nunca, ficou claro o que teremos de fazer: vamos caçar os pedaços da alma de Voldemort para enfim torná-lo novamente mortal.

 

Fred POV

 

Estávamos viajando de trem e vassoura para não chamar muita atenção. Segundo Dumbledore, haviam infiltrados no ministério que poderiam informar nosso uso de alguma chave-portal.

Estávamos próximo a entrar na fronteira da Albânia quando senti um calor em meu bolso. Devia ser uma mensagem de Hermione, o que me preocupou. Combinamos de só nos falarmos quando fosse essencial, e neste exato momento eu estava impossibilitado de conversar.

Quando estávamos prestes a entrar em uma floresta, começamos a ser perseguidos por Gigantes que tentavam nos cercar para mudar nossa rota. Mas o que são gigantes se não jogadores muitos grandes sem vassoura?

Jorge e eu pegamos nossas vassoura e tentamos voar o mais alto possível e desviar das pedras e árvores que os gigantes arremessavam em nossa direção.

Enfim, mais um dia de diversão.



Hermione POV

 

Chegou o último jogo de Quadribol da Grifinória e depois da derrota esmagadora para a Lufa-Lufa, só mesmo um milagre para ganharmos o jogo.

Sem Lilá para levantar a moral de Rony, Luna e eu tentamos deixá-lo mais animado, Harry estava desde cedo na detenção.

—  Hoje o dia está bonito, Rony. Viu como as nuvens parecem estar se comunicando com a gente? Aposto que é uma mensagem sobre como estão ansiosas para te verem jogar! Na sua primeira defesa, prometo que vou falar no microfone um agradecimento a elas pelo apoio que estão dando ao seu jogo.

Rony ria daquela baboseira, pelo menos Luna conseguia fazer o goleiro parecer mais tranquilo.

Confesso que queria Fred ao meu lado naquele momento. Eu não entendo nada de Quadribol, mas ele saberia algo para dizer. Provavelmente diria isso fazendo piada com a cara de Rony, mas ele entenderia o recado.

—Vamos, seu palermas preguiçosos! Temos um jogo para ganhar!

Gina passou pela mesa da Grifinória chamando os jogadores. Ela era a capitã na ausência de Harry. Depois do jeito que  discutimos no outro dia, pensei que poderíamos ficar brigadas, mas logo começamos a falar sobre Harry e foi como se nunca tivéssemos brigado.  Ela estava decidida a tomar a iniciativa depois do jogo independente do resultado.

E…

O milagre aconteceu, ganhamos!

Gina conseguiu apanhar o pomo de ouro no momento exato em que a pontuação dos placares só faltava 150 pontos para termos a diferença necessária para a vitória.

Fomos comemorar a vitória no Salão, como sempre, e minutos depois a porta se abriu revelando um Harry afobado com cara de que saiu correndo da sala do Snape e só parou chegando na porta do Salão da Grifinória.

Não houve tempo sequer de respirar, pois Gina se jogou sobre Harry e o beijou.

Harry, é claro, retribuiu o beijo e a girou no meio do salão.

—Quantos pontos?

— 450 a 140!

— Essa é minha garota?

— Sua garota? - por um segundo, Harry pareceu assustado com uma reação explosiva da Weasley a sua frente - Sua namorada soa melhor, não?

— Bem melhor!

E o casal continuou abraçado durante toda a comemoração. Rony deu jeito de não ver a irmãzinha ao beijos com o melhor amigo, mas no geral, o resultado da partida nos deixou mais felizes em vista de todos os acontecimentos recentes.

Quem visse tamanha alegria, nem pensaria em toda tormenta que nos espera pela frente.

 

***

Uma semana havia se passado desde o último jogo. Harry e Gina pareciam mais felizes do que nunca. Harry nem falava mais em seguir Malfoy.

 

— Eu achava que as pessoas teriam mais o que fofocar – comentou Gina, no chão da sala comunal, recostada nas pernas de Harry e lendo o Profeta Diário. – Três ataques de dementadores em uma semana, e só o que a Romilda Vane me pergunta é se é verdade que você tem um hipogrifo tatuado no peito.

 Rony e eu gargalhamos! Harry fingiu não ouvir. 

— Que foi que você respondeu?

— Que era um rabo-córneo húngaro... Muito mais macho!

— Obrigado – disse Harry rindo.

 – E o que foi que você disse a ela que o Rony tem? 

Harry perguntou de brincadeira.

— Um mini-pufe, mas eu não disse onde. 

Rony ficou sério e eu não me aguentava de rir de suas orelhas vermelhas.

 – Olha – ameaçou ele, apontando para Harry e Gina.

 – Só porque dei licença não quer dizer que não possa retirar…

 – “Licença” – caçoou Gina – Desde quando você dá licença para eu fazer alguma coisa? Aliás, foi você mesmo que disse que preferia o Harry ao Miguel ou o Dino. 

— Preferia mesmo – concordou Rony de má vontade. – Desde que vocês não comecem a se agarrar em público…

 – Seu hipócrita nojento! E você e a Lilá que ficavam se enroscando feito um par de enguias por toda a escola? – quis saber Gina.

— Era diferente!

Rony respondeu quase bufando.

—Diferente como? Você pode, é isso?

— Não… Bem… Eu... Já sabia que meu namoro não ia dar em nada… Mas Harry vai acabar sendo meu cunhado no futuro. Não quero guardar essas lembranças.

Desta vez foi Gina a ficar vermelha com a menção do termo “cunhado”.

O clima estava agradável, mesmo com muita coisa para estudarmos, mas sabíamos que esse seria nosso último dia de paz.

No dia seguinte, Harry recebeu uma mensagem para ir imediatamente à Sala do professor Dumbledore.

Estava no meio da tarde quando ele voltou afobado para o salão para pegar sua capa de invisibilidade que estava comigo. Quando pegou a capa, me entregou seu vidrinho de sorte líquida e o mapa do Maroto para Rony.

—Hermione. Rony. Sem perguntas, só me escutem. Dumbledore acha que estou só apanhando a Capa da Invisibilidade... 

E Harry contou que viu Draco pelo mapa do maroto saindo da Sala Precisa. Dobby e Monstro já haviam comentado que ele ia com frequência lá, mas hoje ele mesmo viu Draco sair da Sala comemorando. O que estivesse fazendo, havia concluído.

— Dumbledore não estará aqui hoje à noite, portanto Malfoy estará livre para tentar o que quer que esteja tramando. Não, me escutem! - Harry nos parou assim que fizemos menção de fazer perguntas -  Vocês têm de vigiá-lo e têm de vigiar Snape também. Usem quem puderem reunir da AD. Hermione, aqueles galeões de contato ainda estão funcionando, certo? Dumbledore diz que instalou proteção adicional na escola, mas, se Snape estiver envolvido, ele saberá qual foi a proteção e como evitá-la... Mas ele não estará esperando que vocês estejam de guarda, não é? 

— Harry…

Tentei falar com Harry, que tudo aquilo parecia uma loucura. Mas ele me cortou

 – Não tenho tempo para discutir. Dividam a sorte Líquida  entre vocês e a Gina também. Se despeçam dela por mim. É melhor eu ir, Dumbledore está me esperando…

 – Não queremos a poção, leve com você, quem sabe o que irá enfrenta!

 – Estarei bem, estarei com o Dumbledore – respondeu Harry. – Quero ter certeza de que vocês estejam okay.. Não me olhe assim, Hermione, vejo vocês mais tarde... 

E tão rápido apareceu, Harry sumiu pela porta do Salão.

Do jeito que falou, não teríamos muito tempo. Corri para pegar meu galeão e mandei mensagem para os demais membros da Armada de Dumbledore. Nos encontramos no Salão Principal.

Luna, Gina e Neville vieram ao nosso chamado. Era a Armada de Dumbledore reunida como na invasão do Ministério. Mas desta vez, não podíamos erar.

Combinamos que Luna e eu vigiariamos Snape e Rony, Gina e Neville vigiariam Malfoy. Manteríamos uns aos outros informados pelas moedas. Ensinei os demais a mudar os símbolos e combinamos que o número 1 significava problemas com Malfoy, 2 com Snape e 3 com Comensais da Morte. 

Dividimos Sorte Líquida da melhor forma possível para que Neville e Luna também fossem contemplados, afinal, éramos um time.

Antes de sairmos, Gina me cochichou.

—Hermione… O lugar que você escondeu o livro do Príncipe Mestiço, era lá que Malfoy devia ir. Tive a impressão de vê-los quando fui buscar o livro de Harry… Mas ele estava desistindo de vigiar Malfoy e eu… Achei melhor não falar nada. Não havia nada que pudéssemos fazer a respeito.

— O que importa é que hoje faremos tudo que estiver ao nosso alcance.

sorrimos. Cada uma foi para um lado.

E a pior parte era a espera. Luna e eu já não nos estranhávamos como antigamente, mas não tínhamos intimidade para conversar. Nossa conexão era Gina.  

— Luna… O que você sabe sobre o diadema de Rowena Ravenclow?

A corvina pareceu surpresa comigo puxando assunto, mas a verdade é que todas essa história envolvendo fantasmas e uma bruxa sendo caçada por alguém a mando de sua mãe… Parecia o enredo de uma das publicações do Pasquim. Se tem alguém que pode saber algo desse assunto, é Luna Lovegood.

—“O espírito sem limites é o maior tesouro do homem.” Sempre achei você meio limitada a livros em termos de conhecimento… Fico feliz que conheça o diadema de Ravenclow. Sabia que ele foi roubado pela filha de Rowena e levado por centenas de quilômetros de Hogwarts? Ela parecia querer deixar de viver a sombra da mãe, então levou o diadema para que enfim as pessoas reconhecessem seu talento como bruxa.

Sorri para Luna. Se fosse em outras circunstâncias, eu procuraria questionar esse enredo fantasioso, a falta de provas e até mesmo de lógica nisso tudo. Mas neste momento eu só poderia dizer:

— Isso é incrível! O que mais sabe sobre ela? Alguém sabe sua localização?

— Ninguém vive, pelo menos. Talvez algum fantasma que viveu nessa época… Ou um vampiro. Vampiros podem ter mais de 500 anos e ainda possuem uma memória extraordinária de tudo que viveram! Talvez haja algum vampiro que conhecesse Helena Ravenclow! Aliás, é por isso que o Departamento de Mistérios estuda os cérebros dos vampiros, para tentar descobrir como podem guardar tantas memórias.

E assim a conversa seguiu. Eu me segurava para não duvidar do conhecimento de Luna e ela parecia não ligar para minhas expressões de dúvida. Continuamos conversando animadamente até que senti meu bolso se aquecer.

Problemas. Primeiro o sinal de que Malfoy fez algo suspeito depois sinal de Comensais da Morte. E não podíamos sair de onde estávamos para ajudá-los. Não enquanto Snape permanecesse em sua sala. Mas se havia Comensais e Snape não havia ido até eles, talvez Harry tivesse se enganado, Snape continua leal a Dumbledore.

Pouco depois o professor Flitwick veio até a Sala do Snape. O professor Snape saiu pouco depois e pediu que cuidássemos de Flitwick que havia desmaiado, ele iria se juntar a Ordem para conter a invasão.

E foi o que fizemos, entramos e tentamos acordar o professor Flitwick. Sem resposta, nós duas o levamos para a enfermaria. No caminho ouvimos barulho vindo do sétimo andar, então pedi que Luna o levasse e fui me juntar aos demais.  Havia uma fumaça escura se dispersando e muitas vozes no local. Consegui ouvir Tonks, Lupin e até mesmo Alastor.

—Cuidado!

Ouvi a voz de Rony e desviei de um feitiço. Reconheci Gina mais a frente desviando de vários ataques enquanto tentava se aproximar da Torre de astronomia.

Fui na direção oposta, para a Sala Precisa. Se os Comensais da Morte conseguiram entrar, podemos impedir que eles saiam pelo mesmo lugar. 

Entrei na Sala Precisa pedindo um lugar para esconder algo e logo ela estava lá. Um grande armário ao lado de onde escondi os livros estava agora com a porta aberta. Pelo que Harry contou de sua conversa com o Sr. Weasley no natal, aquele armário era o Armário Sumidouro. O mais estranho é que esse nome me era familiar, assim como o próprio armário.

 No chão haviam duas vassouras jogadas, pareciam mais limpas, como se tivessem acabado de chegar à Sala Precisa e de fato não me lembro de vê-las lá.

Por mais aleatório que esses detalhes me parecessem, algo em minha mente fazia eu me sentir triste pelas vassouras.

Tentei não pensar nisso, precisava focar no problema à minha frente. Apontei minha varinha para o armário:

  –Reducto!

O armário ficou pequeno o suficiente para que eu o guardasse em meu bolso. 

Voltei para a batalha. Tudo parecia silencioso demais. Foi quando vi que uma barreira de proteção fechava o corredor para a Torre de Astronomia. No corredor, os membros da Ordem, da Armada e os professores estavam se levantando.

 Gui parecia inconsciente, vi Arthur levando-o para a enfermaria, me aproximei para ajudá-lo.

Tudo parecia ter acontecido em câmera lenta, mas ao mesmo tempo foi rápido demais. Estávamos bem, considerando que foi um embate direto contra comensais da Morte. E com isso quero dizer que estávamos todos vivos…. Então por quê? Qual era o propósito disso afinal?

Chegando a enfermaria, meu coração palpitou. Fred estava numa cama com a cabeça enfaixada, Jorge ao seu lado, também sujo de sangue. Na verdade, ambos pareciam muito pior que a maioria dos que participaram desse combate, exceto Gui que estava com rosto desfigurado.

Com Gui numa cama, corri até Fred.

—Fred, meu bem! Como chegou aqui?

— Achei que fosse morrer... De saudade, então… Voltei mais cedo… Surpresa.

Ele tentou sorrir, mas seu rosto estava muito sujo de sangue e um dente estava quebrado.

—Vai precisar de cuidados especiais para voltar a sorrir. 

— Você é… Dentista? - sorri. Não acredito que Fred Weasley aprendeu piadinhas de não mágicos sobre dentistas - Porque você me deixou… De boca aberta.

Beijei-o. Mesmo com gosto de sangue, aquele era o beijo que senti falta, aquele era o homem que senti tanta falta.

Jorge parecia em melhor estado e explicou a situação. Sentiram no meio da tarde os bolsos aquecerem, como na época da Armada de Dumbledore. Pouco depois perceberam que estavam sendo seguidos e decidiram mudar de direção para não revelar onde Florean poderia estar escondido. Acabaram se encontrando com o lobisomem Greyback e lutaram contra ele quando o mesmo disse que estava próximo o suficiente para rastrear Florean. Enquanto anoitecia, Greyback desapareceu.

—Algo estava acontecendo em Hogwarts, isso explicava o chamado que fizeram pelas moedas. Se Greyback foi chamado para cá, então também tínhamos que vir de reforço.

Sorri olhando para Jorge com um ombro deslocado e o rosto também sujo de terra e sangue.

— Grande reforço. Tentem ficar vivos para isso.

— Fred veio direto para cá, eu passei em casa e avisei mamãe, papai e Gui. 

 Jorge olhou para trás onde Gui estava deitado.

— Jorge, isso não é sua culpa. Você fez o que pensou que seria melhor para nós, para todos os alunos de Hogwarts!

Ele sorriu. Pelo menos seus dentes estavam inteiros.

—Minha cunhada sempre sabe o que falar.

Sorri de volta.

***

Depois de um tempo. Harry apareceu. Descobrimos que Snape havia traído Dumbledore e Draco Malfoy havia permitido a entrada dos Comensais em Hogwarts… Mas foi Snape que matou Dumbledore.

Severo era filho de Ellen Prince com um trouxa chamado Tobias Snape, sendo um mestiço da família Prince, isto é, Snape era o próprio Príncipe Mestiço.

Naquela noite apenas Gui havia se ferido gravemente por Greyback, mas não se tornaria um lobisomem. Molly e Fleur se acertaram quando a moça francesa não hesitou em cuidar do noivo, mesmo desfigurado. 

Tivemos apenas uma baixa… Mas a morte de Dumbledore abalou a todos. Era Dumbledore quem liderava a Ordem da Fênix. Era Dumbledore que buscava um meio de derrotar Voldemort… E foi morto por um bruxo que acreditava ser leal a ele. 

Não há como descrever em palavras a tristeza e o vazio deixado por um bruxo tão nobre, generoso e sábio. Harry não parecia que conseguiria se levantar, mas quando foi chamado pela professora Mcgonagall para conversar com o conselho dos diretores, ele conseguiu convencer que os alunos deveriam ter a chance de se despedir de Dumbledore em seu funeral.

Assim foi feito. Bruxos de todos os lugares, sereianos, centauros, duendes… Um último adeus foi dado com muita reverência a um bruxo que marcou a história da magia.

 

Harry saiu no meio da cerimônia e foi para a Torre de Astronomia, o último lugar em que Dumbledore esteve. Fred e Gina estavam com os pais,  então o segui e Rony veio em seguida.

Perguntei:

—Acha que ele conseguiria?... Draco?

— Não. Ele não queria fazer. No final foi o Snape. Foi sempre o Snape. E eu não fiz nada… - Harry me entregou a Horcrux que foi procurar com Dumbledore. - Pode abrir, é falsa.

 

Ao Lorde das Trevas Sei que há muito estarei morto quando ler isto, mas quero que saiba que fui eu quem descobriu o seu segredo. Roubei a Horcrux verdadeira e pretendo destruí-la assim que puder. -Enfrento a morte na esperança de que, quando você encontrar um adversário à altura, terá se tornado outra vez mortal. R.A.B. 

 

Dumbledore morreu indiretamente por uma horcrux falsa.

—RAB?

—Não sei quem é… Mas seja quem for, está com a verdadeira horcrux...O que quer dizer que foi tudo em vão.

Olhei para Rony, nós dois fomos avisados por Dumbledore que esse momento chegaria.

—Eu não vou voltar, Hermione. Eu tenho que terminar o Dumbledore começou, eu não sei onde isso vai me levar, mas eu aviso você e o Rony onde estou.

— Eu sempre admirei sua coragem, Harry. Mas às vezes você é muito burro. Acredita mesmo que vai encontrar essas horcrux sozinho, Harry? ...A gente vai com você.

Ele sorriu.

—O que vai dizer para Fred?

— Não sei. O que vai dizer para Gina?

Rony se aproximou e abraçou nós dois.

—Digam que só tem espaço para um Weasley nessa viagem e eu conheci vocês primeiro! Fim da história. Aliás, vocês vão esperar o casamento de Gui e Fleur, certo? Mamãe mataria a gente se formos antes.

— Ah! É... Não devemos perder esta festa por nada!

Ao fundo ouvimos uma triste canção de Fawkes, a fênix de Dumbledore. Que nos lembrava de sua perda insubstituível, mas também que a felicidade pode ser encontrada mesmo nas horas mais difíceis, se você lembrar de acender a luz.


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Notas finais do capítulo

Assim acaba a fanfic. Espero que tenham gostado de reviver a história desse livro sob a perspectiva desse casal maravilhoso que é Fremione!
Acho que farei um capítulo especial apenas para mostrar Fred e Hermione juntos, já que esse final foi muito triste com a morte do Dumbledore...
Obrigada a todxs que leram até aqui!



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