Prelúdio para o Amor escrita por G_Namo


Capítulo 5
capitolo quinto




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- CAPITOLO QUINTO -

Devia ser a milésima vez que ele dava uma volta ao redor do enorme chafariz do parque, Akamaru ao seu lado, parecendo um pouco confuso, sempre que terminavam uma volta e o cão tentava ir à outra direção, era puxado e colocado na mesma rota de novo. Ele não parecia muito contente com o fato.

Ele estava nervoso, e odiava isso, não sabia muito ao certo por que estava nervoso, ou talvez sim... E se ela não viesse? Tipo, ela só tinha ido pro veterinário aquele dia por causa da cadela dela, e ele a tinha chamado para sair, sendo que era o que? A segunda vez que eles se viam? Não que isso fosse estranho, ele já tinha saído com muitas meninas assim, na segunda ou primeira vez que se viam, mas essa menina em especial o fazia pensar que talvez ele tivesse sido um tanto apressado demais...

Coçou sua cabeça, estava pensando demais, tentou se distrair e tirou os olhos que focavam no chão à sua frente.

O parque estava bastante movimentado, principalmente por ser fim de semana e o dia estar bonito e gostoso. Havia algumas pessoas correndo, outras andando de bicicleta, um grupo de velhinhos fazendo exercícios, conseguia ver, bem de longe, pessoas jogando frisbee e correndo em frente ao lago. O mais divertido, não era o sorveteiro sendo atacado por abelhas nem o tio dos Hot Dogs gritando com os meninos que tentavam sacaneá-lo pegando um cachorro quente a mais, era observar as pessoas que vinham passear com seus cães, pensando agora, parecia meio que chato e tedioso, mas na verdade, podia-se saber muito de uma pessoa apenas observando-a, principalmente quando acompanhada de seu cão companheiro.

Viu uma menina que sempre parecia ver nos fins de semana no parque, era baixinha, de cabelos castanhos, nunca tinha visto a cor de seus olhos, pois ela sempre usava um par de óculos escuros, daqueles quadrados bem grandes, que variavam com a cor de suas roupas. Hoje, ele riu, ela estava com um conjunto moletom totalmente rosa, os cabelos presos em um rabo de cavalo bem alto e seu pequeno Chihuahua vestia uma roupinha rosa combinando, os dois andavam no mesmo ritmo, em passos curtos e apertados, ela escutava seu iPod e falava ao telefone, surpreendentemente, rosa com aqueles brilhos rosas que Kiba sempre via as meninas adolescentes usando, ele achava muito bizarro esse estilo dos adolescentes agora, essas lantejoulas (seja lá o que for) e aquele meio quilo de chaveiros pendurados no celular tiravam completamente o conceito de telefone portátil e prático. Como é que uma coisa daquelas cabia no bolso, digo, cabia discretamente no bolso?

Escutou latidos bem altos, que ganharam sua atenção, virando-se para o lado oposto ao do chafariz, um homem que parecia ser muito mais alto que ele, e muito mais largo também, o braço do cara devia ser do tamanho da sua cabeça! Vestia aquelas roupas que ele via os cantores americanos de Hip Hop usando quando assistia os clipes da MTV, aquelas calças caídas, considerando que estava um puta calor, um cinto com uma fivela dourada (que ele não conseguia identificar o que quer que fosse), meio inútil já que a calça caia livremente e, infelizmente, notou Kiba, sua cueca azul aparecia, que vista maravilhosa... O melhor não era isso, era aquela regata que ele usava, que parecia pelo menos dois tamanhos menores do que a que ele provavelmente deveria vestir, e aqueles sovacos escrotamente peludos, ele realmente não compreendia o fundamento de tais modas, a única coisa que fazia sentido naquela roupa toda era o boné que ele usava, mas nem isso quase, porque ele usava o boné de lado, que acabava com o conceito de boné que é usado para proteger o rosto do sol. Viu o Pit Bull branco que o acompanhava pular e apoiar-se em suas pernas, tentando pegar o que quer que seja que ele comia. O cão, ele viu, latia e latia, tentava pegar o que o dono comia, rosnava para quem quer que seja que passasse e tentava pegar o próprio rabo. Kiba gostava muito de animais, mas tinha que admitir que algumas vezes eles o surpreendiam.

Uma moça passava pelo mesmo lugar que o cara do Pit Bull estava apoiado e comendo, o Pit Bull, obviamente começou a latir, tentando ganhar alguma atenção, mas o que ganhou foi uma pézada na bunda dada por seu dono, Kiba franziu o cenho, a moça em questão, que agora ele notava que o dono do Pit Bull observava, estava acompanhada por um Golden Retriver, ela tinha cabelos castanhos claros, da mesma cor da pelugem de seu cachorro, era alta, esbelta e magra, usava roupas de ginástica e os dois trotavam em ritmo igual, ela com o cabelo preso em um coque e escutando seu iPod, seu cão, ignorando completamente o desesperado por atenção, se a dona pareceu perceber o olhar do outro dono, não mostrou, como se os dois ignorassem completamente os outros dois. Ela estava cada vez mais próxima de Kiba, e agora ele a podia ver com mais atenção, compreendendo porque o dono do Pit Bull olhou tão abertamente, sem tentar disfarçar nem um pouco, para a mulher. Ela era realmente bonita e acompanhada de seu cão, os dois pareciam desfilar juntos, ou trotar, fazer Cooper, que seja.

Ele teria continuado a observar o resto das pessoas acompanhadas de seus cães se não fosse por aquele pontinho amarelo que cada vez se aproximava mais, ele sorriu, Akamaru pareceu reconhecer algum cheiro no ar, seu rabo abanando continuamente.

Hinata, sendo puxada por sua cadela, tentava, sem muito sucesso, manter o ritmo de Maki e ao mesmo tempo segurar seu chapéu de palha firme em sua cabeça que ameaçava voar para bem longe com o vento. Tentava diminuir o ritmo de Maki para a saia de seu vestido não voar junto e ser constrangida em público, mas sinceramente, Maki não parecia querer cooperar nem um pouco, Kiba se perguntou se havia alguma câmera escondida e se estariam fazendo alguma filmagem. Ele riu, mas que momento Kodak.

― Kiba! ― exclamou Hinata ofegante, tentando recuperar o fôlego, apoiando as mãos sobre os joelhos levemente avermelhados por causa da corrida, seu cabelo agora escorria por seus ombros.

― Então você veio ― comentou Kiba sorrindo.

― H-Hm... Vim sim, ― ela levantou a cabeça, tirou as mãos dos joelhos e sorriu ― desculpe a demora, a-acordei um pouco tarde hoje ― como se ela fosse mesmo admitir que tivesse acordado às sete da manhã para decidir uma roupa.

― Nem esquenta, pelo menos você chegou, e isso que importa, eu acho... ― ele riu.

― E-Então, o que vocês fazem aqui? ― indagou.

Maki e Akamaru olhavam seus donos, depois a si mesmos e abanavam os rabos.

― Hm... Primeiro a gente dá uma volta no parque, depois a gente compra um sorvete, bem, eu compro, dou uns biscoitos pro Akamaru ― ele apontou para a bolsa que trazia consigo ― e daí a gente senta e descansa na frente do lago, é meio monótono, mas legal mesmo assim.

― Parece divertido!

Saíram juntos, Kiba decidiu começar uma conversa.

― Então... Hm, quando foi que você começou a tocar violoncelo? ― boa pergunta, talvez?

― Ah! ― ela riu ― eu era bem pequenina, tinha por volta de cinco anos, o cello era maior do que eu! ― Kiba riu da imagem mental, ela fez bico, ele riu mais ainda.

― Tipo, do nada você resolveu tocar?

― Não, né, minha mãe, quando viva, tocava o cello ― ela deu um pequeno sorriso, como quem lembrava de algo que se passara há muitos anos ― não lembro muito bem, mas sabia que adorava escutá-la tocar, meu pai era um grande admirador de minha mãe, sabe, me contaram que ele era um grande fã dela e que a mandava flores quase sempre, mas que no começo ela não queria nada com ele!

― E como eles acabaram casados?

― Meu pai disse que era impotente! ― ela riu, ele demorou um pouco, mas entendeu o que ela quis dizer.

― Não!

― Aham! ― suas bochechas um pouco vermelhas por tocar no assunto, com um menino ainda mais.

― Mas tipo, como...?

― Hm, daí eu apareci né, no começo minha mãe ficou maluca, foi o que meu tio me contou, e ela disse que era bom meu pai casar com ela senão ela mesma arrancava a cabeça dele! Daí eles se casaram, se apaixonaram, eu nasci e cinco anos depois ela engravidou de novo.

― Seu pai foi bem espertinho, não?

― Foi sim!

Os dois riram.

― E os seus pais?

― Hm, nada de muito demais, eu acho, se minha memória não está tão enferrujada como penso que ta, meus pais se conheceram na faculdade de veterinário, os dois competiram pela mesma bolsa pra uma faculdade no exterior, acabou que eles tiraram notas iguaiszinhas!

― E o que aconteceu?

― Os dois foram de bolsa juntos, tipo, a nota deles era igual mesmo, daí acho que eles, sei lá, se apaixonaram durante o tempo que ficaram no exterior, minha mãe engravidou da minha irmã e daí eles se casaram, três anos depois foi a minha vez.

― Então você tem uma irmã?

― Tenho sim ― você vai querer sorvete de que?

Ela agora reparou que estavam já em outra parte do parque, Maki e Akamaru tentando pegar uma borboleta.

― Vou querer de chá verde, por favor.

― Então é um de chá verde e um de menta, por favor, ― Kiba pagou pelos sorvetes e entregou um para Hinata e começou a devorar o seu.

― E o sorvete de chá verde é bom?

― Eu gosto bastante, mas tem gente que não gosta muito, você nunca provou?

― Não...

― H-Hm... Se você quiser ― ela ofereceu seu sorvete, ele sorriu e experimentou.

― Ugh, acho que não gosto de sorvete de chá verde ― ela riu.

― E há quanto tempo você ajuda na clínica dos seus pais? ― lembrou-se de que queria perguntar isso.

― Comecei logo depois que terminei o colegial, tipo, ano retrasado, antes eu só ajudava dando banho nos animais, às vezes na recepção, limpando a clínica, esse último era mais quando eu tava de castigo ― piscou ― e foi só a partir desse ano que eu comecei a atender alguns clientes, você sendo uma das primeiras.

― O-Oh!

― Eu gosto muito de animais, sabe? Não sei, acho que eles são realmente bons companheiros ― ele olhou para Akamaru.

― São sim, sempre que você está triste eles vêm e te acodem ― foi à vez de Hinata de olhar para Maki, que tentava pegar uma pomba ― Maki!

Hinata saiu correndo atrás de sua cadela, Kiba logo atrás morrendo de dar risada.

― E eles podem ser um problema quando querem! ― ela disse, colocando prendendo a coleira mais uma vez no pescoço de Maki ― ta vendo! Eu deixo você sem coleira por um tempo e você já começa a fazer bagunça! E pare de rir Kiba! ― ela arregalou os olhos, estava repreendendo Maki que o último comentário escapuliu de sua boca.

Kiba pareceu surpreso, mas só começou a rir mais depois do último comentário.

Ela bufou baixinho.

― Va-Va... Vamos se-sentar ― Kiba parecia estar tendo dificuldade para parar de rir ― ali ó ― apontou para um lugar na beira do lago, com umas árvores e alguns canteiros de flores.

Demorou um pouco, mas Kiba parou de rir, Hinata se perguntando o que era tão engraçado, parou de pensar assim que se entretiveram em outra conversa. Já era a hora do almoço quando olharam no relógio, Kiba aproveitando e convidando-a para almoçar, o que ela aceitou.

Voltaram para casa no comecinho da tarde, após uma muito bem aproveitada manhã.

x

Naquela tarde de sábado, que Lee e Naruto pretendiam ligar para todos os moradores do prédio para informar-lhes de que uma festa estaria ocorrendo no apartamento 7B na mesma noite, foi que receberam uma ligação da "caseira" do prédio, requisitando a presença de todos os moradores no jardim.

Os dois, um tanto curiosos, desceram, assim como todos os outros moradores, o que causou uma super lotação no elevador (claro que foram feitas três viagens).

Naruto formando um plano em sua mente; usaria dessa reunião para informar a todos sobre a festa de hoje à noite! Ele era um gênio, cara, um gênio!

Era uma tarde quente, o sol estava se pondo, ventava um pouco, mas ainda assim continuava abafado.

Havia dezesseis cadeiras de plástico no jardim, sentadas uma do lado da outra, formando um círculo, ou o que supostamente deveria ter sido um círculo, porque depois que todos sentaram ficou uma coisa meio sem forma.

― O que será que aconteceu?

― Será que alguém morreu?

― Eu ein, o que ela quer agora?

― A Chiyo é meio maluca né?

― Hahahaha, quem cortou seu cabelo Kankuro?

― Cala a boca! Meu cabelo ta igual que nem sempre foi!

― Ai, sabe, eu tava lendo numa revista...

― Você não tem idéia!

― Ah! Como tem andado?

― Vou bem, obrigada.

― Que horas são?

― Eu to com fome.

― Que novidade.

― Aaaah, que calor infernal!

― Devia ser obrigatório ter ares condicionados em todos os lugares.

― Boa tarde crianças!

Todos se viraram para a velinha que acabava de se sentar na última cadeira vazia. Parando suas conversas alheias.

― Aconteceu alguma coisa Chiyo? ― perguntou Ino.

― Aconteceu e não aconteceu... ― ela começou, levantando mais uma vez da cadeira, ficando de pé ― acontece que existe uma lei, de que cada prédio deve ter um síndico... ― os mais inteligentes que sabiam onde essa conversa iria parar gelaram ― e o nosso prédio é o único do bairro que não tem.

― E não pode ser você Chiyo? ― foi à vez de Naruto perguntar.

― Não, tem que ser um morador fixo do prédio, e eu não moro no prédio ― ela apontou para a casinha no canto do jardim.

― E o que nós devemos fazer Chiyo-san? ― exclamou Lee.

― Devemos decidir um síndico! ― ela respondeu com vigor.

Gaara afastou sua cadeira um pouco do círculo, aqui que ele seria síndico.

― Hm, vejam a hora, estou atrasado, tenho ensaio com a orquestra, sinto muito, mas terei que deixá-los ― filho da mãe! Uchiha roubara seu plano, Gaara que estava prestes a usar a desculpa do atraso.

Ele e quem fosse inteligente o bastante para evitar problemas.

― AH! ― gritou Naruto, fazendo Sasuke se virar ― a gente vai tar dando uma festa na casa do Lee de noite, então vocês aparecem por lá ― disse, já que o Uchiha estava de saída, para já deixar avisado. Sasuke assentiu com a cabeça e voltou para dentro do prédio.

― Então, ainda precisamos decidir um síndico... ― comentou Chiyo.

Houve um silêncio, um silêncio desconfortável (para alguns), todos à espera de uma salvação.

― Eu acho que o Shino devia ser o síndico ― comentou Kiba, sorrindo marotamente.

Ou uma maldição.

Chouji, Shikamaru, Naruto, Gaara, Sasori, Deidara, Kankuro, Sakura e Ino sorriram da mesma maneira que Kiba, quem não amava sacanear o Shino?

Shino suava frio, sabia aonde isso levaria, e ele não tinha a mínima vontade de ser síndico.

― Certo... Quem vota Shino-san para síndico do prédio, por favor, que levante sua mão!

Kiba, Sakura, Kankuro e Chouji foram os primeiros a levantarem a mão, seguidos de Ino, Deidara, Naruto, Shikamaru, Sasori e Gaara.

Lee olhou para Tenten, que olhou de volta, os dois fizeram gestos de indiferença e levantaram a mão.

Hinata, sem saber o que fazer, levantou a mão também.

― Então está decidido, Shino-san, parabéns, você é o mais novo síndico do nosso prédio! ― ela começou a bater palmas, seguida do resto das pessoas da rodinha.

Shino realmente desejava que abrissem um buraco na terra para ele poder entrar e nunca mais sair.

x

Lembra de quando você estava na sétima série e te ensinaram que x . x era x²?

Então, hiperatividade . hiperatividade não seria igual à hiperatividade²?

O que quer dizer que; Naruto . Lee resulta em hipernarutoleedade²

Começou com a idéia de uma pequena festa para quinze pessoas, uma festa de confraternização dos moradores do prédio, mas um ponto foi esquecido quando tal festa mencionada, as pessoas que a estavam organizando, que ninguém fez questão de perguntar quem esses alguéns eram.

O que era para ser uma festa de quinze pessoas virou uma festa de trinta pessoas.

A iluminação era escassa, dando um clima relaxado ao ambiente, que teria deixando os convidados com sono se não fosse pela música alta tocando, qualquer um podia sentir as vibrações que as caixas de som mandavam. Havia uma mesa com pizzas, sorvetes, petiscos, bolachas, bolos, tortas, salgados, qualquer coisa que as pessoas tivessem trazido ou pedido, tipo comida chinesa, tailandesa etc. Um canto da mesa com as bebidas, trazidas pelos convidados também, então era uma variedade grande, ia de água a chá verde à vodka até grappa.

As pessoas dançavam, conversava, ficavam, dormiam, jogavam vídeo-game, comiam, se comiam, faziam o que as pessoas fazem normalmente nas festas.

Gaara não era uma pessoa muito de festas, a música alta lhe dava um pouco de dor de cabeça, e, honestamente, não via graça nenhuma em ficar bêbado e acordar no dia seguinte de ressaca...

― Gaara! ― escutou seu irmão chamando, procurou de onde ele o chamava ― aqui do canto seu cego! ― claro, como se fosse óbvio o "canto" ― perto da TV! ― agora sim, encontrou seu irmão, estava sentado em um círculo, com umas pessoas que ele nunca vira na vida, eles pareciam entretidos com alguma coisa, que passava de um para outro ― vem cá! Esse cara ― ele apontou pra um desconhecido que conversava com a mulher ao seu lado ― trouxe o narguilé dele! E ta com fumo de pêssego!

Gaara escolheu ignorar seu irmão e foi para a mesa de comidas, onde encontrou Sasori, que como ele, não era muito fã de festas como essas, olhou mais uma vez para seu irmão na roda do narguilé, às vezes se perguntava se Kankuro não seria seu primo e Sasori seu verdadeiro irmão.

― Aquela torta de morango ta muito boa ― eles tinham até os mesmos gostos ― e ai Gaara, continua não gostando de festas?

― E eu alguma vez já gostei? Não vejo ponto algum em fazê-las ― só de imaginar a sujeira depois...

Sasori riu, Gaara era realmente um cara peculiar.

― Cuidado que assim você fica rabugento demais.

Gaara meio que riu.

― Sasori, você viu o Kiba? ― o amigo não havia dado noticias desde ontem, o que ele achou estranho já que Kiba praticamente vivia em sua casa.

― Hm... ― o primo pareceu pensar, tinha visto Kiba... Visto agora a pouco... ― Ah! Ali ó ― ele apontou para perto da varanda, onde Kiba estava de pé e parecia muito entretido em uma conversa ― conhece a menina?

Gaara forçou um pouco a vista, ficar lendo no escuro estava realmente prejudicando sua vista, ele devia seguir mais os conselhos de Sakura e comprar um abajur mais forte.

― Conheço, é a minha vizinha ― disse indiferente, franziu o cenho.

― Pelo menos ela já ta se enturmando rápido, eles parecem até que bem amigos, eles já se conheciam antes?

― Não que eu saiba...

x

Festas têm sempre o seu lado bom e o seu lado ruim. Um dos lados bons é que todo mundo parece mais relaxado e as conversas se tornam mais fáceis, um dos lados ruins é que por ser uma festa, as pessoas vão continuamente trocando de conversas e pessoas com as quais elas conversam, um minuto você está conversando com alguém, depois alguém vem e começa a conversar com a pessoa que você estava conversando, mas nisso alguém vem e começa a conversar com você e vice-e-versa.

E Kiba estava conversando com Hinata e no minuto seguinte se viu conversando com Shino, e Hinata agora conversava com Sasuke.

― Não consegui te parabenizar pela apresentação ontem ― ele comentou.

― Ah, muito obrigada ― ela sorriu, ficara realmente contente por Sasuke ter ido assisti-la.

― Você deveria tentar se juntar à orquestra do conservatório qualquer hora dessas, já que você disse que estava procurando por uma em um dos e-mails que você me mandou.

― A que você rege?

― É.

― Eu adoraria fazer parte dela! A Hanabi comentou que você tinha conseguido o lugar de regente!

― Ela falou?

― Aham, comentou ontem mesmo.

― Un, vou dar uma de intrometido, mas Hanabi era aquela menina de vestido branco que passeava pelo prédio, ontem?

Agora Deidara havia entrado na conversa.

― Ah, Deidara, como vai? ― perguntou Sasuke.

― Vou bem, e você Sasuke?

― Também... Hinata, esse é o Deidara, ele mora no 6B, faz faculdade de artes ― introduziu Sasuke.

― Deidara, muito prazer ― ele estendeu sua mão.

― H-Hinata...

― Mas então, un, Hanabi era aquela menina que estava aqui no fim de semana?

― Era sim, c-com o vestido branco, certo? ― indagou.

Ele concordou com a cabeça.

― É minha irmã mais nova ― Hinata sorriu timidamente.

― Ah...

x

― Shikamaru!

― Ino!

― Shikamaru!

― Ei, Ino!

Shikamaru já podia sentir a dor de cabeça chegando, o que ele tinha feito pra merecer ser atazanado desse jeito? Tudo que ele queria era um pouco de sossego, sentir a brisa geladinha da noite e fumar seu cigarrinho em paz...

― Shikamaru, que coisa, estou te chamando já faz um século!

― Hn, oi Ino.

Logo o outro loiro que gritava pela atenção da loira se juntou a eles.

― Ino! Eles tão apostando pra quem vira mais rápido, já foram cinqüenta mil Yen até agora! ― o loiro parecia entusiasmado pra ver quem iria ganhar a aposta, ele mesmo teria participado, mas já era a segunda rodada.

Ino bem que podia ir com Naruto e deixar Shikamaru ter seu pedacinho de paz, mas era de Ino que estávamos falando, ela não desistiria tão facilmente.

― Naruto, já sei, vai indo e pega um lugar bom que eu já vou, ta bom? ― ela meio que se sentiu um pouco mal por estar enganando o amigo, mas já estava um pouco de saco cheio, sempre que tentava ter seu momento com Shikamaru, o aspirante a arquiteto aparecia e quebrava completamente o clima.

― Ah! Daí a gente consegue ver melhor! Muito bom Ino! ― estático, ele saiu correndo para a roda que se formava em torno de uma mesinha.

x

― Você parece interessado na moradora do quinto andar, Kiba.

― E você, mesmo com esse tipo de quieto, continua interessado na vida alheia, Shino ― brincou.

― Estou tendo minha revanche pelo o que você fez hoje à tarde ― continuava parecendo sério, mas Kiba sabia que por dentro seu amigo estava rindo, ou não, mas ele riu mesmo assim.

― Cara! Não dava, eu precisei fazer aquilo!

― Você não precisou. Você quis.

― Ah, você não ta bravo né?

―...

― Vá, Shino, eu sei que você não ta realmente bravo ― Kiba coçou a cabeça meio sem jeito, começando a duvidar que seu amigo estivesse mentindo.

― Não ― Kiba respirou aliviado ―, contudo ― Shino sorriu cinicamente ― você terá que limpar minha sala... ― ah, isso era fácil, chatinho, mas fácil ― de criação ― não.

― Se ta de zoera com a minha cara né? ― ele nunca, mas nunca, limparia aquela sala, mesmo amando animais e tudo, Kiba tinha pavor de insetos, nada contra eles, vivia em perfeita harmonia com a existência dos mesmos, mas ele aqui e eles fora de casa ― acordou com o bozo hoje, foi Shino?

― Não, não estou de zoera com a sua cara, tampouco acordei com o "bozo", a Chiyo nunca limpa a sala e eu mesmo que tenho que limpar o que é um saco porque eu perco muito tempo, agora você esta encarregado de limpá-la uma vez por semana, durante os próximos dois meses, se você não quiser que eu conte para a moradora do quinto andar sobre... Alguns fatos passados... Que possam te condenar.

― Você... Você... ― traidor! Como seu amigo podia fazer isso com ele! Não que ele estivesse bravo nem nada, mas amigos não podem fazer essas coisas ― você não tem nada melhor pra fazer, não é? ― desistiu.

― Na verdade, tenho sim, o Chouji acabou de trazer mais alguma coisa pra mesa de comidas... ― rapidamente, o biólogo se dirigiu à mesa de comidas.

x

― Sasuke, o que tanto você fica mexendo nas suas costas? ― perguntou a menina, agora intrigada, desde o começo da festa havia visto seu amigo ficar mexendo nas costas e fazendo caretas, isso a estava incomodando um pouco.

― Hn...

― Que coisa! Você ta com dor nas costas ou alguma coisa assim? Sabe, eu não curso medicina por nada...

― Eu ultimamente estou com dores na coluna ― admitiu.

― Isso que dá ficar todo sedentário no seu apartamento, eu já te disse pra você comprar uma cadeira com encosto pra deixar no piano, mas você teima de ficar usando aquele banco, já disse que você tem mania de encurvar as costas quando toca piano ― sinceramente, ele podia ser tão cabeça dura às vezes!

― Hn...

― Ai! Céus! De qualquer jeito, me dá seu celular aqui ― ela pediu, sem paciência, ele entregou o celular, não queria Sakura gritando na sua orelha.

Ela pegou o próprio celular, parecia procurar por um número, achou, rapidamente digitou os mesmos números no celular de Sasuke, escreveu as informações e entregou-lhe o celular novamente.

― Aqui, é o telefone de uma das minhas amigas da faculdade, ele já é veterana e cursa na parte de fisioterapia, quem sabe ela não dá um jeito em você! Eu fiz a minha parte!

Com isso, a menina de seus cabelos rosados saiu, bufando.

Sasuke pegou seu celular, olhou o número e o nome que apareciam em sua tela.

― Shizune?

x

― Realmente não existe comida melhor do que a sua Chouji! ― elogiou Tenten enquanto devorava as tortinhas de frango com catupiry que Chouji acabava de trazer da cozinha.

Meio sem jeito, ele agradeceu.

― Devo concordar com você Tenten ― comentou Shino que comia um salgado, que ela não pode distinguir por causa da luz.

― Shino! Nem vi você chegar ― disse Chouji se virando para o amigo, Tenten concordando com a cabeça, Shino costumava a aparecer do nada, assim, era meio estranho.

― Sasori! ― chamou Chouji, ganhando a atenção do ruivo ― as tortas estão prontas, você vem?

― Ah, to indo!

x

Acho que é melhor se eu já for indo ― e seria melhor mesmo, Hinata não era muito da turma de festas e como havia acordado cedo, pra decidir uma roupa para usar quando fosse encontrar com Kiba ― corou ― estava ficando com sono, e já eram 2:30 da manhã, o que era bem tarde pra ela que costumava dormir às 21:30 ou 22:00.

Foi meio complicado atravessar o apartamento todo, já que ela foi parar do outro lado enquanto conversava com Deidara, depois com Sasori e Tenten. Os três muito simpáticos. Tinha até que gostado de ter vindo na festa, conseguiu conhecer mais seus vizinhos, que pareciam ser pessoas muito boas ― sorriu ― e engraçadas ― lembrou das piadas que Deidara contou.

― Uffa ― suspirou, quando finalmente chegou ao hall do apartamento. Olhou para trás, aquele mar de gente... Checou para ver se não havia esquecido nada, rezando para que não tivesse, não queria ter que voltar tudo e ainda mais ter que ficar procurando por algo perdido ― ótimo! ― não havia esquecido nada.

― Hinata? ― virou-se para ver quem a chamava, era meio difícil tentar reconhecer vozes em meio a tanto barulho.

― Ah, G-Gaara, boa noite ― ela deu um pequeno sorriso ao ver seu vizinho.

― Você já vai? ― ele levava uma expressão curiosa no rosto, e um pouco de incerteza também, mas ela não notou o último.

― Sim, estou acostumada à d-dormir cedo...

― Hm... Eu também já estou indo...

...

― B-Bem, por que não vamos juntos então? ― afinal de contas, moravam no mesmo andar.

Ele assentiu com a cabeça, e juntos saíram da festa.

x

Respira, inspira, respira, inspira.

Controle sua raiva interior, você em breve terá sua vingança.

Nada passa batido o troco sempre vem.

A justiça sempre prevalecerá.

Eram as frases que passavam pela cabeça de Shino enquanto ele carregava Lee até o banheiro, que ameaçava vomitar.

Pelo fato de ser o "síndico" do prédio, ficara encarregado de cuidar de Lee.

Ah, ele teria sua vingança, faria questão de adicionar mais vinte espécimes à sua coleção de insetos. Espere, apenas espere Kiba ― ele sorria maliciosamente, e tampava seu nariz para evitar sentir o cheiro de vomito, fazendo uma careta.

x

― Não se preocupem, eu levo a Ino! ― ficar de pé estava se tornando um grande desafio, era incrível, ele colocava a mão para se apoiar na mesa, mas a mão parecia não chegar lá!

― Desse jeito você não leva nem você pro seu próprio apartamento ― comentou Sasuke sem muita paciência ― vamos imbecil, eu já me ofereci pra te levar.

― Mas eu disse que vou levar a Ino!

― Pena, ela já foi embora com o Shikamaru há uma meia hora.

Naruto fez uma cara de indignado, depois virou a cara e vomitou ao lado da mesinha.

― Acho que eu to passando mal.

― Que bom que você acha isso ― comentou o amigo olhando-o com desgosto ― vem logo e vamos acabar com isso de uma vez ― ele puxou o loiro pelo braço, quando mais rápido os dois chegassem ao elevador, mais rápido ele se livraria do bêbado.

x

― Tem certeza de que não tem problema mesmo, Tenten?

― Já disse que tudo bem Sasori, e ia ser fora de mão pra você ter que levar ele lá pro primeiro andar, como eu sou vizinha dele, é o mínimo que eu posso fazer, sem contar que ela também é vizinha sua.

― Mas... Não sei, é o Kankuro ― ele olhou para o primo que tentava, inutilmente, atravessar a parede.

― Bem, a Sakura não é muito melhor ― ela riu, apontando para a aspirante a médica de cabelos rosa que meditava sobre a mesa de comidas.

― Hn...

― Vou indo então, até mais!

― Tchau...

Tenten não estava muito feliz em ter que levar seu vizinho de volta pra casa, ela já não tinha uma opinião muito boa sobre ele, não escutava coisas boas sobre ele, e Sasori ainda pareceu hesitante em deixar que ela levasse o vizinho pra casa, ela não estava gostando nem um pouco disso.

― Que cheirosa ― ela o ouviuele dizer enquanto estavam no elevador, resolveu ignorar.

― Ei, você vem sempre aqui? ― ele se aproximava cada vez mais e ela gostava cada vez menos da situação.

― Hn... Acho que nunca te vi por aqui... ― ele passou sua mão pela cintura da menina, ela cerrou os punhos, tentando manter a calma.

Ele passou a mão pelas suas pernas.

A porta do elevador abriu.

Ela saiu do elevador, puxando Kankuro e arrastando-o até a porta de seu apartamento, nem se dando ao trabalho de abrir a porta, virou-se e bateu a porta de seu próprio apartamento.

Kankuro acordaria amanhã com um olho roxo e uma dor de cabeça da porra, e ele nem saberia por que.

x

Ino estava com sorte, conseguira escapar com Shikamaru sem que ninguém viesse atazanar ou atrapalhar seus planos. Era perfeito.

O fato de ele estar meio, quer dizer, muito bêbado não vinha ao caso, ela também não estava muito sóbria, na verdade, estava quase no mesmo nível que ele.

Não fazia a menor idéia de como haviam entrado no apartamento, mas sabia que estava adorando o jeito que as mãos dele pareciam ser ágeis e experientes, deixando-a cada vez mais excitada.

x

Levar Sakura até sua casa não fora uma tarefa tão difícil, pelo menos não como ele imaginava que seria; ela quando bêbada era bem mais fácil de lidar do que quando sóbria.

Quando bêbada ela o lembrava do tempo em que estavam no ginásio e depois no comecinho do colegial, que ela era mais... Hn... Divertida, talvez.

― Sabe o que eu nunca entendi? ― ela parecia intrigada.

― O que?

― Sabe, minha amiga me contou uma coisa outro dia, o cúmulo do cúmulo, mas sabe, era o seguinte; um mudo falou para um surdo que tinha um cego vendo um aleijado correndo. Mas isso não faz sentido!

―...

― AH! ― ela gritou, assustando-o.

― Que foi?

― Eu tenho uma piada! Olha só! Tinha um homem, que trabalhava com ursos, mas um dia ele desistiu do trabalho, qual era o nome do filme?

― Sei lá.

― o Ex-ursista! ― ela se tacou, literalmente se tacou no chão, rindo.

Ele riu um pouco, mas logo suspirou e foi socorrer a rósea no chão.


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