Mirror Myself In You escrita por LadyDelta


Capítulo 8
Story of My Life.


Notas iniciais do capítulo

OLÁ! COMO VAI VOCÊS?
Finalmente meu computador está lindo, cheiroso e posso voltar a escrever meus capítulos de um jeito bonitinho.

ATENÇÃO AQUI AGORA

VOCÊS VIRAM A CAPA QUE XUGAR FEZ?????? VIRAM??????? DA UMA PAUSINHA QUI DEPOIS DE LER A NOTA E VAI ADMIRAR O TRABALHO PERFEITO DESSA LINDA, MARAVILHOSA.

Pra quem tiver interesse no trabalho dela, contatos fixos na descrição da história, é só chamar ela pra baterem uma proza. Deem biscoito pra essa menina porque ela merece muito.

Agora sobre o capitulo, outro pov da Galateia! Já foram quantos? 3? Com esse 4? Tá que seja.

Pov da Galateia 4/???

Acho que só vai até 6 gente, pelo menos do passado dessa lindinha perfeita.

TÁ LEGAL, BORA LÁ

Música para esse capítulo: One Direction - Story of My Life

~Boa leitura.



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Galateia Pov – Residência Pamdin - 18h:05min.

Desci do carro esfregando os olhos por estar com sono e dei um sobressalto por sentir algo se colidir comigo em um baque. Arregalei os olhos assustada e sorri ao ver o cabelo loiro de Liane, circulei seu corpo com meus braços e lhe abracei apertado.

— Estava chorando? – Perguntou preocupada e neguei com a cabeça, tentando segurar um bocejo.

— Estou com sono. – Alertei e ouvi um riso seu.

— Um nenê tão fofinho, meu Deus. – Me apertou mais forte erguendo meu corpo um pouco do chão e acabei rindo no processo por sua voz sair melosa.

— Hey meninas, vamos entrar, sim? O jantar já está pronto. – Tia Cass chamou do portão e Liane me soltou para passar o braço por meu ombro em carinho.

— Eu vou tomar banho antes, tia Cass. – Alertei e ela sorriu carinhosa.

— Tudo bem, mas não demore muito ou vai esfriar.

— Certamente. – Sorri e ela entrou nos deixando para trás. – Ah!  É sua primeira vez aqui. Vem que preciso te mostrar o meu quarto! Tia Cass me deixou pintar e me deixou escolher tudo. – Falei empolgada e agarrei o braço de Lily. O fato foi que, as semanas que se passaram, mesmo eu indo para casa da minha mãe no final de semana, a Liane não pôde sair do quarto dela por estar de castigo, então nós não pudemos nos falar. Hoje é a primeira vez desde que vim morar aqui.

— Sério? Ela deixou? – Perguntou surpresa e assenti várias vezes, fechando a porta em nossas costas.

— Sim, eu acho que você vai gostar. – Lhe puxei em direção ao meu quarto e abri a porta, revelando seu interior. – O que acha? – Perguntei ansiosa e ela olhou ao redor em curiosidade.

— Você gosta de verde? – Perguntou com um sorriso e assenti.

— É minha cor favorita no mundo todo. – Contei e arregalei os olhos por ela me puxar em direção a cama, nos derrubando nela e fazendo nossos corpos balançarem de um lado para o outro.

— O que é isso? – Perguntou assustada e ri.

— Esse colchão é de água. Quando fui comprar, gostei muito dele. Tinha um que parecia um pula-pula, mas este tem menos movimento, mas ainda. – Apertei a mão com um pouco mais de força no colchão e ela afundou um pouco. – Tem essa consistência. – Revelei e ela me olhou com um sorriso, se arrastando para perto de mim e me abraçando contra seu peito.

— Você está parecendo feliz. – Falou baixo e lhe olhei. – Eu não poderia estar mais feliz agora por te ver assim. Quero que seus dias sejam cada vez melhores. – Beijou minha testa e lhe abracei de volta, fechando os olhos para apreciar a companhia dela. Eu estava com saudade.

...

— Galateia? – Ouvi a voz da tia Cass e abri os olhos confusa pelo quarto escuro e por Liane estar dormindo e mantendo os braços ao meu redor. – Galateia. – Tia chamou de novo e olhei em direção a porta, a vendo com a cabeça para dentro do quarto. – Desculpe te acordar, querida. Mas já vai dar nove horas e eu não quero que você e Liane durmam até amanhã sem comer nada. – Alertou e me desvencilhei dos braços de Lily para me sentar sonolenta.

— Urgh, eu ainda nem tomei banho. – Murmurei olhando para meu uniforme da escola e esfreguei o olho esquerdo.

— Vai tomar um banho e depois venha jantar, iremos comer juntas, tudo bem? – Propôs e lhe olhei confusa.

— A senhora ainda não comeu, tia?

— Eu não estava com fome. Jason está na casa da mãe dele e Vicent foi sair com uns amigos da escola dele. Somos só nós três hoje. – Alertou e me ergui da cama indo para o chão.

— A senhora está sozinha até agora? – Perguntei preocupada e ela sorriu.

— Nada demais, querida. Não se preocupe com isso.

— Eu me preocupo. – Falei aborrecida por ter dormido e deixado ela sozinha até agora. – Vou tomar banho e acordo a Liane para irmos comer. – Alertei e ela sorriu fechando a porta. – Lily. – A cutuquei três vezes seguidas e ela abriu os olhos sonolenta.

— Ah, sério? A gente dormiu? – Perguntou bocejando e assenti, não conseguindo evitar de bocejar junto. – Vai tomar seu banho. Quer que eu vá fazer companhia pra tia?

— Por favor. Eu não vou demorar. – Alertei indo para o banheiro e ela saiu da cama.

XxX

Escrevi a resposta que Liane lia no livro e olhei para tia Cass, que estava sentada do nosso lado no chão, tricotando algo que eu não fazia ideia, já que não entendia muito sobre. Lily desviou a atenção do livro para ela e sorriu carinhosa.

— O que está fazendo, tia Cass? – Perguntou e ela desviou a atenção do que tricotava para nos olhar divertida.

— Um cachecol e uma boina. – Avisou erguendo o menor do que havia feito, revelando a linda boina vermelha.

— Meu Deus! Que linda. – Liane falou encantada e arregalou os olhos por tia jogar o tecido nela.

— Que bom que gostou, é sua. – Falou carinhosa e Liane abriu a boca surpresa.

— O quê?

— É sua. Não vejo Galateia usando uma boina, porque não faz o estilo dela, mas o seu sim. – Sorriu e Liane me olhou sem acreditar.

— Mas... Foi a senhora que fez. – Alertou. – Gastou seu tempo fazendo e está muito lindo. Por que me daria? – Perguntou confusa e sorri já sabendo a resposta da tia.

— Por que eu fiz para você? – Perguntou divertida e Lily ergueu o objeto até o peito, abraçando com carinho.

— É a coisa mais bonita que eu já ganhei. – Falou chorosa e tia sorriu.

— Experimenta. – Pediu e Lily assentiu, colocando o objeto na cabeça e me olhando divertida.

— Meu Deus. – Ri me inclinando em sua direção para guiar a metade dos seus cachinhos para o lado. Diferente de mamãe que tem o cabelo ruivo em cachos soltos, o de Liane é totalmente cacheado e loiro como o do David. – Agora sim, está linda. – Elogiei arrumando o tecido que caia um pouco na parte de trás e beijei sua testa, puxando um cachinho para ela logo em seguida.

— Vocês são muito parecidas. – Tia falou voltando a tricotar e lhe olhamos ao mesmo tempo. – De rosto e essas coisas. – Comentou e olhei para Liane confusa. Eu nunca tinha parado para pensar nisso, mas agora que a tia disse, realmente. Nós nos parecemos muito. – Os olhos de vocês são iguais, o nariz, jeito de rir. Até franzir as sobrancelhas vocês fazem igual. – Riu divertida e Lily negou com a cabeça mantendo um sorriso no rosto.

— Obrigada por isso, tia. Tenho mais um motivo para ser feliz agora. – Falou e foi minha vez de negar com a cabeça.

— Você é tão idiota.

— Sou sim. Ah! Lembrei. Eu trouxe uma coisa para você. – Se levantou e correu para varanda, onde eu evitava ir por causa da piscina.

— O que ela trouxe? – Perguntei para tia, que fingiu trancar a boca e jogar a chave fora.

— Eu sei que não é nada muito incrível, mas eu comprei os materiais com o dinheiro do meu cofrinho que juntei ajudando Kate na loja do pai dela e você sabe, eu quase não colocava dinheiro lá. – Sua voz voltou e olhei para trás, vendo que ela trazia um embrulho na mão, que pelo modelo, parecia ser um livro.

— É um livro? – Chutei e ela riu.

— Não, não é um livro. – Garantiu e me entregou o envelope, o qual abri com cuidado. Vendo um caderno inteligente com estampa em desenho de uma cerejeira. Sorri carinhosa o abrindo e vendo que as folhas eram quase rosas com cheiro de cereja e Lily havia arrumado elas com um lado com linha e outro lado de folha totalmente branca. – Eu achei que como você está tão longe de mim e não podemos nos falar tanto como antes, você poderia usar ele como seu diário, pra escrever sobre seus sentimentos. – Falou carinhosa e me ergui para lhe abraçar, beijando seu rosto várias vezes.

— Eu adorei, Lily. – Garanti e ela sorriu.

— Ótimo, então assim sei que do seu presente de aniversário também vai gostar. – Disse confiante e lhe olhei curiosa. – Você é um bichinho do mato quando se trata de tecnologia, então no seu aniversário, já que agora está para ingressar no ensino médio e eu não vou poder ficar te ajudando, vou te dar uma coisa que vai te ajudar. – Falou e franzi o cenho em curiosidade. – Infelizmente são os únicos presentes que poderei te dar com o meu dinheiro. – Lamentou e sorri carinhosa.

— Você não precisa fazer isso, sabia?

— Mas eu fiz com carinho junto com a Kate. Aqui, olha isso. – Pegou o caderno da minha mão e abriu. – Kate que fez a capa. – Contou mostrando o desenho e sorri. – Já as folhas eu comprei meio rosinha assim pra combinar com o tema e molhei cada uma delas em um óleo de essência de cereja e depois deixei secar. – Contou tirando uma do lugar e me entregando. – Olha como tem o cheirinho. – Falou orgulhosa e voltei a sorrir. – Daí eu coloquei essas folhas em branco, porque você gosta de desenhar. – Explicou voltando a folha pro lugar. – E também tem esses envelopes de plástico, se você quiser guardar alguma coisa, como fotos ou sei lá. – Mostrou os espaços e me abraçou de lado. – Trouxe minha polaroid para você também. Eu não uso muito e você gosta dessas coisas com menos tecnologia possível, então vou te dar a minha e ficar com aquela da última geração que papai me deu ano passado.

— Sério?

— Claro! Eu vou lá pegar e a gente pode tirar umas fotos agora, o que me diz? Podemos fazer um mural no seu quarto. – Propôs e sorri assentindo várias vezes e lhe seguindo pela casa, parando no meio do caminho para olhar para tia, que havia voltado a sua tarefa de fazer o cachecol.

— Tia, quer vir tirar fotos com a gente? – Chamei e ela abriu um sorriso deixando as coisas no chão para vir em nossa direção.

— Eu vou adorar. – Falou passando o braço esquerdo por meu ombro para seguir o mesmo caminho que a gente. Se fosse minha mãe agora, ela diria estar ocupada demais para ficar com a gente.

XxX

Me apoiei nas costas de Liane a vendo tentar passar a fase do jogo que eu tinha aprendido a jogar durante as semanas que se passaram e ri por ela morrer ao tentar escalar a uma parede e pular no lugar errado.

— Isso não faz o menor sentido! – Bradou reiniciando a fase e olhei para entrada da sala onde Vicent surgiu arrumando o cabelo com as mãos de um jeito apressado e afobado.

— O que você tem? – Perguntei curiosa com seu comportamento. Normalmente ele não age dessa forma.

— Sam vai vir aqui em casa hoje. A gente tem trabalho de física pra fazer, porque eu a chamei pra ser minha dupla. – Falou nervoso e se encolheu. – Eu a convidei nem sei como, mas ela aceitou e agora eu não sei o que faço porque ela pode chegar a qualquer momento. Eu compro uma flor? – Perguntou fazendo uma expressão confusa e Lily riu sem tirar a atenção do jogo.

— Vocês só vão fazer um trabalho, relaxa. Só prepara algo pra menina comer quando sentir fome. Isso não é um encontro. – Avisou e deu um gritinho logo em seguida por conseguir passar da parede. – Eu consegui, olha Galateia. – Falou animada e sorri.

— Parabéns! – Elogiei e olhei de canto de olho quando Vicent passou em direção a cozinha, voltando rapidamente.

— Que tipo de coisa meninas gostam de comer? – Perguntou e olhei para Liane no mesmo instante que ela me olhou, ambas confusas com a pergunta dele.

— Como assim? Comida tem gênero agora, Vicent? Faz um lanche, um suco. O que você come normalmente? – Lily perguntou voltando a atenção para a televisão.

— Sanduíche. – Sussurrou. – Mas e se ela não gostar de sanduíche?

— Então você pergunta o que ela quer comer, não tem mistério algum. – Negou com a cabeça e franzi a sobrancelha. Será que a Vick ainda gosta de chocolate e toddynho como antes?

— E se não tiver aqui e casa?

— Você pergunta o que, de todas as coisas que tem aqui, ela quer comer. Não é pra perguntar no aleatório. Fala o que tem pra ela escolher. – Resmungou conseguindo matar um inimigo no modo furtivo e dando outro gritinho. – Eu consegui de novo! Aqui maninha. – Falou animada e ri por sua empolgação.

— Você está indo muito bem. – Elogiei outra vez e voltei a atenção para Vicent, que parecia preocupado com algo e acabou dando um pulo quando ouviu a campainha.

— CARALHO! ELA CHEGOU. – Gritou em pânico e veio em minha direção correndo. – Você vai lá? – Pediu pegando minha mão e arregalei os olhos.

— O quê?

— Você é menina, ela é menina, vocês são meninas. Por favor. – Implorou e Liane deu pausa no jogo se levantando.

— Só porque você pediu por favor. Vamos lá maninha. – Me chamou e me ergui rapidamente para lhe seguir pela casa, me sentindo totalmente confiante, já que ela está comigo. – Ele gosta dessa Sam, não gosta? – Perguntou abrindo a porta do jardim da frente e assenti.

— É a menina do supermercado que eu te contei ontem. – Alertei e ela riu.

— Isso vai ser divertido de assistir. – Fomos até o portão e ela o abriu calmamente. – Bom dia! – Saudou animada a menina que estava na cadeira de rodas ao lado da irmã, o que me lembro que se chamava Sara.

— Oi! Bom dia. Eu sou a Sam e essa é a minha irmã mais velha, Sara. Eu vim para fazer um trabalho. – Sam avisou mostrando a sacola que carregava em seu colo e Liane olhou rapidamente para sua cadeira antes de sorrir outra vez.

— Olá. Eu sou a Liane, irmã mais velha da Galateia. – Avisou e puxou meu corpo me colocando em frente ao seu e pousando as mãos nos meus ombros.

— Ninfa! – Sam falou sorridente e sorri de volta.

— Oi Sam, tudo bem?

— Tudo maravilhoso. – Sorriu carinhosa e olhou em volta. – Onde está o Vicent?

— Vicent não veio te receber porque está com vergonha. – Lily contou e olhei para trás surpresa por ela contar. – Vamos entrando? – Convidou e as meninas assentiram antes de entrarem no jardim.

— Nossa que lindo essas flores. – Sam elogiou o jardim da tia e sua irmã parou perto de uma flor, se curvando para olhar.

— Olha, é uma açucena! – Falou animada e olhou para Sam. – Aquela que a vovó estava procurando na semana passada.

— Açucena? Tem certeza? – Perguntou confusa e Sara se ergueu sorrindo.

— Tenho sim. Ela tem propriedades medicinais. Onde conseguiram? – Perguntou olhando em minha direção e olhei para Liane, esperando que ela respondesse por mim.

— Nossa tia que sabe. Quando ela chegar eu pergunto e aviso ao Vicent, assim ele manda uma mensagem pra Sam com um motivo plausível para conversar com ela. – Falou olhando para Sam, que franziu o cenho.

— Ele não tem o meu número. – Murmurou encolhendo os ombros. – Nunca me pediu.

— Um tremendo tapado. – Sara falou e se aproximou lhe dando um beijo no rosto. - Bom, eu já vou indo. – Avisou e lhe olhamos confusas. – Eu tenho que vigiar a loja da minha mãe, só vim trazer a Sam porque mãe tem medo de deixá-la sair sozinha. – Contou e sorriu. – Venho te buscar na hora que combinamos.

— Tá bom. Qualquer coisa me manda mensagem. – Pediu e a menina assentiu acenando antes de voltar pelo caminho que fizemos.

— Então... Nossa tia foi visitar uma outra tia minha, então somos só você, Vicent, Galateia e eu. – Lily falou e Vicent apareceu no jardim com um sorriso.

— Hey Sam! Eu arrumei as coisas para o trabalho lá na área de trás, é junto do jardim e da piscina. – Falou animado e o olhei. – Vocês duas vão com a gente? – Perguntou e neguei com a cabeça várias vezes.

— Eu tenho medo de ficar perto da piscina. – Contei.

— Hã? Por quê?

— Ela tem aquafobia. – Liane falou por mim e ele arregalou os olhos em surpresa.

— Nossa! Eu não sabia disso, que contraditório. – Coçou a nunca em confusão e sorri.

— Pode ir estudar, eu vou jogar um pouco.

— Mas... Eu jurava que você ia ficar junto. – Murmurou e olhou para Sam, ficando um pouco vermelho. – Liane? – Chamou e Lily revirou os olhos.

— Larga de ser covarde e vai estudar com a menina. Eu vim passar tempo com a minha irmã e se ela não vai chegar perto da piscina, eu também não vou. – Alertou e olhou para Sam sorrindo. – Se você quiser vir falar com a gente depois, vai ser um prazer.

— Tudo bem, eu virei assim que dermos uma pausa nos estudos. – Falou em um tom carinhoso e olhou para o Vicent. – Podemos ir estudar?

— Claro! Eu levo a sua cadeira. – Alertou segurando a mesma e empurrando para dentro de casa, me olhando em desespero minutos antes de sumir da minha visão.

— Você não foi um pouco malvada? – Perguntei olhando para Liane, que negou com a cabeça sorrindo.

— Ele gosta dela e pelo jeito que ela respondeu sobre o número do celular, também gosta dele. Se deixar, esses dois vão ficar nessa por anos. – Falou divertida e pegou minha mão. – Agora vamos voltar a jogar que eu consegui passar aquela fase. – Me puxou em direção a sala e lhe segui sem questionar. Eu só posso passar o fim de semana com ela, então acho que preciso aproveitar todos os minutos que tenho.

XxX

Passei a folha do caderno que Liane havia me dado para continuar escrevendo e pisquei algumas vezes pelo flash que acendeu. Olhei para Lily confusa e ela sorriu afastando a polaroid do rosto.

— Eu ainda tinha uma foto. – Falou divertida e a foto surgiu na parte de cima da câmera, a qual ela pegou. – Você estava bem concentrada. – Comentou deixando a foto de lado para que fosse revelada e fechei o caderno em meu colo.

— Você me disse para usar como diário, então eu estava começando. – Contei colocando o objeto ao meu lado e ela voltou a sorrir.

— Que honra, não achei que fosse usar mesmo como diário. – Focou a atenção na lente da câmera e suspirei.

— Acho que vou fazer terapia. – Comentei e ela parou de mexer na câmera para me olhar em curiosidade. – Eu estou querendo perder o medo da água. – Alertei. – Na minha escola tem aulas de natação.

— Quer voltar a nadar? – Perguntou interessada e neguei várias vezes com a cabeça.

— Não! É que... A Vick ainda faz natação e eu queria... Sei lá, queria olhar, mas nem isso eu consigo sem me sentir mal. – Contei e ela colocou a câmera sobre a mesinha de centro antes de se sentar direito no sofá.

— Vick... A garota que não fala mais com você? – Perguntou curiosa e assenti. A gente ficou de conversar sobre isso no dia do torneio, mas com tudo que aconteceu eu achei melhor não pensar sobre isso e nem falar sobre, mas fingir que ela não existe e que não me afeta, não é tão fácil assim.

— Sim.

— Quer que eu dê uma surra nela? – Perguntou e arregalei os olhos.

— O quê?

— Tem que ser muito idiota pra decidir não falar mais com você. Você é um amorzinho. – Resmungou e sorri.

— Não quero que dê uma surra nela. Para de querer resolver tudo na força bruta, não quero que seja castigada pelos seus pais. – Lhe dei um tapinha na cabeça e suspirei. – E parece que ela não se lembra de mim. – Murmurei e ela franziu as sobrancelhas.

— O quê?

— Eu também não sei, as vezes parece que ela está me evitando e em outra... Eu não sei o que pensar.

— Por que não pergunta pra ela? Chega na mesa e diz. Você está me evitando ou não se lembra? Não seria mais fácil? – Perguntou e me encolhi no lugar.

— Mas e se ela disser que está me evitando? Sem dizer que... Eu disse o meu nome e ela me respondeu com. Abre aspas. – Fiz o sinal com os dedos. - Quem te perguntou? Fecha aspas. – Tornei a fazer o sinal. - Isso soa como alguém que está querendo te evitar. Meu nome não é comum! Não da para esquecer que você conheceu uma pessoa com ele. – Resmunguei e ela ficou me olhando por um tempo.

— Quer que eu dê uma surra nela? – Tornou a perguntar e neguei com a cabeça.

— Não! Para de querer bater nas pessoas, você é melhor que isso. – Alertei e ela sorriu.

— Mas você prefere não saber o que está acontecendo? Se ela está te evitando, você tem direito de saber porquê e, se ela se esqueceu, o que está fora de cogitação porque você é um anjo inesquecível, você também tem o direito de saber porquê.

— Ela não respondeu minha carta, acho que isso é um grande, abre aspas. – Movi os dois dedos da mão esquerda para interpretar o sinal. - Não quero saber de você. Fecha aspas.  – Movi os dedos da outra mão e me encolhi. – Não me importa também, eu tenho você. Não preciso de mais nada. – Garanti e ela fingiu limpar uma lágrima e sacudiu a mão frente ao rosto fingindo precisar de ar, o que me fez rir.

— Vamos fazer isso de novo, mas dessa vez eu vou gravar no meu celular, tudo bem? – Falou e empurrei seu ombro de leve e foi sua vez de rir. – Mas sério agora, por que você não vai na mesa dela, bate a mão na madeira e manda um. – Fez sinal de aspas me imitando e sorri. – Oh sua cuzona! Por que não respondeu a porcaria da minha carta e porquê fingiu demência quando fui falar com você, mana? Qual é a porra do seu problema, arrombada? – Voltou a fazer o sinal com os dedos e ri pela sua escolha de palavras.

— Onde aprendeu a falar assim? – Perguntei divertida e ela riu.

— Kate tem um arsenal de palavras bem legais. – Revelou e neguei com a cabeça. – Mas agora é sério. Por que não vai falar com ela?

— Por que ela me olhou do mesmo jeito que a mamãe. – Contei e ela me observou em silêncio por uns instantes.

— Tá, onde ela mora? Vou ter que dar uma surra nela. – Ameaçou a se levantar e segurei seu braço a puxando de volta e ficamos em silêncio por uns instantes.

— Você acha que eu sou medrosa? – Perguntei e ela me olhou surpresa. – Por que eu meio que me acho medrosa. Eu amava a água, mas agora tenho tanto medo dela. Eu nem consigo falar sobre como me sinto e estou com medo da minha antiga amiga. – Me encolhi no canto do sofá e ela suspirou.

— Não, eu não acho. – Falou carinhosa e se aproximou de mim, passando o braço por meu ombro. – Você passou por muita coisa em um curto intervalo de tempo. Pra mim você está mais assustada com toda a situação do que com medo. Eu apoio que faça terapia e se quiser, faço junto com você. – Propôs e lhe olhei carinhosa.

— Você faria mesmo?

— Claro que eu faria. Quando começamos? – Perguntou e sorri me aproximando mais para deitar a cabeça em seu peito.

— Achei que fosse me achar doida. – Confessei e ela negou com a cabeça. Quando fui morar com ela e mãe sugeriu que eu fizesse terapia, David disse que era coisa de gente doida e que não queria uma pessoa assim na casa dele.

— Terapia salva vidas, literalmente. Meu pai ainda vive no tempo das cavernas. Não leve a sério nada que ele diz. Você não é doida por fazer terapia, inclusive, ela te livra da loucura. – Falou carinhosa e começou um carinho na minha cabeça. – A mãe da Kate é psicóloga. Por que acha que sobrevivo naquela casa? – Perguntou e sorri fechando os olhos.  – Aqui, sua foto. – Falou animada e ergui a cabeça para ver a foto que já tinha se revelado, sorrindo por me ver ali, focada no caderno em minhas mãos. – Você é muito lindinha quando está distraída. – Brincou e sorri.

— Eu amo você, Lily. – Declarei e ri por seus braços se apertarem ao meu redor com força exagerada.

— Eu também te amo, maninha.

— E aqui é a sala, onde está tendo esse momento de irmãs. – Ouvi a voz de Vicent e virei a cabeça para trás, vendo que ele empurrava a cadeira de rodas da Sam.

— Terminaram o trabalho? – Perguntei curiosa, já que foram estudar na área da piscina tem um tempo e eu não iria ficar por lá.

— Nem a metade. Vicent disse que ia preparar um sanduiche pra mim, então eu aceitei porque, né? Comida. – Falou animada e sorri. – Acho que como minhas pernas não funcionam, o que eu como vai tudo pra elas. – Brincou e apertei os lábios para evitar rir, mas Liane não conseguiu o mesmo sucesso e sua risada soou meio contida ao meu lado.

— Não acredito que faz humor negro com você mesma. – Falou ainda rindo e Vicent empurrou a cadeira de rodas dela até coloca-la frente ao sofá na nossa frente

— Ah, eu aprecio uma boa piada, ainda mais sobre coisas que não funcionam. – Sorriu carinhosa e fizemos o mesmo.

— Eu vou deixá-la aqui com vocês e irei fazer o sanduiche. Querem também? – Vicent perguntou e neguei com a cabeça junto de Lily. – Tá, então já volto. – Alertou saindo e Sam olhou em volta antes de focar a atenção em nós.

— Vocês têm que idade?

— Eu tenho onze. – Contei.

— Quatorze. – Liane falou fazendo carinho em minha cabeça. – E você?

— Eu tenho doze. – Voltou a sorrir e Lily pegou o celular ao seu lado no sofá quando ele alertou uma mensagem, rindo baixinho ao desbloqueá-lo.

— Então, o Vicent não tem o seu número? – Perguntou focada na tela e Sam corou.

— Não, ele nunca me pediu.

— E você gosta dele? – Bloqueou o celular e a olhou com um sorriso.

— É tão obvio assim? - Se encolheu no lugar e olhei de uma para outra. Por que pra elas parece tão fácil iniciar uma conversa? Eu pouco falto para derreter no lugar.

— Pelo menos da parte dele, sim. – Sorriu e Sam olhou para trás rapidamente antes de focar na gente com os olhos arregalados.

— Ele gosta de mim? – Perguntou apontando para si mesma e sorri.

— Ele gosta. – Falei e ela sorriu.

— Aí... Nossa! O Vicent? Gosta de mim? Eu? Sam? Com as pernas assim? – Perguntou e franzi o cenho.

— O que tem suas pernas?

— O que não tem, né? Eu não tenho pernas. Isso aqui é enfeite. – Apontou para os membros e olhei para elas por um tempo.

— Isso deveria importar? – Perguntei curiosa e ela me olhou confusa.

— Hã? Deveria? Eu não tenho muitas limitações, mas as vezes tenho uns dias bem ruins. – Contou e suspirou. – Fora que se alguém gosta de mim, um dia ou outro eu vou acabar dificultando a vida dessa pessoa por possíveis problemas. – Continuou e olhei para Lily, que mantinha uma expressão pensativa.

— Acho que quando se gosta de alguém, coisas como essa não fazem a menor diferença. – Falou e sorriu. – Do jeito que o Vicent ficou sem jeito quando avisou que você estava vindo, aposto que o fato de você não andar, não faz o mínimo de diferença pra ele. Você é a garota que ele gosta e fim. Mas de qualquer forma, o que sabemos sobre gostar ainda, não é? Somos jovens, com o tempo entendemos melhor nossos sentimentos e percebemos que ele é o suficiente para muitas coisas, não pra tudo, mas para a maioria. – Sorriu carinhosa e Sam repetiu seu gesto.

— Acho que sim.

— O fato é que, não incomoda pra ele as suas pernas e não deveria incomodar pra você também, é uma condição. Tem coisas que as pessoas nunca poderão fazer e está tudo bem. Você não pede para um peixe disputar uma corrida na terra. – Falou e passou o braço ao redor do meu pescoço. – Eu tenho certeza que você sabe fazer uma coisa muito bem.

— Acho que sim... Eu toco piano. – Contou e sorri por Lily me soltar e se inclinar em direção a menina em afobação.

— Você gosta de música! Meu Deus, olha isso Galateia. – Me cutucou e neguei com a cabeça soltando uma risadinha. – Ela gosta de música. Eu AMO música. – Continuou empolgada e a menina sorriu de volta.

— Sério? Você toca alguma coisa? – Perguntou animada e sorri prestando atenção na conversa que se iniciou. Sam parece ser uma garota muito divertida, será que ela seria minha amiga? Acho que preciso de amigos.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Gostasse?